quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

CTRVV fica por mais nove meses

Já é o sexto termo aditivo que a prefeitura de Cachoeiro faz com a empresa Central de Tratamento de Resíduos Vila Velha LTDA (CTRVV), desde 2005. O contrato com ela já venceu, e a administração municipal realizou licitação, que foi atravancada por conta de recursos apresentados por participantes.

Desta vez, a Secretaria Municipal de Administração, Logística e Serviços Internos prorrogou o contrato por mais nove meses, a contar de quarta-feira (29/12), com a justificativa de atender as necessidades da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos. Aos poucos, a CTRVV vai ficando.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Prefeito banca a queda no preço da passagem


O anúncio de redução do preço da passagem do transporte coletivo é pra valer. O prefeito de Cachoeiro, Carlos Casteglione, publicou o decreto que fixa a tarifa em R$ 1,80 no Diário Oficial desta quarta-feira (29/12). O valor atual é de R$ 2,00 e a empresa que presta o serviço para o município havia sugerido aumento para R$ 2,20.

O novo preço passa a valer a partir de janeiro de 2011. Assim que a medida for sentida no bolso dos cachoeirenses que utilizam o serviço de transporte coletivo, a população poderá associar o benefício adquirido ao interesse público do prefeito. Claro que para ter esse retorno será preciso habilidade.

Secretário pede exoneração


Como divulgado no último texto postado aqui, o secretário municipal de Administração, Logística e Serviços Internos, Manoel Eduardo Baptista Cabral, pediu exoneração da prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim. A exoneração foi publicada na edição desta quarta-feira (29/12) do Diário Oficial.

Recentemente, o nome do secretário foi citado nas investigações em torno da empresa Impacto, que teria participado de esquema de fraude em licitações em diversos municípios capixabas. A Polícia Federal averigou conversa telefônica entre Manoel e um representante da referida empresa. No entanto, não ficou provada nenhuma participação do secretário no suposto esquema fraudulento. De acordo com informações, Cabral se dedicará à iniciativa privada.

Mudanças no secretariado


Importantes mudanças no primeiro escalão da prefeitura de Cachoeiro enfim serão feitas pelo prefeito Carlos Casteglione (PT) em 2011. Algumas alterações terão ligações diretas com novas composições político-partidárias, que poderão servir para incrementar e fortalecer o governo.

Como já escrevi neste espaço, haverá em 2011 uma espécie de força-tarefa por parte do governo de Renato Casagrande (PSB), que não medirá esforços nos investimentos para alavancar a avaliação do petista. A medida é uma solicitação do PT estadual, já que o partido deposita somente em Casteglione a chance de permanecer com uma prefeitura no estado a partir de 2012.

E essa articulação tem o apoio integral do PV estadual. Como contrapartida, os verdes irão participar ativamente da administração cachoeirense e, claro, terão pulso firme diante dos vereadores que insistem em fazer oposição. Tanto que já teria duas secretarias à escolha do Partido Verde.

Outra sigla que irá compor com o governo é o PMDB. Assim como o PV, os peemedebistas também terão seu DNA dentro do palácio. Ainda não se sabe qual pasta e quem a chefiará, o certo é que o governo está disposto a atender à solicitação feita. A primeira conversa nesse sentido será a bordo do novo avião do presidente do partido em Cachoeiro, deputado Camilo Cola. Casteglione viajará com o parlamentar rumo à posse de Dilma, em Brasília.

Fora as trocas de peças por influência política, outras secretarias também terão novos gestores. Na pasta de Desenvolvimento Social, por exemplo, Nilcéia Pizza fora convidada a integrar a equipe de Rodrigo Coelho, que assumirá a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos. E a informação é que ela teria aceitado a nova empreitada.

Outras possíveis mudanças podem ocorrer nas pastas de Obras, Saúde, Educação e Comunicação. Vale ressaltar que mais duas secretarias foram criadas por Casteglione: a de Gestão Estratégica e a de Gestão de Transportes. As intervenções servirão para oxigenar o governo e também para reverter a rejeição que algumas pastas têm acumulado junto à opinião pública.

Um ponto positivo para o governo a partir de 2011 é o ingresso do vereador Marcos Mansur (PSDB) à base aliada. Colocada como dependente da Câmara pela unanimidade dos edis, a administração municipal poderá enfim conquistar a maioria no legislativo. Acontece que Gildo Abreu (PT) assumirá no lugar de Glauber Coelho (PR), que foi eleito deputado estadual; e ainda há o novo posicionamento do PV, que tem dois parlamentares na Casa.

Retornando ao novo secretariado, vale ressaltar que é fundamental escolher quadros competentes dentro dos partidos aliados. Pois a nova equipe terá o papel de executar, em curto prazo, tudo aquilo que ainda não surpreendeu positivamente a população cachoeirense. Atingir essa meta é o equivalente a dar a musculatura necessária para Casteglione disputar a reeleição.
 
Em tempo
 
O secretário municipal de Administração, Logística e Serviços Internos, Manoel Eduardo Baptista Cabral, não permancerá na prefeitura. Informações dão conta de que Manoel se dedicará à iniciativa privada.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Prefeito se redime e populariza


Entrando no terceiro ano de seu mandato – ano crucial para qualquer governante – com o pé esquerdo; o prefeito de Cachoeiro, Carlos Casteglione, resolveu dar dois passos para trás. Com isso, ele não só percebeu o quanto seus pés afundavam na lama como também viu o quão longe estava da população, a mesma que o escolheu nas eleições de 2008.

Ainda com a avaliação em baixa, Casteglione teve a coragem de tomar algumas ações de alto grau de impopularidade. Quer o prefeito estender tributo referente à Vigilância Sanitária para empresas e setores, que, com o apoio dos vereadores, estão exalando ódio por onde passam.

Há pouco, o petista resolveu regulamentar o uso do Passe Livre, que é o transporte gratuito do município. Com a alteração, somente utilizaria o serviço quem realmente necessitasse, mediante uma série de critérios para poder se cadastrar. Ficaria de fora os trabalhadores que recebem mensalmente apenas um salário mínimo, e essa é a classe que mais se injuriou.

Na minha opinião, a medida não é incorreta. No entanto, deveria ser adotada no momento de sua criação, o que o fascismo não permitiu. Caso a gratuidade fosse direcionada ao público que realmente precisasse, jamais haveria reclamação. O problema todo é retirar uma gratuidade num momento em que todo mundo a vê como direito adquirido.

Voltando ao assunto, Casteglione conseguiu emplacar duas medidas impopulares num período recorde. Sem dúvida, jamais conseguiria qualquer reação durante 2011 e estaria fadado ao fracasso nas urnas logo após este réveillon.

Como se tivesse enfim sonhado com Maquiavel, o petista conseguiu tirar o pé do acelerador ao perceber que estava rumo ao precipício. Decidiu ampliar – após anunciar a redução - o benefício do Passe Livre aos trabalhadores, que não recebem o suficiente e teriam o preço da passagem como um carrasco de sua renda mensal.

E foi mais longe. Resolveu, estrategicamente, comprar briga grande com a empresa Flecha Branca ao exigir que o preço da passagem seja reduzido de R$ 2,00 para R$ 1,80, num momento em que a concessionária pediu R$ 2,20. Apesar da série de investimentos feita pela Flecha Branca, a imagem dela diante da população não é a das melhoras, ainda mais quando o assunto é monopólio.

Não duvido que haja esse posicionamento político por parte do governo: sair do espaço vago onde orbitava para ficar ao lado da população e lutando a favor dela. A empresa vai gritar com todas as suas forças, até porque, mesmo tendo lucro considerável, ela tem as suas despesas e deixa de ganhar com as diversas gratuidades existentes (idosos, deficientes, policiais e outros). Mas, ao fim, nenhum cachoeirense irá se comover com as lágrimas da viação e pode ainda começar a ver o prefeito com bons olhos. Só falta agora desistir do imposto.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Banquete político do pai


O almoço que ocorreu na quinta-feira no restaurante Belas Artes, em Cachoeiro, onde o vice-governador Ricardo Ferraço (PMDB) agradeceu a sua eleição ao Senado à dezenas de lideranças, teve um tempero futurístico. Ao que se sabe o evento foi promovido por seu pai, o deputado Theodorico Ferraço (DEM), que, como cozinheiro mestre, utilizou ingredientes para receber os elogios em 2012.

Estrategicamente, Ferraço não convidou o prefeito Carlos Casteglione (PT), hoje o seu principal desafeto político. Entende-se que o demista reuniu representantes da sociedade civil organizada já na intenção de promover sua reaproximação e a exclusão do petista, tentando desenhar com antecipação uma suposta realidade após janeiro de 2013.

Com isso, o que pareceu uma confraternização em torno da eleição de Ricardo, foi na verdade um banquete político para o ex-prefeito. No último fim de semana, Ferraço se reuniu com moradores e lideranças do bairro Aeroporto que teriam pedido a sua candidatura nas eleições municipais. De acordo com pessoas que estiveram presentes, o deputado não confirmou a sua participação, mas também não escondeu o interesse.

Neste ano, Ferraço não ficou em silêncio como é a sua característica em época não eleitoral. Tanto que chegou ao ponto de sugerir na Assembleia Legislativa projeto para impedir o governo do Estado de enviar recursos para Cachoeiro. Na justiça, ele deixa claro que não engoliu a derrota em 2008 e continua alimentando ações contra o seu carrasco petista. Uma candidatura para prefeito seria o prato frio de sua vingança.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Oficina da CTRVV. Será?


A empresa CTRVV, de Vila Velha, continua prestando serviço de limpeza pública para a prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim devido a aditivo no contrato, realizado por causa de recurso na licitação para contratar outra empresa. O contrato com a CTRVV já terminou, no entanto ela pode (ou não) conseguir outra ‘boquinha’ na administração.

Acontece que o município está em situação de emergência desde o mês de novembro, justificada pelas dezenas de veículos pesados que estão danificados no pátio do CMU. Quem executava a manutenção do maquinário era a empresa Impacto, que teve o contrato rescindido após ser acusada pela Polícia Federal de participar de suposto esquema de fraudes em licitações em cinco cidades capixabas; entre elas Cachoeiro.

Agora, mais precisamente na edição de 8 de dezembro de 2011 do Diário Oficial, a CTRVV requereu junto à Secretaria Municipal de Meio Ambiente a licença de instalação para atividade de oficina mecânica, para reparos em geral em veículos e/ou maquinários. O endereço da futura oficina é a rodovia Cachoeiro x Rio Novo do Sul, km 1,5 – Urtiga, Coronel Borges; traduzindo: Morro do Lixo.

Com base no decreto de situação de emergência, o prefeito Carlos Casteglione pode contratar sem precisar se submeter à licitação. Como ele ainda não contratou nenhuma empresa (se o fez, não tornou público) para resolver o caos na frota municipal, pode ficar subentendido que ele aguarda a oficina da CTRVV se viabilizar para firmar um contrato de emergência. E para quem tinha suspeitas de que havia ligação entre os proprietários da CRTVV e Impacto pode acabar suspeitando ainda mais. No entanto, é esperar para ver.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Boataria em torno do processo de Marcos Coelho

Desde o mês outubro que corre pelas ruas quentes de Cachoeiro a boataria de que a decisão sobre o processo que tem o vereador Marcos Coelho (PMN) como parte seria publicada. O boato era de tamanha firmeza que até data tinha: 26 de novembro.

Marcos é acusado de vender um terreno supostamente superfaturado para a prefeitura de Cachoeiro durante a gestão de Roberto Valadão (PMDB). Neste mesmo processo, ele chegou a ser afastado de suas funções como parlamentar e teve o salário suspenso. Logo, conseguiu recuperar o direito do ordenado, antes de retornar à câmara. Ele ficou pouco mais de seis meses afastado, tendo Fabrício do Zumbi (PMN) ocupando a sua cadeira no plenário.

Mas, é bem capaz que a ação judicial em desfavor a Marcos Coelho não seja julgada neste ano. Fontes seguras dão conta que o processo está em fase de feitura de perícia para avaliar o terreno que foi desapropriado pela prefeitura cachoeirense. Após a perícia, será verificada a possibilidade de oitivas de testemunhas. E fim de boato.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Casteglione é a esperança do PT


O PT estadual deve ver uma espécie de apocalipse em 2012, quando o assunto é eleição municipal. Das prefeituras governadas por petistas, nenhuma está em paz com a avaliação popular. Porém, a única esperança de o Partido dos Trabalhadores continuar governando uma cidade está depositada no prefeito de Cachoeiro, Carlos Casteglione, que tem a segunda metade de seu mandato para tentar ‘levantar a poeira e dar a volta por cima’.


A prefeitura de Vitória, chefiada por João Coser, deverá ter suas chaves entregues à mãos peemedebistas. Em Castelo, Cleone Nascimento não terá forças para eleger um candidato seu. Em Cariacica, a situação também é desfavorável.

A verdade é que a média petista, no que diz respeito a satisfação popular, é muito baixa no estado. Prova disso foi o resultado das urnas nas eleições presidenciais onde Dilma Rousseff (PT), injetada com toda a popularidade de Lula, perdeu de forma massacrante nos municípios geridos pelo PT.

Ainda em estado embrionário, existe uma força-tarefa para reformular e fortalecer o governo Casteglione. O mutirão político-administrativo será de cima para baixo e fará com que um partido – ora excluído do palácio – retorne à base aliada e tenha participação efetiva no primeiro escalão.

Para essa missão de edificar a imagem do governo petista em Cachoeiro, os ponteiros já estão praticamente acertados. Considerando isso, nem tudo está perdido para Casteglione. Restará ter mais habilidade e coragem para conduzir as situações negativas, e sagacidade e inteligência para não desperdiçar os momentos positivos.


terça-feira, 23 de novembro de 2010

Problema seria cargos


Nos bastidores, a informação de que a manobra para tirar a presidência do vereador Julio Ferrari (PV) por meio de nova eleição é por conta de cargos. Quem tem não quer perder, e há rumores de que Julio faria as indicações por conta própria. O álibi para impetrar a ação e tentar anular o pleito foi a infração ao Regimento Interno, que não permite vereadores do mesmo partido na Mesa Diretora, no caso Julio e Tenente Moulon.

Tem palaciano que jura de pé junto que o governo não tem nenhuma participação na ‘rasteira’ que mira as pernas de Ferrari. Há quem diga também que o atual presidente David Loss (PDT) não deseja mais uma eventual reeleição. Caso um ex-presidente não seja o nome do mesmo grupo que elegeu Julio, o caminho pode ser trilhado, com êxito, pelo único socialista da Casa.

Em tempo: um dos motivos pelo qual David Loss não obteve a reeleição foi a retirada de cargos de alguns vereadores da Casa, além, é claro, da realização do concurso público.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A mão que afaga...


Após o pandemônio político que elegeu o vereador Júlio Ferrari (PV) o presidente da câmara de Cachoeiro, tudo começa a mudar de figura e ele pode nem chegar a sentar na cadeira mais alta da Mesa Diretora. O PMN, na pessoa do edil Marcos Coelho, encabeçou ação judicial para anular o referido pleito e realizar outro. Obviamente, o pevista não será o candidato do grupo.

Integrantes do mesmo grupo que levantou o nome de Julio Ferrari para ser o presidente, concorrendo contra José Carlos Amaral (DEM) e o então candidato à reeleição David Loss (PDT), são os que reforçaram a ação judicial. Desses, estão Marcos, Glauber Coelho (PR) e Roberto Bastos (PMN).

A alegação é de que o resultado da eleição fere o que determina o regimento interno da Casa de Leis, no que diz respeito ao impedimento de haver mais de um membro do mesmo partido ocupando a Mesa Diretora. Nesse caso, o vereador Tenente Moulon (PV) não poderia ser o segundo secretário.

Olhando mais a fundo, surge a hipótese da participação do governo nesta jogada em comum acordo com os vereadores/partidos que contrariaram a administração na época da eleição. Isso porque parlamentares governistas também abraçaram a ação, entre eles o próprio lider palaciano Wilson Dillen (PRB).

Caso haja veracidade nesta suposição, a derrubada da eleição pode dar início à retomada de uma ‘boa relação’ entre o governo e os partidos atingidos pela ruptura (PV e PMN). Vale ressaltar que o nome de Julio surgiu do grupo oposicionista (camuflado, na época), já que o palácio queria David; tudo para contrariar. Ou seja, se agora querem voltar atrás, talvez a tática é agradar a prefeitura e ter de volta o que tiveram um dia. Vai saber!?!

Enquanto a Julio, restará segurar as lágrimas caso a justiça acate o conteúdo da ação. Poderá presenciar novamente um desejo ser adiado para longe (ou para nunca), como já aconteceu nas vezes que tentou emplacar o seu projeto sobre o bloqueador de ar, em sua interminável guerra contra a Foz do Brasil.

E o pior: poderá nem sentir a maciez da cadeira de presidente por iniciativa do mesmo grupo que lhe deu a oportunidade. Perfeitas para Ferrari são as frases do poeta Augusto dos Anjos, em Versos Íntimos: “O beijo, amigo, é a véspera do escarro,/ A mão que afaga é a mesma que apedreja”.


Crédito da foto: CMCI

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Cruzamento de esperanças


Após o rompimento político com o PMN, existe ainda um quadro que segura, por um fio, o governo ao referido partido. Trata-se de Fabrício do Zumbi. Os nomes de peso (testados nas urnas) já abandonaram o barco furado peemenista. Somente Fabrício, que é 1º suplente, permanece por lá (com exceção dos vereadores).

Fabrício já foi presidente do PMN e tem boas relações com a administração. Certo que o partido optou por ser oposição quando ele estava à frente, no entanto foi uma decisão conjunta e não isolada como aconteceu recentemente, o que resultou na retirada da sigla do governo.

O primeiro suplente continua no PMN movido à esperança de assumir na Câmara Municipal. Em 2009, ele ficou por aproximadamente oito meses no legislativo, período em que seu colega de partido, vereador Marcos Coelho, ficou afastado pela justiça de suas funções parlamentares.

Antes de assumir, Fabrício atuou como comissionado na prefeitura e, neste ano, foi secretário de Serviços Urbanos. Mesmo com a cisão, ele tem o apreço da administração municipal e, inclusive, já conseguiu retornar com pessoas de seu convívio à folha de pagamento do palácio. Durante a ruptura, Fabrício se manifestou favorável à atitude palaciana.

A verdade é a seguinte: Fabrício tem a esperança de voltar à Casa de Leis; e a prefeitura trabalha a esperança de o ter na base aliada. E outra: com Fabrício no legislativo, tudo pode mudar dentro do PMN; e do jeito que o governo deseja.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Vasni, do PRB, deixa o governo


Agora é oficial. O secretário de Planejamento e Orçamento, Vasni Barbosa de Oliveira, deixa o governo Casteglione. Ele é integrante do PRB e afirmou que sua saída foi uma recomendação do senador Magno Malta (PR), que tem influência também sobre o partido o qual Vasno pertence.

A exoneração de Vasni foi a mais tranquila diante das últimas que ocorreram. Logo que entregou a carta ao prefeito, deixando seu cargo à disposição, ele disse à imprensa que o motivo de sua saída não tinha nenhuma correlação com casos que ameaçavam a lisura do atual governo. A questão era unicamente política.

Na verdade, o ‘grupo Malta’ não ficou satisfeito com a desconfiança do governo, que resolveu comprovar o seu grau de aliança numa ocasião nebulosa onde o mandato do prefeito foi ameaçado. Nos bastidores, a informação é de que Vasni sai com a garantia de ocupar cargo no governo do Estado, via Magno Malta.

A demissão de Vasni foi publicada no Diário Oficial desta quarta-feira (10) e em seu lugar assume Sônia Cristina Freciano.



quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Ferraço pode perder mais uma

Ainda neste ano, sairá a decisão da ação que o ex-prefeito Theodorico Ferraço (DEM) moveu contra o prefeito Carlos Casteglione (PT) de ter usado, segundo ele, indevidamente a imagem do presidente Lula na campanha eleitoral de 2008, quando o demista foi derrotado nas urnas. A luta que parece afagar o desbarato ocorrido há dois anos pode trazer outro mau êxito para Ferraço.



Felicidade eternizada


Pelo menos na fotografia, eles estão felizes. Prefeito e vice estiveram juntos na Festa do Servidor que aconteceu na sexta-feira no CMU. Olhando o registro nem aparenta que Braz Barros (PR) rompeu politicamente com Carlos Casteglione (PT), se é que isso não passou de uma ação para baiano ver.

Desta vez, o texto vai sem análise. Para não fazer parte dessa novela mexicana, vou postar aqui apenas a trilha sonora desta história que não tem nada de clássica. Segue letra da música Anos Dourados, de Tom Jobim e Chico Buarque.





Anos Dourados


Parece que dizes,
Te amo, Maria
Na fotografia
Estamos felizes
Te ligo afobada
E deixo confissões no gravador
Vai ser engraçado
Se tens um novo amor.
Me vejo a teu lado
Te amo?
Não lembro
Parece dezembro
De um ano dourado
Parece bolero
Te quero, te quero
Dizer que não quero
Teus beijos nunca mais
Teus beijos nunca mais




Não sei se eu ainda
Te esqueço de fato
No nosso retrato
Pareço tão linda
Te ligo ofegante
E digo confusões no gravador
É desconcertante
Rever o grande amor
Meus olhos molhados
Insanos dezembros
Mas quando eu me lembro
São anos dourados
Ainda te quero
Bolero, nossos versos são banais
Mas como eu espero
Teus beijos nunca mais
Teus beijos nunca mais.





quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Pressão parece aumentar


Nos bastidores, a informação é de que a pressão para o vice-prefeito cachoeirense Braz Barros (PR) deixar o governo é cada vez maior. Há quem diga que existe ameaça de expulsão de Braz do partido caso não atenda a recomendação, que, como todos já sabem, é do senador Magno Malta.

E essa novela parece não acabar. Braz já concedeu algumas entrevistas, mas sem expor uma posição definitiva. Longe da imprensa, ainda ora por uma solução, que, para ele, é a 'paz' e/ou  a trégua entre Magno e o governo para que ele possa viver sem turbulências até o fim do mandato.

Imagino que (apesar de estar num campo de batalha de uma guerra que não é sua) em algum ponto ele tenta desfrutar dessa empoeirada confusão. Para quando a poeira baixar, o pastor de Itaoca possa surgir com um sorriso no comando de uma secretaria. E tenho certeza que se ele, e não Magno, pleitear uma pasta que o resgate do ostracismo do Centro de Manutenção Urbana (CMU), no bairro São Geraldo, a caneta palaciana estará a seu favor devido à fidelidade e empenho empregadas até então.

Já o rompimento pode trazer sérios danos ao vice. Caso ele decida se desligar politicamente do prefeito, outra pressão irá surgir contra Braz. Toda a sociedade irá cobrá-lo para que se desapegue também do salário de quase R$ 7 mil. E se a demora para se decidir for semelhante à da situação atual, o peso da opinião pública o castigará como no Velho Testamento.

Daí, quando estiver moribundo politicamente, talvez, quem o forçou a tomar tal decisão lhe dê a mão para levantar e retomar os passos. De repente, até já exista essa promessa. Até porque, um do grupo sairá em breve do palácio, porém com destino a outro palácio: o Anchieta, e com a benção do senador.


terça-feira, 2 de novembro de 2010

Luiz Paulo teve mais coragem que Serra


O fato de Luiz Paulo Velloso Lucas (PSDB) não ter atacado o governo de Paulo Hartung (PMDB) é mais compreensível que José Serra (PSDB) não ter atacado a administração de Lula (PT). Na verdade, a covardia de Serra não justificava nem mesmo o seu ingresso como candidato; era melhor ter permanecido como governador de São Paulo: mais honroso terminar o mandato do que tentar engabelar o povo para se mostrar uma continuidade de Lula, sem a hombridade de se assumir oposição.

Luiz Paulo é amigo pessoal e de militância de Hartung há mais de duas décadas. O PSDB participou efetivamente do atual governo estadual e só deixou de caminhar junto porque os ventos políticos os separam. Contudo, a administração hartunguiana tem o DNA tucano, mais que o petista.

Ficar fora do guarda-chuva de Hartung era uma situação óbvia de completo desfavorecimento político para Velloso. Imagino que o único momento em que o tucano imaginou que poderia dar a volta por cima foi quando aconteceu a famosa reviravolta política. Na época, muitos – inclusive eu – previam que as consequências da mudança favoreceriam Luiz por conta da tamanha insatisfação que gerou no mercado político; principalmente no PDT e PR. Só não aconteceu por causa da habilidade do governador e da ausência de revolta de Ricardo Ferraço (PMDB).

Na campanha, Luiz Paulo atacou seu adversário Casagrande (PSB) e poupou Hartung, tanto por sua imensa popularidade como por sua estreita relação política e de fidelidade. Já Serra não tinha nenhum vínculo com Lula. Pelo contrário, ele e seu partido sempre foram rivais. Por isso, foi covarde por não ser o que é.

Retornando a Luiz Paulo, devo registrar aqui o seu partidarismo e militância. Ele fez o que Serra temeu: gritou em todo lugar onde ia contra o PT e também em desfavor a Lula. Para mim, é um político corajoso, que, já consciente da derrota, não deturpou sua ideologia para fazer falsa média e conquistar eleitores com discursos maquiados.

Luiz perdeu, mas pode seguir com a cabeça erguida, pois não se ‘submeteu’ a pintar algumas penas do tucano de vermelho, nem de verde no 1º turno. Foi derrotado também (não só por isso, é óbvio) por se dedicar mais a Serra do que à sua própria candidatura. Um guerreiro que faltou ao PT do Espírito Santo (com justa exceção de Magno Malta - PR).


segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Em Castelo, PT fracassa novamente


Mais uma vez, José Serra (PSDB) conquista mais do que o dobro de votos que Dilma Rousseff (PT) teve em Castelo. Nada anormal se o governo do município não fosse governado por um petista e se o governador eleito, da coligação de Dilma, não fosse natural da cidade. Sem contar que oposição e situação em Castelo têm ligações estreitas com a coligação de Dilma.

No 1º turno, Serra teve 11.307 votos contra 5.571 da petista. No 2º turno, o tucano continuou voando alto entre os eleitores castelenses e obteve 14.324 sufrágios enquanto Dilma conseguiu menos da metade: 6.844 votos.

A abstenção por lá também foi maior neste domingo; 3.024 eleitores não foram às urnas. No primeiro turno, abstiveram-se 2.585 eleitores.

Serra aumenta a votação em Cachoeiro


O empenho para que a presidente eleita Dilma Rousseff (PT) angariasse mais votos em Cachoeiro teve resultados, porém não o suficiente para que ela batesse José Serra (PSDB) dentro do município governado pelo PT.

Dilma teve 9.736 votos a mais que o conquistado no 1º turno, quando conseguiu 28.662 votos contra 46.417 de Serra. Desta vez, o tucano não só voltou a superar a petista como alcançou crescimento de 26%, o equivalente a 12.554 votos a mais.

Os petistas iniciaram a campanha de Dilma na reta final das eleições, e depois dos tucanos. Cabos eleitorais exibiam bandeiras e espalhavam adesivos. No sábado, que antecedeu o pleito, o prefeito Carlos Casteglione (PT) puxou uma carreata em apoio à Rousseff.

A abstenção no 2º turno em Cachoeiro foi maior. Quase 25 mil pessoas, num eleitorado de 127.750 eleitores, deixaram de votar na etapa final das eleições presidenciais. No 1º turno, 20.734 eleitores se abstiveram.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Reviravolta ainda incomoda


A reviravolta política deixou o abril de 2010 do vice-governador Ricardo Ferraço (PMDB), até então candidato ao governo, vermelho. Na época, ele se disse vítima do fogo amigo e pessoas ligadas a Ricardo afirmavam a sua chateação com tudo que aconteceu. O vice foi trocado por Renato Casagrande (PSB).

Na coletiva concedida hoje (29), Ricardo, mesmo tentando não deixar transparecer, mostrou que a reviravolta ainda o incomoda. No entanto, preferiu destacar que não ficaram mágoas e que já é um episódio superado. Para fortalecer, Ricardo analisou que a função de senador é tão honrosa quanto a de governador.

Em tempo: sem dúvida, esta imagem acima retrata o momento político mais marcante no estado neste 2010. Nem mesmo a votação estrondosa de Rodney Miranda (DEM) para a Assembleia Legislativa tem ou terá tanta repercurssão neste ano.

Política moderna


Ricardo Ferraço (PMDB) é um tipo de político que se sobrepõe ao modo arcaico e errôneo de fazer política. Vendo a atuação e a forma de conduzir as questões positivas e negativas do senador eleito é possível identificar que a época dos ataques pessoais em favor de interesses individuais e partidários vai caindo gradativamente no poço das más intenções.

Sem querer crucificar A ou B, dou como exemplo o embróglio do Hospital do Aquidaban, ora apelidado de Elefante Branco pelo deputado Camilo Cola (PMDB). Se a solução para que o prédio inacabado enfim se tornasse em hospital fosse discutida com mais responsabilidade a população do sul do estado já estaria desfrutando dos serviços.

Mas, o que se viu foram inúmeros discursos e ataques que se mantiveram, quase que plenamente, no campo político ou politiqueiro. Até mesmo uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) foi aberta pela Câmara Municipal para descobrir o culpado de o hospital nunca ter funcionado, sendo que a necessidade clamante no momento era debater o fututo e não o passado e seus personagens. Sem contar que o Ministério Público Federal já investigava as denúncias que haviam.

Sem alarde e sem querer projetar a solução para o Hospital do Aquidaban ao capital político de ninguém, Ricardo contatou o senador Gerson Camata (PMDB) e o pediu para incluir no Orçamento da União recursos da ordem de R$ 5 milhões para a compra de equipamentos para o futuro nosocômio materno-infantil. Enquanto isso, a prefeitura cuida da questão burocrática para adquirir as licenças legais.

Toda a confusão em torno do hospital criava uma imagem de que seria impossível resolver o problema. Mas, com simplicidade, Ricardo mostrou que basta vontade política para executar seja lá o que for; e claro ter a coletividade como prioridade.

Ricardo também veio se destacando, mais como gestor público do que como político, em todos os cargos por onde passou. Mais recentemente, fez um destacável trabalho como secretário de Agricultura e, como vice-governador, coordenou o maior programa de investimentos já visto no estado.

Não há dúvida que ele simboliza o político moderno, que não tem olhos para as picuinhas e mesquinharias políticas e fixa a visão para o horizonte. Até mesmo a estratégia de explorar somente o primeiro nome marcou a diferenciação de atitudes, épocas e estratégias políticas. As vitórias de Ricardo são do tamanho de sua dedicação ao Espírito Santo.


quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Nas mãos do prefeito


O PRB confirmou que a saída do grupo PR, PSC e PRB do governo cachoeirense é um pedido do senador Magno Malta (PR). Porém, a jutificativa não é administrativa, como usou o PMN, que, mesmo despejado, informou ter saído por conta de susposta corrupção na prefeitura. O motivo do processo de ruptura – totalmente reversível – do grupo é extremamente político.

Junto com a carta que o vice-prefeito Braz Barros (PR) entregou ao prefeito Casteglione (PT), também foram deixados ao petista os cargos dos secretários Delandi Macedo (Meio Ambiente - PSC) e Vasni Barbosa (Planejamento – PRB).

Com o episódio da Comissão Processante na câmara, a prefeitura iniciou processo de identificação de seus aliados e jogou pela janela do palácio quem se mostrou adversário. A revolta do grupo ‘malta’ é ter ido para parede quando sempre se viu como aliado de primeira hora e acima de qualquer suspeita.

Inclusive, segundo o próprio PRB, Magno Malta recomendou a saída por o grupo não ser visto como colaborador; ou seja, se não é considerado aliado não tem porque continuar na administração.

Porém, esse mesmo grupo se esquece de alguns detalhes: somente os dois secretários e o vice-prefeito são parceiros – e é unicamente por conta disso que permaneceram até então -; Magno e o vereador Glauber Coelho não são. Talvez, a conversa que o governo quer ter é nesse sentido, justa por sinal.

Vejo que uma conversa amigável e o reconhecimento do papel de Vasni, Delandi e Braz até o momento por parte do prefeito pode baixar a poeira e fazer com que todos deem a volta por cima, com exceção do senador. Afinal, alguns quadros técnicos do PMN e PV irão ficar na prefeitura. Sendo assim, por que o mesmo não aconteceria com o grupo ‘malta’?


quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Só para saber

A Secretaria Municipal de Administração, Logística e Serviços Internos de Cachoeiro de Itapemirim fez o 1º termo aditivo com a empresa Scherrer Locadora de Veículos LTDA. O contrato, que foi assinado em 6 de maio de 2010, foi aditado em 25%, sendo acrescido em R$ 10.327,50.

Em caso de ruptura, perde-se o líder


Após esse imbróglio entre PR e prefeitura, saberemos até onde vai a força do senador Magno Malta sobre os partidos aliados PRB e PSC (ou a subserviência deles). O PRB entrou como parceiro do governo, após as eleições de 2008; já o PSC fez parte da construção da vitória petista. Agora, sair de uma administração a qual lutou igualmente ao prefeito para vencer por conta de briga política alheia não seria, talvez, uma decisão satisfatória.

Mas, caso todo esse grupo saia da base aliada, como fará o vice-prefeito Braz Barros (PR), é de se considerar que a prefeitura pode perder um vereador, no caso o seu líder na Casa de Leis, Wilson Dillen, que é do PRB, mesmo partido do secretário de Planejamento, Vasni Barbosa.

Seria uma baixa irreparável à administração, que esperava ter até seis vereadores na base aliada a partir do próximo ano, quando sairá o opositor Glauber Coelho (PR) – eleito deputado estadual – para a entrada do petista Gildo Abreu. Além disso, conta a experiência política do líder que tem.

Vice vai manter posição do partido


É sabido que o PR, movido pelo senador Magno Malta, é inimigo do atual governo cachoeirense. E pela segunda vez Malta pede a saída do vice-prefeito Braz Barros (PR) da administração e dos secretários Vasni Barbosa e Delandi Macedo, que pertencem ao PRB e PSC, respectivamente, partidos aliados ao senador.

Na verdade, a cúpula estadual do PR confeccionou carta que trata da saída do partido da base aliada (??) ao governo; e não a renúncia do vice-prefeito. Apesar da reunião realizada ontem (26) e a que pode ou não acontecer hoje, Braz seguirá até o fim a determinação do PR.

Barros entregou ontem a tal carta ao prefeito Carlos Casteglione (PT) – com quem teve uma conversa amigável -, para que ele analise. Pelo visto, a situação só será reversível se o petista cuidar do assunto junto à cúpula do PR; mas, para isso, terá que ‘dar o braço a torcer’ a Magno Malta.

Considerando o que disse a este blogueiro, com exclusividade, Braz deixará de ser aliado da prefeitura de Cachoeiro por determinação do PR e não por motivos próprios. Porém, uma explicação plausível sobre essa ruptura, o vice-prefeito informou que só dirá na segunda-feira. Talvez, aguarda a paz entre PT e PR, a mesma que por algumas vezes ele já tentou construir.



Oposição tenta pôr o pé no chão


A oposição por pouco não deixa a imagem da Câmara Municipal em apuros ao tentar emplacar três Comissões Especiais de Inquérito (CEIs) na Casa. Cada uma depende de, no mínimo, cinco vereadores para funcionar; mas no legislativo cachoeirense só tem 13 edis. Seria imaquiável que por fracassarem na implantação da Comissão Processante, os opositores ao governo cachoeirense tentariam várias CEIs para soprar uma nuvem negra sobre o palácio Bernardino Monteiro.

Enquanto alguém anunciou uma 3ª CEI, a oposição resolveu colocar o pé no chão e unificou as existentes, deixando apenas uma agregando as duas denúncias (Impacto e Tendas). Essa se tornou a CEI das Licitações.

Por outro lado, a CEI nasce com grandes possibilidades de insucesso. Os objetos de investigação já são apurados pelo Ministério Público, que pode dar um desfecho a qualquer momento. A comissão parlamentar dura 90 dias e tem de seguir todo o rito legal de realizar as oitivas, respeitar os períodos até o início da confecção do relatório final.

Tem outro detalhe: o encerramento da CEI, caso não seja prorrogada, acontecerá no mês de janeiro, quando a população cachoeirense estará com a cabeça concentrada no movimento do mar ou no clima fresco das montanhas. Até mesmo as notícias são, em sua maioria, litorâneas. Além disso, os integrantes da comissão terão de garimpar as provas durante o recesso parlamentar.

Mas, uma coisa tem de ser dita: caso seja provada alguma irregularidade, tanto na investigação conduzida pelo Ministério Público quanto pela Câmara Municipal, o que era joio se transforma em trigo e o trigo vira joio; sem dúvida.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Será desta vez?


Para quem não sabe, não é a primeira vez que o vice-prefeito de Cachoeiro, Braz Barros (PR), recebe a recomendação de se desligar politicamente do atual governo – até porque, vice ele será até o fim do mandato. No entanto, ele preferiu seguir lado a lado com o prefeito Carlos Casteglione (PT).

O senador Magno Malta (PR) rompeu com o prefeito logo após o petista assumir a prefeitura. Malta participou ativamente da campanha de Casteglione em 2008 e a ruptura aconteceu após o senador crer que não recebia a atenção que julgava merecer.

Desde então, o vice Braz, que é o presidente do diretório municipal do PR, deixou de comungar por completo do sentimento do partido em relação ao governo. Quem expressa o sentimento real da cúpula estadual da sigla, com fortíssima influência de Magno, é o vereador Glauber Coelho, que faz oposição.

Não se sabe se desta vez a recomedação do PR vem associada de futuras penalidades ou algo do tipo em função de desobediência hierárquica. Caso haja, numa linha mais coerente, Barros pode não aceitar a pressão, considerando que já deixou de seguir a solicitação do partido uma vez. Querendo realmente caminhar com a administração, Braz pode até conseguir uma função de maior visibilidade.

Mas, a verdade é que o vice está entre a cruz e a espada. Não imagino que o governo agirá com indiferença diante da situação e sem considerar o posicionamento de Braz até então. Deve conversar para mantê-lo. Ficar ou romper será uma decisão do vice-prefeito; querendo ou não, vai ter de escolher entre Magno e Casteglione.

Crédito da foto: ES de Fato

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Falta o prefeito falar


Ao empregar a moralização na relação entre os vereadores e a prefeitura, diversos integrantes da sociedade civil organizada e entidades apoiaram a medida implantada pela administração. Era isso que, de certa forma, a população esperava e foi essa mudança (entre outras) que o candidato Carlos Casteglione (PT) pregou na campanha de 2008.

O fim da troca de cargos por votos na Câmara Municipal é um ‘corte no tempo’, expressão utilizada pelo ex-prefeito Roberto Valadão (PMDB). Não há cidadão de moral ilibada que concorde com essa relação promíscua; tanto que, por si só, o poder executivo do país já tem imagem de ‘cabide de emprego’.

Se posicionar contra essa mazela é acertar na mosca, no que diz respeito à moralidade e comprometimento com a coisa pública. A administração fez isso, mas se apresenta por meio de um grupo. O autor dessa benfeitoria precisa pôr ‘a cara’ na reta, mostrar-se aos cachoeirenses, reafirmar e explicar o que fez e ter para si o resultado desse ato. Fala, prefeito!

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Barca palaciana leva 45


Quarenta e cinco pessoas foram exoneradas da prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim. Provavelmente, todas ocupavam suas funções a partir de indicações de vereadores e integrantes do PMN e PV. O governo rompeu na última semana os laços políticos com esses dois partidos ao identificar que seus membros caminhavam na contramão da governabilidade.

As exonerações foram publicadas na edição de terça-feira (19) do Diário Oficial. Entre os 45, dois eram secretários, são eles Fabrício do Zumbi, que chefiava a pasta de Serviços Urbanos; e Giuseppe D’Ettorres, que respondia pelo Procon – não é secretaria, mas sustenta o status. Esses dois são do PMN.

Dos 45, 16 ex-comissionados gozavam de excelentes salários: 11 ocupavam cargo de gerência, cujo salário é de R$ 1,8 mil; um era consultor, que recebe R$ 2,5 mil; e quatro eram diretores, sendo o vencimento mensal de R$ 3 mil. Ainda no Diário Oficial desta terça, não consta o nome do secretário de Esportes e Lazer, Gustavo Coelho, que é do PV.

Cada lugar na sua coisa


 


Há poucos dias, escrevi que politicamente o prefeito de Cachoeiro, Carlos Casteglione (PT), não tinha futuro por conta das alianças tortas construídas desde 2009. Ressaltei ainda as dificuldades que o governo tinha em identificar os seus inimigos e os oportunistas. Pois bem, a administração abriu os olhos e cobrou a fidelidade daqueles que se colocavam como aliados. Resultado: dois partidos foram excluídos do processo.

Na sessão de terça-feira, a oposição provou de sua primeira derrota diante da nova postura do governo Casteglione na relação com os vereadores. Embora o grupo tenha implantado duas CEIs – Impacto e das Tendas -, perdeu na abertura da Comissão Processante, que era o anunciado e o pretendido, uma vez que lhe daria o poder de cassar o mandato do prefeito.

Com as duas CEIs, os parlamentares não farão nada além de suas prerrogativas que é, entre elas, fiscalizar o executivo. Resta ao prefeito Casteglione conceder total abertura no envio de documentos e informações, para que as investigações não sigam por caminhos estreitos e dificultosos. Até porque, quem não deve não pode temer.

O posicionamento da prefeitura serviu para separar aqueles que querem caminhar juntos daqueles que são contrários à ideologia do governo ou só queriam o fruto lucrativo de ser um palaciano. Está claro agora quem é oposição e situação. Mais claro ainda ficará a responsabilidade de cada poder.

Também na sessão de terça, alguns vereadores insinuaram que nenhum projeto de lei de origem da prefeitura seria aprovado. Deu a entender ainda que o Orçamento 2011 pode virar uma colcha de retalhos. Todo edil tem direito de fazer as suas emendas na peça orçamentária, porém não poderá remanejar pondo em risco os investimentos fixados para o próximo ano, mesmo alegando benefícios para os destinos escolhidos.

Cachoeiro é um dos municípios de menor receita do estado. Numa previsão de angariar mais de R$ 300 milhões em 2011, somente R$ 20 milhões, de recursos próprios, são destinados para investimentos. Desses, R$ 15 milhões sustetam o Orçamento Participativo (OP). Ou seja, se a Câmara picotar demais, o OP não funciona. E considerando que a participação popular junto ao OP triplicou de 2009 para 2010, não será de toda inteligência engessá-lo.

A partir de agora é cada poder – legislativo e executivo - fazer a sua parte. Não adianta um parlamentar votar contrário a um projeto acreditando que o fará para prejudicar o prefeito, pois as matérias são voltadas para a população e entidades cachoeirenses. O mesmo vale para o veto do mandatário sobre o projeto de um vereador da oposição.

É mais que urgente (já é tarde, na verdade) o município ser a bandeira de todos os políticos locais. É democrática a discordância político-partidária, mas é criminoso deixar o povo como refém até que atendam todas as solicitações postas. Embora vagarosamente, os cidadãos estão se politizando e já sabem identificar os benfeitores e malfeitores. E aquele que não fizer a sua parte em favor de seus representados, sem dúvida deixará de ser representante.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Governo reage


Mente quem diz que a demanda por cargos é menor que os pedidos de obras em comunidades na relação entre legislativo e executivo de qualquer parte do país. Em Cachoeiro, são poucos os vereadores que se revoltam com o governo porque as suas solicitações de construção de muro, calçamento, drenagem, varrição de rua, entre outras não foram atendidas. A relação promíscua já é hábito, infelizmente.

A prefeitura gritou que não suportava mais os inúmeros pedidos, de interesse individual, do PMN; por isso arrancou o DNA desse partido do governo. Se a sigla realmente queria o poder pelo poder, o governo agiu certo; aliás, se pudesse prever, nem deveria a ter escolhido como aliada.

Pelo o que percebi, a prefeitura parte para o enfrentamento contra o PMN e demais partidos que não têm a coletividade e os benefícios à população local em sua ideologia. Não seria uma guerra declarada contra a Câmara, que é uma Casa que abriga vários ideais e deve ser respeitada por todos.

Baseado na declaração do governo, de que o PMN tinha grande apetite por secretarias e cargos, era mais que necessário esse rompimento. A administração corria o risco de orbitar sobre interesses que o distanciariam cada vez mais dos anseios dos cachoeirenses, que estão sempre a esperar pelo retorno dos impostos pagos.

Basta à prefeitura agora utilizar a peneira para identificar os bons políticos da cidade, aqueles que estão dispostos a trabalhar pelo e para o município, independentemente de questões partidárias e projetos políticos futuros que ignoram as ações que devem ser executadas no presente. Deve abraçar a realização do concurso da Câmara, por ser um ato de cumprimento a legislação vigente, e mostrar que organiza a casa para fazer o mesmo no próximo ano.

Voltando à relação com os vereadores, tem algo que é curioso. Quando prefeito, Theodorico Ferraço (DEM) sempre recebeu da câmara 100% de remanejamento sobre o orçamento anual, praticamente não tinha oposição e quem decidiu investigá-lo teve o mandato cassado – que o diga Fábio Mendes Glória (PMDB). Resumindo, Ferraço tinha uma Câmara mais que aliada – não se sabe se por respeito ou temor - e não dependia dela pra nada.

Ao entrar Roberto Valadão (PMDB), tudo mudou. Ser oposição ou situação, e até independente, dependia, na maioria dos casos, de secretarias e cargos. Com Casteglione (PT), sem a experiência política de Valadão e Ferraço, o peso foi ainda maior. E os petistas não podem guardar isso numa caixa preta, devem tornar públicas as ameaças, chantagens e tudo o mais que ocorreu, se realmente aconteceu, é claro.

Agora é o momento das razões, cada um vai apresentar a sua. A arma que parte dos vereadores tem é a Comissão Processante (CP). Ou seja, o prefeito ser afastado faz parte da batalha, e há a possibilidade de transformar o limão em limonada. O que simbolizará o fim da guerra é uma possível constatação do inquérito da Polícia Federal sobre o suposto esquema fraudulento entre a prefeitura e a Impacto. Se isso acontecer, os petistas irão amargar o ácido cítrico por boas décadas.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Influência gospel no palácio


Após vencer uma eleição tendo de derrotar Igreja, Paulo Hartung, governistas e tucanos, o senador Magno Malta (PR) pode colher o seu primeiro fruto, sem ter feito forças para isso: a prefeitura de Cachoeiro. Acontece que o município é investigado por suposto favorecimento à empresa Impacto, que teve seus proprietários presos pela Polícia Federal acusados de fraudar licitações. A Câmara pretende abrir Comissão Processante. Caso o prefeito seja cassado, quem assume é o vice Braz Barros, do mesmo partido de Magno.

A relação entre Magno Malta e o prefeito Carlos Casteglione (PT) terminou pouco depois das eleições de 2008. O republicano não só apoiou o petista como foi fundamental para sua vitória sobre Theodorico Ferraço (DEM). Porém, o senador não fora tratado como imaginava que fosse.

Nos bastidores, a informação é de que Magno teria solicitado a Braz que deixasse a prefeitura, por conta do rompimento. Tanto que somente o vereador Glauber Coelho (PR) – oposição - expressava o verdadeiro sentimento do partido. Braz decidiu ficar, talvez para projeção política, talvez pela renda mensal, talvez por amor ao município; enfim, ficou.

É de se imaginar que Magno Malta deve estar feliz pelo fato de Braz não ter acolhido o seu pedido. Pois, se o pastor não ‘cultuou’ do suposto esquema, pode ser o próximo prefeito, caso, é claro, sejam comprovadas irregularidades contra Casteglione que o retirem do cargo.

O PMN, partido ‘aliado’ do prefeito, mas com fortes e estreitas ligações com o senador, já tomou a frente de batalha – contra Casteglione. É um vereador do partido que pede a Comissão Processante.

Não se sabe se o pastor ora para ter a posse da chave do palácio Bernardino Monteiro. Como não se sabe também se Magno ora agradecendo a uma eventual justiça divina, do tipo: ‘aqui se faz, aqui se paga’. Nem se o prefeito debruça sobre o joelho o peso do corpo e da cabeça atormentada pedindo a Deus que acenda a luz e termine com este pesadelo. Mas, dá para imaginar que a pregação petista é solitária como a única estrela que ilustra sua bandeira.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Impacto: diálogo entre Aldo e secretário de Cachoeiro

O diálogo divulgado abaixo teria acontecido entre Aldo Martins Prudêncio, da Impacto, e o secretário municipal de Administração da prefeitura de Cachoeiro, Manoel Eduardo Baptista Cabral, no dia 30 de junho deste ano, segundo o inquérito da Operação Moeda de Troca, da Polícia Federal. Por telefone, Aldo pediria modificações no ato convocatório da licitação, os quais o desfavoreciam.

Claro que o secretário irá se defender, mas, até então, a conversa é surpreendente. O empresário faz solicitações que nenhuma empresa que participa de licitações poderia. Pior ainda é a obediência de um servidor público ao pedido surreal, sem contar a relação 'afetuosa' entre os dois. Enfim, leia e tire suas próprias conclusões.



MANOEL: Nós estamos acompanhando aqui, né, as orientações que vieram, até as contribuições que você trouxe de Anchieta, nós estamos usando o bojo da questão técnica daquela contribuição, tá bom ?


ALDO: É. É. Eu quero sentar com você.

MANOEL: E esse edital vai pro ar hoje ainda por causa do tempo.

ALDO: É verdade.

MANOEL: Nós estamos querendo colocar isso dentro do pregão, são oito dias. Então, assim ...

ALDO: Já tá até publicado, né ?

MANOEL: É, tá publicado já o "coiso". Só faltou a gente publicar o edital de de da licitação, do pregão, que vai pro ar hoje. Hoje ainda o nosso compromisso é botar isso no ar, pras empresas consultarem e ficar os oitos dias que precisam ter no minimo. Tá bom. Mas não vai ser interrompida. Nós na realidade estamos aperfeiçoando o processo, dentro daquelas contribuições técnicas ....

ALDO: Eu dei uma lida no antigo. Só uma coisa que me causou uma dúvida, foi a questão de duas certidões, eu até comentei com Odair, certo? Eu fiz um levantamento aqui, juridico, e todos os dois, as duas observações, os dois pedidos não conferem com a lei 8666, e isso pode dar impugnação ...

MANOEL: Qual é irmão, pra gente olhar logo.

...

ALDO: Eu fiz a consulta juridica e o jurista passou e foi no consultório do juiz, com o juiz, não pode pedir, é a questão de ..., que me causou ... eu nunca tinha visto isso no edital, me causou ... é a questão de certidão de protesto e de civil e criminal. Eu nunca tinha visto isso. Ele tá pegando o edital aqui pra mim ver.

MANOEL: Vou anotar. Se você tiver o item eu já vou em cima com os meninos, senão eu vou anotar o que você falou.

ALDO: Eu até falei com Odair, Odair até falou: Não, mas é realmente, mas nunca ninguém entrou com agravo. Mas NUM CONTRATO DE 10 MILHÕES DE REAIS nego vai entrar né.

MANOEL: Pode entrar, né.

ALDO: Não é 10 mil, né. É o item, quer ver ... do antigo, é o item 5.5,

MANOEL: 5.5

ALDO: é o item "c" e "d"

MANOEL: "c" e "d". 5.5 "c" e "d". Fala da certidão negativa de protesto ...

ALDO: da empresa dos sócios, certo. Eu até tirei a minha, mas olha só, eu consultei aqui, juridicamente, não pode. Aí eu pedi pra minha advogada ir lá no juiz, fazer um despacho, em nome da Impacto, ela fez e já conseguiu a liminar dizendo que isso é ilegal. E a certidão de ação privada das Varas Cíveis Criminais da Comarca da sede da empresa. É a "c" e "d".

MANOEL: Só falar, é ação privada da vara cível ...

ALDO: Porque que ela quer, aí tá bem assim, está impedida de participar quem tiver com ação de execução fiscal, mas assim, você não pode impedir porque, vão supor, a Impacto mesmo tem, isso aí eu vou falar que tem, eu tenho um parcelamento no REFIS, que é uma lei jurídica que ampara judicialmente, é uma lei federal, certo. Então EU, NESSE CASO AQUI, EU NÃO CONSIGO ESSA CERTIDÃO. Não só eu como um monte, entendeu ?

MANOEL: Vou pedir pra verificar o item 5.5 do contrato anterior, item "c" e "d" que fala de certidão negativa de protesto e de ação privada de vara cível.

Cabeça a prêmio

Nesses primeiros dois anos de governo, a impressão que dá é que foi muito difícil para os petistas cachoeirenses identificarem os seus inimigos e os oportunistas. E toda essa tentativa de enxergar o óbvio custou a crucificação de aliados, que hoje pertencem à parcela dos descontentes/decepcionados.

O prefeito Carlos Casteglione ainda tem dois anos de mandato, tempo suficiente para promover uma reviravolta, principalmente administrativa. São muitos os investimentos em curso e por vir. Há R$ 6 milhões, oriundos do Estado, em aplicação; R$ 2,7 milhões para 11 obras e o PAC, que garante R$ 16 milhões para obras essenciais em nove bairros.

Falta ao prefeito descobrir uma espécie de alquimia para transformar as obras e todos os seus benefícios em crescimento gradual de sua avaliação; uma vez que popularidade não é o seu forte. Tem ainda que tratar o Orçamento Participativo (OP) como prioridade de seu governo. Caso não se lembre, ele pregou a mudança em sua campanha política e o OP foi o primeiro traço a marcar o perfil da administração – ainda sem definição.

Já politicamente, vendo o atual cenário – construído há mais de um ano -, Casteglione não tem futuro. A coalisão não forma parceiros; ela somente desfaz ameaças, atende chantagens e adia o rompimento. Neste caso, os petistas juravam ter a maioria na Câmara Municipal, em 2009, até perder a primeira na votação do índice de suplementação no orçamento.

Em 2010, não foi diferente. Quando na eleição da nova mesa diretora do legislativo, a prefeitura quis propagar uma vitória na eleição de Júlio Ferrari (PV). Balela. O governo perdeu o pleito para os próprios ‘aliados’. A partir daí, acabou por perder os originais da base aliada.

Há petistas que dizem que a prefeitura tinha mais de um candidato: Professor Leo (PT), David Loss (PDT) e uma terceira via, que não era Júlio. A pose de vencedor do governo despertou a ira daqueles que entraram na eleição para vencer, e não para posar de figurante. Ao mentir que ganhou com Júlio, acabou por tornar verdade que não apoiou quem acreditava no apoio.

Agora, os vereadores – entre aliados e insatisfeitos – tentam emplacar uma Comissão Processante (CP) contra Casteglione baseados na operação Moeda de Troca da Polícia Federal. Trata-se de um suposto esquema de fraudes em licitações em diversos municípios do estado, entre eles Cachoeiro. A prefeitura tinha contrato com a Impacto, cujo proprietários foram presos na ação policial. A empresa fazia a manutenção dos veículos pesados da municipalidade.

Voltando ao assunto, uma Comissão Processante tem uma grande diferença da Comissão Especial de Inquérito (CEI). A CP dá o poder ao vereador de tirar o prefeito do cargo, enquanto a CEI apura os fatos e encaminha o relatório final às autoridades competentes. Ou seja, os vereadores estão dispostos a colocar o pescoço de Casteglione na guilhotina. A salvação é a celeridade dos trabalhos da Polícia Federal, que pode identificar que Cachoeiro não comungava do esquema criminoso; caso contrário, o inferno. Até lá, muito sangue.

Para contrariar a fé dos petistas, quem fez o requerimento da Comissão Processante foi o vereador Roberto Bastos (PMN), pertencente a um partido ‘aliado’ que tem duas secretarias no governo e mais regalias. Também teriam assinado o documento os ‘aliados’ Marcos Coelho (PMN); Júlio Ferrari e Tenente Moulon, do PV; Professor David Lóss (PDT) – nome apoiado pelo governo nas eleições para a presidência da Câmara - e os adversários José Carlos Amaral e Luisinho Tereré, do DEM; e Pastor Mansur (PSDB).

Caso Casteglione consiga se fortalecer administrativamente, necessariamente, diante da opinião pública, a questão política pode ser resolvida; pois nenhum político fica contra um governante bem avaliado. Só que o problema todo são a CP, que ainda não foi instalada, e as fortes evidências de beneficiamento à empresa Impacto. A briga é feia e está em jogo o mandato, reputação e vida política do prefeito.

Crédito da foto: Prefeitura de Cachoeiro

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Rodrigo Coelho pode não retornar à prefeitura


O ex-secretário de Governo, Rodrigo Coelho, que perdeu as eleições para a Assembleia Legislativa neste domingo por 309 votos, pode não retornar à prefeitura de Cachoeiro. Ele teve 20.109 votos, sendo a maior parte - 10.779 - fora de Cachoeiro de Itapemirim. Isso significa o início de uma projeção regional, que deve ser trabalhada. Logrado na administração será o mesmo que jogar fora a oportunidade de expansão eleitoral que as urnas lhe deram.

O crescimento de Rodrigo é excelente também para o PT cachoeirense, que não tem um amplo quadro de políticos com peso eleitoral. E depois de tanto investimento para fazer de Coelho uma nova liderança, não seria coerente e nem inteligente cortar as suas asas com tesouras palacianas.

A competência de gestão de Rodrigo Coelho o credencia para assumir uma secretaria no governo Casagrande. Além de seu know-how, existe a possibilidade política dele chefiar uma pasta. Como um político vale os votos que tem, Rodrigo representa mais de 20 mil cidadãos sulinos e é o segundo suplente de deputado.

O vice-governador eleito é Givaldo Vieira, atual presidente estadual do PT. Rodrigo é o vice. Essa conjuntura também pode pesar em favor do petista sulino. Como secretário estadual, Coelho pode regar o que tem, continuar plantando sementes por esses municípios, consolidar-se no cenário político do sul e se projetar para todo o Espírito Santo.

Dificuldades

Sobre a derrota de Rodrigo Coelho, tem alguns pontos que devem ser levados em consideração; embora eu não encare estas eleições como uma perda para ele, somadas às inúmeras dificuldades que sua candidatura enfrentava.

O primeiro ponto é o PV. Mesmo se dizendo parceiro, lançou o Tenente Moulon como candidato a deputado estadual que só obteve 2.766 votos. A exoneração do ex-vereador Ary Correa (PTB), da Secretaria de Segurança e Trânsito, caracterizou o rompimento com a prefeitura. Ary teve 1.717 votos.

Falando sobre o PTB, o vereador Neném Cadável enfrentou o partido, colocando seu mandato em risco, para apoiar Rodrigo. Outros integrantes da sigla também se dedicaram. Só não garanto o secretário de Interior, Braz Zagoto, que sempre teve fortes ligações com Ferraço.

Arlete Brito (PT), vereadora cassada nesta legislatura, conseguiu 513 votos para seu candidato Nunes (PT). No entanto, levando em conta as inúmeras vertentes que há dentro do PT, não sei se ela apoiaria Rodrigo, mesmo também se fosse salva da guilhotina da Câmara e se acreditasse que o governo se empenhou para impedir sua cassação.

O PMN diz ter abraçado a campanha. O grupo de Magno Malta, fora do Palácio, tinha seus canditados, entre eles Glauber Coelho (PR) e Umberto Junior (PTN), que teve 1.136 votos. Só não se sabe se os secretários municipais ligados à Malta apoiaram Rodrigo.

A má avaliação do prefeito fez com que alguns candidatos a deputado federal, por exemplo, não pedissem voto que os relacionassem aos interesses de Casteglione. Esses pediram votos para si próprio.

No que se refere à avaliação do prefeito, Rodrigo conquistou muitos votos em Cachoeiro. Com 12 mil votos de Casteglione na cidade (marca que ele obteve em 2006), o pensamento era de que haveria transferência de, no máximo, 5 mil votos. Contudo, não se sabe até onde termina a transferência e onde começa o mérito de Rodrigo. Acredita-se que o segundo ponto foi o que mais pesou na urna.

A reunião com diretores de escola, realizada na reta final das eleições, teve efeito contrário. Foram muitos os que saíram revoltados desse encontro feito para pedir votos para Rodrigo. Os diretores se sentiram pressionados. Caso tivesse alguém lá que votaria no petista, mudou de candidato no mesmo dia.

A lentidão do Orçamento Participativo foi outro agravante. O programa tão bem gerido por Rodrigo teve seu processo atravancado, o que gerou insatisfação em diversos moradores. O pior: a revolta surgiu justamente quando o OP tinha triplicado a participação popular.

Enfim, em cada ponto citado seria possível conseguir muito mais que os 309 votos que faltaram. Mas, com apenas um ano para se tornar conhecido, ter que conquistar a confiança de milhares de pessoas, enfrentar todas essas mazelas e ainda só faltarem 309 sufrágios para se eleger... foi uma vitória.