terça-feira, 30 de abril de 2013

Efeito Abel Santana

Durante as articulações para formação de chapas para as eleições municipais de 2012, bastidores que acompanhei, não teve um que não queria compor com o PV para ter Abel Santana como vice. Repito: todos os que almejaram ser candidato a prefeito queriam Abel ao lado.


Vejo como importante registrar tal acontecimento para derrubar a injusta e irresponsável tentativa de ‘assassinato no ninho’. E esse posicionamento é por conta da antiga falta de discernimento do nosso ‘mundinho político’: deixem os ataques de cunho político para o período eleitoral; a gestão deve sim ter críticas, porém para mostrar os erros para que sejam pensadas as soluções.

Está mais que clara a tentativa de pôr fim à possibilidade de o PV contar com Abel nas eleições do próximo ano. E não quero aqui deixar nas entrelinhas que os ataques partem de A ou de B, até porque, na política, existem os adversários e os inimigos, estes últimos fazem questão de caminhar lado a lado. Ou seja, os ‘tiros’ podem ter origem de qualquer direção.

Mas, o que quero frisar é que enquanto dura a ‘guerra política’, quem moribunda, de tabela e diretamente, é a saúde.  


Justificando o título: nesta semana, o prefeito Carlos Casteglione anunciou aumento no valor do plantão dos médicos no ‘Paulo Pereira’. Analisando, é possível ver o resultado do trabalho de Abel Santana na Secretaria de Saúde, em apenas quatro meses.

Sem dúvida, a questão da saúde está longe de ser resolvida. Porém, é preciso enxergar que esta primeira ação de Abel consertou um erro de gestão. E explico o porquê: o problema era conhecido (valor pago aos médicos) e o dinheiro que promoverá o aumento é o mesmo, ou seja, ao que tudo indica, havia recursos e faltavam meios para executar.

A mudança na administração do Centro de Saúde, Paulo Pereira e subsecretaria de Saúde reforçam a gestão até então equivocada.

Nas urnas, em 2012, Abel elevou a quantidade de votos de Casteglione. E o que toda população espera, principalmente a grande parcela que depende do atendimento público de saúde, é que o tempo da assistência seja curto e, esta, seja de qualidade. Tenho certeza que este também é o desejo de Santana.

Em tempo:

Em outras épocas, seria comum um político ‘colocar a mão na massa’ e produzir fotos para a publicação da imprensa. Em nenhum momento, vi ou ouvi o secretário Abel Santana se glorificando por atender pacientes no Paulo Pereira nestes últimos dias que o pronto atendimento ficou sem médico.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Pronto, socorro! (2)


A situação da saúde pública em Cachoeiro é grave e tende a piorar. Devido aos óbitos que são associados ao Pronto Atendimento ‘Paulo Pereira’, é natural que a população se revolte e que isso deixe os poucos profissionais médicos temerosos.

Com o agravante do salário inferior ao oferecido por outros municípios e o que pode ganhar em seus consultórios, médicos estão pedindo demissão na cidade.

Informações não oficiais dão conta que o ‘Paulo Pereira’ já atendeu com mais de 20 médicos, atualmente são 14. Nos últimos 10 dias, cerca de cinco médicos se desligaram do pronto atendimento.

A questão vai muito além do que ficar refletindo se a casa está ou não arrumada. Cachoeiro está à beira de um colapso quando o assunto é saúde. Não é o momento de cruzar os braços e balbuciar as previsões feitas visando o resultado nas urnas, enquanto os conterrâneos sofrem à espera de atendimento.

E nem é o momento de fazer politicagem com este tema, que é sério. Não é humano vibrar com cada morte, simplesmente para mostrar ao próximo que isso não ocorria caso determinado político estivesse à frente da prefeitura. A saúde pública em Cachoeiro, nas duas últimas décadas, nunca foi modelo.

Os eleitores cachoeirenses devem agora fazer valer o seu voto. É preciso cobrar do prefeito, dos vereadores e dos deputados soluções urgentes para reverter o quadro – que apelem junto ao governador Renato Casagrande (PSB) e à presidente Dilma (PT). Isso pode ser feito por telefone e pelas redes sociais.

Na Câmara Municipal, fazem parte da Comissão de Saúde os vereadores Delandi Macedo (PSC), Rodrigo Enfermeiro (PSB) e Osmar da Silva (PHS); na Assembléia, temos os deputados Glauber Coelho (PR) e Rodrigo Coelho (PT) – e o presidente da Casa, Theodorico Ferraço (DEM); em Brasília, representa-nos o deputado federal Camilo Cola (PMDB).

Que todos sejam cobrados; inclusive os parlamentares que conquistaram votos por aqui.

É preciso esquecer bandeiras de partidos, rivalidades políticas e buscar soluções. Não podemos esperar o pior acontecer, somente para apontar o dedo à procura de culpados. O debate eleitoral deve ficar para o período eleitoral, a pauta atual trata de vidas.

terça-feira, 23 de abril de 2013

PSB: expulsão pode revelar bastidores


Pessoas mais próximas do vereador de Cachoeiro, Fabrício do Zumbi, garantiram que os bastidores para a eleição da presidência da Câmara Municipal serão revelados caso o parlamentar seja expulso do PSB. Pelo o que disseram, personagens sem nenhuma ligação com o partido apontavam os caminhos para aquele pleito.

O diretório municipal socialista ainda analisa a possibilidade de penalizar o vereador Fabrício. A comissão de ética já recebeu a defesa do edil e vai ouvir testemunhas, o parecer da sigla deve ser conhecido dentro de 30 dias.

Na referida eleição, Fabrício apoiou e fez parte de chapa oposta ao do também vereador Alexandre Bastos, de seu partido – o que revoltou os socialistas.

Há quem acredite também que uma possível expulsão de Fabrício pode não garantir o mandato ao PSB, por falta de documentos que comprovem a orientação do partido naquela eleição.

Motivos para encrenca não vai faltar. Resumindo: o partido do governador Renato Casagrande em Cachoeiro ainda não se dimensionou.


domingo, 21 de abril de 2013

Nunca antes...


Do limão à limonada. A crise bateu à porta, novamente. Ao invés de lamentar, é preciso abrir os olhos para enxergar as alternativas e não anular oportunidades e deixar datas importantes passarem em branco.

As críticas negativas sempre irão existir, ainda mais em Cachoeiro de Itapemirim, cujo orçamento é baixíssimo; e outra: a oposição jamais deixará de cumprir o seu papel, às vezes apelando para o ‘quanto pior, melhor’.

O prefeito Carlos Casteglione (PT) anunciou, entre outros pontos, o cancelamento de festas até o fim do ano, entre elas a tradicional, criada pelo saudoso poeta Newton Braga. No ano do centenário do cronista Rubem Braga, irmão de Newton, o petista pode se consagrar o primeiro gestor da história a não realizar o evento.

Em minha opinião, ele deveria fazer a Festa de Cachoeiro, buscando não o onerar tanto os cofres públicos. Seria o momento de maior aproximação com a iniciativa privada, através de um chamado de parceria. O prefeito pode lançar o sentimento de união para que todos os setores cachoeirenses enfrentem a ‘crise’ juntos – adesão que pode ser utilizada para outras áreas.

Já que os recursos são escassos, Casteglione poderia fazer a festa do município somente com artistas locais, que não são poucos. A média de preço das bandas cachoeirenses é de R$ 5 mil.

Um exemplo: o show de Erasmo Carlos custou R$ 68 mil, ou seja, com o dinheiro dá para contratar praticamente 14 bandas locais. Geralmente, a Festa de Cachoeiro tem entre quatro e cinco artistas nacionais, basta trocar um por quase 20 locais.

Cada grupo tem o seu público, e, com uma quantidade considerável, o evento tem de tudo para ser um sucesso. Sem dúvida, pode-se expandir para as demais atividades culturais. Além de tudo, será uma excelente oportunidade para ver se realmente ‘em casa de ferreiro o espeto é de pau’.

E mais, Casteglione poderá parafrasear o seu líder maior no Brasil: “Nunca na história desta cidade houve uma Festa de Cachoeiro que valorizou tanto os artistas da terra”.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Frente à imprevisibilidade


Uma das principais lideranças do novo cenário da política cachoeirense, o deputado estadual Glauber Coelho (PR) certamente está contente com a dimensão eleitoral que atingiu após o pleito passado e com a grande possibilidade de se reeleger na Assembleia Legislativa. Porém, o mesmo sentimento não se repete quando o assunto é o PR.

O que acontece dentro do partido ele prefere não expor. Porém, do lado de fora é possível ver os clarões do clima tempestivo dentro do céu republicano, cujo São Pedro seria o senador Magno Malta, presidente estadual do PR.

Nem precisava ser muito observador para captar a aspereza na relação entre Magno e Glauber - já há algum tempo. Uma delas foi em outubro de 2011 durante protesto contra a proposta de mudança na divisão dos royalties. A BR 101 foi fechada em Mimoso do Sul; assim que Glauber chegou, Malta esbravejou por conta do horário.

No ano seguinte, na convenção do PR, em Vitória, o clima de antipatia imperou contra Coelho, que não compareceu ao evento. Naquela ocasião, Magno Malta disse que o PR teria candidato a prefeito em Cachoeiro, independentemente de quem fosse. A revolta deste dia era direcionada ao apoio do deputado ao governo do Estado em detrimento de posicionamentos do partido.

O que dizer então do lançamento da candidatura a prefeito do republicano; em nenhum momento, em seu discurso, Magno falou da pretensão eleitoral de Glauber que se consolidava naquela noite. Muito menos houve o tradicional levantar de braços, com as mãos dadas.

Hostil? A meu ver é. Se publicamente é assim, imagina dentro das ‘quatro paredes ‘ideológicas’’ do partido?

A verdade é que a saída de Glauber Coelho do PR é inevitável. Pesa contra o deputado somente a possibilidade de perda do mandato, por causa da fidelidade partidária. Pela imprevisibilidade de seu presidente, não há como Glauber ter a certeza de uma saída consentida pela sigla, o que lhe garantiria o mandato.

Outro caminho é se filiar no recém-fundado PMD, dentro de 30 dias a contar de seu registro no TSE. Mas, caso arrisque o mandato por um clima partidário melhor (neste caso, ele teria mais de um ano para fazer campanha), é muito provável que Glauber assine a ficha no PSB, abonada pelo governador Renato Casagrande. O convite já foi feito. 

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Disputa no palanque de Dilma


Ainda é muito cedo, mas pelo o que começa a se desenhar, é bem capaz de os senadores Magno Malta (PR), Ricardo Ferraço e o ex-governador Paulo Hartung, os dois últimos do PMDB, disputarem o palanque da presidente Dilma (PT) no Espírito Santo, caso o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), for candidato à presidência – o que separaria do PT o governador Renato Casagrande (PSB).

A antecipação do discurso eleitoral do senador Magno Malta pode estar atrelada a isso, ou seja, ou Magno tenta se viabilizar para representar Dilma no estado como candidato ou já houve conversa neste sentido com o Palácio do Planalto.

Já Hartung pode optar por uma eleição sem nenhum grande adversário para o Senado e articular para Ricardo ser o personagem de uma aliança entre PMDB e PT; ou então ele mesmo ser o candidato, com um vice do PT. Nesta segunda hipótese, há conversas que envolvem o nome de petista do sul do estado.

Como disse, ainda é muito cedo. Magno se antecipou, e é praticamente certo que Hartung não fará o mesmo; afinal há muita coisa para acontecer até junho de 2014.

Unidade

Estou certo na consolidação da chamada unidade política no estado. Por outro lado, acredito que se o governo de Casagrande não decolar o socialista dificilmente suportará Magno nas urnas. Neste caso, somente Hartung poderia fazer frente, e tenho lá minhas dúvidas se Casagrande aceitaria tirar o ‘time de campo’.

Só faltou transparência sobre as denúncias


Antes de tudo, afirmo ser louvável a decisão da Câmara Municipal em aceitar instalar o ponto eletrônico biométrico. O sistema, com identificação pela impressão digital, irá acabar com a possível existência de funcionários fantasmas na Casa de Leis, o que costuma acontecer Brasil afora. Sem dúvida, esse controle de freqüência dará um upgrade na imagem arranhada do legislativo municipal.

Porém, faltou transparência – por parte da Câmara – quanto a o que motivou o acordo com o Ministério Público para a instalação do ponto (o prazo é agosto). O MP propôs a assinatura do Termo de Ajuste de Conduta (TAC) porque existem denúncias de servidores fantasmas na Câmara de Cachoeiro. O Ministério Público continuará as investigações e deve concluí-las em 90 dias.

A Câmara tem merecimento diante dos elogios rasgados que surgiram na sessão de terça (16/05), até porque não se esquivou em pôr fim ao suposto problema na Casa. Poderia muito bem se negar a assinar o TAC; mas, caso o fizesse, seria alvo de ação judicial.

É bom deixar claro aos cidadãos que o MP, após receber as denúncias de ‘fantasmas’ na Câmara, procurou os vereadores para combater a possível improbidade por meio do ponto eletrônico. Talvez, se não houvesse a iniciativa do MP, o legislativo jamais recorreria ao aparelho; a não ser em cumprimento a uma decisão da justiça. Verdade seja dita. 

Crédito da foto: CMCI

terça-feira, 16 de abril de 2013

Delandi afirma que deu conta do recado


O ex-secretário de Meio Ambiente, Delandi Macedo, hoje vereador, afirmou que a este blogueiro que deu conta do recado quando esteve à frente da pasta, de janeiro de 2009 a março de 2012. Acontece que o prefeito Casteglione (PT) decretou situação de emergência (15) na secretaria por falta de técnicos para prestar o serviço de licenciamento ambiental.

Delandi assegurou que as licenças saíam dentro do prazo estipulado, o atendimento era de excelência e quase não havia reclamações. Para ele, o atual caos é por conta do aumento da demanda ambiental em decorrência das inúmeras atividades advindas no Ministério Público. Agora, disse o ex-secretário, há na comarca do município um promotor ambiental; antes não havia titular.

Macedo contou que a secretaria, em sua gestão, tinha 11 fiscais efetivos e conseguiu chamar mais cinco efetivos; um biólogo e conseguiu mais três; um engenheiro agrônomo, um engenheiro florestal e um engenheiro ambiental.

Na conversa online, ele revelou um disparate: a maior demanda no município vem da extração e beneficiamento de mármore e não há um engenheiro de minas e nem geólogo. Delandi acrescentou que são agravantes a falta de condições de trabalho na secretaria e o baixo salário (prefeitura está disposta a pagar R$ 1,8 mil a um engenheiro de minas).

Ele revelou que quando assumiu a pasta não havia “carro decente para trabalhar”, GPS, decibelímetros, demais equipamentos básicos e nem recursos. Foi criado o Fundo Municipal do Meio Ambiente, para onde vão os recursos oriundos de multas e taxas.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Meio Ambiente: situação é de emergência


Há tempos que a Secretaria de Meio Ambiente de Cachoeiro é formada praticamente por funcionários comissionados. Desvalidando discursos e boas intenções, não houve nenhum passo na direção da realização de um concurso público.

A secretaria necessita de técnicos e a Promotoria local, sabendo da situação, solicitou a contratação imediata e emergencial de profissionais naquela pasta. O serviço de licenciamento ambiental está prejudicado, não há pessoal suficiente para atender a demanda crescente, o que deixa as empresas suscetíveis a penalidades.

O caos na Secretaria de Meio Ambiente é comprovado pelo decreto de situação de emergência assinado nesta segunda (15) pelo prefeito Carlos Casteglione (PT). A desordem a qual chegou a pasta - responsável pela liberação de atividades e de empreendimentos - é de se analisar.

O último secretário foi o pastor Delandi Macedo (PRB), hoje vereador. Pode até ser que Delandi tenha se dedicado à questão, solicitando ao prefeito deferimento para abertura de concurso; tenha identificado que a secretaria repleta de comissionados não condizia com a moralidade exigida no serviço público.

Talvez, o ex-secretário sofria com a falta de técnicos, e não calado. Pode ser que Delandi fora ‘cozido em banho-maria’ pelo prefeito durante os anos que conduziu a secretaria. Quem sabe os licenciamentos ambientais de sua época não exigissem tanta agilidade e profissionais, e as reclamações do setor de rochas, por exemplo, não passavam de ‘balela’.

Ou então, ele também não tenha na ponta da língua uma explicação plausível, assim como ocorreu quando autorizou o corte de 92 árvores em área de preservação permanente na rodovia Cachoeiro x Safra, às margens do rio Itapemirim. Vamos aguardar.

sábado, 13 de abril de 2013

João Paulo tenta se viabilizar para 2014


Revelação nas eleições de Castelo em 2012, o advogado João Paulo Nali (PTB) segue em frente no meio político. Na verdade, a própria resposta do povo castelense dada à sua candidatura a prefeito no ano anterior é um motivador natural para que o jovem político tente novos voos.
No pleito municipal, João Paulo perdeu para Jair Ferraço (PSB) – candidato do governador Renato Casagrande (PSB) -, porém saiu grande das urnas. Em sua primeira disputa, ele obteve 38,27% dos votos válidos, o que seriam 8.478 dos 22.156 sufrágios concorridos pelos três candidatos (Puziol – PDT – teve 1.342 votos).

De outubro até então, João Paulo aproveita da liberdade de atuação que o PTB de Castelo lhe concedeu para viabilizar uma possível candidatura a deputado estadual. O petebista percorre os municípios do sul estado para angariar apoio do partido em torno de seu nome.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Cachoeiro estava preparada contra o que?

Nas duas campanhas eleitorais, nas quais Carlos Casteglione (PT) saiu vitorioso, ele fez questão de criar grandes expectativas. Em 2012, as esperanças e perspectivas lançadas chegaram a superar a realidade em escalas incríveis. Com a crise ‘metendo o pé’ na porta dos municípios, o petista massificou o discurso de ‘casa arrumada’.


Não vou entrar no mérito dessa propaganda eleitoral. Mas, não deixarei de me posicionar em outra afirmação dele: “estamos preparados para a crise”. Desde antes do período eleitoral que a palavra crise cansa o ouvido dos capixabas.

Agora, mais precisamente neste dia 11, o prefeito anuncia cortes diversos, tais como suspensão do Orçamento Participativo (OP) e de intervenções quaisquer com recursos próprios, corte de todas as festas, redução de 25% em todos os contratos, não concederá reajuste aos servidores, dentre outras medidas drásticas.

Sinceramente: Cachoeiro não estava preparada para a crise. Nos anos anteriores, Casteglione chegou a cortar comissionados e no fim do ano passado reduziu o horário de funcionamento da prefeitura. Pois bem. A diminuição de comissionados é para atender a Lei de Responsabilidade Fiscal, a respeito do teto para a folha de pagamento; a alteração no horário é para conter despesas e possibilitar o fechamento do orçamento anual. Nada tem a ver com preparar o município contra a crise.

Se a receita é curta, é necessário realizar os ajustes. Não sou contra as medidas anunciadas por Casteglione. O que quero deixar claro é que o impacto da crise já fora medido, então por que tais ações não aconteceram antes? Será que atrapalharia a reeleição? Por que afirmar que a casa está arrumada e, com isso, prometer que poderá fazer muito mais, sendo que a realidade que se aproximava (e ele sabia) era outra?

Já que a prefeitura funcionará com tantos abatimentos é sinal que havia excessos (considerando a crise que se aproximava); imagine-se ainda que se os cortes fossem feitos antes, hoje a máquina poderia operar com certa folga. Muita publicidade eleitoral, pouca sensibilidade popular.

Engraçado que na política, os discursos acabam servindo para todos e é o tempo que se encarrega de direcioná-los. Exemplo disso são os recentes (2012) ataques da deputada Iriny Lopes (PT) ao ex-governador Paulo Hartung (PMDB). Com a iminência do fim do Fundap, Iriny esbravejou que Hartung sabia antecipadamente que o referido benefício acabaria e, mesmo assim, não preparou o Estado para enfrentar o momento. E o PT cachoeirense?

Vamos agora acompanhar os próximos capítulos, como protestos de servidores, população reclamando de ruas sujas, lâmpadas queimadas, maquinário quebrado, promessa não cumprida via OP etc. Apesar dos pesares, só nos resta torcer para que não tenhamos grandes prejuízos. 

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Menos um deputado: vai sobrar para o sul


Por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Espírito Santo perderá um deputado federal a partir das eleições do próximo ano. A alteração tem como base os dados do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Atualmente, o sul do estado só tem um representante na Câmara dos Deputados, que é o parlamentar Camilo Cola (PMDB) - foto. Ainda assim, vale ressaltar que ele assumiu o cargo após vacância surgida com a eleição de Audifax Barcelos na prefeitura de Serra, em 2012.

Quero ressaltar com isso a dificuldade que os municípios sulinos têm em eleger seus representantes em nível nacional. Com isso, é muito provável que a única vaga que o estado perderá, das 10 que tem em Brasília, seja do sul do estado.

De acordo com os números de 2012, divulgados pelo TRE, o Espírito Santo tem 2.623.944 de eleitores, sendo que aproximadamente 25% estão nas cidades do sul estado. A cada eleição, os partidos lançam novos candidatos, muitas vezes no intuito de promover o nome para o pleito seguinte. Somado aos vistosos investimentos eleitorais feitos por candidatos de outras regiões, a divisão de votos fica tão intensa que inviabiliza o êxito de um candidato sulino.

Em todas as eleições gerais, vem à tona a campanha sobre o voto sul. Sem dúvida, sou a favor desta ideia, enquanto não há a reforma política e a implantação do voto distrital. Porém, essa é uma conscientização que deve ser contínua e não somente em períodos eleitorais. 

terça-feira, 9 de abril de 2013

Abra o leque

Ao invés de deixar a sua permanência na Comissão de Direitos Humanos somente na conta do PT, o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) poderia aumentar este leque. Ele disse nesta semana que só sairá da função se o mesmo fizerem os petistas João Paulo Cunha (SP) e José Genoíno da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).


Para uma limpeza ‘religiosamente’ ética, Marco Feliciano deveria condicionar sua saída também ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), acusado de peculato, falsidade ideológica e falsificação de documento, e tantos outros que envergonham a nação. Penso que a pressão popular seria maior.

Falando em vergonha, Feliciano talvez não tenha pensado que essa associação feita aos nomes dos petistas envolvidos no suposto esquema do mensalão somente registrou a gravidade de todos eles nos seus respectivos cargos; quiçá nos mandatos.



quinta-feira, 4 de abril de 2013

Fabrício pode ser expulso do PSB


Tudo corre à boca miúda, já que os socialistas optaram por não dar publicidade antes dos fins dos trabalhos de averiguação. Mas, o vereador Fabrício do Zumbi tem a sua conduta avaliada pela comissão de ética do PSB de Cachoeiro.

O processo teve aval da executiva estadual e aconteceu depois de Fabrício se opor aos dois candidatos do partido, sendo um para a presidência da Câmara (Alexandre Bastos) e outro para a Ouvidoria Racial (Rodrigo Enfermeiro), como publicado nesta semana neste blog. 

Há quem acredite que a expulsão do socialista novato é inevitável. Caso ocorra, ele perde o mandato e assume na função a suplente Neuza Sabadine, que também ingressou ao PSB para formar o grande time para disputar a proporcional em 2012. Ela era do PMDB.

Sabe-se que Fabrício do Zumbi já foi notificado pela comissão de ética socialista, que irá, nos próximos dias, analisar a sua defesa. Sem dúvida, mais uma briga está por vir no PSB, a ser resolvida no tapetão. Já a debandada não deve ser evitada, e as siglas que podem servir de novo abrigo aos insatisfeitos são o PSDB, PR e PHS.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Gratz chama Herkenhoff de farsante


O ex-deputado estadual José Carlos Gratz está disposto a tornar pública a suposta participação de personagens do estado em fraudes. O primeiro de sua lista é o ex-secretário estadual de Segurança, Henrique Herkenhoff. Inclusive, a sua acusação contra Henrique foi protocolada na Assembleia Legislativa. Veja o que disse Gratz:

“Conforme prometi aos que me acompanham no face, protocolei hoje na "ALES", uma FARSA que durou mais de 10 anos. O farsante e mentiroso ocupou vários cargos importantes neste País. O nome dele é: HENRIQUE HERKENHOFF ex. secretário de segurança no nosso estado. Vamos ver se ele é homem para provar o que fez ha 10 anos. Quem quiser ler o que protocolei, estará no face e nos jornais amanhã.”


PSB em situação de alerta


O PSB de Cachoeiro foi o partido que mais conseguiu reunir nomes de peso para disputar as eleições proporcionais de 2012. A meta foi atingida (três vereadores), porém, pelo visto, ninguém pensou nas possíveis conseqüências de tantos candidatos a figurões após o pleito.

O partido já se via rachado entre os grupos do vereador Alexandre Bastos e da ex-vereadora Claudia Lemos. Um novo grupo surgiu, há algum tempo: o do Fabrício do Zumbi.

Este último não é bem quisto dentro da sigla, uma vez que se opôs ao nome de Alexandre para a presidência da Câmara Municipal e a Rodrigo Enfermeiro (PSB) para a Ouvidoria Racial. Além disso, a aproximação de Fabrício com o PT durante a campanha eleitoral de 2012 também incomodou os socialistas.

Rachado, o PSB está deixando de ser a sigla de alguns filiados; uma debandada se anuncia. Depois das eleições, o partido ainda não reuniu os correligionários com e sem mandato e a situação corre solta. Na Câmara, cada vereador segue a sua consciência, não existe cartilha partidária.

Quanto à relação com o governo, partidariamente não existe. Bem que a executiva estadual socialista tenta uma reaproximação entre PSB e PT, porém a mágoa petista – que, na política, não deveria durar tanto tempo – ainda triunfa (o motivo é o apoio do PSB ao então candidato a prefeito Glauber Coelho (PR), sendo que os socialistas faziam do governo).

Vejo que chegará o momento em que o PT precisará do PSB, a considerar a quantidade de vereadores, até porque não se sabe até quando o PR – também com três edis - ficará na base. O prefeito Casteglione poderia se espelhar no que o ex-presidente Lula fez para eleger Hadadd em São Paulo. Já o PSB local, partido do governador Renato Casagrande, precisa de unidade.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Pelo fim do IPI e outros Is

Por várias vezes, a presidente Dilma (PT) anunciou o fim do IPI e, na data agendada, prorrogava. Óbvio que a intenção era criar um clima propício ao consumo, seja de veículos, móveis etc.

Acontece que agora as vendas de automóveis, por exemplo, caíram. E isso ocorreu porque apesar do desconto referente ao IPI o preço continua alto.

Deveria a presidente abrir logo mão deste IPI, extingui-lo (já que sem ele o Brasil não quebrou), e começar a reduzir outros tributos.

Imagino (mero chute, já que não sou economista; somente sou mais um que sofre com os impostos) que assim o Brasil identificaria que pode sobreviver com menos tributos, a exemplo de seus filhos à luz do salário mínimo. Quem sabe a carga não ficaria menos pesada?