segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Presente de Natal da Câmara de Cachoeiro

Com o Natal se aproximando, uma certa nostalgia pega carona com a data. Lembro-me quando ao estar próximo de receber um presente, a pessoa pedia para fecharmos os olhos e depois abri-los para a surpresa.

A Câmara Municipal de Cachoeiro hoje também começa a se tornar uma ‘caixinha de surpresas’. Só que neste caso, a depender da Casa de Leis, a população vive com os olhos fechados, até porque o pasmo não é em seu benefício.

Para tirar a venda dos olhos dos cachoeirenses, a imprensa entra num emaranhado de dificuldades forjadas - típico de regimes anti-democráticos. Fazem de tudo para que haja desistência no objetivo de conseguir a informação correta. A esquecer que a transparência deveria ser da própria Câmara Municipal.

Lembro que estive na Câmara na ‘bendita’ terça-feira quando foi aprovado, em primeira votação e em bloco, o aumento do salário dos vereadores para R$ 10 mil. Na verdade, um reajuste ao teto de 50% do salário do deputado estadual. Já ao fim da sessão, perguntei a um vereador se o aumento foi votado, ele disse que não. O mesmo indaguei a um servidor efetivo, que tem contato direto com esses números, e a resposta foi a mesma.

O fato de a votação ser em bloco ‘engessa’ todos os vereadores, já que entre os projetos pode haver um ou outro que realmente é de interesse da população. Neste caso, a matéria que melhora o orçamento particular do parlamentar pega carona. Vale ressaltar que para haver votação em bloco é necessária a anuência do plenário.

Dificilmente, um vereador não tivera conhecimento do que seria votado naquele dia. Afinal, como já foi afirmado por lá: todos têm acesso aos projetos que entram na Casa e que irão à apreciação. Se por ventura algum vereador diga que não teve conhecimento, pode ele estar mal assessorado ou desinteressado - como também já foi dito por lá.

O que não dá para entender é a responsabilidade que a Câmara demonstra não ter diante de alguns atos. Sabe-se que o aumento dos salários não impactará diretamente na vida dos cachoeirenses, considerando que o repasse da prefeitura continuará o mesmo. Por que então a Câmara não assume o que faz? Por que não mostra a cara e explica o que está propondo? Já que teme a reprovação popular não seria melhor deixar de fazer?

Soou sorrateira a aprovação do aumento salarial. Situação que impossibilita sentir orgulho da Câmara Municipal que temos. Faltaram postura, moralidade e respeito aos cachoeirenses, que foram, mais uma vez, privados do debate.

O mesmo aconteceu quando a Câmara quis aumentar o número de vereadores. Nenhum número, referente ao estudo sobre as despesas geradas por 15, 17, 19 ou 21 edis, foi divulgado. Em nenhum momento pensou-se em um quadro que fosse possível devolver recursos à prefeitura para a construção de obras, até mesmo com indicação dos vereadores.

Até hoje o presidente da Câmara, Júlio Ferrari (PV), não apresentou os números da pesquisa que apontam a aprovação dos cachoeirenses sobre o aumento da quantidade de edis e nem qual o instituto a realizou. De repente, a filosofia implantada na atual gestão do legislativo municipal é a “o que os olhos não veem o coração não sente”.

Nesta terça, haverá a votação definitiva para o aumento dos salários, que valerá para a próxima legislatura. Por conta do horário, é bem capaz de não haver tanto público. Mas, não havendo ‘resistência’ ao trabalho da imprensa, todos ficarão sabendo do resultado e da votação de cada um.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Entre o direito e os parceiros

A política de Atílio Vivácqua passa por momento único em sua história. Após revezamento entre o falecido Hélio Lima (PMDB) e o atual prefeito Zé Luiz (DEM) durante 34 anos, o município pode experimentar o ‘novo’. Porém, há uma tentativa de antecipação deste processo, já que o chefe do executivo ainda está em seu primeiro mandato.

Para alguns, Zé Luiz desabafa que, depois de cinco mandatos, estaria interessado em aproveitar a vida ao lado da família; já que desde 1977 se dedica exclusivamente aos anseios da população atiliense. Em outras ocasiões, ele dá sinais de que ainda tem muito gás para conduzir o município por mais quatro anos e demonstra esse interesse.

A verdade é que Zé Luiz tem direito à reeleição e pode optar. Mas, por outro lado, existem a vontade dos parceiros e o direcionamento de um líder. Dois personagens têm grande influência na decisão do atual prefeito diante das eleições de 2012, são eles o deputado estadual Sérgio Borges (PMDB) e o deputado federal César Colnago (PSDB).

Sérgio é um dos responsáveis pelo ingresso do vice-prefeito Nandinho, que é pré-candidato a prefeito, no PMDB. Portanto, o projeto peemedebista é conquistar a prefeitura, com o apoio de Zé Luiz.

Os tucanos também articulam junto a Zé Luiz, através do vereador cachoeirense Marcos Mansur, que tem a missão no partido de promover as costuras políticas no sul do estado. Tudo leva a crer que o objetivo é conseguir o apoio para o médico Marcos Sobreira, que já tem o nome à disposição da sigla.

Apesar de todos os parceiros, Zé Luiz pode ir contra tudo e todos caso o direcionamento de uma pessoa for contrário ao que tiver exposto. Hartunguista ‘de carteirinha’, o prefeito tentará ou não a reeleição somente de o ex-governador Paulo Hartung (PMDB) assim o quiser. E tenho dito.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Cuidado com o verão

A partir da segunda quinzena de dezembro inicia o período o qual as notícias políticas são escassas. E assim segue até o fim do carnaval, mais precisamente no mês de março de 2012. E muitas lideranças partidárias pegam carona nesse clima preguiçoso e aproveitam para comer um peroá acompanhado de uma gelada nas areias brancas de nosso litoral.

É exatamente aí que mora o erro, ainda mais sendo 2012 ano de eleições. Antes mesmo de dezembro mostrar sua face, já tem articuladores em pleno marasmo, acreditando que só porque o Brasil retorna às atividades apenas depois do carnaval que na política será da mesma forma.

O que temos visto nos últimos meses são partidos se articulando e se fortalecendo. A cada rodada de reunião, um toma à frente – como anfitrião – para mostrar a sua capacidade de liderar um movimento eleitoral e apresentar seus quadros, inclusive a prefeito.

Com este trabalho de musculatura, dificilmente haverá siglas na situação de presas fáceis para as raposas políticas cachoeirenses. Para conseguir alianças, terão que fazer parte do grupo, sentar à mesa e seguir as regras já estabelecidas.

É exatamente por isso que os partidos que já compõem um determinado grupo – que, na verdade, não há nenhum consolidado – devem manter vivo o diálogo, não somente com o objetivo de ampliar o que já existe, mas também para manter o que se vê. Tem que dialogar para construir ou efetivar a unidade.

Aqueles que duvidam da derrota e jogam confetes com a fantasia da prepotência podem ver todo o projeto político ir embora com a Colombina. Enquanto o sol ofusca os olhos, ao som das ondas que quebram, durante os dois meses de lazer, os mais espertos podem se lançar sobre os grupos – os quais nunca teve – e enfeitar palavras e promessas no intuito de convencê-los a ficar juntos. Assim, outubro morre no verão. 

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Mão pesada da democracia

Este episódio da partilha dos royalties do petróleo, colocando em risco econômico e ambiental os estados produtores, mostra claramente a mão pesada da democracia, no que diz respeito às decisões no Congresso Nacional.

Mesmo que a presidente Dilma Rousseff (PT) vete o projeto que onera drasticamente o Espírito Santo e o Rio de Janeiro, sabemos que os parlamentares podem promulgar o projeto, fazendo valer a lei que distribui injustamente os recursos do pré-sal.

A democracia favorece os interesses da maioria. A maioria no Congresso Nacional é composta por representantes de 25 estados – com a nossa exceção e a dos cariocas. Dilma dificilmente iria assinar um documento contra o interesse da maioria, afinal de contas – verdade seja dita – ela jamais se reelegeria com os votos maciços do Rio e do ES.

Sem dúvida nenhuma, essa briga pelo direito dos estados produtores deve ser travada no Supremo Tribunal Federal (STF). É no campo da Justiça onde os direitos são e devem ser defendidos. Não dá para entender porque não acionaram a justiça antes.

Em minha opinião, é inócuo tentar convencer os demais estados daquilo que vamos perder e do que é nosso direito, sendo que a nossa derrota é a vitória deles. Certamente, os políticos dos demais estados estão festejando a injeção de recursos que terão com a descoberta do pré-sal. Chefes de executivos devem estar planejando, fazendo mil planos de obras para melhorar a vida de sua população.

Um parlamentar que abrir mão dos recursos dos royalties, no volume arbitrariamente proposto, para defender a causa do Rio e do Espírito Santo, pode ter certeza que ele nunca mais será conduzido a um mandato por seus eleitores. Isso é natural. Por isso, repito, o caminho é judicial.

E acreditando nisso não posso deixar de enaltecer o senador Magno Malta (PR) que já ingressou com ação no STF; algo que, lá trás, ninguém fez. Apenas utilizaram um instrumento legítimo como ameaça. Talvez, se as autoridades capixabas e cariocas tivessem impetrado ação para garantir a partilha justa dos royalties quando o debate iniciou, hoje poderíamos estar respirando com mais tranquilidade.

Enfim. Por outro lado, a democracia também nos garante o direito de protesto. Minoria, uni-vos!

Com Dilma

Liderando fechamento de BRs, o senador Magno Malta conseguiu a atenção da presidente Dilma e foi recebido por ela na segunda-feira. De acordo com informações, a petista teria reconhecido exageros no atual projeto que prejudica os estados produtores. Mas, o que ela mais pode fazer, a não ser chorar o nosso choro?

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Uma causa pra chamar de sua

Habilidoso e persuasivo, o senador Magno Malta (PR) acaba de pegar mais uma bandeira: a da partilha dos royalties do pré-sal. Claro que quanto mais pessoas e autoridades abraçarem a causa, melhor. Só que nem sempre foi assim.

O debate em torno da divisão dos royalties iniciou no segundo mandato do ex-presidente Lula (PT) e ex-governador Paulo Hartung (PMDB) – mesma época em que Magno terminava o ciclo de 16 anos no Senado. E, segundo políticos, Malta pouco participara dos debates em Brasília.

Não se sabe o porquê de Magno ter se ausentado de defender o Espírito Santo de perder bilhões de reais oriundos do pré-sal. Talvez tenha sido por conta de suas arestas com Hartung; ou por falta de tempo, já que presidia a luta contra a pedofilia; ou então por desconhecer o tema.

Há quem garanta que Magno surgiu no debate no segundo semestre de 2010. Durante reunião sobre o tema em Brasília, da bancada capixaba, Magno teria chegado atrasado e saiu a tempo de conceder entrevista aos repórteres do Jornal Nacional. Sorte também é preciso. Aproveitando o ensejo, o senador distribuiu outdoors em Cachoeiro sobre a sua nova bandeira; talvez até em outros municípios.

Neste ano, o assunto pedofilia já perdeu a ênfase. Na verdade, desde as eleições de 2010, quando ele garantiu mais oito anos no Senado. A batalha agora é para salvar o direito dos estados produtores.

No fim de outubro, ele comandou o fechamento da BR que liga o Espírito Santo ao Rio de Janeiro. Agora, ameaça fechar a ponte Rio x Niterói e a Dutra para chamar a atenção da presidenta Dilma Rousseff (PT).

Sem dúvida é louvável a atitude do senador, só penso que deveria ter iniciado o embate quando a ameaça surgiu e não somente depois do assunto garantir mídia nacional.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Incoerência parece distanciar candidatura

O deputado estadual Theodorico Ferraço (DEM) sempre optou pelo silêncio às vésperas de eleições. E mesmo quando se manifestava, preferia fazer rodeios, mas jamais acusava o seu verdadeiro propósito.


Pelo o que se vê e se ouve, parece que o demista não é mais o mesmo. Talvez a derrota para o PT em 2008 tenha lhe inspirado outros comportamentos nestes períodos pré-eleitorais. Ou então tantos anteprojetos significam a sua permanência na Assembleia Legislativa.

Sua primeira manifestação de cunho eleitoral foi em meados deste ano, quando, na sede do PMDB, lançou dúvida de sua participação no pleito próximo, afiançou que havia 99% de chances de apoiar uma candidatura peemedebista e confidenciou sua relação estreita com o senador Magno Malta (PR).

O apoio à candidatura alheia não fez brilhar os olhos de ninguém. Afinal, imagino que Ferraço tenha dado essa garantia por saber que o PMDB não tinha nomes. Já a relação com Magno é óbvia: o não ingresso do deputado estadual Glauber Coelho (PR) nas eleições.

O discurso hospitaleiro e respeitoso de Ferraço para Magno tinha os dias contados, principalmente para quem sempre ouviu nos bastidores que o republicano também tem Cachoeiro como prioridade e que o objetivo era derrubar ‘dois coelhos com apenas uma cajadada’ – ditado que se faz irônico.

Isolado politicamente, Ferraço se acomodou no grupão, com mais de 15 partidos, que tem o objetivo de construir um projeto para Cachoeiro, sem a participação do PT. Só que pelas últimas declarações do demista à imprensa local sua estada no grupo também pode estar com os dias contados.

O ex-prefeito expôs o desentendimento com o senador Magno e revelou que não há mais conversa com o PR. Obviamente, isso significa que os republicanos não se curvaram às reivindicações ferracistas e reafirmaram a participação na disputa pela prefeitura sendo Ferraço aliado ou adversário.

Conhecedor de seu prestígio político, Ferraço, na mesma declaração à imprensa, disse que pode até mesmo abrir o diálogo com o PT em detrimento ao PR. Certo que a política em si não é feita de muita coerência; porém a incoerência dos últimos discursos do deputado é memorável.

Esse mais novo posicionamento de Ferraço pode lhe trazer sérios prejuízos eleitorais. Pode muito bem o PT não lhe abrir as portas, publicamente. E nem motivo tem para isso. Quem manifestou a vontade de dialogar é o mesmo que sustenta processos de supostos crimes eleitorais contra o governo petista e chegou a sugerir na Assembleia a criação de projeto que proíba o governo do Estado de repassar recursos a Cachoeiro.

Ao encontrar a porta fechada, há de querer retornar ao grupo que não tem afinidades com o PT. Pode também encontrar resistência por lá. Sem a máquina e a igreja católica e ainda sem o apoio evangélico que ora junto com Magno, Ferraço pode ver surgir uma polarização entre Casteglione e Glauber. Talvez, ser candidato a prefeito novamente nunca fora a intenção dele.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

PV guarda as opções para o PT

Inicialmente, reforço que o PV, criado na década de 1990, conseguiu grandes vitórias nos últimos três anos. Elegeu dois vereadores, preside a Câmara Municipal e agora tem um vice-prefeito sem precisar ter se submetido a uma eleição.

Em muitas declarações, o vice-prefeito Braz Barros – ex-PR – afirmou que pretende repetir a dobradinha com o prefeito Carlos Casteglione (PT), caso as circunstâncias eleitorais assim permitam.

Sendo assim, o PV, que desde 2008 já formulava possibilidades de chegar ao poder, pode tentar permanecer com um vice-prefeito em Cachoeiro, através de tal dobradinha e, claro, com a compreensão dos eleitores.

Por outro lado, se os números apontarem que as circunstâncias não são favoráveis, os verdes apresentam seu maior trunfo – o médico Abel Santana – para disputar a cabeça de chapa. Mas, uma coisa é certa: Braz ou Abel terá que ir para a gaveta, caso um não tenha a disponibilidade de encarar vaga na Câmara Municipal. 

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Valadão vai ser recebido pelo governador

Principal liderança do PMDB de Cachoeiro, o ex-prefeito Roberto Valadão vai almoçar nesta quarta-feira (5/10) com o governador Renato Casagrande (PSB). Por conta disso, a agenda com o vice-prefeito Braz Barros (PSB), que aconteceria na manhã do mesmo dia, será adiada.

A pauta do encontro com o governador não foi divulgada, mas a probabilidade de a conversa ser em torno das eleições de 2012 é grande. O PMDB se movimenta para encontrar um nome forte para disputar a prefeitura cachoeirense e unir apoios importantes neste projeto. Até o momento, o deputado Theodorico Ferraço (DEM) esboçou o interesse em abraçar uma candidatura peemedebista, abrindo mão de seu ingresso.

No entanto, nos bastidores, acredita-se que o PSB estaria contrário a um projeto com a marca ferracista, tanto que a sigla segue na base aliada do governo Casteglione (PT). A conversa com o PMDB pode ter o intuito de aparar as arestas com o PT e promover a aproximação.

Caso isso aconteça, pode surgir um projeto alternativo que favoreça o deputado Glauber Coelho (PR) num possível confronto com Ferraço, ou uma estrutura de apoio a Casteglione, caso ele esteja em plenas condições de encarar o ‘gigante’ novamente.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

PMDB é a próxima agenda de Braz

Além das agendas administrativas, o prefeito em exercício de Cachoeiro, Braz Barros (PR), realizou inúmeros encontros políticos, no intuito de tentar construir uma unidade em torno do governo petista e, conseqüentemente, em favor do projeto de reeleição do prefeito Carlos Casteglione.

Nessas duas semanas, cerca de 10 partidos sentaram à mesa com Braz Barros, além de lideranças como o deputado Glauber Coelho (PR) e o médico Abel Santana (PV). Na quarta-feira (28), o diálogo foi com quatro vereadores – Wilson Dillen (PRB), Alexandre Bastos (PSB)m Professor Leo (PT) e David Loss (PDT) – no intuito de reforçar a governabilidade.

O próximo passo de Braz, antes de reconduzir o cargo na segunda ao titular, é conversar com o PMDB. O prefeito em exercício vai agendar reunião com o vice-presidente do diretório peemedebista local, ex-prefeito Roberto Valadão.

Porém, a conversa com o PMDB não será a respeito de sua filiação, uma vez que Braz está de saída do PR – com o consentimento do senador Magno Malta, que é o presidente estadual da sigla. A pauta são as eleições de 2012.

É sabido que o partido de Ulysses Guimarães está irredutível diante de uma aliança com o PT. Há pouco, quem dialogou com o partido sob o mesmo foco foi o petista Rodrigo Coelho. Braz chega para reforçar e tentar transformar o não em sim.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A razão de Tiririca

O deputado federal Tiririca (PR) disse recentemente à imprensa que a Câmara dos Deputados é uma “casa de loucos”. Sinceramente, é impossível não concordar com o parlamentar que teve a segunda maior votação da história para o cargo. Todas as mazelas que existem nas Câmaras Municipais Brasil afora – como falta de participação nos debates e demais atenções paralelas – ocorrem por lá em maior proporção.

Este colunista esteve no plenário da Casa na quarta-feira (21), quando foram votadas, entre outras coisas, a Comissão da Verdade – projeto da Presidência da República. Dos mais de 300 deputados, menos de uma dezena participou efetivamente do debate, seja em defesa ou contra.
Este ponto talvez nem tenha tamanha gravidade, pois outro parlamentar pode ter se ausentado do debate por manter a sua posição definida, a qual será expressada por meio do voto. O pior é o comportamento de outros pares: uns dormem, outros leem revistas, enviam mensagens pelo celular e, em grupos, têm assuntos diversos que nenhuma relação há com o projeto em discussão.

E não fica somente por aí. Boa parte dos nobres representantes do povo não sabe para onde vai o vento. Ou seja, desconhece do que se trata a matéria e chega a perder o momento da votação. Quando orientado por um atento assessor, o infeliz vai até o microfone e registra, após a liberação do presidente da Casa, o seu voto retroativo.

No entanto, pode muito bem o deputado permanecer sem o conhecimento do projeto que acabou de votar. Acontece que lá existe a salvação dos desatentos: no telão, também há a indicação de voto dos partidos diante de cada matéria da pauta. Sendo assim, antes de manifestar o seu sufrágio, o deputado desatento consulta a orientação de sua sigla e diz: “voto de acordo com a indicação do partido”.

Antes da aprovação da Comissão da Verdade, que tem o objetivo de apurar violações aos direitos humanos durante a ditadura militar, foi para a apreciação a urgência da matéria, que teve a maioria esmagadora dos votos. Derrota da oposição, representada ferrenhamente pelo deputado militar Jair Bolsonaro (PP/RJ)

Logo, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT/RS), interrompeu a sessão no intuito de conversar, por 15 minutos, com os líderes de cada partido. Os 15 minutos se tornaram quase uma hora (sem nenhum exagero) e os deputados que ficaram no plenário iniciaram protesto quanto à demora, ameaçando ir embora. Sabe-se lá qual o teor da negociação para votar o projeto. Em meio a tanto barulho, quem desistiu de ficar foi eu.

Há de se registrar também que a semana de trabalho na Câmara encerra, para muitos deputados, na quarta-feira. Alguns servidores de lá chegam a brincar que se alguém decidir andar nu pelos corredores do legislativo federal dificilmente será flagrado. Tanto que na quinta-feira (22) houve a polêmica aprovação de 118 projetos em três minutos, na reunião do CCJ, com a presença do deputado Cesar Colnago (PSDB) e mais um.

Sem dúvida, existem os deputados federais dedicados às questões nacionais e as de seu estado. Porém, não é difícil perceber que uma parte considerável simboliza o desperdício de dinheiro público e desesperança de um Brasil melhor. Mas, vale refletir que uma tartaruga não sobe sozinha ao alto de um poste. A população precisa urgentemente se politizar.


Reeleição?
“Meus assessores dizem que todo mundo, no fim, gosta daqui, quer voltar. E que comigo vai ser assim também. Mas, por enquanto… não sei, não.” – Tiririca.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

A greta e o vento

Esta é a segunda vez que o vice-prefeito Braz Barros (PR) assume interinamente a prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim. A primeira foi em 2009, quando o titular Carlos Casteglione (PT) tirou férias. E a primeira agenda de Braz, nesta quinta-feira, foi política. Em seu gabinete, no palácio Bernardino Monteiro, ele recebeu o deputado Glauber Coelho (PR), que, assim como o senador Magno Malta (PR), não é simpático ao PT cachoeirense.

É de se imaginar que Braz deva ter comunicado Casteglione desta sua agenda com Glauber. Já os palacianos ficaram boquiabertos ao ver Coelho caminhar pelos corredores em direção ao gabinete. Das salas, brotavam olhares surpresos.

No mundo republicano, Braz é uma espécie de último dos moicanos. Acontece que assim que Casteglione tomou posse em 2009, logo Magno e Glauber romperam com o governo. Barros, que é vice, decidiu ficar, mesmo contra a maré. Neste ano, ele suportou ressaca ainda mais forte e permaneceu.

Na manhã desta quinta, como prefeito interino, ele incorporou o conciliador. Bom de oratória, pôs à mesa inúmeros argumentos na intenção de convencer Glauber a ser um aliado não apenas do governo, mas do PT. Certamente seu pedido tem raízes em 2012.

Após ouvir em silêncio, faltou mesa para o deputado acomodar todos os motivos que sustentam sua insatisfação com o PT. Porém, Glauber disse que é de sua natureza não guardar mágoa e, metaforicamente, amenizou dizendo que a porta não está completamente fechada, o que garante, pelo menos, a passagem de vento. Resta saber se esse vento terá força para abrir a porta.  

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Vice evangélico em um partido forte


Os riscos que dificultam a candidatura do deputado estadual Theodorico Ferraço (DEM) a prefeito de Cachoeiro são fortes e já foram abordados aqui. Tanto que ele não afirma a sua participação no pleito e utiliza como escudo o discurso de apoio a um nome em consenso com outros partidos.

Para sair do isolamento político partidário e garantir mais eleitores, Ferraço articula para ter um vice evangélico, uma vez que ele sempre encontrou restrições na igreja católica. Durante entrevista concedida ao programa Jogo da Verdade, da rádio Cultura, de Castelo, na quarta (31/08), ele citou três vezes o nome de Rogério Glória, que é irmão do vereador Fábio Mendes Glória (PMDB).

Theodorico enalteceu Rogério, dizendo ser ele uma pessoa “religiosa e de caráter exemplar”. E complementou que seria excelente se o PMDB ou o PR o agasalhassem. Ou seja, Ferraço quer a proximidade com o PMDB para não se opor ao filho, o senador Ricardo Ferraço (PMDB), e o PR para abraçar os evangélicos e ser abraçado nas urnas. Rogério é evangélico.

E essa construção não é impossível. O PMDB busca no meio empresarial um nome para lançar como candidato a prefeito, pois muitos peemedebistas não acreditam na candidatura do deputado Camilo Cola (PMDB), embora ele seja pré-candidato. E, enquanto isso, aguardam por Abel Santana (PV). Mas, se o partido não tiver um nome, pode ocorrer de apresentar um vice a Ferraço.

Abel
Durante a entrevista a Cezar Nemer, Ferraço disse não saber se apoiaria Abel caso este se filiasse ao PMDB. O silêncio, segundo o deputado, foi em respeito ao fato de Santana estar em outro partido; o que não ocorre com Rogério Glória.

Na mesma entrevista, o demista fez uma observação interessante, deixando subentendido que se Abel continuar no PV ele pode perder a oportunidade de ser cabeça de chapa no pleito seguinte.

Ferraço evidenciou que o PV “está de galope” no atual governo cachoeirense, ocupando secretarias; e integrantes da executiva estadual também fazem parte do governo de João Coser (PT), em Vitória. “A não ser que o PT lance Abel”, suspeitou Ferraço.
                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                      

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Câmara 1 x 0 Povo


Não teve jeito. Os vereadores de Cachoeiro acharam por bem decidir sobre o aumento de edis na Casa de Leis sem antes consultar a população – principal interessada na questão. O fato impressiona porque para outras questões – de igual relevância – os parlamentares optaram por ouvir os cidadãos com a realização de audiência pública.

Sem dúvida, o assunto seria mais esclarecedor com a realização de amplo debate, em audiências públicas nas microrregiões do município. A Câmara Municipal poderia apresentar as simulações de gastos em cenários com 15, 17, 19 e 21 vereadores. Poderia deixar claro também que o repasse da prefeitura não se flexibilizaria com a alteração da quantidade de edis.

Na minha concepção, o difícil seria explicar que a prefeitura não deixaria de receber as sobras orçamentárias para aplicação em obras na cidade. E a razão é simples: como a mesma receita daria para custear mais seis vereadores, recebendo R$ 10 mil – a ser reajustado -, consumindo mais energia, água, telefone e sem contar com as obras estruturais para abrigar os novos pares?

Alguns vereadores comemoram alegando que o número voltou a ser o que já foi em outrora. Mas, omitem que o repasse do executivo era maior na época; porcentagem essa reduzida em 2009. É sabido que a Casa já apresentou aos vereadores as referidas simulações de despesas, só para eles. Omitem à luz da publicidade esses dados.

Falta também um discurso coerente e convincente de que o aumento de vereadores está realmente atrelado ao da representatividade e não somente para garantir a reeleição e o ingresso de partidários na Câmara. Ou seja, explicar se é para melhor representar a população ou apenas para garantir o mandato.

Triste ter que registrar que nesta decisão e provavelmente na que irá reajustar o salário dos vereadores para R$ 10 mil (hoje o vencimento é de R$ 6 mil) a população foi jogada para escanteio. Triste para o processo democrático e lamentável por ser a Câmara a ‘casa do povo’.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

DEM apela para eleitores evangélicos


Com a sua estrela maior liderando as pesquisas de intenção de votos para as eleições de 2012 em Cachoeiro, o DEM não deseja ficar ausente do jogo com um trunfo alto na manga. Em reunião realizada no fim da tarde de quinta-feira, o partido colocou o interesse em disputar o pleito e angariar para a sigla nomes fortes para as proporcionais, iniciando a coleta nos distritos.

No entanto, existem alguns agravantes para valer legalmente a candidatura do deputado Theodorico Ferraço (DEM). A primeira é a sua condenação por improbidade administrativa em ação movida pelo MP quando ele governava o município (2000/2004).

O Tribunal de Justiça manteve a condenação após negar, por unanimidade, o recurso de Ferraço que questionava a decisão. O resultado do julgamento saiu no dia 17 de agosto de 2010, mas só foi publicado em 8 de abril deste ano. Com a condenação, a candidatura ferracista esbarra na lei da Ficha Limpa. Mas, é certo que seus advogados estejam cuidando da questão.

Outro empecilho é o isolamento político do DEM diante do bloco que governa o estado, sob a tutela natural do governo de Dilma Rousseff (PT), o qual os democratas fazem oposição. O cenário prejudica as aspirações do partido no momento de conquistar apoio de outras siglas.

A questão dessa carceragem política é tão séria que, recentemente, Ferraço foi “desarmado” à sede do PMDB – partido que sempre o combateu – para tratar de uma possível aliança. Isso leva a crer que a sua candidatura não será empurrada goela abaixo.

A situação se agravou pela suposta falta de entendimento com o senador Magno Malta (PR), que também deseja a prefeitura de Cachoeiro via o deputado Glauber Coelho (PR). Na reunião na sede do PMDB, Ferraço exalava fidelidade ao dizer de um compromisso que sustentava com o senador evangélico.

Porém, semanas depois, o senador Ricardo Ferraço (PMDB) – seu filho – aproveitou o gancho de denúncias de corrupção no Dnit, onde Magno mantém seus indicados, e tornou público que apoiaria a abertura de uma CPI para investigar o caso. Claro que um possível desentendimento entre Ferraço e Malta pode não ter relação nenhuma com a postura adotada por Ricardo; mas pode.

O interesse ferracista em Magno Malta são os seus fiéis eleitores, ou melhor, eleitores cristãos. Existe uma repulsão entre o ex-prefeito e a ala política da Igreja Católica, que reza a linha esquerdista. Neste caso, o apoio católico abraçaria a reeleição do prefeito Carlos Casteglione (PT).

Sem Magno e sem o braço do Vaticano, o partido aposta em outra figura para ter penetração no eleitorado evangélico. No momento, essa figura já tem nome: o médico Rogério Glória, irmão do vereador Fábio Mendes Glória (PMDB). A intenção seria fazer de Rogério o vice de Ferraço. Neste caso, o DEM terá de usar de persuasão para convencê-lo da empreitada, para só depois garantir o voto dos irmãos.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

E a representatividade?


Em épocas de eleição estadual e nacional o que mais se ouve falar em todos os cantos é a palavra representatividade. Quase toda semana existem palestras, conferências e matérias em jornais sublinhando a importância de votar em políticos da região, para que assim os municípios não fiquem de fora de projetos e pleitos parlamentares junto aos governos estadual e federal.

Certo que ultimamente o eleitorado sulino não tem mostrado tanto comprometimento com o voto regional, da mesma forma como os partidos dificultam a concretização da questão ao lançar um batalhão de candidatos.

Afirmo que a cada biênio vejo com pessimismo o voto regional, principalmente no ponto de vista da classe política. Explico: logo que um político local se elege deputado estadual, por exemplo, dois anos depois ele abandona o discurso da representatividade e já quer se dedicar às eleições municipais. E a promessa do comprometimento com a região? Era para um ‘mandato’ de apenas dois anos?

O exercício da política não deve ser comparado à escalada na carreira profissional. Tem que haver dedicação parlamentar para a angariação de recursos aos municípios, além do direito às emendas individuais. As cidades sulinas precisam de projetos desenvolvimentistas, novas empresas e indústrias, e estrutura para acomodar essa realidade.

É sabido que um prefeito só não faz verão. Os municípios do norte do estado e os metropolitanos estão ‘anos luz’ à frente do sul principalmente por conta da ampla representação política que têm na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados. Sem dúvida, serão beneficiadas no Orçamento Anual as regiões que têm mais representantes para pressionar o executivo.

Neste mandato, dos 30 deputados estaduais apenas dois têm reduto eleitoral no sul do estado: Theodorico Ferraço (DEM) e Glauber Coelho (PR). No entanto, os dois são cogitados para disputar a prefeitura de Cachoeiro em 2012. Caso um vença no próximo pleito, o sul perde. Na Câmara dos Deputados, embora o mandato seja da ministra Iriny Lopes (PT), temos somente o deputado Camilo Cola (PMDB), que também é pré-candidato em Cachoeiro.

Percebe-se claramente o quanto as eleições de dois em dois anos, somadas ao interesse de sempre concorrer dos políticos, prejudicam a continuidade do trabalho parlamentar ou executivo. E também inviabilizam a formação de uma unidade política em benefício a Cachoeiro e, consequentemente, ao sul do estado.

Com os números atuais e considerando a ascensão do capital político de alguns personagens da região, é possível crer que em 2014 tenhamos, no mínimo, dois deputados federais eleitos pelo sul. Para isso, a causa da representatividade tem que sobressair às pretensões particulares. 

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Aumento de vereadores está longe da representatividade


Antes do recesso parlamentar, tratei sobre o aumento de vereadores e o salário dos edis aqui neste espaço. Como o assunto esquentou a primeira sessão da Câmara Municipal de Cachoeiro após o recesso, também retornarei com o tema, tentando focar a sua verdadeira essência.

Em primeiro lugar, não há porque acreditar que o aumento de vereadores é para representar melhor a população de Cachoeiro. Não é. A representatividade está muito mais atrelada à qualidade do que à quantidade.

Diante da matéria, existem duas verdades: a do vereador e a dos partidos. Um vereador só será contra a um maior número de edis na Casa de Leis se ele tiver a certeza de que será reeleito. Para esse parlamentar não importa se a partir de 2013 o legislativo permanecerá com 13 edis ou com 17, 19 ou 21. Mas, se a situação não for das melhores, ele apelará para o aumento.

No caso dos partidos, não há condições a serem analisadas. É uma linha só: a majoração do número de vereadores. Pois mesmo que um partido tenha na Casa um vereador que certamente será reeleito, como sigla ela tem a ambição natural de eleger mais um ou mais dois. Para isso, se passar de 13 para 21 parlamentares a possibilidade será maior, é claro.

Só que existe uma verdade que nenhum vereador ou partido parece quererem consultar: a da população. É somente o povo – eleitores ou não – é que pode, na sua condição de representado, manifestar a sua satisfação diante da quantidade e também da qualidade dos vereadores.

Há políticos que temem o crivo popular acreditando em decisões de total malefício à classe, justamente por conta da imagem negativa que os parlamentares têm no Brasil. Porém, se não houver a conversa justa e nem for dado o devido respeito à população – não o privando de deliberações importantes – jamais os parlamentares conquistarão a credibilidade.

Esse ‘medo’ (não sei se é esse o sentimento) joga os eleitores para escanteio e o mandato transforma o vereador no tutor da população, sem o seu consentimento. No entanto, no período da campanha eleitoral, o eleitor é o ser mais importante do mundo, a ponto de ser agraciado com inúmeras benesses em troca do ‘esforço’ do voto.

Como cidadão, sou a favor de audiências públicas regionais (nas microrregiões), em horários próprios, com ampla divulgação, para atingir o maior número de pessoas possível. Já passou da hora de assumir que o mandato não é propriedade do político; se é para ser representante que faça exatamente aquilo que o seu representado quer. Se não for pra ser assim, que pendure o paletó.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Política de mão única?

O discurso do governador Renato Casagrande (PSB) durante a prestação de contas do senador Ricardo Ferraço (PMDB) foi o mais interessante, do ponto de vista da política atual. Ele reforçou a unidade, afastou qualquer clima de disputa entre ele e o ex-governador Paulo Hartung (PMDB) e afirmou que existe uma minoria querendo desagregar o grupo.

Ao que parece, em 2012, o mesmo grupo político – criado por Hartung – irá mapear o estado de forma a não causar prejuízos às siglas mais expressivas do conjunto partidário. A disputa entre PMDB e PSB pode dar lugar a um entendimento.

Escrevi na sexta-feira que a presença de Hartung no evento de Ricardo tinha como simbologia política a força do PMDB para o embate em 2012 e 2014. Porém, ficou claro que o objetivo de Ricardo, inclusive com a presença de Casagrande, foi mostrar que a construção feita em 2010 – na chamada reviravolta – permanece consolidada até hoje.

Casagrande, em seu discurso, foi mais longe. Ressaltou que a unidade existe desde 2002, quando se elegeu deputado federal no mesmo grupo. De lá pra cá, principalmente em 2009, o socialista passou por processo de asfixia política após anunciar o interesse em disputar as eleições para governador. Mas, tudo isso parece estar resolvido.

Para Casagrande, mesmo com a máquina na mão, não é interessante ficar fora do grupo. Ou seja, sendo integrante já encontra dificuldades na Assembleia, por exemplo; caso não esteja no grupo, a vida será muito pior. “Quem torce contra essa unidade está contra o Espírito Santo”, registrou o governador.


quinta-feira, 28 de julho de 2011

Reeleição não é fácil

O resultado das urnas nos últimos 15 anos mostra que a reeleição para a Câmara Municipal em Cachoeiro não é tarefa simples. A ideia de renovação está atrelada aos eleitores cachoeirenses e o mais importante para quem pretende ingressar na Casa de Leis ou permanecer é compreender o que a população espera de um vereador.

Enquanto os parlamentares locais agirem sem um norte oferecido pela população, o sucesso nos pleitos continuará sendo imprevisível. Nesses 15 anos, são pouquíssimos os edis que se mantiveram até a atual legislatura, com destaque para José Carlos Amaral (DEM) e Alexandre Bastos (PSB), que não perderam neste período.

Nessas últimas quatro eleições, a renovação no legislativo municipal tem média de 70%. E, ao que aponta alguns números internos, deve permanecer neste patamar em 2012. Por isso, o aumento no número de vereadores, como pretende a Câmara, pode apenas majorar a margem de novos nomes.

Em 1996, existiam 19 cadeiras na Casa. No entanto, somente 20,3% se reelegeram nas eleições de 2000, ou seja, sete. São eles: Juarez Tavares Matta (PFL – 1.364 votos), José Renato Dias Federici (PSD – 1.142), José Carlos Amaral (PTB – 998), Fábio Mendes Glória (PFL – 1.773), Edison Valentim Fassarela (PFL – 1.538), Bras Zagotto (PFL – 1.214) e Alexandre Bastos (PMDB – 953).

Nas eleições de 2004, menos parlamentares conseguiram continuar para o mandato seguinte. Apenas cinco se reelegeram: Fábio Mendes Glória (PMDB – 2.389 votos), Glauber Coelho (PSDB – 2.011), José Carlos Amaral (PTB – 1.418), Marcos Coelho (PTB – 2.042) e Alexandre Bastos (1.880). Nesta legislatura o número de vereadores caiu de 19 para 12.

No pleito de 2008, abriu mais uma vaga na Casa, porém apenas cinco conquistaram a reeleição – 30,7%. Conseguiram a aprovação popular Roberto Bastos (PMN – 2.077), Marcos Coelho (PMN – 3.073), Glauber Coelho (PR – 4.060), Amaral (DEM – 2.249) e Alexandre Bastos (PSB – 1.644).
Vale ressaltar que nas eleições de 2008 dois vereadores retornaram à Câmara Municipal depois de um intervalo de quatro anos; são eles Braz Zagotto (PTB - 2.133) e Luis Guimarães de Oliveira – Tereré (DEM - 2.852).

Desses ‘últimos moicanos’, somente Alexandre Bastos teve uma queda na votação. Foram 953 votos em 2000; 1.880, em 2004 e 1.644, em 2008. Quem mais se destacou foi Glauber, que mais que dobrou a sua votação em 2008. Sua escalada nas urnas foi a seguinte: 1.252 votos, 2.011 e 4.060; ou seja, não foi por menos que conseguiu se eleger na Assembleia Legislativa.

Os demais edis com votações crescentes são Amaral (998, 1.418 e 2.852) e Marcos Coelho (1.529, 2.042 e 3.073). Reeleito em 2008, Roberto Bastos  também apresentou evolução junto ao eleitorado: 1.877 votos, em 2004; e 2.077, na eleição seguinte.

A questão é não se desvincular demais da expectativa criada junto ao eleitorado e, antes, não prometer aquilo que não é de competência do vereador. Ao assumir na câmara um conjunto de fatores - tais como a imagem da Casa, a burocracia da máquina pública, a demora em ter um pedido atendido diante das prioridades do prefeito, entre outros - já deixa insatisfeita uma boa parcela dos eleitores que acreditou no candidato. Mas, a melhor receita quem deve ter são os políticos campeões de mandatos, que a cada pleito resiste à renovação inerente ao eleitor cachoeirense.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Racha pode prejudicar Ferraço

Há algumas semanas, circulou a notícia de que o deputado Theodorico Ferraço (DEM) teria se reunido com o senador Magno Malta (PR), no entanto o assunto conversado não teve publicidade. Até então, sabia-se, pelo próprio Ferraço, que a relação entre os dois era de fidelidade diante das eleições 2012 em Cachoeiro. Tanto que o demista afirmou o compromisso quando esteve na sede do PMDB local.
 
Mas, como na política tudo muda a todo instante e nem sempre os bastidores têm acesso a todas as entrelinhas, parece que há um clima de racha no ar. Digo isso diante das últimas notícias envolvendo os senadores Ricardo Ferraço (PMDB) e Magno.

Malta se encontra no olho do furacão depois que explodiram as suspeitas de corrupção no Ministério dos Transportes, pasta a qual o seu partido ocupa. Além disso, o senador evangélico teria poder de indicação no Dnit, onde seu irmão faz parte. E agora existem suspeitas de Magno ter se beneficiado de recursos de empreiteira durante a campanha eleitoral em troca de benefícios futuros.

Diante de toda essa questão, Ricardo afirmou à imprensa capixaba que endossaria a criação de uma Comissão Especial de Inquérito (CPI) para investigar seu companheiro de Senado. O mesmo companheiro que lhe assegurou apoio quando Ricardo articulava sua pré-candidatura ao governo do Estado, cujo fim todos já sabem.
 
Imagino que se Ferraço pai estivesse vivendo um ‘mar de rosas’ com Magno, como declarado, poderia Ricardo não atingi-lo publicamente. Afinal, pai e filho, antes de tudo, estão focados no pleito de 2014.

Logo depois das declarações do senador peemedebista, Magno, que também é presidente estadual do PR, direcionou seu partido a disputar contra o PMDB as prefeituras capixabas em 2012. Vale ressaltar que no PMDB se abriga também o seu desafeto político Paulo Hartung, ex-governador.
 
No entanto, tudo indica que, para Magno, não há mais diferenças entre Ricardo, Ferraço e Hartung. Caso o deputado Theodorico ainda planeja se filiar ao PMDB, obviamente não terá o apoio de Magno, concretizado com o não lançamento do nome do deputado Glauber Coelho (PR).
 
Tudo leva a crer que o interesse de Ferraço no PR era o não ingresso de Glauber na disputa, uma vez que o republicano aparece em segundo nas pesquisas de intenção de voto. E mais: fechando com Magno, o ex-prefeito teria o apoio da igreja evangélica; já que, teoricamente, a católica caminha com o PT.

Neste cenário, o favoritismo de Ferraço pode ruir e forçá-lo a cumprir o apoio oferecido ao PMDB, alimentado por uma suposta fúria contra o senador. Nessa linha, até mesmo a cabeça de chapa peemedebista pode entrar novamente em discussão, abrindo espaço para novos quadros e garantindo a representação em Brasília.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Efeito Marina, mesmo que na coincidência

A saída de Marina Silva do PV causou uma inevitável onda (ou marola verde) de desfiliações dentro do partido. Em alguns casos, a desvinculação nada tem a ver com a decisão daquela que foi candidata a presidente da República, mas o motivo forçou a coincidência.

A briga de forças pelo comando do PV nacional foi uma das razões que levaram à desfiliação de Marina. No Espírito Santo, ainda no ano passado, Guerino Balestrassi deixou a sigla. Na capital secreta, o excesso de individualidade em detrimento de um projeto à altura para Cachoeiro também desagrada alguns membros.

Zé Antônio do Village obteve 812 votos pelo PV em 2008. Insatisfeito nos quadros do partido, pediu a desfiliação e já faz parte do PSB. A sigla ainda tem nomes fortes, além dos dois vereadores Julio Ferrari – presidente da Câmara -, e Tenente Moulon – secretário de Serviços Urbanos.

Falando no presidente, vale sublinhar a guerra – de cunho pessoal – que há dentro do PV. Julio e o presidente do Sindimunicipal, Jonathan Willian, por pouco não partiram para as vias de fato em evento no teatro Rubem Braga, promovendo um episódio vexatório. Inclusive, esse é um dos motivos de a Casa de Leis sustentar a manutenção de ataques ao sindicato, sendo que não tem atribuições legais para investigá-lo.

Não sei se o fato de ser presidente da Câmara garante a reeleição. Em 2008, Ferrari foi o vereador com a menor votação (1.232). Sendo assim, deve trabalhar dobrado caso queira permanecer no legislativo. A situação de Moulon (1.826 votos) pode ser mais favorável, já que uma secretaria colabora demasiadamente para a ampliação do capital eleitoral; desde que haja satisfação da população.

Sem mandato, podemos destacar mais três nomes do PV: Jonas Nogueira, que teve 1.181 votos; Índio, 1.038; e Marcos Santos, com 714.

Para encerrar, existe a real possibilidade de o PV perder um grande nome. E isso a partir da movimentação de alguns quadros na direção de ter candidatura própria. Ou seja, enquanto uns esbravejavam e batiam o pé contra uma composição sem a garantia da cabeça de chapa, parece que o partido só tinha olhos para os cargos na administração. O horizonte verde não mudará, mas os personagens, sim; antes de setembro.

terça-feira, 5 de julho de 2011

99% de chances de Ferraço apoiar Camilo

“(...) Se o partido PMDB tem um bom candidato a prefeito, coloca na mesa. Prefiro mil vezes apoiar um bom candidato do PMDB do que eu ser candidato. Não que não seja honroso ser prefeito de Cachoeiro, é que eu ainda tenho mandato de dois anos de deputado estadual. Só seria candidato em última hipótese (...)”
“(...) Se hoje vocês já têm um candidato do PMDB, nós já temos 99% para fazer acordo. Se vocês vão receber outros candidatos para ser candidato do PMDB, aí que só quero me reservar ao direito de ouvir os companheiros, examinar o nome, examinar através de pesquisas se a população de Cachoeiro recebe esse nome (...)

Os dois trechos acima fazem parte do discurso feito pelo deputado estadual Theodorico Ferraço (DEM), no dia 25 de junho, no diretório municipal do PMDB, em Cachoeiro. Sem dúvida, são os dois pontos mais marcantes de sua visita à sede peemedebista.
As afirmações de Ferraço o comprometeram a apoiar um candidato do PMDB. Naquela ocasião, os peemedebistas ainda não tinham um nome definido para apresentar visando o pleito próximo.
Na verdade, a situação do PMDB, em termos de nomes, não era nada positiva tanto diante das eleições majoritárias quanto para as proporcionais. Após a histórica derrota em 2008, quando não reelegeu o prefeito e não manteve nenhuma cadeira na Câmara Municipal, e também em 2010, quando não reelegeu o deputado Camilo Cola, uma nuvem negra estacionou sob o diretório local.
Nos bastidores, os militantes do partido de Ulisses Guimarães foram à luta para conseguir um nome para preencher o projeto já declarado de disputar a prefeitura de Cachoeiro. Tentaram o médico Abel Santana (PV) e o ex-vice-prefeito Jathir Moreira, ainda sem partido. Fracasso nas duas tentativas.
O nome mais recente para ingressar no partido e devolver o poder a ele foi o Ferraço. Talvez, guiado pela ausência de quadros e pela necessidade de fugir do isolamento político que o DEM lhe reserva, Theodorico vestiu a ‘sandália da humildade’ e foi ao encontro do PMDB. A seu favor havia o desejo do sexto mandato, uma ala peemedebista e o seu filho, o senador Ricardo Ferraço (PMDB).
Claro que tudo ainda pode acontecer, afinal reviravolta não é algo que nos surpreende mais. No entanto, como na política não há contrato, o que vale é a palavra. Agora é aguardar os próximos capítulos para ver se Ferraço cumprirá o exercício dos 99% de chances de fechar acordo com a pré-candidatura do PMDB. Vale considerar também que, conforme uma máxima na política, 1% costuma ser o mais provável de acontecer.

(Texto publicado na edição desta terça, 5, no jornal Aqui Notícias)

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Mudança exige o mandato

Enquanto os cachoeirenses comemoravam nesta quarta (29) o feriado de São Pedro, padroeiro da cidade, os senadores aprovaram o projeto de lei que prevê a fidelidade partidária nos cargos proporcionais e majoritários. Ou seja, quem trocar de partido sem justa causa perderá o mandato.

Também foi aprovado um destaque sobre o projeto que acaba com a possibilidade de troca de legenda com a criação de um novo partido, no caso o PSD. A matéria seguirá para votação na Câmara dos Deputados.

Em Cachoeiro, as regras impostas até então causam impacto e precaução em, pelo menos, dois políticos. O impacto é para o deputado estadual Theodorico Ferraço (DEM), que se encontra isolado politicamente para disputar as eleições de 2012. Precaução para o vereador Luisinho Tereré (DEM), que estudava a possibilidade de mudar de sigla e tinha o PSD como opção.

Definitivamente, caso o projeto se torne lei, não há nada de interessante para Tereré sair do partido. Afinal, ele teria até setembro deste ano para mudar de partido e dessa data até o dia 7 de outubro de 2012 para fazer campanha para a reeleição na Câmara Municipal, porém sem mandato.

Para Ferraço, parece aumentar a sua desistência em concorrer ao pleito próximo. Além de perder o mandato e a visibilidade, consequentemente, (se é que, na minha opinião, sua imagem não o faz depender de vitrine) ele sangra com a condenação por improbidade administrativa, que o torna inelegível – a depender do vigor da lei da Ficha Limpa para as eleições seguintes. (confira: http://www.atenasnoticias.com.br/site/conteudo.asp?codigo=19847).


terça-feira, 21 de junho de 2011

Ferraço pode desconfigurar terceira via

A parceria ofertada pelo deputado estadual Theodorico Ferraço (DEM) ao PMDB na última semana visando as eleições de 2012 pode resultar em sérios danos. Primeiro, irá agravar o racha que há dentro da sigla; segundo, poderá pôr fim à ideia de terceira via; terceiro, poderá fortalecer o adversário. Vamos às explicações.

O PMDB atualmente vive um racha em Cachoeiro de Itapemirim. Existem os membros que são a favor do ingresso de Ferraço no partido, vendo a filiação como a única forma da sigla retornar ao poder. Do outro lado, há aqueles que não admitem a conquista do poder a qualquer preço.

Como é público e notório, Ferraço e PMDB são inimigos históricos, cujos combates já alvejaram inúmeras denúncias de corrupção. Como agora aceitar na mesma casa um político que sempre foi rotulado, por eles, como corrupto? Qual a razão para aceitar uma pessoa que sempre simbolizou (também para eles) a corrupção?

Já a terceira via articulada em Cachoeiro, que une lideranças do PSB, PDT, PV e PMDB, pode deixar de existir. Na verdade, o grupo pode permanecer, porém não haverá como nutrir a concepção do nome. Isso porque a terceira via nascia entre as opções de voto de Ferraço e do prefeito Carlos Casteglione (PT). Com Ferraço no grupo, a '3ª via' polariza com Casteglione.

Embora essa terceira via cachoeirense funcione como uma espécie de cooperativa política, onde cada integrante tem o mesmo peso, sabemos que o mentor é o deputado federal Camilo Cola, que encabeça a resistência contra Ferraço no PMDB.

Vale ressaltar que esse destaque de Camilo no grupo formado recentemente é devido à sua natural liderança, baseada em sua importância histórica. Em sendo assim, Camilo representa um projeto do PMDB, já que é o presidente do partido.

A meta da terceira via é discutir metas para o desenvolvimento de Cachoeiro e escolher um nome, em consenso, para disputar as eleições. Neste caso, o ingresso de Ferraço no PMDB ou no grupo tem uma vantagem: os 40 mil votos que são dele.

Porém, há um ponto a ser analisado nessa questão. Não há dúvida que Ferraço tem 40 mil eleitores fieis. Mas, a fidelidade só existe quando ele é o candidato. Esses mesmos eleitores se sentem livres de compromisso quando é outro candidato que está no páreo. 

Exemplo claro disso são as eleições de 2004, quando Ferraço pediu voto para Jathir Moreira, na época no PTB. Jathir obteve 27.853 sufrágios e perdeu o pleito para Roberto Valadão (PMDB), que teve 41.795. Ou seja, Ferraço transferiu pouco ou quase nada dos votos de seu amplo capital político. E é muito provável que ele não seja candidato devido à problemas judiciais.

E tem outro agravante. Um grupo com Ferraço a bordo irá passar aos cachoeirenses a ideia de que para derrotar Casteglione é necessário juntar as maiores lideranças locais. O que seria uma disputa sem grandes dificuldades, por conta da última avaliação divulgada sobre a administração petista, se transformará numa arquitetura incoerente politicamente – no ponto de vista ideológico – que só fortalecerá o projeto de reeleição de Casteglione.

Estando no mesmo barco Camilo, Valadão, Ferraço e o senador Magno Malta (PR), Casteglione sairá como vítima no processo eleitoral. O grupo será uma espécie de ‘Bonde do Itabira’, que, sem freio ou não, correrá o risco de sair dos trilhos, também por representar o ‘velho ao quadrado’. A vitória não passará de obrigação; a derrota eleverá o PT a uma segunda vitória histórica no município.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Portas se fechando

As articulações recentes entre os principais partidos cachoeirenses deixam subentendido que as portas estão se fechando para o PT local. Nos bastidores, o aviso é que em outubro deste ano as siglas que hoje sustentam a base aliada ao governo sairão em debandada. A pergunta é: o que os petistas estão fazendo para não cair no isolamento?

Mesmo com a máquina nas mãos e um volume de obras vistoso, o governo ainda não é sedutor, vide o comportamento e iniciativas das lideranças. Parece que as alianças administrativas junto às siglas não saem desse patamar. Assim, quando resolverem discutir política, cada agremiação já terá a sua acomodação.

Como bem levantado pelo jornalista Ilauro Oliveira, a eleição do atual prefeito Carlos Casteglione (PT) instaurou nova era em Cachoeiro, onde os eleitores dificilmente irão optar por lideranças do passado. O novo ainda será o foco dos cachoeirenses; a Casteglione resta provar que é o novo desejado.

Para não desistir da reeleição e vir a apoiar um projeto que não é seu, o PT local tem que continuar conversando, porém colocando na mesa projetos futuros e não apenas a velha forma governista para conquistar a famosa coalizão.

Tendo no partido uma presidente, ministra, senadora, vice-governador e deputados, é evidente a força da sigla, o que falta é saber utilizar esse conjunto. Caso contrário, terá que perdir permissão e aceitar as condições para entrar em outro grupo.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Claudia Lemos é nomeada no Estado


A ex-vereadora e pré-candidata a prefeita de Cachoeiro, Claudia Lemos (PSB), foi nomeada ontem (6) no governo do Estado. Ela vai ocupar a função de gerente de projetos na Secretaria Estadual de Esportes.

O governador Renato Casagrandde (PSB) tem investido em seus correligionários, talvez seguindo a proposta de seu partido, que pretende ter candidatos fortes em todos os municípios.

Em Castelo, por exemplo, a sigla aposta em Jair Ferraço (PSB), que ocupou recentemente a Superintendência Regional de Saúde, substituindo Jathir Moreira. Em Muqui, o Frei Paulão (PSB) deve ser a aposta do partido. Paulão é secretário estadual de Cultura.

Já a Flávia Cysne (PSB) estava nomeada na subsecretaria estadual de Turismo. Porém, na sexta (3) ela foi exonerada e nomeada no cargo de Assessor Especial Nível I, da vice governadoria. O intuito também pode ser o fortalecimento de Flávia no embate em Mimoso do Sul contra o atual prefeito Giló.

Embora a vaga ocupada por Claudia não tenha o status de secretário, faz parte do terceiro escalão do governo e lhe dá voz diante dos pleitos do sul do estado e, principalmente, de Cachoeiro.  Seguindo a linha socialista empregada, tudo leva a crer que a pré-candidatura de Claudia Lemos na capital secreta também passa por Casagrande.

Debater é preciso, sempre!

Excelente a realização de audiência pública para debater o projeto de lei que reformula a estrutura da Agersa, em Cachoeiro. Apesar de o diretor já ter ido uma vez à Câmara Municipal para explicar a proposta – quando muitos vereadores estavam distantes de suas cadeiras -, é sempre importante discutir todos os detalhes para ‘digerir’ melhor o que se pretende alcançar e, por fim, todos os parlamentares terem a certeza daquilo que estão votando.

E não é apenas o projeto da Agersa que deve ser discutido; existem outros temas a se debater e muitos que não chegaram ao conhecimento público. Há pouco tempo, levantei a questão do aumento do número de vereadores de 13 para 21. Para não ser uma alteração apenas de interesse partidário para emplacar mais filiados ou garantir a reeleição, vamos também convidar a sociedade para audiência pública e ver se ela quer mais representantes na Câmara.

No próximo ano, os vereadores, certamente, votarão o reajuste salarial dos edis. A remuneração passará para vultuosos R$ 10 mil. Certo que a alteração salarial é juridicamente legal, por acompanhar proporcionalmente o salário dos deputados estaduais; porém, em audiência pública, a população pode considerar imoral ou apontar essa diferença para outros fins.

Será que a população aceitará o aumento salarial dos vereadores? Por que esse tipo de projeto só é votado em dezembro ou fevereiro? Como representantes do povo, o cidadão cachoeirense não pode ser privado desse debater.

A Câmara Municipal tem que estar mais perto dos cachoeirenses, que pouco conhecem os trabalhos da Casa de Leis. E isso se faz também com debates. Caso contrário, pode parecer o que sempre dizem por aí, que vereador e partidos só pensam em cargos.

Um exemplo que sustenta esse tipo de comentário foi a cobrança do Ministério Público, em 2010, para a prefeitura local exonerar centenas de comissionados e preencher as vagas através de concurso público. Quando muitos pensaram que a câmara faria coro com o MP, o que se viu foi exatamente o contrário: até oposicionista se dispôs a ajudar o prefeito Carlos Casteglione (PT). Fica subtendida apenas uma coisa: edis iriam perder seus indicados no governo.

Para que esse tipo de mentira não seja dito mil vezes e acabe por se tornar verdade, vamos debater todos os projetos do executivo e da Casa, se possível junto com a população. E não somente aqueles que também dispõem sobre a criação de cargos.


(Texto publicado no jornal Aqui Notícias na edição desta terça-feira (7)