sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Cuidado com o verão

A partir da segunda quinzena de dezembro inicia o período o qual as notícias políticas são escassas. E assim segue até o fim do carnaval, mais precisamente no mês de março de 2012. E muitas lideranças partidárias pegam carona nesse clima preguiçoso e aproveitam para comer um peroá acompanhado de uma gelada nas areias brancas de nosso litoral.

É exatamente aí que mora o erro, ainda mais sendo 2012 ano de eleições. Antes mesmo de dezembro mostrar sua face, já tem articuladores em pleno marasmo, acreditando que só porque o Brasil retorna às atividades apenas depois do carnaval que na política será da mesma forma.

O que temos visto nos últimos meses são partidos se articulando e se fortalecendo. A cada rodada de reunião, um toma à frente – como anfitrião – para mostrar a sua capacidade de liderar um movimento eleitoral e apresentar seus quadros, inclusive a prefeito.

Com este trabalho de musculatura, dificilmente haverá siglas na situação de presas fáceis para as raposas políticas cachoeirenses. Para conseguir alianças, terão que fazer parte do grupo, sentar à mesa e seguir as regras já estabelecidas.

É exatamente por isso que os partidos que já compõem um determinado grupo – que, na verdade, não há nenhum consolidado – devem manter vivo o diálogo, não somente com o objetivo de ampliar o que já existe, mas também para manter o que se vê. Tem que dialogar para construir ou efetivar a unidade.

Aqueles que duvidam da derrota e jogam confetes com a fantasia da prepotência podem ver todo o projeto político ir embora com a Colombina. Enquanto o sol ofusca os olhos, ao som das ondas que quebram, durante os dois meses de lazer, os mais espertos podem se lançar sobre os grupos – os quais nunca teve – e enfeitar palavras e promessas no intuito de convencê-los a ficar juntos. Assim, outubro morre no verão. 

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Mão pesada da democracia

Este episódio da partilha dos royalties do petróleo, colocando em risco econômico e ambiental os estados produtores, mostra claramente a mão pesada da democracia, no que diz respeito às decisões no Congresso Nacional.

Mesmo que a presidente Dilma Rousseff (PT) vete o projeto que onera drasticamente o Espírito Santo e o Rio de Janeiro, sabemos que os parlamentares podem promulgar o projeto, fazendo valer a lei que distribui injustamente os recursos do pré-sal.

A democracia favorece os interesses da maioria. A maioria no Congresso Nacional é composta por representantes de 25 estados – com a nossa exceção e a dos cariocas. Dilma dificilmente iria assinar um documento contra o interesse da maioria, afinal de contas – verdade seja dita – ela jamais se reelegeria com os votos maciços do Rio e do ES.

Sem dúvida nenhuma, essa briga pelo direito dos estados produtores deve ser travada no Supremo Tribunal Federal (STF). É no campo da Justiça onde os direitos são e devem ser defendidos. Não dá para entender porque não acionaram a justiça antes.

Em minha opinião, é inócuo tentar convencer os demais estados daquilo que vamos perder e do que é nosso direito, sendo que a nossa derrota é a vitória deles. Certamente, os políticos dos demais estados estão festejando a injeção de recursos que terão com a descoberta do pré-sal. Chefes de executivos devem estar planejando, fazendo mil planos de obras para melhorar a vida de sua população.

Um parlamentar que abrir mão dos recursos dos royalties, no volume arbitrariamente proposto, para defender a causa do Rio e do Espírito Santo, pode ter certeza que ele nunca mais será conduzido a um mandato por seus eleitores. Isso é natural. Por isso, repito, o caminho é judicial.

E acreditando nisso não posso deixar de enaltecer o senador Magno Malta (PR) que já ingressou com ação no STF; algo que, lá trás, ninguém fez. Apenas utilizaram um instrumento legítimo como ameaça. Talvez, se as autoridades capixabas e cariocas tivessem impetrado ação para garantir a partilha justa dos royalties quando o debate iniciou, hoje poderíamos estar respirando com mais tranquilidade.

Enfim. Por outro lado, a democracia também nos garante o direito de protesto. Minoria, uni-vos!

Com Dilma

Liderando fechamento de BRs, o senador Magno Malta conseguiu a atenção da presidente Dilma e foi recebido por ela na segunda-feira. De acordo com informações, a petista teria reconhecido exageros no atual projeto que prejudica os estados produtores. Mas, o que ela mais pode fazer, a não ser chorar o nosso choro?

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Uma causa pra chamar de sua

Habilidoso e persuasivo, o senador Magno Malta (PR) acaba de pegar mais uma bandeira: a da partilha dos royalties do pré-sal. Claro que quanto mais pessoas e autoridades abraçarem a causa, melhor. Só que nem sempre foi assim.

O debate em torno da divisão dos royalties iniciou no segundo mandato do ex-presidente Lula (PT) e ex-governador Paulo Hartung (PMDB) – mesma época em que Magno terminava o ciclo de 16 anos no Senado. E, segundo políticos, Malta pouco participara dos debates em Brasília.

Não se sabe o porquê de Magno ter se ausentado de defender o Espírito Santo de perder bilhões de reais oriundos do pré-sal. Talvez tenha sido por conta de suas arestas com Hartung; ou por falta de tempo, já que presidia a luta contra a pedofilia; ou então por desconhecer o tema.

Há quem garanta que Magno surgiu no debate no segundo semestre de 2010. Durante reunião sobre o tema em Brasília, da bancada capixaba, Magno teria chegado atrasado e saiu a tempo de conceder entrevista aos repórteres do Jornal Nacional. Sorte também é preciso. Aproveitando o ensejo, o senador distribuiu outdoors em Cachoeiro sobre a sua nova bandeira; talvez até em outros municípios.

Neste ano, o assunto pedofilia já perdeu a ênfase. Na verdade, desde as eleições de 2010, quando ele garantiu mais oito anos no Senado. A batalha agora é para salvar o direito dos estados produtores.

No fim de outubro, ele comandou o fechamento da BR que liga o Espírito Santo ao Rio de Janeiro. Agora, ameaça fechar a ponte Rio x Niterói e a Dutra para chamar a atenção da presidenta Dilma Rousseff (PT).

Sem dúvida é louvável a atitude do senador, só penso que deveria ter iniciado o embate quando a ameaça surgiu e não somente depois do assunto garantir mídia nacional.