Os protestos acontecem, sim, em
todo o país. Porém, o evento nasceu de uma questão local – redução da tarifa do
transporte na cidade de São Paulo. A partir daí, todos os brasileiros se
encorajaram a apontar os desajustes de sua aldeia. O líder desta aldeia deve
ter as reivindicações populares como prioridade.
Na quarta (26), em Cachoeiro, os
manifestantes deram um prazo de dois dias para serem recebidos pelo prefeito
Casteglione (PT), repito: com Casteglione, sob a ameaça de protestar no Desfile
Cívico de sábado (29). Há situações em que representantes não valem.
Imagino que o cachoeirense ausente
não se incomodaria em ser recepcionado pelo vice-prefeito em uma agenda da
festa, sabendo que o motivo da ausência do titular no evento era democrático,
ou seja, o gestor do município dialogaria com os filhos insatisfeitos desta
terra.
Alguns acreditavam que as
manifestações Brasil afora não ganhariam corpo, mas, como todos vimos, não foi
o que aconteceu. Para tentar acalmar os ânimos da população revoltada a
presidente Dilma (PT) falou em rede nacional e, ela, atendeu os integrantes do
evento no Palácio do Planalto.
Os congressistas, cada um de sua
maneira, passaram a debater sobre os temas abordados nas ruas e aprovaram
diversos projetos de lei que tinham relação direta com as reivindicações. O
Supremo Tribunal Federal (STF) opina sobre os caminhos do plebiscito e
referendo.
De certa forma, todos colocaram a
‘cara na reta’. Até porque, se não participarem e nem se colocarem à
disposição, serão ‘apedrejados’ pela opinião pública. Mesmo se posicionando, a
aprovação de Dilma caiu 21 pontos em três semanas.
Por isso, não entendo o porquê de
o prefeito não ter pensado da mesma forma; era simples, bastava priorizar a
força do movimento e dialogar, sem porta-voz.