A articulação política petista em
Cachoeiro de Itapemirim cometeu algumas falhas no início da gestão que
resultaram na falta de um fortalecimento ao prefeito Carlos Casteglione. Após
vencer com o apoio de somente três partidos, era natural a gravitação dos
partidos; porém uns deveriam ser conquistados.
Um deles seria o PMDB. Digo isso
pelo fato de os petistas e os peemedebistas terem em comum, à época, o inimigo
político: deputado Theodorico Ferraço (DEM). Com o PMDB, os petistas teriam
apoios de peso, como o do ex-governador Paulo Hartung, do senador Ricardo
Ferraço e maior know-how para conquistar uma aliança com o próprio PSB para
estas eleições.
O próprio PR, figurado em suas
principais lideranças locais, poderia ser mantido na base aliada do governo. Da
mesma forma como o vice-prefeito Braz Barros (PV) – antigo republicano - bateu
o pé dizendo que ficaria com Casteglione, diante do rompimento entre o PT e o
senador Magno Malta (PR), o então vereador Glauber Coelho (PR) poderia ter
feito o mesmo. Faltou apoio para lhe garantir a presidência da Câmara
Municipal.
A engrenagem começou a funcionar
quando os vereadores ameaçaram abrir uma Comissão Processante, que poderia
resultar na cassação do mandato do prefeito. Os articuladores não se
intimidaram e ‘chutaram’ do palácio Bernardino Monteiro os tidos como falsos
aliados. Ao identificar o posicionamento de cada partido, os palacianos
angariaram respeito.
Ainda assim, aquelas siglas que
se afirmaram parceiras da administração petista não passaram confiança para o
mercado político. E com a aproximação do processo eleitoral, uma traição ao PT parecia
se desenhar, assim que boa parte dos partidos aliados iniciou projeto político
eleitoral paralelo. Para quem se lembra, chegou a ser chamado de terceira via,
ou seja, uma opção entre Casteglione e Ferraço.
Nos fim das contas, a traição não
aconteceu – pelo menos na proporção como muitos imaginavam. O que ocorreu nos
bastidores para que os 11 partidos apoiassem a reeleição de Casteglione não é
conhecido; mas há de se reconhecer o empenho e o êxito da articulação petista. Afinal,
em 2008, eram apenas o PT, PR, PRB e PSC.
Por outro lado, o prefeito também
fez a sua parte e a sua avaliação deu saltos positivos, mesmo que pequenos e em
atraso. A realidade é que Casteglione chega ao pleito em condições de disputa,
até porque, o mercado político também imaginava uma diferença maior entre ele e
o seu adversário Glauber Coelho (PR) neste início de campanha. Enfim, não há
favoritos.