segunda-feira, 22 de agosto de 2011

DEM apela para eleitores evangélicos


Com a sua estrela maior liderando as pesquisas de intenção de votos para as eleições de 2012 em Cachoeiro, o DEM não deseja ficar ausente do jogo com um trunfo alto na manga. Em reunião realizada no fim da tarde de quinta-feira, o partido colocou o interesse em disputar o pleito e angariar para a sigla nomes fortes para as proporcionais, iniciando a coleta nos distritos.

No entanto, existem alguns agravantes para valer legalmente a candidatura do deputado Theodorico Ferraço (DEM). A primeira é a sua condenação por improbidade administrativa em ação movida pelo MP quando ele governava o município (2000/2004).

O Tribunal de Justiça manteve a condenação após negar, por unanimidade, o recurso de Ferraço que questionava a decisão. O resultado do julgamento saiu no dia 17 de agosto de 2010, mas só foi publicado em 8 de abril deste ano. Com a condenação, a candidatura ferracista esbarra na lei da Ficha Limpa. Mas, é certo que seus advogados estejam cuidando da questão.

Outro empecilho é o isolamento político do DEM diante do bloco que governa o estado, sob a tutela natural do governo de Dilma Rousseff (PT), o qual os democratas fazem oposição. O cenário prejudica as aspirações do partido no momento de conquistar apoio de outras siglas.

A questão dessa carceragem política é tão séria que, recentemente, Ferraço foi “desarmado” à sede do PMDB – partido que sempre o combateu – para tratar de uma possível aliança. Isso leva a crer que a sua candidatura não será empurrada goela abaixo.

A situação se agravou pela suposta falta de entendimento com o senador Magno Malta (PR), que também deseja a prefeitura de Cachoeiro via o deputado Glauber Coelho (PR). Na reunião na sede do PMDB, Ferraço exalava fidelidade ao dizer de um compromisso que sustentava com o senador evangélico.

Porém, semanas depois, o senador Ricardo Ferraço (PMDB) – seu filho – aproveitou o gancho de denúncias de corrupção no Dnit, onde Magno mantém seus indicados, e tornou público que apoiaria a abertura de uma CPI para investigar o caso. Claro que um possível desentendimento entre Ferraço e Malta pode não ter relação nenhuma com a postura adotada por Ricardo; mas pode.

O interesse ferracista em Magno Malta são os seus fiéis eleitores, ou melhor, eleitores cristãos. Existe uma repulsão entre o ex-prefeito e a ala política da Igreja Católica, que reza a linha esquerdista. Neste caso, o apoio católico abraçaria a reeleição do prefeito Carlos Casteglione (PT).

Sem Magno e sem o braço do Vaticano, o partido aposta em outra figura para ter penetração no eleitorado evangélico. No momento, essa figura já tem nome: o médico Rogério Glória, irmão do vereador Fábio Mendes Glória (PMDB). A intenção seria fazer de Rogério o vice de Ferraço. Neste caso, o DEM terá de usar de persuasão para convencê-lo da empreitada, para só depois garantir o voto dos irmãos.

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