sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Desafios à altura


Mais três nomes que irão fazer parte do novo secretariado do prefeito de Cachoeiro, Carlos Casteglione (PT), foram anunciados nesta sexta-feira. São eles: Braz Barros (PV), na Secretaria de Obras; Cristiane Paris, na Educação; e o vice-prefeito eleito Abel Santana (PV) na pasta de Saúde.

A Secretaria de Obras tem um vasto trabalho apresentado e foca as prioridades do município. Dentre elas, podemos destacar as inúmeras obras de drenagem e pavimentação, que, de certa forma, impediram danos maiores à população nos períodos chuvosos. Sem contar, é claro, com a segurança garantida, através de muros de arrimos, e facilidades, como escadarias.

Como disse o próprio prefeito, Braz Barros, atual vice-prefeito, já atuava em parceria com a referida secretaria, mais especificamente na coordenação das intervenções do projeto Nosso Bairro. Tal função o credencia a ocupar a pasta e, realizando um bom trabalho, pode se cacifar politicamente em 2014. Ainda no campo político, a indicação compensa o seu recuo nas eleições deste ano.

O nome de Cristiane Paris já vinha sendo ventilado para ocupar a Educação, após o conhecimento interno da insatisfação dos servidores com a atual secretária Deuceny Lopes. Apesar de ser professora, ainda não se pode medir o quanto Cristiane renderá no novo desafio. Porém, baseado na revolução que empregou na pasta de Cultura, as expectativas são boas.

Na Saúde, Abel Santana tem comprovada experiência como profissional médico e, por isso, conhece os corpos estranhos que prejudicam o bom funcionamento do organismo público. Há tempos, ele vem estudando planos e projetos a serem modificados, extintos ou implantados na secretaria.

A sua decisão em assumir a pasta avalio como corajosa, considerando que os desafios da saúde são constantes, por isso intermináveis. Cogitava-se que Abel indicaria alguém para chefiar a pasta e pôr em prática o seu planejamento. Mas, optou por enfrentar os obstáculos com extrema consciência de que uma participação no pleito de 2014 depende estritamente dos resultados apresentados na secretaria.

Com um olhar de lupa, é possível identificar que mesmo indicando alguém, o sucesso ou não da secretaria estaria na conta de Abel, que foi apresentado na campanha eleitoral como a pessoa que resolveria os problemas do setor. Em sendo assim, melhor mesmo chamar a responsabilidade para si. Para todos esses, o desafio é grande e a fiscalização é grande.

Crédito da foto: PMCI

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Secretariado ainda sem novidades


O prefeito Carlos Casteglione (PT) anunciou uma pequena parte da equipe que governará consigo durante o próximo mandato em Cachoeiro. Dos quatro nomes, três já atuam na atual gestão (Lúcio Berilli, Mara Tosato e Marco Aurélio), e a novidade ficou com o anúncio do nome de Fernando Moura, que atuará na controladoria interna.

Os nomes anunciados têm características técnicas e geralmente são os cargos dos quais os prefeitos não costumam abrir mão para uma negociação política. Ainda restam para definir os chefes de 21 locais, dentre secretarias e autarquias.

Comum a essas pastas de cunho técnico cujos nomes foram divulgados, a Secretaria de Obras é outra que certamente ficará às margens do PT. Apesar de ser uma secretaria técnica, ela tem grande potencial de retorno político.

Já as pastas de Saúde e Educação são as que tiram o sono da cúpula petista. De acordo com os bastidores, existe pressão vinda de todos os lados, ou seja, tanto para a mudança na condução como para a permanência das atuais secretárias (Márcia Fardim e Maria Deuceny, respectivamente)´.

Ao que tudo indica, a mudança será inevitável, principalmente por conta das inúmeras críticas ao trabalho – vide campanha eleitoral adversária - e a problemas de relacionamento. Para a Educação pode ser que Cristiane Paris, da Cultura, assuma.

A Saúde está por conta do vice-prefeito eleito Abel Santana (PV). Este setor foi um dos mais criticados no governo Casteglione e, na campanha eleitoral, o petista apresentou Abel como o ‘antídoto’ para solucionar a questão. Aliás, a situação se mostrou tão crítica nesta área que até mesmo o seu adversário Glauber Coelho (PR) escolheu como vice um médico, o ex-vereador Renato Frederic (PSB), também na intenção de mostrar o caminho para reverter o atual quadro.

Como o PT saiu vitorioso, novamente, nas urnas, a responsabilidade da boa condução na Saúde está ‘nas costas’ de Abel Santana. Pessoas mais próximas a ele já adiantaram que ele tem pronto um projeto para a pasta; ‘peneirou’ algumas ações e implantará novidades. Só não há a certeza de que será ele o secretário; e é bem provável que não.

Dos demais, são nomes que se apresentam como certo no secretariado Luiz Carlos de Oliveira, na Agersa; Geraldo Henrique, no Ipaci; o atual vice-prefeito Braz Barros; um dos três vereadores eleitos pelo PTB (Braz Zagotto, Lucas Moulais ou Neném Cadável). Fabrício do Zumbi (PSB) é outro que pode compor o governo e um do PV, provavelmente o vereador eleito Fassarela.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Sem sinais de furação


Esta segunda jornada administrativa do prefeito Carlos Casteglione (PT) o exigirá mais destreza para lidar com os desafios da cidade. Se o primeiro mandato foi marcado por insatisfações populares, mediante as pesquisas divulgadas desde 2009, o seguinte estará sob longas observações críticas de cada ação ou inércia de seu governo.

Casteglione não terá mais como se apoiar no discurso de “arrumar a casa” para justificar quaisquer impossibilidades de tocar este ou aquele projeto. Apesar da baixa do Fundap, ele mostrou que tem consolidada a parceria com os governos estadual e federal; aproximação que poderá minimizar os impactos negativos da ausência do fundo.

Com a polarização nestas eleições, desconsiderando os votos brancos, nulos e as abstenções, a cidade também ficou dividida. Em sendo assim, quase a metade dos eleitores cachoeirenses já se tornou crítica ferrenha da administração e a outra parte, que elegeu o prefeito, só será mantida mediante o atendimento às suas expectativas – atreladas ao plano de governo apresentado.

Particularmente, sou a favor de um mandato de seis anos, sem o direito à reeleição. A explicação é que diversos gestores, Brasil afora, reclamam da forma como pegaram a prefeitura e, geralmente, iniciam volume de obras ao fim do terceiro ano do mandato e aumentam no ano seguinte, que é o das eleições.

Ora, tal prática comprova que é possível ‘programar’ a máquina pública para realizar as intervenções necessárias à população em três anos de ‘operação’; tendo seis anos o mandato significa que as cidades se tornariam em ‘canteiros de obras’   durante, no mínimo, três anos consecutivos.

Retornando a Cachoeiro, que está com a casa arrumada (conforme dito em campanha pelo petista), percebe-se que no campo administrativo não haverá grandes dificuldades para atender as demandas prioritárias, assim como os compromissos firmados através do Orçamento Participativo (OP). É óbvio que entre 2013 e 2016 não serão solucionados todos os problemas de Cachoeiro; mas as principais bandeiras de Casteglione, que são o trânsito e a área da saúde, poderão ter grandes avanços.

Ao contrário do furacão que causou destruições em Cuba, Jamaica, República Dominicana e Haiti, para Cachoeiro – tirando o calor – a expectativa é de ‘bons ventos’. Digo isso levando em conta também o aumento da representatividade na Assembleia Legislativa. Antes, tínhamos somente os deputados Theodorico Ferraço (DEM) e Glauber Coelho (PR); agora teremos, somado a esses, Rodrigo Coelho (PT) e Marcos Mansur (PSDB). Em âmbito federal, Camilo Cola retorna à Câmara dos Deputados.

Tenho certeza que se as fortes cobranças que estarão sobre o prefeito Casteglione também se voltarem a esses quatro parlamentares, o município irá majorar o seu potencial de investimento e o benefício será coletivo, como deve ser.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Fim de uma fase


A reeleição do prefeito Carlos Casteglione (PT) marca a transição na política cachoeirense. Sempre foi dito que as candidaturas do petista e de Glauber Coelho (PR) representavam essa passagem no tempo, mas, na verdade, somente a de Casteglione tinha essa finalidade.

Reafirmo o que já disse antes: Glauber não era um candidato ruim, simplesmente foi traído pelas circunstâncias. Em 2008, Casteglione venceu o então candidato Theodorico Ferraço (DEM), que não tinha a preferência da maioria dos cachoeirenses desde 2004, quando seu candidato Jathir Moreira foi derrotado por Roberto Valadão (PMDB), que também perdeu na eleição seguinte.

O ex-deputado estadual José Tasso sangrou à época que esteve na Assembleia Legislativa com denúncias de improbidade, sem contar que é mais um personagem do rodízio político eleitoral em Cachoeiro.

Respeito também a contribuição de todos os ex-prefeitos para a cidade, porém é comum à população renovar suas lideranças. Não há dúvidas que Glauber Coelho seria ‘o novo’ nestas eleições, tanto que o próprio PT temia uma candidatura sua - preferia a de Ferraço.

Porém, a candidatura de Coelho perdeu o rótulo de ‘novo’ e acabou por representar o ‘bloco dos ex-prefeitos’, cuja rejeição pode ter pesado em sua derrota. Por isso, a sua vitória não representaria uma transição.

Do outro lado, Casteglione, que tinha um mandato desgastado – mediante algumas pesquisas -, conseguiu fôlego novo ao ter como vice-prefeito o médico Abel Santana (PV). Além disso, muitos eleitores mediram o quadro eleitoral com o que foi feito nos quase quatro anos desta gestão com o que os ex-prefeitos deixaram de fazer.

Enfim, eis que vivemos a transição política em Cachoeiro. Até porque, caso Glauber Coelho tente a prefeitura em 2016, não tenho certeza se ele desejará os mesmos apoios conquistados neste pleito; e duvido que algum ex-prefeito se aventure a tentar voltar à prefeitura.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Eleição continua indefinida em Cachoeiro


A pesquisa publicada pelo jornal Aqui Notícias nesta quinta-feira (4/10) acentua a indefinição dos eleitores de Cachoeiro de Itapemirim que se mantém desde julho deste ano. A diferença da sondagem anterior é que o candidato à reeleição Carlos Casteglione (PT) cresceu nas intenções de voto, enquanto seu adversário Glauber Coelho (PR) teve uma leve queda. Este foi o principal fator que fez reduzir a distância entre os dois.

Sem dúvida, se as eleições fossem hoje, Glauber seria o novo prefeito de Cachoeiro. No entanto, ainda restam alguns dias para as eleições e o seu adversário não pode ser subestimado.

Digo isso tendo como base as eleições de 2008, quando o petista derrotou o gigante Theodorico Ferraço (DEM) na última semana do pleito. De acordo com a pesquisa, os indecisos, cujo índice é de 13%, irão decidir esta eleição, considerando que mais da metade não rejeitam nenhum dos dois candidatos.

Para especialistas em pesquisas, Casteglione e Glauber seguem empatados tecnicamente. Por ser a margem de erro do diagnóstico publicado de 4,9%, os especialistas afirmam que a margem pode ser expandida a 9,8%, ou seja, o dobro.

Avaliando essas colocações, a disputa ficará acirrada entre os candidatos até a apuração dos votos, antes disso os apontamentos não são 100% precisos. Para encerrar, permito-me um chute: o vencedor não terá vantagem superior a cinco mil votos.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Em nome da unidade


Muito foi dito que o ex-governador Paulo Hartung (PMDB) e o atual Renato Casagrande (PSB) iriam duelar nestas eleições municipais antecipando a disputa de 2014. Observando bem a movimentação dos dois, passei a acreditar que a meta dessas duas lideranças estaduais é manter sólida a chamada ‘unidade política’.

Esta unidade política foi arquitetada por Hartung logo que se tornou líder na preferência dos eleitores capixabas e ganhou o rótulo (por autointitulação) de ‘exterminador do crime organizado’.

Por sua destreza política, ele foi matéria de uma página no jornal O Globo, sob o título de “O milagreiro”, já que reuniu em seu grupo partidos heterogêneos, como PSDB, PT e DEM, por exemplo. O mercado político capixaba entendeu que quem não estava com Hartung, simplesmente estava fora do processo.

Este mesmo grupo, regido pela batuta de Hartung, garantiu a eleição ao Senado de Renato Casagrande, a de deputados federais, os mais de 1 milhão de votos ao hoje senador Ricardo Ferraço (PMDB) e também o ingresso de Casagrande ao governo do Estado – resguardados os méritos do socialista que desafiou o projeto hartunguiano que abraça Ricardo.

Uma vez eleito, Casagrande também há de querer as benesses garantidas por este grupo político. E isso também significa não entrar em rota de colisão com Hartung, que mesmo sem o poder da caneta, tem influência política semelhante a do governador. Basta ver as pesquisas de intenção de voto feitas pelos municípios afora.

Nessas andanças e nas conversas com agentes políticos, é possível perceber que Hartung e Casagrande dividiram o estado em conjunto, viando fortalecer a unidade política. E como seria este movimento?: nos municípios onde a disputa é acirrada, eles ficam em lado opostos; quando os números apontam favoritismo, eles ficam juntos.

Vamos aos exemplos: em Cachoeiro de Itapemirim, Casagrande pousou para foto com o candidato Glauber Coelho (PR) e Hartung manifestou apoio ao candidato à reeleição Carlos Casteglione (PT). O mesmo ocorre em Bom Jesus do Norte, onde há fotos do peemedebista com Pedro Chaves (PMDB) e manifestação de apoio de Casagrande a Ubaldo Martins (PDT).

Em Itapemirim, onde a eleição também é acirrada, Hartung está com Estevão (PMDB) e Casagrande com Dr. Luciano. Em Mimoso, Casagrande está com Flávia Cysne (PSB) e Hartung tirou fotos com ela e também com Giló (PMDB). Em Alegre, o socialista está com Zé Guilherme (PSB) e Hartung com Paulo Lemos (PMDB).

O outro exemplo é o favoritismo. Em Conceição do Castelo, números para consumo interno mostram que Saulinho (PSB) dificilmente perde a eleição; Hartung o apoia e Casagrande o faz naturalmente, já que são do mesmo partido. Zé Luiz (DEM), em Atílio Vivácqua, com 49% de aceitação, tem o apoio das duas lideranças. Em Guaçuí, Vera Costa (PDT) tem a simpatia dos dois.

A leitura deste movimento é de que quem vencer as eleições não estará do lado de um e contra o outro, e sim dentro do grupo. Quem assegura que Hartung não defenda a reeleição de Casagrande em 2014? Ou que Casagrande desista da reeleição para apoiar Hartung ou Ricardo? Claro que 2014 está longe, mas o que vejo hoje me leva a crer que os passos dos dois (ou três – Ricardo) estão sincronizados, já que unidos eles podem mais.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Politização deve ser vista com mais importância


Às 8h30 de ontem, eu já estava em Presidente Kennedy. O clima parecia de guerra. Dois grupos rivais eram separados pela tropa de choque da Polícia Militar. Os vereadores estavam prestes a votar a cassação do mandato do prefeito afastado Reginaldo Quinta (PTB).

Não quero aqui entrar no mérito da votação, meu caminho será outro. A maioria das pessoas que protestavam nas ruas, sem dúvida, era pobre financeiramente. As que apoiavam Reginaldo certamente o fizeram pelos benefícios sociais recebidos em seu governo; as do lado de Aluízio Correa (PTB) devem se basear naquilo que ele se propõe a fazer. Verdade seja dita.

Deixando de lado as frases apaixonadas, as provocações entre eles, os xingamentos e o amor declarado a seus candidatos, era gritante o sofrimento nos olhos de cada um ali presente. Toda a verve demonstrada naquela rua, que virou uma arena, era motivada por necessidades básicas que ameaçam a dignidade daqueles cidadãos.

A interpretação do protesto não deve ser vista como sendo a favor de Reginaldo ou de Aluízio, ou de quem quer que seja, é unicamente pela decência, pela utilização correta do dinheiro público, pelos investimentos à atenção básica, à profissionalização, à educação, principalmente.

Diversos municípios com arrecadação pífia lutam para conseguir recursos e apoio de outras esferas do governo, e até da iniciativa privada, para implantar projetos em benefício da população. Programas cujo assistencialismo é responsável, a ponto de demarcarem quem realmente precisa de ajuda, e garantem instrumentos voltados para retirar a pessoa da situação onde ela está, através da própria capacitação.

Um bom governo deve ser medido pelos esforços de seu gestor e também por sua visão administrativa, sabendo fazer muito com pouco. Sem querer comparar, mas já comparando, um administrador deste tipo teria feito, no mínimo, três vezes mais do que foi executado até hoje em Presidente Kennedy.

No caixa da prefeitura kennedense, existem mais de R$ 300 milhões repousando, enquanto poderiam ter sido utilizados para ‘enxugar’ as lágrimas da população local, que tem que se humilhar nas ruas, brigando com os próprios conterrâneos, em troca de inúmeras gratuidades.

Todos de lá deveriam se juntar para cobrar tudo o que a Constituição Federal garante ao povo brasileiro. Devem brigar por seus direitos e não por aqueles que os fazem brigar por eles. Município milionário não pode ter povo pobre. 

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Movimento é maior do que parece


Escrevi nesta segunda-feira (03/09) que o apoio do ex-governador Paulo Hartung (PMDB) ao candidato à reeleição em Cachoeiro, Carlos Casteglione (PT), era um mau sinal para o candidato Glauber Coelho (PR). No entanto, tudo indica que há mais coisas contidas nas entrelinhas da recente movimentação política.

A noite deste dia 3 de setembro completa mais um capítulo relevante da história política eleitoral de Cachoeiro. A campanha petista conseguiu a adesão de Hartung, em meio a um Unimed Hall, no Shopping Sul, tomado por mais de 1,5 mil pessoas que pagaram para participar do evento.

Hartung enalteceu a gestão petista e registrou que Casteglione “arrumou a casa”, sem a preocupação de ter sido a administração anterior conduzida por Roberto Valadão, de seu partido, e hoje apoiador de Glauber.

Antes do jantar de adesão, o ex-governador concedeu entrevista coletiva e desmentiu Coelho sobre seu apoio à sua campanha. Fez questão de falar em alto e bom som que “quem acredita no trabalho de Hartung vota em Casteglione”.

No palco repleto de lideranças políticas, o vice-governador Givaldo Vieira (PT) informou aos presentes que o governador Renato Casagrande (PSB) é parceiro do prefeito Casteglione e que também apoia o seu projeto de reeleição. Detalhe: PMDB e PSB estão na coligação do republicano. Será que Coelho entrará na justiça alegando infidelidade contra os dois?

Agora vamos às entrelinhas: num único movimento, Hartung age para tirar espaço de Magno Malta (PR); acalma os ânimos da candidata à prefeita de Vitória, Iriny Lopes (PT); atende ao deputado Theodorico Ferraço (DEM) em Itapemirim; castiga o PMDB local e caminha de mãos dadas com Casagrande.

Nos bastidores, sempre houve o entendimento de que a prioridade de Ferraço é a prefeitura de Itapemirim, onde apoia a candidatura de Estevão (PMDB), que prega a continuidade das ações da prefeita Norma Ayub (DEM), esposa de Ferraço. Se a sua preferência fosse por Cachoeiro, ele seria candidato. Hartung já o apoia lá, e outra movimentação surpreendente no litoral irá favorecer o deputado, que pode abrir mão das eleições cachoeirenses (se já não fez).

As três maiores lideranças políticas do estado atualmente, sem dúvida, são Hartung, Casagrande e o senador Ricardo Ferraço (PMDB). O único que pode ameaçar a hegemonia do trio é o senador Magno. Individualista, ele continua sendo o alvo; vide Cachoeiro, e poderemos ver também em Vila Velha.

Com o fim do Fundap, o ex-governador tentou jogar o ônus para o PT. Sabiamente, Iriny rebateu e colocou na conta do peemedebista, alegando que ele sabia do fim do incentivo financeiro e não preparou o Estado para tal momento. Após abraçar a reeleição de Casteglione, não será surpresa caso a petista esqueça Hartung neste processo eleitoral.

Outro ponto: muitos acreditam que Casagrande e Hartung estão em rota de colisão, por causa das eleições de 2014 para governador. Simplesmente, não acredito. Afinal, juntos (soma-se Ricardo), eles são praticamente imbatíveis, pelo menos nos próximos 20 anos. O máximo que pode ocorrer é uma disputa interna para saber de quem será a batuta.

Finalizando, mais uma vez o momento favorece o PT, como ocorreu em 2008. Claro que ainda resta um mês para as eleições, e o apoio de Hartung por si só não define o pleito, é preciso continuar trabalhando. Mas, a verdade, é que fica difícil imaginar se há algum coelho para o republicano tirar da cartola; ainda mais com as denúncias que tendem a ‘pipocar’ no Ministério dos Transportes.

domingo, 2 de setembro de 2012

Apoio de PH ao PT é mau sinal para Glauber


A campanha do candidato à reeleição em Cachoeiro, Carlos Casteglione (PT), informou que o ex-governador Paulo Hartung (PMDB) confirmou presença no jantar de adesão do petista. É bem provável que tal movimento represente uma manifestação de apoio ao projeto de reeleição de Casteglione.

Apoios são naturais e fazem parte do processo eleitoral. O diferencial neste caso é que o PMDB, do ex-governador, faz parte da coligação do candidato Glauber Coelho (PR). Teoricamente, Hartung seria mais um importante apoio do republicano, ao lado dos ex-prefeitos Theodorico Ferraço (DEM), José Tasso e Roberto Valadão, ambos peemedebistas.

Caso Hartung declare apoio a Casteglione, o impacto negativo para a campanha de Glauber é preocupante. E as razões são diversas. Primeiro, é conhecida a aproximação entre o ex-governador e Ferraço, que tem a força do peemedebista em Itapemirim, na pessoa do candidato Estevão (PMDB), e conseguiu atraí-lo para apoiar Edson Magalhães (PPS), em Guarapari – agora fora da disputa.

Fica subentendido que não houve um esforço ferracista para manter Hartung no palanque de Glauber. A mesma prioridade parece não ser a do PMDB local, pelas mesmas razões. O efeito dominó continua: um apoio do ex-governador pode neutralizar a participação do senador Ricardo Ferraço (PMDB) em Cachoeiro.

A neutralidade também pode tocar o governador Renato Casagrande (PSB), que pode optar por não explicitar um possível racha da chamada unidade política. Não acredito também que o próprio deputado Ferraço rotulará a possível parceria como “demoníaca”, uma vez que deva desejar conduzir seu filho Ricardo ao cargo de governador – o que é mais possível via Hartung.

Tal cenário também pode forçar uma participação mais ativa do senador Magno Malta (PR) na campanha de Coelho, que não demonstra este interesse. Pesquisa publicada pelo jornal Aqui Notícias, recentemente, apontou que Magno não tem grande influência no eleitorado local.

Há praticamente um mês das eleições, caso ocorra o apoio, será o ponto alto desta eleição até então. No início do ano, Hartung mostrou certa desavença com o PT, por não conseguir a costura desejada em Vitória. Se optar por apoiar Casteglione, é porque o motivo é forte.

Em tempo
Vale ressaltar que o ex-governador Paulo Hartung não é de entrar em ‘divididas’, ainda mais no ‘ninho de cobra’ que é a política cachoeirense. Isso quer dizer que pode haver entendimentos não conhecidos do grande público; detalhe: caso seja confirmado o apoio.

PSDB
Na coluna do jornalista Luiz Carlos Azedo, no Correio Braziliense, saiu a informação de que Hartung planeja retornar ao PSDB. O apoio ao candidato tucano Luiz Paulo em Vitória e um passo na contramão do PMDB cachoeirense, que tem aversão ao PT, podem reforçar a notícia.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Caminho do ataque é perigoso


Após a veiculação da primeira propaganda eleitoral, este colunista registrou que o candidato a prefeito de Cachoeiro, Glauber Coelho (PR), estava atacando a gestão do adversário, sendo que tal estratégia comumente é utilizada por aqueles que estão atrás nas pesquisas de intenção de voto. E não é o caso do republicano, que, mesmo sendo pequena a diferença, lidera.

Imaginei uma campanha fazendo um balanço de seus mandatos e atuações nas cinco secretarias municipais. Na última, que foi a de Saúde, tive a oportunidade de acompanhar e sei que fez um belo trabalho, embora a saúde no país seja sempre um desafio.

Pensei também em uma estratégia mais voltada para os seus projetos e propostas; para a materialização daquilo que Glauber, como gestor, pensa para Cachoeiro a curto, médio e longo prazo.

Os problemas da cidade estão e sempre estiveram aí e todos sabem. Alguns gestores fizeram mais e outros menos, e a avaliação também é do eleitor. Se hoje o candidato do PR lidera as pesquisas é porque, obviamente, este público não está satisfeito com a condução de Casteglione. Seria então o melhor caminho mostrar o trabalho a ser realizado, num possível mandato, mostrando que não há tempo nem para pensar no que supostamente deu errado.

E nesses ataques à gestão petista Glauber pode se complicar e afastar de si os indecisos. Primeiro porque ninguém acreditará que os pontos negativos na cidade tiveram início nesses quase quatro anos. Segundo, que ele não poderá avançar nos ataques, já que, à medida que retroceder, atingirá aos ex-prefeitos Roberto Valadão (PMDB), Theodorico Ferraço (DEM) e José Tasso (PMDB) – todos seus apoiares. Seria o verdadeiro tiro no pé.

E há uma última questão: olhando para frente e apresentando as suas propostas, a campanha abre espaço e a oportunidade para o eleitor avaliar somente o seu potencial, equilibrando com aquilo que ele mesmo mede a respeito da atual gestão. Atacando, a margem é estendida para uma avaliação alheia, seguida de comparação. E é aí que mora o perigo: será que a administração de Casteglione é tão ruim como diz?

Ataques e reflexões


A campanha eleitoral na televisão e rádio teve início nesta terça-feira, com a divulgação dos candidatos a vereador e suas propostas, e ontem foi a vez dos pretendentes a ocupar o cargo de prefeito de Cachoeiro de Itapemirim no mandato que vai de 2013 a 2016.

Esteticamente, os candidatos Glauber Coelho (PR), que é deputado estadual, e o atual prefeito Carlos Casteglione (PT), fizeram jus aos investimentos até então em suas campanhas. As duas produções apresentaram alto nível técnico.

A propaganda de Glauber não se limitou apenas a apresentar o candidato aos eleitores cachoeirenses, como preferiu partir para o ataque sobre a gestão de seu adversário. Caracterizam as citadas ofensivas as menções do tipo: “resgate da alto-estima”, “promessas que não saem do papel” e “descaso no bairro Zumbi”.

Este tipo de posicionamento em momento nenhum reduz o nível do debate, sendo que são os modelos de gestões que devem ser debatidos pelos candidatos. A observação só se faz presente neste texto pelo colunista acreditar que tal estratégia se adequaria melhor a um candidato que estivesse em posição desprivilegiada nas pesquisas de intenção de voto, o que não é o caso. Afinal, os que manifestaram preferência pelo republicano, até então, o fizeram por discordar de pontos da atual administração.

Nos 16’46’’ disponíveis à coligação Frente de Mobilização Democrática houve tempo até para curiosidades históricas sobre a cidade. Sinal que o tempo é extenso e veio a exigir criatividade da equipe para preenchê-lo; subentende-se que as informações do tipo seguirão pelos 19 programas restantes.

A campanha petista buscou logo no início equipar o candidato Casteglione aos chefes de família cachoeirenses, no que diz respeito à tomada de decisões diante das demandas orçamentárias. No caso, o discurso foi na seguinte linha: primeiro pagar as dívidas para depois investir. Obviamente, o objetivo é mostrar ao eleitor que ele tomaria a mesma medida se estivesse no lugar do prefeito.

O programa de Carlos Casteglione, praticamente, elevou a figura de seu vice, o médico Abel Santana (PV), a de um segundo candidato a prefeito na coligação ‘Vamos Avançar, Cachoeiro’. Isso por saber que Abel é o elemento que revigora a imagem do atual prefeito. Vale também um registro da participação do padre Romulo Zagotto, influente entre os católicos; e do atual vice-prefeito Braz Barros (PV), que evidenciou a cisão amigável na dobradinha eleitoral.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Edival tem que ser ‘co-candidato’ para ter sucesso


Todas as intempéries e os diversos quilômetros de caminhadas as quais se submetem os políticos que tentam mandato têm que ser também um enfrentamento do prefeito Edival Petri (PSDB) nas eleições deste ano. E essa dedicação constante é necessária para fazer o seu sucessor no município, na pessoa de Renato Lorencini (PSB), já que o pleito segue empatado.

De acordo com a pesquisa eleitoral realizada pelo Instituto Ipeses, por encomenda do jornal Aqui Notícias, o candidato da oposição Marquinhos (PTB) e Lorencini estão no mesmo patamar, no que diz respeito às intenções de voto dos eleitores anchietenses, a considerar a margem de erro de 5%.

A aprovação popular do prefeito Edival Petri é alta na cidade, e, sem dúvida, ele venceria estas eleições, caso fosse o candidato. Mas, não é o caso. Como consta na pesquisa, além do empate técnico, Renato carrega consigo uma rejeição superior a de Marquinhos, que tem mais estrada.

Cabe destacar que Renato chefiou a pasta de Infraestrutura na gestão de Petri, coordenando investimentos da ordem de R$ 100 milhões. Dois fatores podem justificar a sua rejeição: primeiro, o pouco tempo para se tornar conhecido no município – o que demonstra que o sucessor não foi escolhido em tempo hábil -; segundo, a fixação da rejeição do próprio governo.

Porém, o caminho se mostra livre para os dois candidatos, pois a pesquisa diagnosticou que quase a metade (43,9%) dos 367 entrevistados não rejeita nenhum dos dois. Porém, existe um sério agravante para o petebista: a influência do prefeito na decisão de voto dos eleitores de Anchieta. A pesquisa apontou que 50,8% votam em um candidato apoiado por Edival.

Como registrado no início do texto, Edival tem que caminhar e pedir voto como se fosse ele o candidato, no que diz respeito ao empenho. A apresentação de Renato e a associação da imagem do prefeito ao candidato podem ser o caminho para abrir uma frente de vantagem e reduzir a rejeição.

É possível flagrar o envolvimento do tucano na campanha de Lorencini. Afinal, chegar ao segundo mandato com o governo aprovado por mais de 80% da população e com o poder de transferir a metade dos votos não é um estágio alcançado por muitos políticos, por isso, é preciso anular as chances de queda.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Frei Paulão em maus lençóis


A insatisfação com a atual gestão em Muqui, liderada pelo prefeito Nicolau Esperidião (PSB), pode ser constatada a partir da quantidade de candidaturas registradas no município. Por lá, são cinco concorrentes, sendo que o ex-prefeito frei Paulão (PSB) substituiu o titular, que preferiu não tentar a reeleição – por motivos óbvios.

A administração de Nicolau conseguiu desagregar o grupo de partidos aliados e transformou parceiros de primeira hora em adversários políticos. A missão de Paulão foi trazer para o ‘aconchego’ esses parceiros, porém o sucesso passou longe.

Esta tentativa fracassada de reagregar o grupo mostra que a revolta de algumas siglas não era apenas direcionada às atitudes de Nicolau, mas também às ações – ou falta delas – de Paulão. Afinal, o atual mandato é fruto de sua indicação e empenho.

Até o dia 7 de outubro, o socialista tem nova missão: tentar reagregar os seus antigos eleitores. E não será tarefa fácil, considerando que a sua votação sofreu queda no município durante a gestão de Nicolau, vide as eleições de 2010, quando ele tentou vaga na Assembleia Legislativa.

Agora, ele tem quatro obstáculos pela frente, sobressaindo aos olhos dos eleitores muquienses e impedindo-os de enxergar mudanças necessárias na cidade sob um novo comando de frei Paulão.

Os candidatos Aluízio Filgueiras (PSDB), Claudiomar (PHS), Ronie Von (PSDC) e Short (PDT) batem firmemente nos baixos índices da saúde e educação, falta de saneamento básico em algumas localidades e ainda nos transtornos e engessamento que causam o decreto do Patrimônio Histórico.

Reforçam que Paulão foi secretário estadual e não conseguiu junto ao governador Renato Casagrande, de seu partido, nem um Campo Bom de Bola e nem incluiu uma via sequer no programa Caminhos do Campo.

Os adversários do ex-prefeito socialista plantam em cada esquina que as deficiências nos referidos setores surgiram durante os oito anos que Paulão governou o município. E associam a atual gestão a ele; ficando, assim sendo, 12 anos de administração. Sem dúvida, isso pesa na cabeça do eleitor, que fica desacreditado em ações benéficas, afinal não faltou tempo para fazer o que propõe.

sábado, 4 de agosto de 2012

Resultado das enquetes


O blog político Em Off trazia três enquetes e os seus resultados serão mostrados agora. A primeira perguntava em quem o internauta votaria para prefeito de Cachoeiro, e nove nomes foram colocados. 

Confira os nomes e a porcentagem:

- Carlos Casteglione (PT)
  105 (36%)

- Camilo Cola (PMDB)
  9 (3%)

- Abel Santana (PV)
  22 (7%)

- Theodorico Ferraço DEM)
  68 (23%)

- Glauber Coelho (PR)
  25 (8%)

- Roberto Valadão (PMDB)
  50 (17%)

- Lázaro Costalonga (PMDB)
  4 (1%)

- Jathir Moreira
  3 (1%)

- Rodrigo Coelho (PT)
  5 (1%)


A segunda enquete indagava se o PMDB cachoeirense deveria se aliar ao PT. A maioria foi contrária a esta união. De fato, ela não ocorreu. Confiram:

Sim
  11 (44%)

Não
  14 (56%)

A terceira enquete era se a ex-vereadora e então pré-candidata a prefeita de Cachoeiro, Claudia Lemos (PSB) tinha condições de vencer as eleições deste ano. Vejam:

Sim
  19 (13%)

Não
  121 (86%)

A partir de hoje, o Em Off traz nova enquete, atualizada com o cenário político de Cachoeiro de Itapemirim, podendo expandir para outros municípios sulinos nos próximos dias.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Casteglione surpreende mercado político


A articulação política petista em Cachoeiro de Itapemirim cometeu algumas falhas no início da gestão que resultaram na falta de um fortalecimento ao prefeito Carlos Casteglione. Após vencer com o apoio de somente três partidos, era natural a gravitação dos partidos; porém uns deveriam ser conquistados.

Um deles seria o PMDB. Digo isso pelo fato de os petistas e os peemedebistas terem em comum, à época, o inimigo político: deputado Theodorico Ferraço (DEM). Com o PMDB, os petistas teriam apoios de peso, como o do ex-governador Paulo Hartung, do senador Ricardo Ferraço e maior know-how para conquistar uma aliança com o próprio PSB para estas eleições.

O próprio PR, figurado em suas principais lideranças locais, poderia ser mantido na base aliada do governo. Da mesma forma como o vice-prefeito Braz Barros (PV) – antigo republicano - bateu o pé dizendo que ficaria com Casteglione, diante do rompimento entre o PT e o senador Magno Malta (PR), o então vereador Glauber Coelho (PR) poderia ter feito o mesmo. Faltou apoio para lhe garantir a presidência da Câmara Municipal.

A engrenagem começou a funcionar quando os vereadores ameaçaram abrir uma Comissão Processante, que poderia resultar na cassação do mandato do prefeito. Os articuladores não se intimidaram e ‘chutaram’ do palácio Bernardino Monteiro os tidos como falsos aliados. Ao identificar o posicionamento de cada partido, os palacianos angariaram respeito.

Ainda assim, aquelas siglas que se afirmaram parceiras da administração petista não passaram confiança para o mercado político. E com a aproximação do processo eleitoral, uma traição ao PT parecia se desenhar, assim que boa parte dos partidos aliados iniciou projeto político eleitoral paralelo. Para quem se lembra, chegou a ser chamado de terceira via, ou seja, uma opção entre Casteglione e Ferraço.

Nos fim das contas, a traição não aconteceu – pelo menos na proporção como muitos imaginavam. O que ocorreu nos bastidores para que os 11 partidos apoiassem a reeleição de Casteglione não é conhecido; mas há de se reconhecer o empenho e o êxito da articulação petista. Afinal, em 2008, eram apenas o PT, PR, PRB e PSC.

Por outro lado, o prefeito também fez a sua parte e a sua avaliação deu saltos positivos, mesmo que pequenos e em atraso. A realidade é que Casteglione chega ao pleito em condições de disputa, até porque, o mercado político também imaginava uma diferença maior entre ele e o seu adversário Glauber Coelho (PR) neste início de campanha. Enfim, não há favoritos.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Cuidados com a comparação e a supervalorização


Para se manter no poder em Cachoeiro de Itapemirim, o PT deve ficar atento aos abusos em sua campanha eleitoral. Não pode confundir a regra com a exceção da regra e deve readequar o foco do embate.

Antes do registro das candidaturas, o prefeito Carlos Casteglione e o seu partido se preparavam para o confronto com o deputado Theodorico Ferraço (DEM). Contra ele, a estratégia seria uma campanha de comparação, já que os petistas acreditam que fizeram mais em três anos e meio do que ele em 20 anos.

Acontece que o adversário é o deputado Glauber Coelho (PR), que nunca foi prefeito. Por isso, a comparação anterior não se aplica mais e é preciso analisar com rigor as provocações vindas dos ex-prefeitos que apoiam o republicano. Caso contrário, a campanha petista pode perder o foco e cair em trocas de acusações com quem não está disputando a prefeitura.

Outro ponto importante a ser avaliado é como as ações de governo serão apresentadas na campanha. Sem dúvida, ele tem que mostrar as obras que fez neste mandato. Porém, muitas pompas à espera de ovação em praça pública podem levar Casteglione a uma sensação ilusória.

Não se pode esquecer que, como prefeito, ele tem a obrigação de intervir em benefício da população. Além disso, o que foi feito – e ainda há por fazer, mesmo que pouco (ele afirmou ter executado mais de 80% do plano) – estava como promessa em seu plano de governo nas eleições de 2008. Por isso: pé no chão.

Um dos caminhos pode ser não apresentar as obras em si, frias em seus concretos e ferragens, mas a dignidade e o fim da degradação social que, por acaso, elas garantiram. O discurso tem que estar afinado com o sentimento dos cachoeirenses beneficiados com as ações do governo e também com o daqueles que esperam posicionamento do tipo de um governante.

O pé no chão é fundamental. Há quem acredite que esta eleição seja menos difícil do que a última, quando Casteglione venceu Ferraço, pelo fato de hoje o PT estar no comando da máquina.

Vejo o contrário; afinal, os 49.698 mil votos alcançados em outrora não foram frutos da militância petista, quem engordou a votação foram os insatisfeitos com o seu principal adversário da época.

A média de votos de Casteglione em Cachoeiro, considerando as eleições de 2004 e 2006, é de pouco mais de 15 mil votos. Em 2004, ele obteve 18.980 sufrágios para prefeito; e 11.443 para deputado estadual em 2006, no município.

Em sendo assim, cerca de 30 mil pessoas que têm direito ao voto analisam criticamente a atual gestão desde a posse. Desta vez, se esses eleitores não forem convencidos, podem fazer crescer os votos ‘brancos’ e ‘nulos’ ou beneficiarem o atual concorrente, Glauber Coelho.

Nulos e brancos
Em 2008, 5.574 cidadãos votaram branco e/ou nulo e 17.004 se abstiveram em um universo de 122.766 eleitores. 

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Tentativa de impugnação abala o PV


Embora as principais lideranças do PV não tenham se manifestado sobre a denúncia feita por um candidato a vereador do Partido Verde contra o prefeito Carlos Casteglione (PT), que foca a reeleição, a tentativa de impugnação gerou revolta no ninho verde.

A denúncia partiu do ex-presidente do Sindimunicipal, Jonathan Willian. Não é a primeira vez que ele apresenta acusações contra a administração municipal, sendo muitas destas ações ligadas ao exercício de sua função, ou seja, visando direitos dos servidores representados pelo sindicato. Desta vez, a denúncia coloca em risco a revisão geral salarial do magistério e também a candidatura a vice-prefeito de seu partido, na pessoa do médico Abel Santana.

Profissionais da área do Direito afirmam que a legislação eleitoral proíbe aumento salarial num prazo menor de 180 dias da corrida eleitoral, o que difere de reajuste/revisão. Mesmo assim, a apreciação deste objeto fica por conta da justiça eleitoral, provocada pelo sindicalista.

Quanto ao PV, a acusação foi algo semelhante a uma tentativa de rasteira na meta do partido, tão bem almejada e planejada pelo diretório municipal como pela executiva estadual. Criado na década de 1990, o partido tem dois vereadores na Câmara Municipal, sendo um deles o presidente da Casa; ocupou o primeiro escalão do governo municipal e tem o atual vice-prefeito. Ou seja, em pouco tempo, o PV ganhou representatividade, realizou novas filiações e construiu a chance de se manter no poder.

Certamente, seria decepcionante aos filiados da sigla ter seu objetivo interrompido, prematuramente, justamente por um correligionário. Há pouco tempo, o mesmo também teria abalado o decoro do PV ao quase sair nas vias de fato com o presidente da Câmara, Julio Ferrari (PV), em evento no teatro Rubem Braga.

O que fica subentendido é que, para o sindicalista, o embate com o prefeito faz parte de sua estratégia eleitoral, já que daria continuidade à briga que o fez ter visibilidade junto aos servidores públicos - seus eleitores em potencial; estes ataques poderiam também o fazer angariar votos daqueles que estão insatisfeitos com o governo. Se assim o for, cada 'pedido' de voto de Jonathan pode custar uma gota de sangue ao PV e à sua liderança maior: Abel Santana.



sábado, 30 de junho de 2012

PT assume Glauber como adversário



O PT de Cachoeiro de Itapemirim realizou a sua convenção neste sábado e a linha do discurso, que deve ser muito utilizada na campanha de reeleição do prefeito Carlos Casteglione, é “o velho vestido de novo”.

Acontece que uma notícia de última hora mobilizou o tabuleiro político cachoeirense, após o deputado estadual Theodorico Ferraço (DEM) anunciar que não será candidato e destinará o seu apoio ao colega de plenário Glauber Coelho (PR).

A bem da verdade, os petistas tinham preferência por disputar contra Ferraço. Mesmo o demista liderando as pesquisas de intenção de votos, com demasiada folga, os governistas acreditavam que a polarização levaria o deputado a mais uma derrota. Já a candidatura de Glauber poderia confundir o eleitorado, no que diz respeito ao anseio do novo que a população local alimenta.

Porém, com o apoio declarado de Ferraço ao republicano e uma possível adesão a este projeto do PMDB, do ex-prefeito Roberto Valadão, o PT enxerga que pode associar a imagem ferracista e valadonista ao Glauber e promover uma polarização indireta com Ferraço e demais lideranças que o antecederam.

Tanto que na convenção Casteglione voltou a mencionar que fará uma campanha de comparação, colocando em questão as ações aplicadas em seus três anos e meio de gestão com os cerca de 40 anos em que se alternaram no poder Ferraço, Valadão e José Tasso (PMDB).

Um ponto que pesa a favor de Casteglione, sem dúvida, é a máquina e o dinheiro que o partido utilizará. Obviamente, os valores disponíveis para a campanha não são conhecidos, mas pela megaestrutura empregada na convenção, que foi realizada no Unimed Hall, dá para ter uma ideia de como será a campanha eleitoral.

Geopolítica

Nos bastidores, a notícia é que mais uma vez Vitória decidiu as candidaturas do interior do estado. Em Colatina, o palácio abriu mão da candidatura do deputado federal Paulo Foletto (PSB) em apoio ao PDT, na pessoa do deputado Josias da Vitória.

Em Vila Velha, o PSB vai apoiar a reeleição de Neucimar Fraga (PR); em Vitória, os palacianos ficam com Iriny Lopes (PT), possivelmente indicando o vice; na Serra, concorrem com o deputado Audifax Barcelos (PSB). A intenção seria ter o equilíbrio de forças na grande Vitória.

Ainda conforme as informações dos bastidores, os socialistas pretendiam firmar acordo com o PT em Cachoeiro, no entanto, os números das últimas pesquisas teriam levado o palácio a sinalizar positivamente para Glauber Coelho – inclusive, tal posicionamento fora comunicado aos petistas nesta semana.

A desistência de Ferraço teria dois motivos: primeiro; uma articulação para alterar o regimento interno da Assembléia Legislativa permitindo a reeleição do presidente da Casa – no caso, o próprio demista; segundo, é que na presidência da Ales, no segundo mandato, ele terá forte influência na sucessão ao governo do Estado em 2014.


Ps.: foto retirada do Facebook do amigo Joaquim Neiva

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Difícil para negociar


Nos bastidores, acredita-se que o apoio declarado ao deputado Glauber Coelho (PR) pelo colega de plenário Theodorico Ferraço (DEM) visando as eleições de Cachoeiro de Itapemirim pode ter o litoral como moeda de troca.

Embora tenha sido derrotado nas urnas em 2008, não duvido que Ferraço tenha a vontade de ser prefeito novamente, até mesmo pelo amor que anuncia pela cidade. Mas, querer não é poder.

A cada dia que passa, fica mais clara a polarização entre Glauber e o prefeito Carlos Casteglione (PT). Uma disputa entre os três em Cachoeiro pode prejudicar o próprio Ferraço, na chamada ‘transferência de votos’ ou ‘voto útil’.

Tal ‘fenômeno’ aconteceu no município em 2004 entre Roberto Valadão (PMDB) e Jathir Moreira. Os eleitores, inclusive os que tinham simpatia por Casteglione, votaram em Valadão para que o candidato de Ferraço (Jathir) não vencesse. Em 2008, muitos que votaram em Valadão em 2004 destinaram sua preferência a Casteglione para que Ferraço não somasse seu sexto mandato.

Os mais atentos aos números coletados junto aos eleitores afirmam que Glauber é o político que herda os votos de Theodorico; estando os dois na mesma eleição, pode haver uma sangria que prejudique o demista.

O PR, também na figura do seu presidente regional, senador Magno Malta, vem costurando o apoio ferracista em Cachoeiro. É possível que nos próximos encontros, Ferraço negocie a prefeitura de Itapemirim, onde sua esposa governa. A negociação seria a seguinte: em troca do apoio em Cachoeiro, o PR retiraria a pré-candidatura de Caprini (liderança forte); ou então, fortaleceria o grupo governista com a adesão de Caprini.

Mas, colocando uma lupa no cenário político de Itapemirim, é possível ver que tanto a administração quanto o deputado não estão com a força necessária. O grupo governista é formado apenas por quatro partidos (DEM, PTB, PSD e PMDB), sendo que os três primeiros têm influência direta de Ferraço.

A oposição reúne quase duas dezenas de siglas, sendo que todas nutrem aversão ao governo. Além disso, prefeitura e o deputado, que teve queda em sua votação de uma eleição para outra no município, amargam a rejeição – por hora, peculiar ao tempo exercido.

Contudo, percebe-se que o projeto ferracista em Itapemirim está em pleno isolamento e sem a musculatura devida para enfrentar um batalhão de partidos que levanta a bandeira popular de dar um basta às pessoas de outras cidades apontando o caminho que eles devem seguir.

Resumindo, Ferraço não tem ‘moeda’ para uma negociação política entre Itapemirim e Cachoeiro. O PR, através de Caprini, conta com a simpatia das siglas da oposição; o que quer dizer que os republicanos têm a gritante possibilidade de vencer as eleições no litoral, sem precisar comprar a lua. 

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Ferraço limpa caminho e se esconde



O plenário da Câmara Municipal estava cheio na noite desta quinta (31/05) e o motivo não era a última reunião do grupo suprapartidário: todos queriam saber e ver se o deputado Theodorico Ferraço (DEM) iria dizer se ia ou não disputar a prefeitura de Cachoeiro. E aconteceu o que o gaguejar da história sempre tentou expressar.
Num olhar mais atento (mesmo que equivocado), deu para perceber que Ferraço não quer uma segunda derrota consecutiva em seu currículo político. Como o próprio falou, da tribuna da Câmara, ele lutou para vencer as eleições de 2008, mas foi derrotado pelo atual prefeito Carlos Casteglione (PT).
Ainda no foco, Ferraço agiu dentro da mesma velha prudência: tenta limpar o caminho preenchido por outros figurões, aguarda a definição dos demais partidos do grupo e fica escondido na loca até ver que não há perigo em colocar a cabeça para fora.
No encontro desta quinta, seu primeiro movimento foi limpar o seu caminho. E isso ele fez 'detonando' o ex-deputado federal Camilo Cola (PMDB). O responsabilizou de ter colaborado a colocar no poder seu arquirrival Casteglione; deixou subentendido que Camilo não tem um posicionamento político fiel, já que apoiou o petista, em detrimento do ex-prefeito Roberto Valadão, de seu partido; revelou que Cola ofereceu apoio a ele; depois indicou o médico Abel Santana (PV); depois se lançou como pré-candidato; e depois... depois...
Enfim, dentro do PMDB, o principal nome que teria força para ser pré-candidato era o de Camilo. Por isso, a artilharia ferracista. O deputado, em outras palavras, quis dizer: "peemedebistas, como vocês irão escolher uma pessoa que os traiu em 2008; ofereceu apoio a mim, que sempre fui inimigo de vocês, e depois perambulou em inúmeros projetos incompatíveis aos do PMDB?".
Com Camilo fora, o outro a retirar de seu caminho é o ex-prefeito Zé Tasso (PMDB), que também quer ser o candidato a prefeito do partido. Mas, este, ele estaria cuidando na surdina, conforme os bastidores.
Ferraço não deixou claro seu posicionamento. Pelo contrário: às claras, disse que irá lançar o nome de Vera Maia na convenção do DEM que ocorrerá no próximo dia 10. Não há dúvida que o que ele quer é aguardar a definição de todos os partidos do grupo, para depois saber onde pisar. Enquanto isso, ele fica na sombra de Vera, coordenando o jogo e aguardando a hora certa da substituição.


segunda-feira, 28 de maio de 2012

Hartung anuncia que não será candidato à prefeitura de Vitória

O ex-governador Paulo Hartung (PMDB) enviou carta aos veículos de comunicação anunciando que não será candidato à prefeitura de Vitória. Segue a íntegra da carta:

Em razão das definições acerca das eleições municipais deste ano, anuncio que não sou candidato à Prefeitura Municipal de Vitória. Trata-se de uma decisão madura e coerente com a minha trajetória política.

Ao se aproximar o final da jornada de oito anos à frente do Governo do Estado do Espírito Santo, período em que tive a honra de liderar a superação de um tempo de descalabro e desmandos político-administrativos nas terras capixabas, decidi que cumpriria até o fim o mandato a mim concedido pelos capixabas.

Tinha uma missão a cumprir em sua totalidade, qual seja, viabilizar a reconstrução do Espírito Santo e entregar o Estado financeira, institucional e administrativamente organizado ao meu sucessor, garantindo-se os fundamentos e as condições de continuidade deste novo tempo de nossa história.

Apesar de pouco usual no cenário político nacional, a decisão de não disputar cargos eletivos foi baseada em meus mais profundos valores, segundo os quais a atividade política deve se pautar essencialmente pelo interesse coletivo, com prioridade absoluta para a melhoria da vida da população.

Nesse sentido, sinto-me muito gratificado pelo avanço de todos os indicadores sociais no meu período de governo, especialmente a redução da proporção de pessoas pobres de 29,4% para 15%. Nesse período, 433 mil capixabas saíram da pobreza e 172 mil da indigência.

Findo o governo, investi um tempo em reciclagem e estudos, antes de passar a me dedicar às atividades de economista, de acordo com a minha formação profissional.

Mas não deixei de participar da vida política de nosso Estado, mantendo contatos e compartilhando minha experiência com companheiros  que nos ajudaram no processo de reconstrução do Espírito Santo.

Em decorrência desses contatos, entendi como compreensível, nas últimas semanas, a intensificação dos apelos de lideranças políticas, sindicais, empresariais, comunitárias e religiosas para que eu assumisse a candidatura à Prefeitura de Vitória.

Diante de tais chamamentos, passei a analisar e discutir cuidadosamente essa hipótese.

Após muitas consultas e reflexões, decidi que não participarei do pleito como candidato.  Esta decisão tem conexão inclusive com minha própria trajetória. Exerci quase 30 anos de mandatos conquistados em sete eleições.  Uma longa e gratificante jornada, mas que, naturalmente, representou muitos sacrifícios para a minha família.

Com a convicção de ter contribuído com o nosso Espírito Santo, considero que outros nomes colocados no processo eleitoral da Capital terão a oportunidade de debater e discutir os melhores caminhos para a cidade, cabendo ao eleitor a escolha pela melhor proposta.

Oriundo de uma geração que lutou pela volta das liberdades democráticas e da normalidade político-institucional no País, posso dizer que percorri uma trajetória pública harmônica com minha formação cidadã, pautada pela efetivação do projeto de uma sociedade com igualdade de oportunidades para todos.

Absolutamente agradecido pelos gestos e pelas palavras de incentivo, sigo atuando como economista e partilhando os aprendizados e a experiência que os capixabas me permitiram acumular em todos os mandatos que exerci, especialmente os dois períodos em que estive à frente do Executivo Estadual.

Paulo Hartung
Economista, ex-governador do Estado do Espírito Santo

terça-feira, 22 de maio de 2012

Hartung pode lançar sua pré-candidatura neste feriado


Um político considerado como grande líder, como ainda é o ex-governador Paulo Hartung (PMDB), não pode ficar por muito tempo sem mandato. E a explicação é simples: sem mandato, o político fica desprotegido diante dos ataques dos adversários, travestidos de aliados, ou seja, fica sem foro privilegiado.

Imaginava que o peemedebista esperaria mais uma eleição para depois tentar retornar ao governo do Estado. No entanto, os ataques contra o ex-governador são inúmeros, assim como acontece em desfavor de pessoas que compuseram a sua gestão – tudo no intuito de respingar em Hartung.

Embora tenha considerável capital político, ficar somente na posição de vítima pode reverter gradativamente o pensamento de seus eleitores. E aqueles que ficaram por quase oito anos seguindo as diretrizes impostas por Hartung querem a independência; e isso se faz derrubando o 'líder'.

Embora sejam apenas boatos, a informação que corre nos bastidores políticos é de que Hartung anuncia nesta quarta-feira (23/05), dia da Colonização do Solo Espírito-santense, a sua pré-candidatura a prefeito de Vitória.

Seria um movimento atípico, considerando que PH deixa essas definições políticas para o último segundo. Se ocorrer, é porque Hartung deve realmente estar sentindo os ataques.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Problema do PT é interno

Na medida do possível, leio algumas notícias referentes ao quadro eleitoral da capital. O nome do ex-governador Paulo Hartung (PMDB) é o preferido do eleitorado, mesmo antes dele ter posicionado o seu verdadeiro interesse. Paralelamente, as notícias são as mesmas, gaguejam, simplesmente pela falta de um novo ângulo de visão.

O que mais se vê é que Hartung estaria tentando tirar a deputada federal Iriny Lopes (PT) da jogada para evitar um confronto com os petistas, detentores do governo federal. Em 2010, Hartung também teria tentado asfixiar a pré-candidatura do então senador Renato Casagrande (PSB), e ainda assim o socialista é o atual governador.

Quero dizer com isso que os movimentos de Hartung e de adversários do PT não são o problema principal do partido de Dilma Rousseff, em Vitória. Por lá, o obstáculo petista está dentro dos quadros da sigla e atende por João Coser.

Foi Coser quem se antecipou ao processo e declarou apoio à uma candidatura hartunguiana em Vitória, para ser o seu sucessor e em detrimento dos planos do próprio partido que quer permanecer no poder através de Iriny. Sem contar que ele se negou a tentar o governo do Estado em obediência às determinações enviadas ao multi-ideológico grupo político orquestrado pelo peemedebista, contrariando as ambições de seu partido.

Agora que o diretório nacional petista está agindo em todos os estados, tem que sentar com as lideranças, apresentar o que o partido quer (se é abrir mão da capital para disputar outra vaga no Senado em 2014 ou não) e dar a diretriz.

Pelo contexto, parece ser impossível o PT desistir da candidatura de Iriny, já que no sudeste Vitória é a única capital governada pelos petistas. Dessa forma, o projeto pessoal de Coser pode permanecer com ele até outra oportunidade, em outras circunstâncias. Enfim, já passou da hora de ocorrer o famoso 'tapa na mesa'.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

O dinheiro contra a história

O maior partido de Cachoeiro de Itapemirim viu a sua derrota nas urnas no ano de 2008 ao não reeleger o seu prefeito e não emplacar nenhum vereador – fato inédito na história do PMDB. Na eleição de 2010, não conseguiu dar continuidade ao mandato de seu deputado federal. Para as eleições deste ano, sem unidade, uma câimbra pode travar um passo à frente.

O cenário político cachoeirense é o mais acortinado do sul do estado, capaz até de deslegitimar cartomantes e clarividentes de plantão. O único fato que é possível ver com clareza é que a maioria dos partidos está preocupada com a eleição majoritária, fazendo parte da base aliada ao atual governo ou não.

É legítimo que os partidos desejem chegar ao poder, afinal, existem também para isso. Em sendo assim, muitos incorporam o mascote do Flamengo e aguardam o bovino se entregar, sem forças, à grama para atacar e voar soberano – com a barriga cheia.

No caso do PMDB, não há a necessidade de ‘urubuzar’, uma vez que segue neste processo eleitoral de acordo com a sua ótica; aliás, sob duas óticas. A primeira é a do presidente municipal do partido, Camilo Cola; a segunda, é a do vice-presidente Roberto Valadão.

Temendo que o deputado estadual Theodorico Ferraço (DEM) migrasse para o PMDB para ser o candidato, Camilo se antecipou e lançou seu nome à prefeitura de Cachoeiro. Para complementar o movimento e amarrar possíveis apoios, criou o grupo inicialmente chamado de ‘terceira via’.

Engraçado é que o próprio PMDB apoiou o nome de Camilo para levar adiante o projeto de candidatura própria. Hoje, Camilo e Valadão buscam reforços, separadamente, para um tenso confronto nas trincheiras, conhecidas como convenção partidária.

É sabido que a articulação de Camilo não impedirá que Ferraço seja o candidato do PMDB, por exemplo, ou o ex-prefeito José Tasso de Andrade. Da mesma forma, pode o seu grupo desistir do projeto majoritário e apoiar a reeleição de Carlos Casteglione (PT), caso seja o anseio popular. Como pode o deputado Glauber Coelho (PR) conquistar o apoio dos partidos que sustentam os grupos de Cola e Valadão e o PMDB apenas seguir o bloco.

A verdade é que esse racha no PMDB pode prejudicar o sucesso nas eleições proporcionais. Afinal, em qual PMDB os demais partidos irão depositar confiança para as coligações? Ao que tudo indica, um projeto cairá por terra: ou o de Camilo ou de Valadão. A incerteza pode afastar as siglas, a não ser que elas já tenham a certeza do fim.

Todos sabem que Valadão é peemedebista histórico e tem o apoio da maioria que iniciou ainda no MDB. Curioso é que nesta época áurea do MDB, o império do empresário Camilo Cola não era bem visto por aqueles que lutaram contra a ditadura.

Uma vez no partido, Cola sempre foi visto como o maior financiador de campanhas e companheiro para demais assuntos financeiros. Neste junho que se aproxima, Cachoeiro irá saber se o triunfo será do dinheiro ou da história.

terça-feira, 27 de março de 2012

Uma bomba embrulhada para presente


Um dos fatos políticos marcantes deste mês de março foi a conversa entre o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Theodorico Ferraço (DEM), e o deputado estadual Rodrigo Coelho (PT). O diálogo teve como foco as eleições municipais em Cachoeiro.
 
 
A informação é de que Ferraço teria perguntado a Rodrigo se ele votava em Cachoeiro ou em Bom Jesus do Norte. Ao saber que o domicílio eleitoral é cachoeirense, o demista teria dito que poderia avisar ao governador Renato Casagrande (PSB) que já haveria um nome para resolver a questão eleitoral no município.

A proposta ferracista seria irrecusável, caso ele não alimentasse uma aversão ao PT. Desde que perdeu as eleições para o prefeito Carlos Casteglione (PT) em 2008, o presidente da Ales mantém duas ações na justiça contra o petista.

Por essas e outras, não é difícil imaginar o que pretende Ferraço em deixar subentendido que abre mão de disputar a prefeitura caso Rodrigo seja o candidato. Coelho retornará ao primeiro escalão de Casagrande nos próximos dias para dar continuidade ao projeto mais importante da administração (combate à miséria), trabalho este que já foi alvo de elogios por parte do governo federal.

Quem acompanha a trajetória de Rodrigo sabe que ele tem tudo para se tornar uma grande liderança estadual. É sem dúvida um dos maiores nomes do PT local e caminha para se tornar um grande trunfo da estadual para os pleitos futuros.

Não causaria estranheza Ferraço ter o desejo de interromper o sucesso do jovem petista. A proposta faria com que Rodrigo vestisse um rótulo municipal e causasse grande guerra dentro do PT de Cachoeiro, que tem a missão de viabilizar a reeleição de Casteglione.

O apoio de Ferraço tem o seu peso, mas não é vital para quem pretende ser prefeito; vide a derrota de Jathir Moreira, em 2004, quando teve o apoio de Theodorico e perdeu por uma diferença de quase 15 mil votos para o ex-prefeito Roberto Valadão (PMDB).

Além disso, não é de toda a certeza a participação de Ferraço nestas eleições, por dois motivos: primeiro, por conta da lei da Ficha Limpa – uma vez que ele foi condenado por improbidade administrativa pela 2ª Câmara Civil; segundo pelo cargo de presidente da Ales, o que o força a abrir mão de algo, que pode ser o pleito cachoeirense. Ou seja, Ferraço pode estar tentando negociar com o que não tem.

terça-feira, 6 de março de 2012

Falta um elo

O Instituto de Pesquisa Futura apurou a satisfação dos cachoeirenses diante da administração municipal e da imagem do prefeito Carlos Casteglione (PT). Os números são melhores do que nos levantamentos feitos nos anos anteriores, porém ainda está abaixo do que pode ser considerado ‘meta atingida’.

Sem dúvida, é de se comemorar a queda de 7% na soma de ‘ruim’ e ‘péssimo’ em relação ao ano passado (avaliação do governo) e o crescimento de 4,9% do ‘bom’ e ‘ótimo’. Como a queda foi maior nos quesitos negativos, pode ser que quem mal avaliava o trabalho da prefeitura está hoje em fase de transição, considerando que o número de ‘regular’ subiu 5,5%.

Melhores ainda foram os números inerentes à avaliação pessoal de Casteglione: queda de 9,9% do ‘ruim’ e ‘péssimo’ e acréscimo de 9,4% no ‘bom’ e ‘ótimo’. O ‘regular’ se manteve na média dos anos de 2010 (40%) e 2011 (38,2%) e continua alto (38,8%).

Com o levantamento realizado, é possível perceber que Casteglione pode avançar naquilo que ainda não foi explorado devidamente. O que dizem pelas ruas é que o petista criou muitas expectativas durante a campanha eleitoral. Porém, a maior parte das expectativas teve origem no próprio processo de ruptura do rodízio eleitoral de mais de 30 anos. O plano de governo, em si, jamais foi complexo.

Em 2011, fiz uma entrevista com o prefeito, tendo como ponto de partida as promessas de campanha. Ele me afirmou que já havia cumprido 90% do plano de governo apresentado aos eleitores em 2008. A entrevista foi divulgada e nunca mais ouvi falar sobre o assunto.

Numa avaliação superficial, vejo que a massificação dessa informação, se verdadeira for, influi com peso extraordinário na pesquisa da Futura. Quase a metade dos 400 entrevistados (48,2%) disse que o prefeito não cumpre o que promete; se não cumpre, automaticamente não está preocupado com o povo (47,5%).

Também na pesquisa consta que 56,2% acreditam que Casteglione conhece os problemas da cidade – tanto que apresentou um planejamento para o município. Tudo leva a crer que a falta de conhecimento das ações do governo de boa parcela da população, comparadas ao que foi prometido na campanha, seguram o amadurecer de alguns índices. Não é atoa que a sua reprovação maior é junto a um eleitorado qualificado (ensino superior – 30,7%), que, em minha opinião, não iriam se contrapor à verdade dos números.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Defesa pode frustrar a lei da Ficha Limpa

A aprovação da lei da Ficha Limpa foi muito festejada por diversos eleitores brasileiros. Esta é uma lei que nasceu do anseio da população, que registrou o nome em vasto abaixo assinado, para garantir via Constituição que políticos que tenham condenações em seu currículo não possam nem mesmo concorrer as eleições.

Mas, pelo o que se percebe, não será exatamente como parece. Até o momento, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) não enviou à imprensa os nomes dos políticos que foram condenados por colegiados. Nem mesmo a justiça comum listou os nomes, assim como o Tribunal de Contas.

Tamanha a gravidade do assunto, os órgãos fiscalizadores e o judiciário poderiam produzir uma cartilha contendo o nome dos políticos que são ‘ficha suja’ – pelo menos os que exercem mandato – e informações sobre o tema para orientar os eleitores de cada estado.

Durante a última votação dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a constitucionalidade do texto, foi aprovada a anterioridade da aplicação da lei. Ou seja, a Ficha Limpa pode atingir fatos que ocorreram antes da aprovação da citada legislação.

A preocupação principal é que políticos com mancha em seu histórico jamais tenham a oportunidade de retornar a um cargo público através do voto. Ora, se a lei for aplicada a partir de sua aprovação, os ‘fichas sujas’ continuarão ludibriando os aprisionados de seus redutos eleitorais para ditar as ordens e desordens via autoridade conquistada nas proporcionais e/ou majoritárias.

E é neste ponto que reside o problema da Ficha Limpa, pelo o que dá para imaginar. A anterioridade existe, mas em contraponto há o direito de defesa. Em junho, um ‘ficha suja’ pode encontrar dificuldades para registrar sua candidatura; a partir daí ele ingressará com recurso judicial para conseguir a façanha. Conquistando, a tramitação não termina – teoricamente - até outubro, quando ocorrem as eleições. Eleito, um mandado de segurança pode o garantir até o fim do mandato.

Essa hipótese pode acontecer considerando a habilidade de advogados e a morosidade da justiça. Para este ano, irá operar no judiciário a Vara da Improbidade Administrativa. Talvez, os casos podem ser resolvidos mais rapidamente e em favor do que prega a lei popular da Ficha Limpa.

Acredito que um político que se enquadra nos critérios da penalidade da Ficha Limpa deveria sofrer o seu rigor de imediato. Afinal, o direito de defesa e do contraditório já foram utilizados durante o processo respondido e julgado. Enfim, agora o certo é ficar de olho nas decisões da justiça eleitoral neste primeiro semestre e acompanhar se algum joio será considerado trigo.