segunda-feira, 28 de maio de 2012

Hartung anuncia que não será candidato à prefeitura de Vitória

O ex-governador Paulo Hartung (PMDB) enviou carta aos veículos de comunicação anunciando que não será candidato à prefeitura de Vitória. Segue a íntegra da carta:

Em razão das definições acerca das eleições municipais deste ano, anuncio que não sou candidato à Prefeitura Municipal de Vitória. Trata-se de uma decisão madura e coerente com a minha trajetória política.

Ao se aproximar o final da jornada de oito anos à frente do Governo do Estado do Espírito Santo, período em que tive a honra de liderar a superação de um tempo de descalabro e desmandos político-administrativos nas terras capixabas, decidi que cumpriria até o fim o mandato a mim concedido pelos capixabas.

Tinha uma missão a cumprir em sua totalidade, qual seja, viabilizar a reconstrução do Espírito Santo e entregar o Estado financeira, institucional e administrativamente organizado ao meu sucessor, garantindo-se os fundamentos e as condições de continuidade deste novo tempo de nossa história.

Apesar de pouco usual no cenário político nacional, a decisão de não disputar cargos eletivos foi baseada em meus mais profundos valores, segundo os quais a atividade política deve se pautar essencialmente pelo interesse coletivo, com prioridade absoluta para a melhoria da vida da população.

Nesse sentido, sinto-me muito gratificado pelo avanço de todos os indicadores sociais no meu período de governo, especialmente a redução da proporção de pessoas pobres de 29,4% para 15%. Nesse período, 433 mil capixabas saíram da pobreza e 172 mil da indigência.

Findo o governo, investi um tempo em reciclagem e estudos, antes de passar a me dedicar às atividades de economista, de acordo com a minha formação profissional.

Mas não deixei de participar da vida política de nosso Estado, mantendo contatos e compartilhando minha experiência com companheiros  que nos ajudaram no processo de reconstrução do Espírito Santo.

Em decorrência desses contatos, entendi como compreensível, nas últimas semanas, a intensificação dos apelos de lideranças políticas, sindicais, empresariais, comunitárias e religiosas para que eu assumisse a candidatura à Prefeitura de Vitória.

Diante de tais chamamentos, passei a analisar e discutir cuidadosamente essa hipótese.

Após muitas consultas e reflexões, decidi que não participarei do pleito como candidato.  Esta decisão tem conexão inclusive com minha própria trajetória. Exerci quase 30 anos de mandatos conquistados em sete eleições.  Uma longa e gratificante jornada, mas que, naturalmente, representou muitos sacrifícios para a minha família.

Com a convicção de ter contribuído com o nosso Espírito Santo, considero que outros nomes colocados no processo eleitoral da Capital terão a oportunidade de debater e discutir os melhores caminhos para a cidade, cabendo ao eleitor a escolha pela melhor proposta.

Oriundo de uma geração que lutou pela volta das liberdades democráticas e da normalidade político-institucional no País, posso dizer que percorri uma trajetória pública harmônica com minha formação cidadã, pautada pela efetivação do projeto de uma sociedade com igualdade de oportunidades para todos.

Absolutamente agradecido pelos gestos e pelas palavras de incentivo, sigo atuando como economista e partilhando os aprendizados e a experiência que os capixabas me permitiram acumular em todos os mandatos que exerci, especialmente os dois períodos em que estive à frente do Executivo Estadual.

Paulo Hartung
Economista, ex-governador do Estado do Espírito Santo

terça-feira, 22 de maio de 2012

Hartung pode lançar sua pré-candidatura neste feriado


Um político considerado como grande líder, como ainda é o ex-governador Paulo Hartung (PMDB), não pode ficar por muito tempo sem mandato. E a explicação é simples: sem mandato, o político fica desprotegido diante dos ataques dos adversários, travestidos de aliados, ou seja, fica sem foro privilegiado.

Imaginava que o peemedebista esperaria mais uma eleição para depois tentar retornar ao governo do Estado. No entanto, os ataques contra o ex-governador são inúmeros, assim como acontece em desfavor de pessoas que compuseram a sua gestão – tudo no intuito de respingar em Hartung.

Embora tenha considerável capital político, ficar somente na posição de vítima pode reverter gradativamente o pensamento de seus eleitores. E aqueles que ficaram por quase oito anos seguindo as diretrizes impostas por Hartung querem a independência; e isso se faz derrubando o 'líder'.

Embora sejam apenas boatos, a informação que corre nos bastidores políticos é de que Hartung anuncia nesta quarta-feira (23/05), dia da Colonização do Solo Espírito-santense, a sua pré-candidatura a prefeito de Vitória.

Seria um movimento atípico, considerando que PH deixa essas definições políticas para o último segundo. Se ocorrer, é porque Hartung deve realmente estar sentindo os ataques.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Problema do PT é interno

Na medida do possível, leio algumas notícias referentes ao quadro eleitoral da capital. O nome do ex-governador Paulo Hartung (PMDB) é o preferido do eleitorado, mesmo antes dele ter posicionado o seu verdadeiro interesse. Paralelamente, as notícias são as mesmas, gaguejam, simplesmente pela falta de um novo ângulo de visão.

O que mais se vê é que Hartung estaria tentando tirar a deputada federal Iriny Lopes (PT) da jogada para evitar um confronto com os petistas, detentores do governo federal. Em 2010, Hartung também teria tentado asfixiar a pré-candidatura do então senador Renato Casagrande (PSB), e ainda assim o socialista é o atual governador.

Quero dizer com isso que os movimentos de Hartung e de adversários do PT não são o problema principal do partido de Dilma Rousseff, em Vitória. Por lá, o obstáculo petista está dentro dos quadros da sigla e atende por João Coser.

Foi Coser quem se antecipou ao processo e declarou apoio à uma candidatura hartunguiana em Vitória, para ser o seu sucessor e em detrimento dos planos do próprio partido que quer permanecer no poder através de Iriny. Sem contar que ele se negou a tentar o governo do Estado em obediência às determinações enviadas ao multi-ideológico grupo político orquestrado pelo peemedebista, contrariando as ambições de seu partido.

Agora que o diretório nacional petista está agindo em todos os estados, tem que sentar com as lideranças, apresentar o que o partido quer (se é abrir mão da capital para disputar outra vaga no Senado em 2014 ou não) e dar a diretriz.

Pelo contexto, parece ser impossível o PT desistir da candidatura de Iriny, já que no sudeste Vitória é a única capital governada pelos petistas. Dessa forma, o projeto pessoal de Coser pode permanecer com ele até outra oportunidade, em outras circunstâncias. Enfim, já passou da hora de ocorrer o famoso 'tapa na mesa'.