quinta-feira, 21 de julho de 2011

Racha pode prejudicar Ferraço

Há algumas semanas, circulou a notícia de que o deputado Theodorico Ferraço (DEM) teria se reunido com o senador Magno Malta (PR), no entanto o assunto conversado não teve publicidade. Até então, sabia-se, pelo próprio Ferraço, que a relação entre os dois era de fidelidade diante das eleições 2012 em Cachoeiro. Tanto que o demista afirmou o compromisso quando esteve na sede do PMDB local.
 
Mas, como na política tudo muda a todo instante e nem sempre os bastidores têm acesso a todas as entrelinhas, parece que há um clima de racha no ar. Digo isso diante das últimas notícias envolvendo os senadores Ricardo Ferraço (PMDB) e Magno.

Malta se encontra no olho do furacão depois que explodiram as suspeitas de corrupção no Ministério dos Transportes, pasta a qual o seu partido ocupa. Além disso, o senador evangélico teria poder de indicação no Dnit, onde seu irmão faz parte. E agora existem suspeitas de Magno ter se beneficiado de recursos de empreiteira durante a campanha eleitoral em troca de benefícios futuros.

Diante de toda essa questão, Ricardo afirmou à imprensa capixaba que endossaria a criação de uma Comissão Especial de Inquérito (CPI) para investigar seu companheiro de Senado. O mesmo companheiro que lhe assegurou apoio quando Ricardo articulava sua pré-candidatura ao governo do Estado, cujo fim todos já sabem.
 
Imagino que se Ferraço pai estivesse vivendo um ‘mar de rosas’ com Magno, como declarado, poderia Ricardo não atingi-lo publicamente. Afinal, pai e filho, antes de tudo, estão focados no pleito de 2014.

Logo depois das declarações do senador peemedebista, Magno, que também é presidente estadual do PR, direcionou seu partido a disputar contra o PMDB as prefeituras capixabas em 2012. Vale ressaltar que no PMDB se abriga também o seu desafeto político Paulo Hartung, ex-governador.
 
No entanto, tudo indica que, para Magno, não há mais diferenças entre Ricardo, Ferraço e Hartung. Caso o deputado Theodorico ainda planeja se filiar ao PMDB, obviamente não terá o apoio de Magno, concretizado com o não lançamento do nome do deputado Glauber Coelho (PR).
 
Tudo leva a crer que o interesse de Ferraço no PR era o não ingresso de Glauber na disputa, uma vez que o republicano aparece em segundo nas pesquisas de intenção de voto. E mais: fechando com Magno, o ex-prefeito teria o apoio da igreja evangélica; já que, teoricamente, a católica caminha com o PT.

Neste cenário, o favoritismo de Ferraço pode ruir e forçá-lo a cumprir o apoio oferecido ao PMDB, alimentado por uma suposta fúria contra o senador. Nessa linha, até mesmo a cabeça de chapa peemedebista pode entrar novamente em discussão, abrindo espaço para novos quadros e garantindo a representação em Brasília.

Um comentário:

  1. Leandro, parabéns. As mudanças no cenário são tantas quantas as águas do rio itapemirim que passam debaixo das pontes de Cachoeiro.

    ResponderExcluir