quinta-feira, 28 de abril de 2011

Tropa ferracista na capital secreta

O silêncio do deputado Theodorico Ferraço (DEM) é conhecido dos cachoeirenses: se está calado é porque está articulando. Novamente favorito para as eleições municipais, desta vez o ex-prefeito não vai querer amargar outra derrota; por isso, já começou a posicionar os seus soldados e organizar estratégias de esvaziamento do adversário.

Desde quando deixou a prefeitura em 2004, sua tropa ficou órfã e entrou para as estatísticas. Alguns foram abrigados em Itapemirim; outros na região serrana. Para aproveitar o clima fresco da serra, alguns ferracistas fizeram residência por lá.

Só que a corneta tocou para a infantaria. Informações de bastidores dão conta de que o demista solicitou que esses desçam a serra e voltem a morar em Cachoeiro; sem precisar se desvincular da fonte de renda.

Tudo leva a crer que os planos de Ferraço estão voltados para a organização de sua possível campanha eleitoral do próximo ano. Parece que a prepotência começa a dar lugar à realidade, por isso a antecipação da formação de seu exército. Além disso, existe uma forte estratégia para ‘derramar o leite’ sobre o atual governo petista. É esperar pra ver.

sábado, 23 de abril de 2011

A pedra caiu


Que o setor de rochas é um dos que mais poluem o meio ambiente em Cachoeiro de Itapemirim não há dúvida. E, agora, a suspeita de ser o setor que mais sonega impostos no município parece se concretizar em realidade. O Ministério Público denunciou membros do Conselho de Administração do Sindirochas (2006/09 – 09/12) e demais empresários por fazerem parte de quadrilha especializada na prática de crimes contra a ordem tributária no comércio de rochas ornamentais no estado.

Em apenas três empresas do sul do estado foi apurado débito de R$ 13 milhões. O prejuízo total aos cofres públicos é calculado em mais de R$ 200 milhões, durante cinco anos. São 20 pessoas na mira da Operação Gênova.

No ano passado, a operação prendeu um empresário de Cachoeiro. Informações não oficiais dão conta que outros, temendo a ação, saíram do estado. Na lista dos denunciados por sonegação de impostos tem nomes de pessoas de destaque na sociedade, atuantes em movimentos sociais, financeiros e na política.

Entre eles, está o ex-vice-prefeito de Cachoeiro, Atílio Traváglia (PSB). Ele governou a cidade ao lado de Roberto Valadão (PMDB) entre 2005 e 2008. Mas, no meio do caminho, acusado de traição política, foi excluído pelos governistas. Atualmente é visto como um nome promissor no ninho socialista.

Como homem público, Atílio deveria saber as consequências da sonegação de impostos para a sociedade, caso seja verídico o conteúdo da denúncia do MP. Não só ele. De que adianta os projetos sociais de seu setor, em tela para toda a cidade ver, se pode estar contribuindo para a redução de recursos para a saúde, educação, segurança pública, cultura, esportes, agricultura, urbanismo, meio ambiente, desenvolvimento social e demais áreas.

O governo federal deveria exibir campanhas publicitárias sobre os males da sonegação de impostos. Mostrar o passo a passo e todo o impacto negativo que cai sobre a população. Esclarecer aos brasileiros o crime que é a sonegação de impostos e a sua semelhança com o descaso à vida alheia, como tão bem faz em campanhas contra o fumo e acidentes de trânsito.

A mesma linha deveria seguir os governos estaduais e municipais, principalmente Cachoeiro de Itapemirim, que abriga centenas de grandes empresas do setor de rochas e, até então misteriosamente, bate ‘recorde negativo’ de arrecadação. Quem sofre com isso é a cidade.

Os denunciados são:

Emic Malacarne Costa
Atílio Travaglia
Valdecyr Roberte Viguini
Mauro Roza Machado
Eutemar Antonio Venturim
Adriano de Moraes Sandrini
Sandro Verzola
José Antonio Guidoni
Aureo Viana Mameri
João Batista Davi
João Otávio Minizzo
Tales Pena Machado
Samuel Mendonça
Julio Cezar Guio
José Affonso Coelho
Jefferson Vieira Machado
Helder Nico
Luiz Ferdinando Zanette
Pedro Purm Junior
Werner Stettler



quarta-feira, 13 de abril de 2011

Registro

Prefeitura mexe na estrutura administrativa

Após a instalação da nova estrutura administrativa, o prefeito Carlos Casteglione encontrou a necessidade de alterá-la e cria mais um cargo. Trata-se do cargo de Subsecretário Estratégico da Lei Rubem Braga, na Secretaria Municipal de Cultura. Casteglione baixará decreto dentro de 45 dias, a contar desta terça-feira (12/04), para definir as atribuições do cargo instituído. 

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Oposição perde mais um


Desde o segundo semestre de 2010, o governo petista cachoeirense trabalha efetivamente na construção de uma maioria aliada na Câmara Municipal. Com a oferta de secretarias e cargos, a prefeitura atingiu seu objetivo e reduziu a oposição para apenas quatro vereadores, dos 13 que ocupam a Casa.

Os quatro são: Marcos Coelho e Roberto Bastos (PMN) e José Carlos Amaral e Luizinho Tereré (DEM). Sobre esse último, vale ressaltar que, embora seja demista, a administração o vê como parceiro. Pois, na tentativa de esvaziar a oposição na câmara, os petistas investiram alto em Tereré, politicamente falando, ao transformar a localidade de Córrego dos Monos – seu reduto eleitoral – numa espécie de canteiro de obras. Sem contar que com o apoio Luizinho amplia seu eleitorado no bairro Aeroporto, onde Amaral tem a sua principal sustentação eleitoral.

Desde quando o governo expulsou de seus quadros todos os integrantes do PMN (outubro de 2010), sem dúvida o mais prejudicado foi o edil Marcos Coelho. Desde então, ele foi muito cobrado por seus correligionários, que, da noite para o dia, perderam seus empregos públicos. E essa baixa poderia até mesmo enfraquecer o seu projeto de reeleição.

Da ruptura até esta semana, Marcos Coelho vinha catando cacos para reconstruir a relação com o governo; independentemente da intervenção do PMN – partido o qual ele estuda a sua desfiliação. Após a labuta, Marcos teve alguns de seus pedidos atendidos pelo governo. Para não perder o que foi reerguido, dificilmente Coelho dará voz à oposição. 

OP investe R$ 102 mil nas plenárias

Após rescindir o contrato com a empresa que prestaria o serviço de tendas, a prefeitura contratou a Poltrona Plus Serviços Ltda ME para cuidar das plenárias regionais do Orçamento Participativo. O investimento é de R$ 102,9 mil.

A empresa ficará responsável pela criação, desenvolvimento, adequação e otimização, infraestrutura, informatização e logística das plenárias. O contrato foi assinado no dia 31 de março e tem prazo até o dia 31 de dezembro deste ano.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Será que o senador ficou constrangido?

Constrangido por ser supostamente protagonista de ato de intolerância religiosa em Cachoeiro, desta vez o senador Magno Malta (PR) foi vacilante a ponto de deixar qualquer evangélico cabisbaixo.

Os cargos comissionados são preenchidos mediante a confiança do mandatário e por questões unicamente políticas. Nenhum parlamentar ou chefe de executivo vai nomear uma pessoa que tem ligação com grupos políticos adversários – a não ser que o cidadão seja muito bom naquilo que faz e seja confiável.

A contratação de Cristiane Thomaz Feu Rangel Vieira demonstra apenas que o senador tem fortes vínculos políticos com o jornalista Jackson Rangel, que também é presidente do diretório municipal do PMN. Até aí, nenhum problema.

Em fevereiro, Cristiane foi nomeada diretora geral da Câmara Municipal de Cachoeiro, onde recebe quase R$ 6 mil. Mas, antes de receber a nomeação no legislativo municipal é necessário assinar documento comprovando que não tem vínculo com o Estado e/ou União.

E esse documento foi assinado, sem qualquer averiguação prévia. Imagino que uma breve pesquisada no Portal da Transparência do Senado seria possível para constatar que ela ainda fazia parte dos quadros do Congresso Nacional. Talvez, não houve o interesse em saber ou não cabia à Câmara saber.

Um ponto intrigante é o fato de o senador Magno Malta e sua assessoria não sentirem falta de uma funcionária desde o dia 25 de janeiro, data de quando Cristiane disse ter pedido exoneração. Ou seja, se lhe chegou a solicitação de exoneração, porque Magno não viabilizou a baixa do nome dela para que não continuasse na folha de pagamento do Senado? Vacilante, não?!?

Isso demonstra também que a quantidade de assessores em seu gabinete de apoio é exagerada, já que quando um funcionário não presta mais serviços a sua ausência nem é sentida - o salário só é mantido porque não sai do bolso do parlamentar (e o compromisso com o dinheiro público? Constrangedor, né?). Talvez seja a hora de reaver o número ideal de assessores parlamentar.

Crime eleitoral

O ponto principal dessa questão passou despercebido pela reportagem de A Gazeta. No texto, Cristiane diz o seguinte: "Trabalhava no que me mandavam". "Coisas relacionadas à campanha ou qualquer outra coisa que mandassem. Eu ficava em Cachoeiro mesmo".

Ou seja, ela trabalhou durante o período da campanha eleitoral (entrou em agosto de 2010) e afirmou que fazia “coisas relacionadas à campanha”. Também não há problema nenhum atuar em campanhas políticas, desde, é claro, que a pessoa não seja paga com dinheiro público. Ela recebia salário líquido de R$ 1.457,33 do Senado. O que é isso senador?