terça-feira, 3 de junho de 2014

Família Ferraço pode continuar rachada


Corre à boca miúda que a expressão “esquema demoníaco” pode retornar ao cenário político eleitoral, desta vez por quem foi vítima do “abril sangrento” em 2010.

Meses antes daquela eleição, estava tudo certo para o então vice-governador Ricardo Ferraço (PMDB) ser o sucessor de Paulo Hartung (PMDB) no governo do Estado. Mas, a famosa reviravolta colocou o então senador Renato Casagrande (PSB) em seu lugar.

À época, Ricardo aceitou a disputar o Senado, para onde recebeu mais de 1 milhão de votos; porém seu pai, o deputado Theodorico Ferraço (DEM), acusou a troca como “esquema demoníaco”. Nos bastidores, a alteração se deu por influência do PT nacional como moeda de troca com o PSB.

Com o fim da unidade política, a liga entre os personagens daquela época acabou. O que se vê são articulações de rearranjo. Embora nada esteja definido, o esboço mostra a família Ferraço dividida, e em lados opostos aos interesses de outrora.

Ferraço pai, que denunciou o “esquema demoníaco”, ao lado de sua esposa Norma Ayub (DEM) - ex-prefeita de Itapemirim -, hoje está ao lado de Hartung, provável pré-candidato ao governo.

Ferraço filho, que sofreu em silêncio de 2010 até então, retirou sua pré-candidatura ao governo para apoiar Casagrande. Pode ele deixar claro que não comunga do posicionamento do pai, que tenta convencê-lo do contrário.

De qualquer forma, Ricardo permanece entre aqueles que o derrubaram da intenção de concorrer ao governo em 2010. Dos dois lados, há personagens sujos com o sangue do abril acusado por ele.

Ficando com Hartung (cuja candidatura é incógnita), Ricardo respeitará a possível decisão do partido; com Casagrande, atenderá o próprio interesse de disputar o governo em 2018.


Diante de seu sonho de ser governador - não tenho dúvida que esteja preparado para isso - e medindo os riscos, caberá ao senador a escolha: perder lutando ao lado de Casagrande e contra a sua sigla (isolando-se no PMDB) ou adiar para 2022 o projeto Palácio Anchieta (considerando a reeleição de Hartung).

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Hartung reúne lideranças em visita a Cachoeiro


O ex-governador Paulo Hartung (PMDB) estará nesta quinta em Cachoeiro de Itapemirim para a realização de mais uma palestra de economia. No entanto, a proximidade das convenções partidárias arranca as cortinas do evento, mostrando um cenário político-eleitoral mais uma vez exótico no município: ex-prefeito Roberto Valadão (PMDB), o deputado Theodorico Ferraço (DEM) e o prefeito Carlos Casteglione (PT) juntos.

A última vez em que os cachoeirenses viram políticos rivais unidos pela mesma causa foi na última eleição municipal, na qual Valadão e Ferraço apoiaram a candidatura derrotada do atual deputado estadual Glauber Coelho (PSB). Nesta coligação também havia o ex-deputado José Tasso (PPS).

Até então, a ‘fumaça’ de candidatura de Hartung ao governo do Estado une não só Valadão e Ferraço, como também o prefeito Casteglione – alvo da união dos ‘figurões’ em 2012. Existe a possibilidade de o PT firmar aliança com o PMDB.

Paulo Hartung estará às 17h00 no salão do Belas Artes, no Centro, onde ocorrerá a palestra sobre economia; antes, às 16h00, ele realizará uma visita à Cooperativa de Laticínios Selita.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Agersa: prefeito responde que o presidente não regula

Em resposta ao último texto postado neste blog, o prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, Carlos Casteglione (PT), disse a este blogueiro que a Lei Orgânica do município permite que ele assuma a direção da Agersa, temporariamente, já que não é o presidente da autarquia que regula os serviços concedidos pelo poder público.

De acordo com Casteglione, a regulação é feita pelos técnicos da agência, e não pelo diretor presidente – cargo que passou a ocupar hoje mediante publicação de decreto que também exonerou o diretor Luiz Carlos Oliveira, afastado há dois meses, e o interino, Paulo Cesar.


Ele revelou que estuda quatro nomes, dos quadros da prefeitura, para apresentar o currículo à Justiça, que avaliará o conhecimento técnico na área antes de permitir a nomeação. 

Prefeito vai fiscalizar os serviços que ele concede

No mínimo, surreal. Certo que o prefeito Carlos Casteglione ainda tem prazo para cumprir a decisão judicial. Porém, a antecipação em se colocar como gestor da Agersa ultrapassa a linha da coerência, uma vez que o petista passa a fiscalizar as concessões autorizadas por ele. Ou seja, o prefeito vai, praticamente, fiscalizar-se e se regulamentar.

Sem dúvida, também não entendo o fato da Justiça querer bater o martelo sobre o novo nome a dirigir a Agersa em detrimento do poder discricionário do prefeito e do crivo da Câmara Municipal, a quem cabe a sabatina.

Pela decisão do juiz Robson Louzada, qualquer nome que o prefeito nomeasse até o prazo determinado (dia 29) seria de forma interina. Ainda assim, o personagem não teria perfil que soasse contrariedade entre executor e o fiscalizador.

Um exemplo disso ocorreu na Câmara Municipal nos últimos anos, exceto em poucos períodos. O contador Hélio Grecchi, que está preso e prestes a ser exonerado, era quem cuidava da contabilidade e dos pagamentos da Casa de Leis. Como bem disse, recentemente, o vereador David Loss (PDT), os profissionais destes dois postos deveriam ser inimigos, de preferência.


Mas, como tem data marcada – não acredito que o prefeito descumprirá a decisão judicial -, a dupla (e confrontante) função não se estenderá. 

quinta-feira, 15 de maio de 2014

O telefone e a confissão

Uma vez afastado do cargo de diretor da Agersa, com direito a remuneração, agora Luiz Carlos de Oliveira será exonerado definitivamente. Junto com ele irá o diretor interino Paulo Cesar da Silva Torres. A decisão é da Justiça e o prefeito Carlos Casteglione tem 10 dias para cumprir.

De acordo com o Ministério Público, que ajuizou a ação, Luiz continuava gerenciando a Agersa através de Paulo Cesar, que era o seu indicado.

Além disso, o diretor afastado teria orientado o depoimento de testemunhas vinculadas ao processo em seu desfavor, no qual é acusado de abastecer veículos particulares com o dinheiro da Agersa.

Luiz Carlos dava as diretrizes a Paulo na condução da autarquia, decidia e também era consultado sobre o que fazer. Antes disso, Luiz noticiou a Paulo que este seria o seu sucessor interino na Agersa, ou seja, mostrando sua influência junto ao governo municipal.

E como tudo isso foi descoberto? Simples: pelo telefone. Desde quando Luiz foi afastado do cargo, todas as ligações da Agersa eram gravadas, após interceptação telefônica autorizada pela Justiça.


Se Luiz é de fato culpado na acusação do combustível comprado com dinheiro público em benefício particular ainda é algo que está em apuração. Mas, sobre a sua influência direta na condução da Agersa, mesmo afastado do cargo – justamente para que isso não ocorresse -, ele mesmo fez questão de dizer.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

“Câmara está de quatro para o Executivo”

Minutos após debaterem meios para reconstruir a imagem da Câmara Municipal, os vereadores votaram projeto da prefeitura de Cachoeiro que tinha acabado de chegar na Casa de Leis, ou seja, sem o parecer da Comissão da Justiça e sem o conhecimento pleno dos edis.

Isso foi o suficiente para o vereador Alexandre Maitan (PDT) ‘incendiar’ uma sessão até então, monótona. Segundo ele, a Câmara está “de quatro para o Executivo” e atacou também os integrantes da Comissão de Justiça que estariam se “desvalorizando”, por não exigir o parecer antes de pôr o projeto em votação.

O ingresso da matéria na ordem do dia foi solicitado pelo edil Elias do PT, sob a justificativa de urgência, por ser uma verba para a Secretaria de Educação, para a instalação de câmeras de videomonitoramento.

O vereador Braz Zagotto (SDD), integrante da Comissão de Justiça, disse que votou, mas que não repetiria o ato em oportunidades vindouras. “Votei porque me garantiram que é um projeto importante e que precisava de urgência”.

O presidente da Casa de Leis, Júlio Ferrare (PV), se opôs às declarações de Maitan e disse que o pedetista poderia ter pedido vistas ao projeto – solicitação que seria acatada por ele.


Mas, cá para nós: se existem as comissões permanentes, elas devem ser atuantes. Já que o projeto tinha urgência, caberia à prefeitura se antecipar na sua confecção e envio à Câmara Municipal, em respeito aos prazos regimentais de análise do legislativo. 

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Pesquisa mostra um Magno Malta sem força

O senador Magno Malta (PR) sempre foi visto como uma ameaça para a unidade política construída no Espírito Santo. Há quem acredite que o movimento que rui esta unidade sirva para mostrar que não sobra sustentação para um projeto majoritário, no estado, para o republicano. E a pesquisa publicada pelo Instituto Futura, no jornal A Gazeta, no último dia 3, apresenta um Malta com ascensão limitada.

Na pesquisa estimulada (a que se assemelha com a urna), o senador Magno Malta aparece em terceiro lugar, com 15,2% das intenções de voto, enquanto o ex-governador Paulo Hartung (PMDB) tem 34,1% e, o atual, Renato Casagrande (PSB), com 30%. A limitação existe a partir da rejeição mostrada: a maior entre os prováveis candidatos - 27,9%.

Outro dado curioso é o cenário sem o senador Magno na disputa. Os votos dele são praticamente distribuídos entre Casagrande (35%) e Hartung (39,4%). Se o votos de Magno fossem realmente dele deveriam acrescer, consideravelmente, as opção de branco/nulo ou, até mesmo, a de indecisos. Ou ainda reforçar um pré-candidato que simbolize oposição ao atual projeto, no caso Guerino Balestrassi.

É como se alguém dissesse: “o seu apoio é melhor para nós dois”. Afinal, para medir o que Malta representa no contexto eleitoral seria necessário um cenário sem Hartung, para identificar quem herdaria esses votos.

Magno já disse que não caminhará junto com o PMDB. Tem Hartung como inimigo e virou as costas para o PT. Não se esquece das eleições de 2010, quando esteve no palanque da unidade: enquanto pedia votos para Ricardo Ferraço (PMDB) para o Senado; pediam para Rita Camata (PSDB), em seu detrimento.

O senador também sustenta resistência por Casagrande, por este ter estabelecido um governo de continuidade ao invés de carimbar sua própria marca. Porém, nada irreversível como é com os peemedebistas.

Atualmente, Malta se diz presidenciável. Não é difícil imaginar que negociará a tranquilidade para o PR nacional, que é da base aliada à presidente Dilma Rousseff (PT), pela livre condução da sigla no estado.

Conseguindo, pode trabalhar a adesão dos partidos pequenos e tentar um enfrentamento. A tarefa é difícil, mas duvidar de Magno é besteira – basta ver seu currículo eleitoral. E outra: um discurso seu atinge Hartung e Casagrande, ou seja, o que começou e aquele que continuou. Não o temem atoa.

Na frente

A matéria no jornal A Gazeta discorda dos números. O texto diz que há empate técnico entre Casagrande (30%) e Hartung (34,1%). Ora, se a margem de erro é de 2,6 pontos percentuais, os números indicam que o ex-governador está na frente. A Futura ouviu 1,4 mil eleitores entre 22 e 28 de abril.



terça-feira, 29 de abril de 2014

Hartung se articula desde 2010

Claro que esta não é uma afirmação do ex-governador Paulo Hartung (PMDB). Mas, nem é necessária uma manifestação dele neste sentido; suas ações foram na direção de se manter próximo às lideranças de todo o estado, além de demarcar território durante as eleições de 2012.

Ainda antes de entregar a chave do palácio Anchieta a Renato Casagrande (PSB), Hartung dizia que prestaria consultoria aos prefeitos, além de ministrar palestras – quando solicitado -, no intuito de dividir seu conhecimento com o estado.

Politicamente, em minha opinião, esta foi a forma de se fazer presente no cenário político e participar do dia a dia dos prefeitos. O diálogo se manteve nesses quatro anos, e se mantêm. Nas eleições municipais, o ex-governador foi às ruas apoiar os candidatos de seu partido e, também, alguns do PT.

Com a fama de sempre ficar em cima do muro, principalmente durante seus dois últimos mandatos, Hartung trabalhou diferente nos últimos quatro anos. Posicionou-se no pleito de 2012 (resguardando a possibilidade de ser candidato), o partido entregou cargos ao governo em 2013, iniciou campanha para candidatura própria e ele pôs seu nome como pré-candidato. Não houve diferença?

Sem dúvida, ele trabalhou para manter vivo o seu capital político, no período sem a ‘caneta’, e estar pronto para um possível embate eleitoral. E essa disputa é afirmada e reafirmada pelo PMDB, através de seu presidente estadual, deputado Lelo Coimbra. O anúncio oficial do posicionamento do partido está marcado para este dia 30/04.

Continuidade

Essa história de continuidade na política mostrou mais uma vez que é fadada ao fracasso. Quem assume o posto jamais irá perpetuar a imagem do antecessor em detrimento de empregar a sua marca e a sua forma de trabalhar. E o que entrega o poder não acredita que o sucessor dará a continuidade a contento. E olha que Casagrande até tentou; o peemedebista se articulou.

Vejo que a disputa é o melhor para o Espírito Santo, cuja democracia precisa ser oxigenada através da escolha dos eleitores, e não nomeação. E é provável que o senador Magno Malta (PR) surja neste cenário eleitoral. E, com base em sua experiência, vai aproveitar a tentativa de reaproximação do PSB com o PMDB para polarizar com Hartung. Mas, isso é conversa para outro artigo.


quarta-feira, 16 de abril de 2014

"PMDB declarou guerra", diz Neucimar

Para o ex-prefeito de Vila Velha, Neucimar Fraga (PV), o PSB "não tem que conquistar quem não quer ser amado". Ele se refere à tentativa dos socialistas de ter o PMDB ao seu lado, evitando um confronto entre o ex-governador Paulo Hartung (PMDB) e o atual Renato Casagrande (PSB).

Na noite desta terça (15), Neucimar Fraga entregou uma carta a Casagrande colocando sua pretensão de ser o nome para o Senado na chapa a ser formada nas eleições que se aproximam.

A antecipação, como disse a este blogueiro, é pelo fato de haver disputa para a vaga do lado de Hartung e não haver ninguém com capital político forte nos quadros de Casagrande. Ele já desconsidera a manutenção da unidade entre as lideranças. "O PMDB declarou guerra".

Caso Hartung seja candidato ao governo do Estado, os nomes para o Senado são os ex-prefeitos de Vitória, Luiz Paulo (PSDB) e João Coser (PT), e a deputada federal Rose de Freitas (PMDB). "Só tem chinês. Enquanto isso, Renato não tem ninguém. Tenho serviço prestado no estado e coloco meu nome para ser avaliado".

Vejo que a movimentação de Neucimar é acertada. Na verdade, o PV o convenceu das possibilidades de se colocar à disposição do governador. O posicionamento é corajoso, ainda mais no momento em que poucos arriscam desacreditar na 'solidez' da unidade política; e, ao mesmo tempo, realista, já que o PMDB está a cada dia mais distante do Palácio Anchieta.

Assim que o PSB se posicionar e reconhecer Hartung como adversário, sem dúvida o nome de Neucimar terá preferência diante daqueles que surgirem. Em uma eventual parceria entre os socialistas e o senador Magno Malta (PR), a disputa pela vaga se daria entre Neucimar e o delegado Fabiano Contarato, que nunca foi testado nas urnas.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Hartung retorna a Cachoeiro na próxima semana

O ex-governador Paulo Hartung (PMDB) estará em Cachoeiro de Itapemirim na próxima semana. O motivo é a entrega dos certificados referentes ao seminário promovido pela Fundação Ulysses Guimarães do PMDB, em alusão aos 50 anos do Golpe Militar no país.

Hartung virá acompanhado do presidente do partido, deputado federal Lelo Coimbra, e do secretário da sigla Chico Donato. A entrega dos certificados ocorrerá na Câmara Municipal, em data a ser definida.

O mercado político ainda aguarda o posicionamento político do ex-governador, que pode ser o nome do PMDB para disputar o governo do Estado. Conforme já declarou o presidente da executiva estadual, a decisão será anunciada no dia 30 deste mês.

Enquanto isso, Hartung continua percorrendo os municípios com o propósito da Fundação Ulysses Guimarães. O evento iniciou em Cachoeiro, no último dia 30, e passou por Apiacá e Iúna. 

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Quem apoiou a ditadura em Cachoeiro?

Assim como nos grandes centros, Cachoeiro de Itapemirim também foi cenário da mão covarde da ditadura militar. E da mesma forma como houve vítimas desse sistema, tiveram aqueles que 'marcharam' juntos com a linha dura militar. 

Atualmente, ex-apoiadores e simpatizantes se colocam contra o regime militar, que durou 21 anos, a partir de 1964. Talvez, foram apenas a favor do 'golpe' e não da ditadura. Ou estão arrependidos; ou não revelam a predileção pelo regime frente à maioria que a abomina.

O vereador Elias do PT, na sessão ordinária de terça (1), disse que "gostaria que fosse criada uma Comissão Municipal da Verdade em Cachoeiro". 

Assim, os cachoeirenses poderiam ter conhecimento das histórias deste tempo sombrio: se houve mortes, torturas, corrupção; e também ouvir as explicações daqueles que empunhavam à arma para manter os militares no poder.

Os meios legais para a abertura de uma Comissão Municipal da Verdade existem. Já que um vereador manifestou o interesse, pode ser que ele se dedique para que aconteça. Sem dúvida, seria uma contribuição histórica tamanha para Cachoeiro, sem contar que podem surgir elementos para que a Justiça seja feita.

terça-feira, 1 de abril de 2014

Silêncio de Hartung e o grito dos bastidores

A antecipação de um posicionamento político-eleitoral não é o estilo do ex-governador Paulo Hartung (PMDB). O faz quando é para avaliar um dos seus junto ao mercado, como com o então vice-governador Ricardo Ferraço (PMDB) em 2009. E desta forma Hartung nunca perdeu uma eleição; o que significa que não mudará a tática.

Qualquer pergunta sobre sua possível candidatura ou não é em vão; a habilidade na esquiva é semelhante a do ex-pugilista Popó. Em meio à efusividade do partido, que, de repente, resolveu ouvir as bases, Hartung administra com maestria o silêncio, enquanto mede o clamor que pode lhe empurrar para a arena eleitoral.

Teoricamente, o ex-governador faz o que o senador Ricardo Ferraço não fez: mobilizar o partido em torno de seu nome. Claro que para Hartung isso não é difícil - mais por seu capital político, do que por amor. Mas, a verdade é que ninguém se movimenta sem um propósito.

O eco do silêncio de Paulo Hartung nos bastidores é mais consistente que uma rocha. Não há quem acredite que ele decline do anseio interno de candidatura própria. "O movimento é bom, dá vitalidade ao partido", disse o peemedebista a este blogueiro.

Pessoas mais próximas da cúpula do partido pontuam razões para o ingresso de Hartung no pleito, entre elas o distanciamento do PSB do PMDB. Embora um ou outro tentasse polir, os arranhões na carenagem da unidade política são indisfarçáveis. 

É claro que uma candidatura depende de apoios e de aprovação popular. Até o momento, o governador Renato Casagrande (PSB) tem a batuta e o apoio de parlamentares e prefeitos. O que não se sabe são quais garantias de apoio que nutrem a construção do projeto do PMDB.

Avaliação

Em seu último ano de mandato, Casagrande segue com o apoio de prefeitos e tem aprovação popular superior a 40%. Hartung, em período semelhante, gozava de 80%. Claro que a percentagem conquistada em outrora não permanece, porém é válida para comparações. Esta é uma linha de pensamento pró-candidatura própria que ronda pelos bastidores. 

sábado, 29 de março de 2014

Hartung confirma presença em Cachoeiro


O ex-governador Paulo Hartung (PMDB) confirmou presença no evento do PMDB cachoeirense sobre os 50 anos do golpe militar, que acontece na segunda (31), a partir das 19h00, na Câmara Municipal.

Ele retorna a Cachoeiro de Itapemirim em um momento no qual o PMDB sulino reivindica a sua candidatura a governador do Estado. O posicionamento dos peemedebistas da região foi registrado na quarta (26) na residência do ex-prefeito Roberto Valadão. 

Também estiveram presentes no referido evento lideranças sul capixabas e o ex-prefeito de Linhares, Guerino Zanon, que já foi presidente da Assembléia Legislativa. Zanon representou a executiva estadual do partido, na ocasião.

Ao que tudo indica, Hartung não seguirá a efervescência do PMDB do sul do estado, e dará espaço à cautela na condução do processo eleitoral - como é de costume. 

O estilo do ex-governador é de se manifestar no último momento, o que trava e desestabiliza o processo de aliança dos possíveis adversários. 

O seu retorno à disputa de mandato já foi anunciado por ele em 2013. E os sinais que lança para o mercado são de que não pretende retornar a Brasília. Vide a oportunidade primeira de dar eco ao clamor do PMDB que lhe quer.

quinta-feira, 27 de março de 2014

PMDB recorre à essência

Não apenas os livros de história registram o papel do MDB na luta pela democracia no Brasil, como quem acompanha a vida política do país sabe disso. Da mesma forma que sabemos que, a partir do P (de partido) a referida sigla desenvolveu tentáculos estranhos ao corpo original (vide a atuação nacional).

Enfim. Nessa quarta (26), o PMDB agiu como há anos não o faz: a executiva estadual iniciou trabalho para ouvir o que os diretórios municipais têm a dizer. É muita coragem. Os peemedebistas, históricos ou não, têm muito o que desabafar - há tempos.

Nesta data citada, o ex-prefeito de Linhares, Guerino Zanon, veio até a residência de Roberto Valadão - maior liderança do partido no estado. E, debaixo do pé de abil, com a presença de diversas lideranças sulinas, debateram a necessidade e a afirmativa de uma candidatura própria. 

O lançamento de um candidato ao governo do Estado pelo partido não é surpresa para este blogueiro. Ora bolas... qual sigla tem um quadro com tantos nomes para disputar todas as vagas que o sistema eleitoral oferece - e com condições de vitória?

O senador Ricardo Ferraço expôs sua vontade de concorrer ao cargo de governador. Não fingo reconhecer sua inteligência e capacidade para gerenciar o Estado. Mas, ele já está 'agraciado' na função de senador, a qual lhe resta mais quatro anos. E digo 'agraciado', porque o mandato de senador - 8 anos - deixa em dúvida São Pedro na hora de liberar a entrada ao paraíso.

Paulo Hartung, ex-governador (maior estrategista do estado), segue sem mandato. Mais quatro anos ausente pode cair no esquecimento, ou em desgraça, a partir dos ataques daqueles que 'devem' destruir quem lidera a concepção política local.

A executiva estadual do PMDB, presidida pelo deputado federal Lelo Coimbra, enviou o ex-prefeito de Linhares, Guerino Zanon, à casa de Valadão, para dar o ponta-pé inicial ao debate do partido sobre candidatura própria ou não. Contudo, acredito, sabendo o que iria ouvir.

Os diretórios municipais peemedebistas fizeram Guerino anotar folhas e folhas (para levar à direção) de uma única mensagem/exigência: saia de cima do muro, devemos ter candidatura própria.

E cá prá nós: essa iniciativa de ouvir as bases não é atoa; no mínimo, ela pretende coletar o clamor interno para servir de justificativa para Hartung se lançar candidato, lá pra junho. 

Para os mais atentos, as consultorias e palestras pelo estado afora foram atos para se manter sempre próximo das principais lideranças políticas. Hartung, desde que deixou o poder, nunca deixou de fazer campanha política. Com isso, sempre manteve a unidade política mutante que criou sob seu domínio.

Alguém pode questionar: Renato Casagrande (PSB) não faz parte? Faz. Fez. Desagradou. Não faz mais. Resultado: vai ter disputa.

Os peemedebistas do sul do estado cobraram... melhor, impuseram posicionamento. Embora Hartung seja o cara de maior capital político do partido, ele não é amado. E Guerino levou muita queixa do diretório cachoeirense, que é "manda-brasa", como afirmou a presidente Elisete de Paula Pires.

Poderia ter deixado o governo em 2008, concorrendo a prefeitura de Vitória, por exemplo, com a finalidade de deixar o cargo para o PMDB, já que o vice era Ricardo. Em 2010, trocou Ricardo por Casagrande - em condições obscuras - tirando o topo do poder estadual do partido. Fora as insatisfações pontuais, nos municípios...

Porém, Hartung é a 'grife' do momento. Marca esta que não pode se dar o luxo de mais quatro anos de anonimato (ele sabe disso), e nem de desagradar a base. Por isso, ele (PH) envia interlocutores para jogar lenha no fogo perpétuo peemedebista de candidatura própria, para alegar, logo, que não pode ir contra o incêndio. 

O melhor: tudo indica que haverá disputa eleitoral neste ano; ou seja, a população terá a oportunidade de avaliação e escolha. 



terça-feira, 11 de março de 2014

Prato cheio para a oposição

O afastamento do diretor-presidente da Agersa, Luiz Carlos Oliveira, do cargo pela Justiça é, sem dúvida, um prato cheio para a oposição ao PT em Cachoeiro de Itapemirim. Tido como um dos homens fortes do governo, boa parte da oposição sempre mirou Luiz como um pilar que poderia estremecer a estrutura da administração.

Os anos que antecederam o pleito de 2012, Luiz Carlos foi alvo constante de ataques, já que muitos consideravam que ele seria candidato a vereador. E pelo trabalho realizado frente à Agersa - existe o reconhecimento em todo o país - poderia ter condições frente às urnas.

Mas, a verdade, é que a decisão liminar da Justiça, com base na denúncia do Ministério Público, não tem teor político - embora desencadeará este movimento, principalmente na Câmara Municipal, iniciando na sessão desta terça (11). 

Não duvido que exista a intenção para a abertura de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI), o que testará, mais uma vez, a força do governo naquela Casa. 

Por outro lado, uma abertura de CEI pode ser contestada, já que o caso segue em apuração pelo MP. E uma CEI, independentemente do resultado que obtenha, tem o poder de somente encaminhar o que foi apurado aos órgãos competentes. Mas, como a questão é política, os vereadores podem optar pela sangria.

Defesa

Nesta manhã, à Diocesana, ele explicou que os servidores da Agersa, citados na ação, abasteciam e tinham o valor descontado na folha de pagamento. E que também atendeu a demandas do município, que passa por crise financeira (entre elas, conceder combustível a carro-pipa); patrocinou viagem de crianças do projeto Nossa Criança ao norte do estado e colaborou com o Conselho Municipal de Saúde.

Glauber

O nome do deputado Glauber Coelho (PSB) é citado na ação como um dos beneficiados na suposta fraude. Porém, tanto o deputado quanto Luiz Carlos afirmaram que o veículo que foi abastecido era de um servidor da Agersa, que adquiriu o automóvel, mas não fez a transferência dos documentos.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Juiz acata denúncia contra Tereré

O juiz da Vara da Fazenda Municipal, Robson Louzada Lopes, acatou a ação de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público contra o vereador afastado Luizinho Tereré (DEM). A decisão foi divulgada nesta semana (dia 27), como alertou, com exclusividade, este blogueiro.

Agora, a Justiça vai apurar a denúncia contra o vereador acusado de manter funcionária ‘fantasma’ em seu gabinete e de reter parte do salário dela, crime conhecido como Rachid. Os prazos legais garantem as manifestações de acusação e defesa, antes do juiz proferir o mérito.

Conforme consta na ação do MP, Tereré continuará afastado do cargo de vereador, porém sem o prejuízo da suspensão total do salário – há a retenção de 30% do vencimento. Seus bens, assim como o de sua ex-assessora Luzia Leida Feu, continuarão bloqueados.

Luizinho foi afastado em setembro de 2013, através de decisão liminar da Justiça. No fim do ano, a Câmara Municipal instaurou Comissão Processante para apurar a denúncia contra o demista, porém a maioria dos vereadores o absolveu em fevereiro deste ano. 

O relatório da comissão pedia a cassação do mandato pela manutenção de funcionária que não comparecia ao trabalho; e desconsiderou a denúncia de Rachid, por falta de provas.


Bancos: respeito à base do desrespeito

Não há dúvidas que determinados grupos de pessoas mereçam, por necessidade, de prioridade em serviços prestados, principalmente os públicos. É questão de respeito às gestantes, idosos, deficientes e outros. Porém, não se pode construir o respeito a partir do desrespeito àqueles que não integram a este grupo.

Um exemplo claro do que trato neste texto podemos ver nos bancos instalados em Cachoeiro de Itapemirim (minhas experiências são sempre no Banestes). O contador da senha realiza duas contagens: uma voltada para as pessoas que têm o benefício da prioridade; outra, para os demais. Até aí, tudo certo.

Porém, se houver 100 beneficiados pela prioridade, esta centena será atendida à frente dos demais clientes, que chegam a ficar, no mínimo, uma hora e meia aguardando por atendimento.

Como se não bastasse, quase nunca todos os caixas estão ocupados por seus respectivos funcionários, o que colabora com a morosidade e reforça o desrespeito a quem não está à luz da ‘prioridade’.

Entendo que se houver alternância no contador da senha entre aqueles que têm prioridade e os demais, o respeito está garantido a todos. Creio que pode ser até dois (prioritário) por um; ou três. O que não pode é a arrogância ao ignorar os demais cidadãos, que se afogam em frustrações ao olhar ao relógio e constatar outros compromissos em desonra.


E o pior, ao questionar o sistema caduco de prioridade a qualquer funcionário desses bancos, todos se manifestam em uníssono: estamos respeitando à lei municipal. Ou seja, neste caso, a culpa é dos nossos vereadores. 

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Justiça aprecia nesta semana acusação contra Tereré

A denúncia apresentada à Justiça pelo Ministério Público contra o vereador afastado Luizinho Tereré (DEM) pode ser apreciada nesta semana. Na ocasião, o juiz Robson Louzada vai avaliar a ação judicial e decidir se aceitará ou não a acusação. Caso aceite, o magistrado dará início aos trâmites legais, de defesa e acusação, que antecedem o mérito.

Tereré foi afastado da função de vereador em 2013 após liminar concedida pela Justiça. Ele é acusado de reter parte do salário de sua assessora (Rachid) e de mantê-la como funcionária fantasma.

O demista também foi investigado pela Comissão Processante criada pela Câmara Municipal, porém foi absolvido pela maioria dos pares, apesar de o relatório pedir a cassação de seu mandato pela manutenção de uma funcionária que não trabalhava – conforme o documento.

Enquanto a Justiça não se manifesta para decidir o caso, a Câmara Municipal continua arcando com as despesas salariais de 20 vereadores, ao invés de 19 – composição legal. Isso porque Tereré, mesmo afastado, recebe salário – como autorizou a liminar da Justiça.

Crédito foto: Aqui Notícias



terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

PT vai de Leo?

O vereador licenciado Professor Leo (PT), que ocupa a Secretaria de Desenvolvimento Social, já manifestou o seu interesse em disputar vaga na Câmara dos Deputados. Inclusive, articula a possibilidade em Vitória, para não ser atropelado pelos caciques do partido. O que não está claro é o apoio do diretório petista cachoeirense ao seu projeto político.

O prefeito Carlos Casteglione, sem dúvida a maior liderança do partido no município, esteve em Brasília na semana passada e afirmou à imprensa local que apoiará a reeleição do deputado federal Camilo Cola (PMDB) e a possível candidatura do vice-governador Givaldo Vieira (PT).

Casteglione também foi do Professor Léo, porém em tom de dúvida. Não sei até aonde o apoio do prefeito é interessante para Léo, ainda assim uma manifestação positiva do chefe do executivo municipal mostra a unidade da sigla em torno do projeto do vereador licenciado.

A única 'unanimidade de interesses' no PT local ocorre diante da reeleição do deputado estadual Rodrigo Coelho (PT). Por que não o mesmo com o Leo, que não tem a candidatura posta semelhante ao vice-governador Givaldo Vieira?

Certo que ainda é cedo, mas como Casteglione já se posicionou soou mal o apoio antecipado a Camilo em detrimento a Leo. Isso gera uma dúvida aos simpatizantes do PT: por que uma dobradinha entre Camilo Cola e Rodrigo Coelho seria mais interessante?

Em 2010, Casteglione garantiu apoio à candidatura de Camilo e de Iriny Lopes (PT), ambos para federal. No entanto, apenas Iriny foi contemplado com o pedido de votos. 

Após as eleições, o prefeito fora espinafrado por Cola, inclusive sendo chamado de "prefeito-tartaruga". Camilo considerou que não conseguiu a reeleição pelo fato de o prefeito não ter transformado em obras as suas emendas parlamentares destinadas ao município.

O megaempresário, desta vez, menosprezou a existência de um candidato à altura para representar a região sul em Brasília - a isto inclui-se o petista Professor Leo. Ao que parece, a crítica ofensiva não incomodou o PT local. Talvez, os resultados da dobradinha a ser construída sejam mais pomposos do que a competência e dignidade de um companheiro. 

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Absolvição de Tereré e os seus significados

Na política, quando um ganha, outro perde - ou outros. O vereador Luizinho Tereré (DEM) venceu, sendo absolvido da cassação sugerida pelo relatório da Comissão Processante. É inegável que a apreciação da Câmara Municipal é política; a decisão técnica será apresentada pelo Judiciário.

Deixemos de lado, por enquanto, a bela defesa feita pelo advogado Wilson Márcio Depes (creio que não modificou o que já estava decidido por cada vereador), e também a conclusão paradoxal do relatório da CEI, que anulou o rachid, sublinhando a inocência do réu (se não há rachid por que haveria funcionário fantasma?).

Vamos lá: o grupo que queria a cassação do mandato de Tereré não conseguiu reunir 13 nomes. Este grupo tem como membros o presidente da Casa de Leis, Júlio Ferrare (PV), e o PT, que governa o município. 

Não posso afirmar que a presidência do legislativo e a prefeitura articularam o movimento de cassação; ao mesmo tempo, seria loucura imaginar o contrário. Na hipótese da insanidade, perderam força política Ferrare, que neste ano enfrenta eleição interna, e o governo, que necessita de governabilidade.

Outra leitura é sobre o posicionamento dos vereadores diante do Ministério Público. Brasil afora, não há um prefeito sequer ou presidente de Câmara Municipal que não se queixe das intermináveis recomendações do MP, que, ao invés de investigar, parece querer administrar no lugar do gestor escolhido pelo povo.

Aos que não sabem, a investigação na Câmara contra o Tereré teve início após ação judicial do MP. No geral, a maioria dos elementos contidos no relatório é de origem do processo impetrado pelo Ministério Público. Muitos que votaram contra a cassação esboçaram um basta em nome da autonomia da Casa.

Curiosidade
Pelo menos para mim soou muito estranho o vereador Zuca (DEM) votar; afinal ele é suplente do Tereré, por isso parte interessada. Mesmo sendo do mesmo partido, votou pela cassação.

O mais curioso é que os dois são amigos e, obviamente, o partido jamais orientaria um correligionário a votar contra o outro. A não ser se for uma tática para anular a votação em caso de uma possível cassação.

Testemunhas
Desqualificando as três testemunhas de acusação, o advogado de defesa do demista provou que dois estão lotados na prefeitura; e um, no gabinete da presidência da Câmara Municipal. Constrangimento.

Relatório
O murmúrio pelos corredores da Câmara Municipal é de que o relatório não foi feito pelo vereador Braz Zagotto (SDD), o relator; um advogado fora pago para isso.

Mérito
Não há como dizer se Tereré é inocente ou não, considerando que a votação na Câmara Municipal é política. O mérito será conhecido quando da decisão da Justiça.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Relatório pede pela cassação de Tereré

Há poucos dias de se encerrar (completa 90 dias dia 17), a Comissão Especial de Inquérito (CEI) apresenta nesta quarta (12) o relatório final das investigações sobre os supostos rachid e manutenção de funcionária fantasma por parte do vereador afastado Luizinho Tereré (DEM). A sessão extraordinária inicia às 15h00.

O documento, que será votado pelo plenário, direciona a cassação do mandato de Tereré, porém não pela prática de rachid (retenção de parte do salário de assessor), e sim por manter funcionária que recebia sem trabalhar.

Os vereadores que compõem a CEI não conseguiram provar o rachid. Em relação à segunda acusação, que motivou o pedido de cassação, os documentos enviados pelas escolas, onde atuou a ex-assessora do demista, foram considerados contundentes.

Agora, o plenário decidirá pela aprovação do relatório, cassando o mandato do vereador, ou pelo seu arquivamento. Tereré terá duas horas para fazer a sua defesa da tribuna da Câmara Municipal. 

A informação é de que a votação será aberta, seguindo a determinação de recente emenda feita à Constituição. Com isso, a população saberá o posicionamento de cada vereador, que, antes e/ou depois da votação, justificará o voto.

Na pele de Tereré?

Na Câmara Municipal existem políticos, que defendem - além dos anseios da população - interesses de seus partidos e grupos políticos. Por isso, qualquer julgamento feito naquela Casa de Leis terá cunho político, jamais o contrário. 

E é neste entendimento que ninguém optaria em estar na pele do vereador Luizinho Tereré (DEM), prestes a ter o seu mandato decidido por seus pares. Para ser mais exato, a votação do relatório da CEI acontece nesta quarta (12), a partir das 15h00. Ele é acusado de rachid e de ter funcionária 'fantasma'.

Iniciei reforçando o julgamento político por lembrar que, recentemente, o vereador Fabrício do Zumbi (PROs) se pôs contra este tipo de condução quando os edis discutiam a abertura de uma Comissão Processante contra o prefeito Carlos Casteglione (PT).

Um julgamento técnico quem deve fazer é o judiciário, cujos membros têm vasto conhecimento da legislação em voga - ainda assim já ouvimos falar em venda de sentenças. 

Nas Câmaras Municipais, é claro que há o respaldo jurídico de pessoas competentes. Porém, esse suporte é utilizado durante a abertura de um instrumento de investigação e na tramitação. O voto não se apoia no departamento jurídico, o viés é unicamente político.

E a situação de Tereré não é cômoda pelo fato de os vereadores da situação serem a maioria e de o governo petista não ter engolido até hoje a cassação do mandato de Arlete Brito (PT), por rachid - à época, Tereré foi o relator.

É óbvio que a administração municipal não se manifestará a respeito do trabalho da CEI, mas é impossível crer que não há movimentação por debaixo dos panos. Luizinho, afastado do cargo, era um dos vereadores mais atendidos (para Córrego dos Monos) pela prefeitura, embora de oposição.  

Se depender do julgamento político da Câmara Municipal, o demista pode se decepcionar. Caso tenha o mandato cassado, terá que solicitar o seu retorno à Justiça, onde, desde 2010, Arlete pleiteia. 

Provas
Apesar de não saber dos trâmites da CEI, não se enquadra totalmente justo os réus não se defenderem das novas provas que chegaram. Documentos de escolas onde a suposta funcionária fantasma trabalhou - que apresentavam o confronto com a folha de frequência da Casa de Leis - chegaram à CEI depois das oitivas. Será que essas provas podem ser consideradas?

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Centro de Saúde em situação de emergência

A prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim decretou na quarta-feira (5) Situação de Emergência em decorrência de problemas nas instalações elétricas do Centro Municipal de Saúde ‘Bolívar de Abreu’. O prazo é de 180 dias, podendo ser prorrogado.

De acordo com o decreto, os problemas nas instalações elétricas causaram danos de muitos circuitos elétricos, perda de equipamentos, além de colocar em risco a integridade física dos servidores e usuários.

A situação chegou a paralisar serviços importantes, como o atendimento médico, odontológico, farmácia, laboratório de análises clínicas, sala de vacina, exames de Raio X, eletrocardiograma, entre outros.

Antes que o caos se estabeleça na saúde do município, a prefeitura terá que agilizar a reforma geral nas instalações elétricas do ‘Centro de Saúde’ para garantir a continuidade da prestação do serviço.

Ricardo soletra a obviedade

Desde quando retornou ao PMDB, após deixar o PSB, onde se elegeu governador em 2002, o ex-governador Paulo Hartung dá as coordenadas aos peemedebistas. Os históricos, por vezes contrariados, acabam por seguir a maré, pois quem os tem navegado é o ‘mar’.

Na última semana, o senador Ricardo Ferraço (PMDB) chorou mais cedo o ‘abril sangrento’ –versão 2014 – deixando no ar uma espécie de cobrança de posicionamento por parte de Hartung, diante das eleições majoritárias deste ano, em artigo publicado no Valor Econômico.

Assim como em 2010, Ricardo se predispõe a ser o pré-candidato do partido e, mais uma vez, sob a sombra de Paulo Hartung, que pode inviabilizar ou não projeto. A “dissimulação” no trabalho da costura política é a marca do ex-governador, que, provavelmente, pode ter aprendido com o próprio pai do senador, o deputado Theodorico Ferraço (DEM), com quem já trabalhou.

Evidenciar o jeito de fazer política de Hartung é o mesmo que ‘chover no molhado’, ele é de se posicionar no último minuto para o registro de candidaturas, fazendo com que outras lideranças fiquem dependentes dele para se coligarem.

O que Ricardo deve cobrar é uma posição efetiva do PMDB – ainda o maior partido do país. Levantar a bandeira da antecipação das convenções no estado e definir se a sigla caminhará com o governador Renato Casagrande (PSB) ou em projeto paralelo, já que depende desta certeza (mesmo que embrionária).

Quem vê de fora tem a leve impressão que o PMDB preserva a imagem de Hartung ao apresentar outro alvo aos adversários, neste caso uma pré-candidatura de Ricardo. O artigo do senador, de certa forma, serviu somente para reafirmar quem dá as cartas no partido.