quinta-feira, 28 de julho de 2011

Reeleição não é fácil

O resultado das urnas nos últimos 15 anos mostra que a reeleição para a Câmara Municipal em Cachoeiro não é tarefa simples. A ideia de renovação está atrelada aos eleitores cachoeirenses e o mais importante para quem pretende ingressar na Casa de Leis ou permanecer é compreender o que a população espera de um vereador.

Enquanto os parlamentares locais agirem sem um norte oferecido pela população, o sucesso nos pleitos continuará sendo imprevisível. Nesses 15 anos, são pouquíssimos os edis que se mantiveram até a atual legislatura, com destaque para José Carlos Amaral (DEM) e Alexandre Bastos (PSB), que não perderam neste período.

Nessas últimas quatro eleições, a renovação no legislativo municipal tem média de 70%. E, ao que aponta alguns números internos, deve permanecer neste patamar em 2012. Por isso, o aumento no número de vereadores, como pretende a Câmara, pode apenas majorar a margem de novos nomes.

Em 1996, existiam 19 cadeiras na Casa. No entanto, somente 20,3% se reelegeram nas eleições de 2000, ou seja, sete. São eles: Juarez Tavares Matta (PFL – 1.364 votos), José Renato Dias Federici (PSD – 1.142), José Carlos Amaral (PTB – 998), Fábio Mendes Glória (PFL – 1.773), Edison Valentim Fassarela (PFL – 1.538), Bras Zagotto (PFL – 1.214) e Alexandre Bastos (PMDB – 953).

Nas eleições de 2004, menos parlamentares conseguiram continuar para o mandato seguinte. Apenas cinco se reelegeram: Fábio Mendes Glória (PMDB – 2.389 votos), Glauber Coelho (PSDB – 2.011), José Carlos Amaral (PTB – 1.418), Marcos Coelho (PTB – 2.042) e Alexandre Bastos (1.880). Nesta legislatura o número de vereadores caiu de 19 para 12.

No pleito de 2008, abriu mais uma vaga na Casa, porém apenas cinco conquistaram a reeleição – 30,7%. Conseguiram a aprovação popular Roberto Bastos (PMN – 2.077), Marcos Coelho (PMN – 3.073), Glauber Coelho (PR – 4.060), Amaral (DEM – 2.249) e Alexandre Bastos (PSB – 1.644).
Vale ressaltar que nas eleições de 2008 dois vereadores retornaram à Câmara Municipal depois de um intervalo de quatro anos; são eles Braz Zagotto (PTB - 2.133) e Luis Guimarães de Oliveira – Tereré (DEM - 2.852).

Desses ‘últimos moicanos’, somente Alexandre Bastos teve uma queda na votação. Foram 953 votos em 2000; 1.880, em 2004 e 1.644, em 2008. Quem mais se destacou foi Glauber, que mais que dobrou a sua votação em 2008. Sua escalada nas urnas foi a seguinte: 1.252 votos, 2.011 e 4.060; ou seja, não foi por menos que conseguiu se eleger na Assembleia Legislativa.

Os demais edis com votações crescentes são Amaral (998, 1.418 e 2.852) e Marcos Coelho (1.529, 2.042 e 3.073). Reeleito em 2008, Roberto Bastos  também apresentou evolução junto ao eleitorado: 1.877 votos, em 2004; e 2.077, na eleição seguinte.

A questão é não se desvincular demais da expectativa criada junto ao eleitorado e, antes, não prometer aquilo que não é de competência do vereador. Ao assumir na câmara um conjunto de fatores - tais como a imagem da Casa, a burocracia da máquina pública, a demora em ter um pedido atendido diante das prioridades do prefeito, entre outros - já deixa insatisfeita uma boa parcela dos eleitores que acreditou no candidato. Mas, a melhor receita quem deve ter são os políticos campeões de mandatos, que a cada pleito resiste à renovação inerente ao eleitor cachoeirense.

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