sábado, 29 de junho de 2013

Prefeito não mediu riscos

Os protestos acontecem, sim, em todo o país. Porém, o evento nasceu de uma questão local – redução da tarifa do transporte na cidade de São Paulo. A partir daí, todos os brasileiros se encorajaram a apontar os desajustes de sua aldeia. O líder desta aldeia deve ter as reivindicações populares como prioridade.

Na quarta (26), em Cachoeiro, os manifestantes deram um prazo de dois dias para serem recebidos pelo prefeito Casteglione (PT), repito: com Casteglione, sob a ameaça de protestar no Desfile Cívico de sábado (29). Há situações em que representantes não valem.

Imagino que o cachoeirense ausente não se incomodaria em ser recepcionado pelo vice-prefeito em uma agenda da festa, sabendo que o motivo da ausência do titular no evento era democrático, ou seja, o gestor do município dialogaria com os filhos insatisfeitos desta terra.

Alguns acreditavam que as manifestações Brasil afora não ganhariam corpo, mas, como todos vimos, não foi o que aconteceu. Para tentar acalmar os ânimos da população revoltada a presidente Dilma (PT) falou em rede nacional e, ela, atendeu os integrantes do evento no Palácio do Planalto.

Os congressistas, cada um de sua maneira, passaram a debater sobre os temas abordados nas ruas e aprovaram diversos projetos de lei que tinham relação direta com as reivindicações. O Supremo Tribunal Federal (STF) opina sobre os caminhos do plebiscito e referendo.

De certa forma, todos colocaram a ‘cara na reta’. Até porque, se não participarem e nem se colocarem à disposição, serão ‘apedrejados’ pela opinião pública. Mesmo se posicionando, a aprovação de Dilma caiu 21 pontos em três semanas.

Por isso, não entendo o porquê de o prefeito não ter pensado da mesma forma; era simples, bastava priorizar a força do movimento e dialogar, sem porta-voz. 


quarta-feira, 26 de junho de 2013

Paradoxo de farda

A determinação judicial recente em Cachoeiro é de que o Guarda Municipal que estiver com uniforme semelhante à farda da Polícia Militar vai preso em flagrante. Os agentes da guarda devem usar sapatos ao invés de coturnos, e demais vestimentas definidas em acordo entre a prefeitura e o Ministério Público.

Em um momento onde comerciantes são assaltados e baleados à luz do dia, os homicídios são cotidianos e demais crimes assustam toda população, é, no mínimo, um paradoxo colocar na cadeia um personagem que soma à segurança pública, por um motivo tão banal.

Se há exageros de comportamento e atuação por conta de alguns guardas, certamente não é o uniforme que fará o papel do cabelo de Sansão. Vejo que faltou foco por parte do Ministério Público, que poderia, neste caso, estudar meios para exigir melhor aproveitamento desta mão de obra pública, chamada Guarda Municipal.


Há participação também por parte da prefeitura de Cachoeiro que assumiu a ‘conduta desajustada’ por parte do uniforme da guarda ao assinar o termo com o MP. A assinatura do TAC não é obrigatória, tanto que a administração municipal deixou de firmar outros, como, por exemplo, o de adequação da rede municipal às diretrizes da educação inclusiva.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Cada um com o seu papel

Sem dúvida, a presidente Dilma (PT) quis dividir os holofotes advindos das manifestações. E está certa, até porque as responsabilidades para fazer as mudanças necessárias no país não dependem somente dela.

A reforma política é uma pauta antiga, não caminhava, talvez por falta de interesse do Congresso Nacional. Os passos daqueles que protestavam nas ruas contribuíram para retomar o assunto, agora com ar de urgência.

Caberá ao congresso se adaptar ao ritmo de mudança que o povo quer e ter habilidade e celeridade para aprovar os pactos federativos propostos por Dilma, desta vez sem a possibilidade/regalia de fazer ‘dramas e pirraças’, trancando pautas, em trocas de benefícios.

Quanto ao plebiscito para a formação de constituinte com intuito de fazer a reforma política vejo que há probabilidade de não ir à frente.

Ministros do Supremo Tribunal Federal já criticam o processo a ser implantado, alegando que o Poder Constituinte não pode ser convocado com uma agenda pré-fixada, o que amplia os temas a serem discutidos.

Talvez, o próprio governo pode decidir por um caminho mais curto para chegar à reforma política, principalmente se for identificada que esta é a agenda positiva que trará dias mais calmos ao Palácio do Planalto.


sábado, 22 de junho de 2013

Ordem e progresso


Sempre acreditei que as intervenções no Brasil só acontecem quando há vontade política. E é justamente mostrando ‘vontade’ de mudar as cidades, estados e o país que os políticos pedem o voto nas campanhas eleitorais, e, uma vez eleitos, o verdadeiro interesse não transparece mais. O pior: a voz dos poucos que gritavam não era ouvida, portanto, não surtia efeito.

Agora, a maioria ‘acordou’. Só que não adianta somente acordar, é preciso aderir à insônia e ser vigilante. E não apenas criticar por criticar, temos que entender o que acontece, apresentar soluções, entrar no debate, defender ideias e, principalmente, saber votar. Neste caminho, sem dúvida, surgirão novas lideranças, ‘sem vícios e sobrenomes’.

Em Cachoeiro, sabemos que as principais prioridades estão no campo da saúde, segurança e mobilidade urbana, e o prefeito Casteglione (PT) também sabe. A ‘ordem’, estampada na bandeira nacional, pode significar neste momento de manifestações que é preciso interagir, participar de audiências que debatem os temas, identificar os trâmites e cobrar resultados.

O progresso é perseverar em lutar por um ambiente melhor e pela administração honesta do nosso dinheiro. Temos que ser intolerantes diante da corrupção.

Os cachoeirenses estão de parabéns pelo protesto. Que a classe política trema diante da sagacidade dos cidadãos e que o interesse deles seja a realização do nosso!




















terça-feira, 18 de junho de 2013

Manifeste-se também nas urnas

Mesmo que termine neste instante, a manifestação popular deste mês de junho já é histórica. As perguntas que antecipo são: o que acontecerá depois? Qual será o saldo dos protestos?

O brasileiro tem ‘memória curta’ e a banda podre da classe política sempre se aproveitou disso, ou seja, após atos de improbidade o político retorna com um sorriso no rosto e consegue a votação necessária para se eleger.

Enfim, será que após as manifestações quem não gosta de política continuará não se interessando? Haverá um acompanhamento permanente e cobrança aos governos para executarem o que foi prometido nas campanhas eleitorais?

Será que cobraremos a Justiça, que, coincidentemente ou não, absolve políticos ‘grandes’ acusados de corrupção? Cobraremos concurso público para ingresso no Tribunal de Contas e no STF? Refletiremos sobre a necessidade da existência do Senado e do voto distrital?


Exigiremos a reforma política? Seremos mais atentos e críticos durante as campanhas eleitorais para analisar os planos de governo apresentados pelos candidatos a cargos executivos e as propostas daqueles que disputam pelas proporcionais?

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Manifestações são frutos da falta de diálogo

Parece mesmo que os brasileiros estão acordando para a politização. A velha dormência, que não deixava ninguém sentir o suor e seus frutos serem arrancados covardemente, perde o efeito. Só que é preciso muito mais.

As pessoas precisam entender que o mandato é um contrato que o político assina com o povo no momento de sua posse. E os eleitores contrataram o político, através do voto, a partir do plano de governo que ele apresenta. Após a posse, a população deve cobrar a execução do contrato.

E mais ainda: além da transparência com as contas públicas (a Lei da Transparência já cobrou isso), é preciso cobrar transparência no interesse político, pois não adianta ter dinheiro em caixa e não existir a vontade de fazer.

Basta ver uma coisa: a União construiu e reformou estádios em tempo recorde para a Copa das Confederações porque havia dinheiro e interesse (s); será que boa parte do problema na saúde, por exemplo, não seria resolvida caso houvesse a mesma vontade política? O país é rico.

Muitos governos não se abrem ao diálogo, somente fingem gestões participativas, abrindo espaço aos cidadãos somente nos assuntos escolhidos por eles. Em São Paulo, por exemplo, do tucano Alckimin, ele optou por negociar somente após dias de manifestações.

É sabido que o reajuste de tarifa de ônibus é anual, mesmo assim dolorosa a quem depende do serviço. Mas, a negociação da nova tarifa deve ter amplitude e não ocorrer apenas entre os representantes da empresa, governo e agência reguladora, que, por vezes, faz o jogo da administração – já saí do exemplo de São Paulo.


Com diálogo uma manifestação só ocorreria se houvesse o descumprimento daquilo que foi acordado entre político e eleitores através do plano de governo contratado. Fora isso, os protestos se dão em regimes ditatoriais. Será que é o caso?

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Bicada nos petistas

O ex-governador Paulo Hartung (PMDB) esteve em Cachoeiro nesta quinta (13) para falar de economia aos empresários do município, como vem fazendo Brasil afora desde que entregou o governo a Renato Casagrande (PSB) em 2011.

Nestas palestras, ele faz um panorama do cenário mundial e retrata os impactos no país e no Espírito Santo. Só que no Brasil o que ganha destaque em seu discurso são os desdobramentos – negativos – das mexidas do governo.

As críticas vão desde a política de consumo da administração da presidente Dilma (PT) até o déficit de investimentos da União para com o estado.

A queda no percentual de crescimento do país também é contabilizada por Hartung do governo Lula adiante. Sem contar que ele pretende retornar ao Legislativo/Senado (o que não acredito) para retomar a construção da agenda nacional, esquecida no segundo mandato de Lula, segundo ele.


É de se imaginar que os petistas presentes se viram em um evento tucano, onde foram bicados e tiveram que engolir as penas que caíam lentamente pelo salão do Bom Gosto Bar.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Nove anos do hospital que não é hospital

Parece um filme de terror, mas é verdade. No próximo ano, completará 10 anos que o 'Hospital do Aquidaban' foi inaugurado, sem equipamentos, e, por isso, nunca funcionou. De lá pra cá, o que vimos foram políticos tirando dividendos eleitorais daquele prédio, que chegou a ser apelidado de ‘Elefante Branco’.

O tema voltou à tona no ano passado, quando tivemos eleições municipais. Neste ano, véspera de eleições gerais, retorna o debate. O mesmo aconteceu em 2010 e em anos anteriores, até o estourar dos foguetes na inauguração durante o pleito municipal de 2004.

A necessidade da construção do hospital, obviamente, já existia naquela época. Hoje, quase uma década depois, a carência é ainda muito maior para atender à demanda de trauma como materno infantil.

Há muito fico pensando naquela obra feita pelo então prefeito Theodorico Ferraço (DEM), tentando identificar uma razão. O que lampeja é que ele ergueu o prédio com a finalidade de torná-lo em um hospital – o que é competência do Estado – e tentou empurrar para o governo quase que exigindo que o executivo assumisse o nosocômio, sem se importar se havia o interesse ou recursos para tal. Talvez, com o dinheiro, poderia ser fortalecido o atendimento básico, mas...

Lembro que na época circulou nos noticiários que o secretário estadual de Fazenda chegou a assinar a doação do hospital para o Estado, sem o consentimento do governador Paulo Hartung, que logo desfez o ato.

E não há como pensar outra coisa a não ser que o ‘hospital’ construído por Ferraço foi um ‘presente de grego’ naquela época e, talvez, também seja agora, uma vez que, até hoje, o executivo não pôs em prática o seu interesse, além do desinteresse. O que há são os já conhecidos debates.

Na eleição de 2012, Glauber Coelho (PR) e Casteglione (PT) divergiam sobre a destinação do ‘Elefante Branco’: materno infantil ou trauma. Pois bem, as duas áreas pedem socorro.

Em minha opinião, é preciso respeitar a decisão do dono do terreno, que foi comprado por valor irrisório. E depois torcer para que o imóvel do Hifa, no bairro Sumaré, sirva de extensão para o atendimento de trauma feito pela Santa Casa, após entendimento entre os hospitais, é claro, até porque o Hifa tem planos de adquirir o estádio do Estrela. 

O que não pode é esperarmos, com demanda reprimida, por mais 10 anos pela resolução deste grave entrave na saúde cachoeirense e, por que não, sulina.



terça-feira, 11 de junho de 2013

Fabrício mais brando após expulsão

Antes, havia a ameaça de que o vereador Fabrício do Zumbi revelaria histórias obscuras sobre os bastidores da eleição para a presidência da Câmara Municipal desde ano caso fosse expulso do PSB.

Mas, Fabrício decidiu por usar a cautela após a expulsão e não partirá para o ataque nem contra o partido e nem em desfavor aos vereadores Alexandre Bastos e Rodrigo Enfermeiro, que engrossaram a votação que o retirou da sigla.

Ele vai recorrer da decisão do diretório socialista cachoeirense nesta semana e já estuda uma forma de se precaver no Tribunal Regional Eleitoral. Até porque, o que está em jogo agora é o mandato.

Assim como o PR e PTB, a sigla socialista tem três vereadores na Casa de Leis e isso é relevante para o partido; embora tenha faltado articulação para eleger seus quadros na mesa diretora do legislativo, assim como nas comissões permanentes de peso. Afinal, acredito que não pode penalizar somente Fabrício pelo insucesso nesses pleitos.


Sem dúvida, o PSB quer continuar com os três mandatos. Por outro lado, Fabrício, que já ‘bateu na trave’ em 2008 e ficou na suplência, não vai querer dar de bandeja um mandato que lhe foi confiado por 1,6 mil eleitores. 

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Cúpula do PSB expulsa Fabrício do partido

Sem dó. Apesar da defesa do vereador Fabrício do Zumbi e de seu advogado, a cúpula do diretório municipal do PSB votou pela sua expulsão do partido, seguindo a orientação do relatório feito pela comissão de ética.

Pelo lado de Fabrício, muitos argumentos sobre falta de provas, como, por exemplo, a determinação do partido em votar em candidatos socialistas – nos pleitos para presidente da Câmara e Ouvidoria Racial -, e sobre uma suposta conversa por telefone, na qual ele teria sido avisado para votar nos companheiros de sigla, que foi posta no ‘viva-voz’ na presença de inúmeras pessoas, entre elas o presidente do diretório Luciano Cortez.

Os vereadores Alexandre Bastos, então candidato à presidência da Câmara, e Rodrigo Enfermeiro, à Ouvidoria, ambos supostamente lesados por Fabrício, afirmaram ter informado Fabrício do Zumbi sobre o interesse do partido naquela eleição e entregue documento para dar ciência.

Alexandre, Rodrigo, José Renato, Luciano, Atílio Traváglia e outro socialista votaram pela expulsão de Fabrício. Seu advogado afirmou que irá recorrer da decisão junto à executiva estadual, por isso o debate sobre de quem será o mandato é prorrogado.

Chumbo grosso

Uma coisa é certa: a vida dos vereadores Rodrigo Enfermeiro e Alexandre Bastos não será mais tranqüila na Câmara Municipal, talvez, nem a do próprio PSB. Fabrício do Zumbi, ora acusado de traidor e penalizado por isso, torna-se adversário ferrenho dos socialistas. Vem chumbo grosso por aí.



quinta-feira, 6 de junho de 2013

PSB apresenta punição a Fabrício do Zumbi

Após ouvir testemunhas e analisar a defesa do vereador Fabrício do Zumbi, a comissão de ética do PSB divulga nesta sexta (7) se irá expulsá-lo ou não. 

Ele é acusado de ter traído o partido em duas eleições: para presidência da Câmara Municipal, não apoiando Alexandre Bastos; e para a Ouvidoria Racial, por não ter votado em Rodrigo Enfermeiro.

Fabrício afirma que não recebeu nenhuma instrução para votar em Alexandre para presidente da Casa de Leis e que não teve apoio de Rodrigo Enfermeiro para assumir outra comissão permanente da Casa de Leis.

O vereador acredita que há atropelos legais, perante ao estatuto, que invalida a criação da comissão de ética que o julga. Para ele, houve precipitação em querer prejudicá-lo.

Se teve ou não, a verdade é que muitos filiados estão insatisfeitos com Fabrício e não há mais clima para ele no partido. Até porque a maioria pensa que não era necessário ele receber orientação para apoiar um companheiro de sigla, ou seja, deveria ser uma manifestação natural.

Em caso de expulsão, duas guerras já estão declaradas: a primeira é para decidir na justiça quem ficará com o mandato, o vereador ou o partido. Fabrício do Zumbi segue tranquilo, por acreditar que a expulsão lhe abre um leque para escolher qualquer outra sigla, tendo com ele o mandato.


Outro ponto é que Fabrício prometeu revelar os bastidores da eleição para a presidência da Câmara Municipal. Segundo ele, pessoas com interesses obscuros fizeram parte da engenheira daquele pleito. 

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Fabinho quer voltar para a política

O ex-vereador Fábio Mendes Glória (PV) pretende voltar a concorrer uma eleição. Ao que se sabe, ele deve se desfiliar do atual partido e retornar ao PMDB, onde buscará apoio para disputar uma das 30 vagas na Assembleia Legislativa.

Vereador por três mandatos, Fabinho não conseguiu a reeleição em 2008 após perder espaço em seu reduto eleitoral – bairros Coronel Borges e São Luiz Gonzaga - para Alexandre Bastos (PSB) e Julio Ferrare (PV).

Na condição de suplente, exerceu a função de vereador. No entanto, teve atuação tímida e precavida, uma vez que uma simples mexida no tabuleiro pela administração municipal, Fabinho sairia da Câmara Municipal.

Tornou-se secretário no governo de Casteglione, mas sem nenhuma participação do PMDB, que já se posicionara oposição ao PT em Cachoeiro. Vivendo um clima ruim na sigla peemedebista, resolveu se desfiliar e assinar a ficha no PV.

Coincidentemente, optou por não concorrer às eleições de 2012 e apoiou a reeleição de Julio Ferrare, desta vez seu companheiro de partido. Atualmente, Fabinho faz parte do segundo escalão do governo, mas não encontrou incompatibilidade dentro do PV.

Caso decida mesmo voltar ao PMDB, terá que concorrer o apoio do partido com o ex-deputado estadual José Tasso, que tem o mesmo objetivo eleitoral.



terça-feira, 4 de junho de 2013

Luta contra o próprio legado

O ex-prefeito de Presidente Kennedy, Reginaldo Quinta, tem o interesse em disputar as eleições para deputado estadual no ano que vem pelo PTB. Como há a concordância do partido e não há nada legal, juridicamente falando, que o impeça, é bem capaz de ser mesmo candidato.

Porém, não será uma tarefa fácil. Em Kennedy, que tem cerca de 10,4 mil eleitores, Reginaldo pode sair forte, arrematando, sem dúvida, a maioria dos votos locais. E outra: sem depender do apoio da sobrinha Amanda Quinta (PTB), que foi eleita prefeita por conta do sobrenome.

Sair forte do seu reduto eleitoral é primordial, só que é necessário conquistar “um punhado” de votos em cada um dos outros municípios para vencer as eleições. E é nesta busca em outras cidades que Reginaldo encontrará dificuldades.

Os eleitores de Kennedy têm uma relação passional com o ex-prefeito, já que, de certa forma, ele ‘transformou’ a vida dos moradores pobres do município através de inúmeras gratuidades e até salário pagou para quem fazia cursos profissionalizantes. Voto garantido.

Mas, fora das limitações kennedenses, a imagem de Reginaldo Quinta é a de um prefeito envolvido em suposto esquema ilegal que desviou milhões em recursos oriundos dos royalties de petróleo. 


Por outro lado, uma candidatura de Quinta será uma excelente oportunidade para ele se explicar não só aos kennedenses, mas a todos os capixabas. Afinal, apesar de preso, ele não foi condenado e até hoje não foram encontrados os muitos milhões que ele teria tomado pra si e para os aliados. E como, na política, a corda estoura do lado mais fraco, vai que tem coisa maior por aí...

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Vaidades da emancipação

Em momento de dificuldades financeiras que o Espírito Santo enfrenta, é no mínimo insensato políticos quererem a efetivação da emancipação política. A receita está em queda, a folha de pagamento fica mais pesada, contratos são cada vez menores e a Lei de Responsabilidade Fiscal torna-se uma meta difícil.

Fico imaginando como seria a vida de um possível prefeito de Itaoca Pedra. Se em Muqui, com cerca de 14 mil habitantes, o prefeito Aluízio Azevedo (PSDB) faz ‘milagre’ para manter as portas da prefeitura aberta, já que depende praticamente 100% de outras esferas do poder para garantir qualquer obra de impacto no município, imagina Itaoca com pouco mais de cinco mil habitantes?

Sem dúvida, a vida seria mais fácil somente para o prefeito e sua cúpula que ostentariam não apenas o status, mas também um bom salário e demais regalias que o cargo oferece.

No caso de Itaoca (praia) seria uma maravilha. Por ser um município litorâneo, assim como a vizinha Itaipava (já considerando a emancipação), os royalties garantiriam a movimentação econômica e atendimentos das diversas demandas locais.

Por outro lado, Itapemirim penaria, como qualquer outra cidade pequena, para prestar socorro aos seus inúmeros distritos, já que perderia a grande fatia do dinheiro do petróleo.

Será mesmo que o deputado Theodorico Ferraço (DEM) quer a emancipação de Itaoca e Itaipava, após sua família perder a chefia na gestão de Itapemirim? Caso haja a emancipação, os ‘ferraços’ irão concorrer às eleições para gerir Itapemirim, Itaipava ou Itapemirim?

E o ex-vice-prefeito Braz Barros (PV), preferirá uma emancipação arriscada, economicamente falando, somente para atender um sonho de ser prefeito? Afinal, se a municipalidade não atende a contento ao distrito, resta a ele uma parcela de culpa; sem contar que Itaoca é o distrito com expressiva representatividade política na Câmara Municipal (três vereadores).

E outra: a interinidade já foi confiada a Braz várias vezes na última administração em Cachoeiro pelo prefeito Casteglione (PT). Não está de bom tamanho?