quinta-feira, 29 de setembro de 2011

PMDB é a próxima agenda de Braz

Além das agendas administrativas, o prefeito em exercício de Cachoeiro, Braz Barros (PR), realizou inúmeros encontros políticos, no intuito de tentar construir uma unidade em torno do governo petista e, conseqüentemente, em favor do projeto de reeleição do prefeito Carlos Casteglione.

Nessas duas semanas, cerca de 10 partidos sentaram à mesa com Braz Barros, além de lideranças como o deputado Glauber Coelho (PR) e o médico Abel Santana (PV). Na quarta-feira (28), o diálogo foi com quatro vereadores – Wilson Dillen (PRB), Alexandre Bastos (PSB)m Professor Leo (PT) e David Loss (PDT) – no intuito de reforçar a governabilidade.

O próximo passo de Braz, antes de reconduzir o cargo na segunda ao titular, é conversar com o PMDB. O prefeito em exercício vai agendar reunião com o vice-presidente do diretório peemedebista local, ex-prefeito Roberto Valadão.

Porém, a conversa com o PMDB não será a respeito de sua filiação, uma vez que Braz está de saída do PR – com o consentimento do senador Magno Malta, que é o presidente estadual da sigla. A pauta são as eleições de 2012.

É sabido que o partido de Ulysses Guimarães está irredutível diante de uma aliança com o PT. Há pouco, quem dialogou com o partido sob o mesmo foco foi o petista Rodrigo Coelho. Braz chega para reforçar e tentar transformar o não em sim.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A razão de Tiririca

O deputado federal Tiririca (PR) disse recentemente à imprensa que a Câmara dos Deputados é uma “casa de loucos”. Sinceramente, é impossível não concordar com o parlamentar que teve a segunda maior votação da história para o cargo. Todas as mazelas que existem nas Câmaras Municipais Brasil afora – como falta de participação nos debates e demais atenções paralelas – ocorrem por lá em maior proporção.

Este colunista esteve no plenário da Casa na quarta-feira (21), quando foram votadas, entre outras coisas, a Comissão da Verdade – projeto da Presidência da República. Dos mais de 300 deputados, menos de uma dezena participou efetivamente do debate, seja em defesa ou contra.
Este ponto talvez nem tenha tamanha gravidade, pois outro parlamentar pode ter se ausentado do debate por manter a sua posição definida, a qual será expressada por meio do voto. O pior é o comportamento de outros pares: uns dormem, outros leem revistas, enviam mensagens pelo celular e, em grupos, têm assuntos diversos que nenhuma relação há com o projeto em discussão.

E não fica somente por aí. Boa parte dos nobres representantes do povo não sabe para onde vai o vento. Ou seja, desconhece do que se trata a matéria e chega a perder o momento da votação. Quando orientado por um atento assessor, o infeliz vai até o microfone e registra, após a liberação do presidente da Casa, o seu voto retroativo.

No entanto, pode muito bem o deputado permanecer sem o conhecimento do projeto que acabou de votar. Acontece que lá existe a salvação dos desatentos: no telão, também há a indicação de voto dos partidos diante de cada matéria da pauta. Sendo assim, antes de manifestar o seu sufrágio, o deputado desatento consulta a orientação de sua sigla e diz: “voto de acordo com a indicação do partido”.

Antes da aprovação da Comissão da Verdade, que tem o objetivo de apurar violações aos direitos humanos durante a ditadura militar, foi para a apreciação a urgência da matéria, que teve a maioria esmagadora dos votos. Derrota da oposição, representada ferrenhamente pelo deputado militar Jair Bolsonaro (PP/RJ)

Logo, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT/RS), interrompeu a sessão no intuito de conversar, por 15 minutos, com os líderes de cada partido. Os 15 minutos se tornaram quase uma hora (sem nenhum exagero) e os deputados que ficaram no plenário iniciaram protesto quanto à demora, ameaçando ir embora. Sabe-se lá qual o teor da negociação para votar o projeto. Em meio a tanto barulho, quem desistiu de ficar foi eu.

Há de se registrar também que a semana de trabalho na Câmara encerra, para muitos deputados, na quarta-feira. Alguns servidores de lá chegam a brincar que se alguém decidir andar nu pelos corredores do legislativo federal dificilmente será flagrado. Tanto que na quinta-feira (22) houve a polêmica aprovação de 118 projetos em três minutos, na reunião do CCJ, com a presença do deputado Cesar Colnago (PSDB) e mais um.

Sem dúvida, existem os deputados federais dedicados às questões nacionais e as de seu estado. Porém, não é difícil perceber que uma parte considerável simboliza o desperdício de dinheiro público e desesperança de um Brasil melhor. Mas, vale refletir que uma tartaruga não sobe sozinha ao alto de um poste. A população precisa urgentemente se politizar.


Reeleição?
“Meus assessores dizem que todo mundo, no fim, gosta daqui, quer voltar. E que comigo vai ser assim também. Mas, por enquanto… não sei, não.” – Tiririca.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

A greta e o vento

Esta é a segunda vez que o vice-prefeito Braz Barros (PR) assume interinamente a prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim. A primeira foi em 2009, quando o titular Carlos Casteglione (PT) tirou férias. E a primeira agenda de Braz, nesta quinta-feira, foi política. Em seu gabinete, no palácio Bernardino Monteiro, ele recebeu o deputado Glauber Coelho (PR), que, assim como o senador Magno Malta (PR), não é simpático ao PT cachoeirense.

É de se imaginar que Braz deva ter comunicado Casteglione desta sua agenda com Glauber. Já os palacianos ficaram boquiabertos ao ver Coelho caminhar pelos corredores em direção ao gabinete. Das salas, brotavam olhares surpresos.

No mundo republicano, Braz é uma espécie de último dos moicanos. Acontece que assim que Casteglione tomou posse em 2009, logo Magno e Glauber romperam com o governo. Barros, que é vice, decidiu ficar, mesmo contra a maré. Neste ano, ele suportou ressaca ainda mais forte e permaneceu.

Na manhã desta quinta, como prefeito interino, ele incorporou o conciliador. Bom de oratória, pôs à mesa inúmeros argumentos na intenção de convencer Glauber a ser um aliado não apenas do governo, mas do PT. Certamente seu pedido tem raízes em 2012.

Após ouvir em silêncio, faltou mesa para o deputado acomodar todos os motivos que sustentam sua insatisfação com o PT. Porém, Glauber disse que é de sua natureza não guardar mágoa e, metaforicamente, amenizou dizendo que a porta não está completamente fechada, o que garante, pelo menos, a passagem de vento. Resta saber se esse vento terá força para abrir a porta.  

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Vice evangélico em um partido forte


Os riscos que dificultam a candidatura do deputado estadual Theodorico Ferraço (DEM) a prefeito de Cachoeiro são fortes e já foram abordados aqui. Tanto que ele não afirma a sua participação no pleito e utiliza como escudo o discurso de apoio a um nome em consenso com outros partidos.

Para sair do isolamento político partidário e garantir mais eleitores, Ferraço articula para ter um vice evangélico, uma vez que ele sempre encontrou restrições na igreja católica. Durante entrevista concedida ao programa Jogo da Verdade, da rádio Cultura, de Castelo, na quarta (31/08), ele citou três vezes o nome de Rogério Glória, que é irmão do vereador Fábio Mendes Glória (PMDB).

Theodorico enalteceu Rogério, dizendo ser ele uma pessoa “religiosa e de caráter exemplar”. E complementou que seria excelente se o PMDB ou o PR o agasalhassem. Ou seja, Ferraço quer a proximidade com o PMDB para não se opor ao filho, o senador Ricardo Ferraço (PMDB), e o PR para abraçar os evangélicos e ser abraçado nas urnas. Rogério é evangélico.

E essa construção não é impossível. O PMDB busca no meio empresarial um nome para lançar como candidato a prefeito, pois muitos peemedebistas não acreditam na candidatura do deputado Camilo Cola (PMDB), embora ele seja pré-candidato. E, enquanto isso, aguardam por Abel Santana (PV). Mas, se o partido não tiver um nome, pode ocorrer de apresentar um vice a Ferraço.

Abel
Durante a entrevista a Cezar Nemer, Ferraço disse não saber se apoiaria Abel caso este se filiasse ao PMDB. O silêncio, segundo o deputado, foi em respeito ao fato de Santana estar em outro partido; o que não ocorre com Rogério Glória.

Na mesma entrevista, o demista fez uma observação interessante, deixando subentendido que se Abel continuar no PV ele pode perder a oportunidade de ser cabeça de chapa no pleito seguinte.

Ferraço evidenciou que o PV “está de galope” no atual governo cachoeirense, ocupando secretarias; e integrantes da executiva estadual também fazem parte do governo de João Coser (PT), em Vitória. “A não ser que o PT lance Abel”, suspeitou Ferraço.