segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Presente de Natal da Câmara de Cachoeiro

Com o Natal se aproximando, uma certa nostalgia pega carona com a data. Lembro-me quando ao estar próximo de receber um presente, a pessoa pedia para fecharmos os olhos e depois abri-los para a surpresa.

A Câmara Municipal de Cachoeiro hoje também começa a se tornar uma ‘caixinha de surpresas’. Só que neste caso, a depender da Casa de Leis, a população vive com os olhos fechados, até porque o pasmo não é em seu benefício.

Para tirar a venda dos olhos dos cachoeirenses, a imprensa entra num emaranhado de dificuldades forjadas - típico de regimes anti-democráticos. Fazem de tudo para que haja desistência no objetivo de conseguir a informação correta. A esquecer que a transparência deveria ser da própria Câmara Municipal.

Lembro que estive na Câmara na ‘bendita’ terça-feira quando foi aprovado, em primeira votação e em bloco, o aumento do salário dos vereadores para R$ 10 mil. Na verdade, um reajuste ao teto de 50% do salário do deputado estadual. Já ao fim da sessão, perguntei a um vereador se o aumento foi votado, ele disse que não. O mesmo indaguei a um servidor efetivo, que tem contato direto com esses números, e a resposta foi a mesma.

O fato de a votação ser em bloco ‘engessa’ todos os vereadores, já que entre os projetos pode haver um ou outro que realmente é de interesse da população. Neste caso, a matéria que melhora o orçamento particular do parlamentar pega carona. Vale ressaltar que para haver votação em bloco é necessária a anuência do plenário.

Dificilmente, um vereador não tivera conhecimento do que seria votado naquele dia. Afinal, como já foi afirmado por lá: todos têm acesso aos projetos que entram na Casa e que irão à apreciação. Se por ventura algum vereador diga que não teve conhecimento, pode ele estar mal assessorado ou desinteressado - como também já foi dito por lá.

O que não dá para entender é a responsabilidade que a Câmara demonstra não ter diante de alguns atos. Sabe-se que o aumento dos salários não impactará diretamente na vida dos cachoeirenses, considerando que o repasse da prefeitura continuará o mesmo. Por que então a Câmara não assume o que faz? Por que não mostra a cara e explica o que está propondo? Já que teme a reprovação popular não seria melhor deixar de fazer?

Soou sorrateira a aprovação do aumento salarial. Situação que impossibilita sentir orgulho da Câmara Municipal que temos. Faltaram postura, moralidade e respeito aos cachoeirenses, que foram, mais uma vez, privados do debate.

O mesmo aconteceu quando a Câmara quis aumentar o número de vereadores. Nenhum número, referente ao estudo sobre as despesas geradas por 15, 17, 19 ou 21 edis, foi divulgado. Em nenhum momento pensou-se em um quadro que fosse possível devolver recursos à prefeitura para a construção de obras, até mesmo com indicação dos vereadores.

Até hoje o presidente da Câmara, Júlio Ferrari (PV), não apresentou os números da pesquisa que apontam a aprovação dos cachoeirenses sobre o aumento da quantidade de edis e nem qual o instituto a realizou. De repente, a filosofia implantada na atual gestão do legislativo municipal é a “o que os olhos não veem o coração não sente”.

Nesta terça, haverá a votação definitiva para o aumento dos salários, que valerá para a próxima legislatura. Por conta do horário, é bem capaz de não haver tanto público. Mas, não havendo ‘resistência’ ao trabalho da imprensa, todos ficarão sabendo do resultado e da votação de cada um.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Entre o direito e os parceiros

A política de Atílio Vivácqua passa por momento único em sua história. Após revezamento entre o falecido Hélio Lima (PMDB) e o atual prefeito Zé Luiz (DEM) durante 34 anos, o município pode experimentar o ‘novo’. Porém, há uma tentativa de antecipação deste processo, já que o chefe do executivo ainda está em seu primeiro mandato.

Para alguns, Zé Luiz desabafa que, depois de cinco mandatos, estaria interessado em aproveitar a vida ao lado da família; já que desde 1977 se dedica exclusivamente aos anseios da população atiliense. Em outras ocasiões, ele dá sinais de que ainda tem muito gás para conduzir o município por mais quatro anos e demonstra esse interesse.

A verdade é que Zé Luiz tem direito à reeleição e pode optar. Mas, por outro lado, existem a vontade dos parceiros e o direcionamento de um líder. Dois personagens têm grande influência na decisão do atual prefeito diante das eleições de 2012, são eles o deputado estadual Sérgio Borges (PMDB) e o deputado federal César Colnago (PSDB).

Sérgio é um dos responsáveis pelo ingresso do vice-prefeito Nandinho, que é pré-candidato a prefeito, no PMDB. Portanto, o projeto peemedebista é conquistar a prefeitura, com o apoio de Zé Luiz.

Os tucanos também articulam junto a Zé Luiz, através do vereador cachoeirense Marcos Mansur, que tem a missão no partido de promover as costuras políticas no sul do estado. Tudo leva a crer que o objetivo é conseguir o apoio para o médico Marcos Sobreira, que já tem o nome à disposição da sigla.

Apesar de todos os parceiros, Zé Luiz pode ir contra tudo e todos caso o direcionamento de uma pessoa for contrário ao que tiver exposto. Hartunguista ‘de carteirinha’, o prefeito tentará ou não a reeleição somente de o ex-governador Paulo Hartung (PMDB) assim o quiser. E tenho dito.