terça-feira, 31 de julho de 2012

Casteglione surpreende mercado político


A articulação política petista em Cachoeiro de Itapemirim cometeu algumas falhas no início da gestão que resultaram na falta de um fortalecimento ao prefeito Carlos Casteglione. Após vencer com o apoio de somente três partidos, era natural a gravitação dos partidos; porém uns deveriam ser conquistados.

Um deles seria o PMDB. Digo isso pelo fato de os petistas e os peemedebistas terem em comum, à época, o inimigo político: deputado Theodorico Ferraço (DEM). Com o PMDB, os petistas teriam apoios de peso, como o do ex-governador Paulo Hartung, do senador Ricardo Ferraço e maior know-how para conquistar uma aliança com o próprio PSB para estas eleições.

O próprio PR, figurado em suas principais lideranças locais, poderia ser mantido na base aliada do governo. Da mesma forma como o vice-prefeito Braz Barros (PV) – antigo republicano - bateu o pé dizendo que ficaria com Casteglione, diante do rompimento entre o PT e o senador Magno Malta (PR), o então vereador Glauber Coelho (PR) poderia ter feito o mesmo. Faltou apoio para lhe garantir a presidência da Câmara Municipal.

A engrenagem começou a funcionar quando os vereadores ameaçaram abrir uma Comissão Processante, que poderia resultar na cassação do mandato do prefeito. Os articuladores não se intimidaram e ‘chutaram’ do palácio Bernardino Monteiro os tidos como falsos aliados. Ao identificar o posicionamento de cada partido, os palacianos angariaram respeito.

Ainda assim, aquelas siglas que se afirmaram parceiras da administração petista não passaram confiança para o mercado político. E com a aproximação do processo eleitoral, uma traição ao PT parecia se desenhar, assim que boa parte dos partidos aliados iniciou projeto político eleitoral paralelo. Para quem se lembra, chegou a ser chamado de terceira via, ou seja, uma opção entre Casteglione e Ferraço.

Nos fim das contas, a traição não aconteceu – pelo menos na proporção como muitos imaginavam. O que ocorreu nos bastidores para que os 11 partidos apoiassem a reeleição de Casteglione não é conhecido; mas há de se reconhecer o empenho e o êxito da articulação petista. Afinal, em 2008, eram apenas o PT, PR, PRB e PSC.

Por outro lado, o prefeito também fez a sua parte e a sua avaliação deu saltos positivos, mesmo que pequenos e em atraso. A realidade é que Casteglione chega ao pleito em condições de disputa, até porque, o mercado político também imaginava uma diferença maior entre ele e o seu adversário Glauber Coelho (PR) neste início de campanha. Enfim, não há favoritos.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Cuidados com a comparação e a supervalorização


Para se manter no poder em Cachoeiro de Itapemirim, o PT deve ficar atento aos abusos em sua campanha eleitoral. Não pode confundir a regra com a exceção da regra e deve readequar o foco do embate.

Antes do registro das candidaturas, o prefeito Carlos Casteglione e o seu partido se preparavam para o confronto com o deputado Theodorico Ferraço (DEM). Contra ele, a estratégia seria uma campanha de comparação, já que os petistas acreditam que fizeram mais em três anos e meio do que ele em 20 anos.

Acontece que o adversário é o deputado Glauber Coelho (PR), que nunca foi prefeito. Por isso, a comparação anterior não se aplica mais e é preciso analisar com rigor as provocações vindas dos ex-prefeitos que apoiam o republicano. Caso contrário, a campanha petista pode perder o foco e cair em trocas de acusações com quem não está disputando a prefeitura.

Outro ponto importante a ser avaliado é como as ações de governo serão apresentadas na campanha. Sem dúvida, ele tem que mostrar as obras que fez neste mandato. Porém, muitas pompas à espera de ovação em praça pública podem levar Casteglione a uma sensação ilusória.

Não se pode esquecer que, como prefeito, ele tem a obrigação de intervir em benefício da população. Além disso, o que foi feito – e ainda há por fazer, mesmo que pouco (ele afirmou ter executado mais de 80% do plano) – estava como promessa em seu plano de governo nas eleições de 2008. Por isso: pé no chão.

Um dos caminhos pode ser não apresentar as obras em si, frias em seus concretos e ferragens, mas a dignidade e o fim da degradação social que, por acaso, elas garantiram. O discurso tem que estar afinado com o sentimento dos cachoeirenses beneficiados com as ações do governo e também com o daqueles que esperam posicionamento do tipo de um governante.

O pé no chão é fundamental. Há quem acredite que esta eleição seja menos difícil do que a última, quando Casteglione venceu Ferraço, pelo fato de hoje o PT estar no comando da máquina.

Vejo o contrário; afinal, os 49.698 mil votos alcançados em outrora não foram frutos da militância petista, quem engordou a votação foram os insatisfeitos com o seu principal adversário da época.

A média de votos de Casteglione em Cachoeiro, considerando as eleições de 2004 e 2006, é de pouco mais de 15 mil votos. Em 2004, ele obteve 18.980 sufrágios para prefeito; e 11.443 para deputado estadual em 2006, no município.

Em sendo assim, cerca de 30 mil pessoas que têm direito ao voto analisam criticamente a atual gestão desde a posse. Desta vez, se esses eleitores não forem convencidos, podem fazer crescer os votos ‘brancos’ e ‘nulos’ ou beneficiarem o atual concorrente, Glauber Coelho.

Nulos e brancos
Em 2008, 5.574 cidadãos votaram branco e/ou nulo e 17.004 se abstiveram em um universo de 122.766 eleitores. 

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Tentativa de impugnação abala o PV


Embora as principais lideranças do PV não tenham se manifestado sobre a denúncia feita por um candidato a vereador do Partido Verde contra o prefeito Carlos Casteglione (PT), que foca a reeleição, a tentativa de impugnação gerou revolta no ninho verde.

A denúncia partiu do ex-presidente do Sindimunicipal, Jonathan Willian. Não é a primeira vez que ele apresenta acusações contra a administração municipal, sendo muitas destas ações ligadas ao exercício de sua função, ou seja, visando direitos dos servidores representados pelo sindicato. Desta vez, a denúncia coloca em risco a revisão geral salarial do magistério e também a candidatura a vice-prefeito de seu partido, na pessoa do médico Abel Santana.

Profissionais da área do Direito afirmam que a legislação eleitoral proíbe aumento salarial num prazo menor de 180 dias da corrida eleitoral, o que difere de reajuste/revisão. Mesmo assim, a apreciação deste objeto fica por conta da justiça eleitoral, provocada pelo sindicalista.

Quanto ao PV, a acusação foi algo semelhante a uma tentativa de rasteira na meta do partido, tão bem almejada e planejada pelo diretório municipal como pela executiva estadual. Criado na década de 1990, o partido tem dois vereadores na Câmara Municipal, sendo um deles o presidente da Casa; ocupou o primeiro escalão do governo municipal e tem o atual vice-prefeito. Ou seja, em pouco tempo, o PV ganhou representatividade, realizou novas filiações e construiu a chance de se manter no poder.

Certamente, seria decepcionante aos filiados da sigla ter seu objetivo interrompido, prematuramente, justamente por um correligionário. Há pouco tempo, o mesmo também teria abalado o decoro do PV ao quase sair nas vias de fato com o presidente da Câmara, Julio Ferrari (PV), em evento no teatro Rubem Braga.

O que fica subentendido é que, para o sindicalista, o embate com o prefeito faz parte de sua estratégia eleitoral, já que daria continuidade à briga que o fez ter visibilidade junto aos servidores públicos - seus eleitores em potencial; estes ataques poderiam também o fazer angariar votos daqueles que estão insatisfeitos com o governo. Se assim o for, cada 'pedido' de voto de Jonathan pode custar uma gota de sangue ao PV e à sua liderança maior: Abel Santana.