segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Amaral perde para Julio

Se um dia o vereador José Carlos Amaral (DEM) polarizou as eleições para a presidência da Câmara com o Professor David Loss (PDT), candidato à reeleição, os novos tempos são outros. Com dificuldades para conseguir apoio, Amaral perdeu a posição para Júlio Ferrari (PV), que em poucos dias conquistou o que o demista não foi capaz em semanas.

A informação é de que Julio disputa frente a frente com David. Mas, o vereador do PV pode vencer o pleito caso consiga apoio do PMN, que tem dois vereadores. E há quem diga que a possibilidade é grande disso acontecer, uma vez que David teria rejeição entre os peemenistas. Além disso, o atual presidente não fez campanha, não pediu voto.

Outro nome que pode aparecer é o de Roberto Bastos (PMN). A possibilidade de Roberto ser presidente da Casa depende do entendimento de PV e PMN, os maiores partidos da Câmara junto com o DEM. Mas, seria difícil uma desistência de Julio.

Por fim, as eleições para a presidência, inevitavelmente, passa pelo PMN. A essas alturas é o partido que vale ouro para o governo petista e não vai demorar muito para ser o norte político da administração.

sábado, 28 de agosto de 2010

Previsões: Nósnãotramamos

No dia 17 de agosto, escrevi no jornal Folha do Caparaó artigo dizendo que há grande possibilidade do candidato ao governo Renato Casagrande (PSB) repetir a votação do governador Paulo Hartung (PMDB) em 2006. Na época, Hartung massacrou Sérgio Vidigal tendo 77,3% dos votos válidos contra 21,7%.

Na pesquisa divulgada pela Enquet neste sábado (28), Casagrande está com 61,6% diante de 16,3% de Luiz Paulo. A diferença aberta pelo socialista do tucano é de 45,3%; a de Hartung foi de 55,6%. Falta mais de um mês para as eleições de outubro.



Casteglione perdeu apoio de Camilo

Como foi registrado aqui na blog, o deputado federal Camilo Cola (PMDB) rompeu com o prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, Carlos Casteglione (PT). O motivo foi a falta de empenho do petista em transformar as emendas individuais de Camilo, destinadas para a cidade, em obras. Em dois anos, foram cerca de R$ 16 milhões disponibilizados pelo deputado.

Camilo declarou que não destina mais nem um centavo aos cofres da prefeitura até o fim deste mandato. Somente encaminhará recursos direto para os hospitais filantrópicos de Cachoeiro. Para a prefeitura não aproveitar os recursos advindos do deputado, de duas uma: destruir politicamente Camilo em Cachoeiro, ou incompetência mesmo.

Veja matéria completa no site Atenas Notícias: http://www.atenasnoticias.com.br/site/conteudo.asp?codigo=16683  

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Se a mudança veio de cima, PT pode intervir por Magno

Nos bastidores, diz-se que o maior nome da política local, o governador Paulo Hartung (PMDB), trabalha para inviabilizar a reeleição de Magno Malta (PR). Embora não tenha o cacife de Hartung, Magno não é bobo, muito pelo contrário, é habilidoso tanto quanto Hartung.

Ao perceber que seria jogado na sarjeta pela mão pesada palaciana, Magno se agarrou com unhas e dentes à campanha de Ricardo Ferraço (PMDB), que soma com o republicano (pelo menos na teoria da coligação) na luta pelas duas vagas ao Senado.

No dia do lançamento das candidaturas majoritárias da base governista, Magno foi sábio ao tornar público: “Se não votar em Ricardo, não precisa votar em mim”. Malta aliou seu nome ao do peemedebista e, ao colocar sua fidelidade na mesa, cobrou indiretamente o mesmo sentimento e compromisso.

Além de ser da base aliada ao governo Lula no Senado, Magno se aproximou mais do PT local durante a negociação de sua suplência. Primeiro convidou Perly Cipriano para ocupar uma das duas vagas, depois deixou à escolha do prefeito da capital João Coser (PT).

Sobre a campanha presidencial, Magno é sem dúvida o mais engajado na propaganda de Dilma no estado. Até mais que o candidato ao governo Renato Casagrande (PSB). Dá mais visibilidade à Dilma que Coser, que é o coordenador da campanha dela no estado. Mais ainda que o próprio Hartung, que só tornou público o seu apoio há uma semana, após reunião a portas fechadas com Dilma.

Se realmente veio de cima para baixo a ordem para Hartung colocar Casagrande no lugar de Ricardo, o mesmo pode acontecer para pôr fim à chamada chapa clandestina no estado. Crédito Magno deve ter com a nacional petista, pelo empenho narrado aqui. E certamente a cúpula de Dilma/Lula/Cia não iria aceitar uma manobra para sacrificar Magno em nome de uma candidatura tucana (no caso, Rita Camata).

E tem outra: o pedido para encerrar o suposto ataque à reeleição de Magno pode vir acompanhado da boa relação futura entre o governo federal e o ex-governador Hartung. Pois, se em duas eleições Lula precisou dele e não teve o apoio, pode ter certeza que desta vez a ajuda hartunguiana não faz diferença – vide pesquisas.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Três possíveis razões do apoio de Hartung a Ricardo

O governador Paulo Hartung (PMDB) é tido como o responsável pela reviravolta no cenário político capixaba, que tirou do vice-governador Ricardo Ferraço (PMDB) o sonho de disputar o governo. Nesta semana, Hartung foi para a televisão e rádio pedir voto para Ricardo, que é candidato a senador.

Até então tudo segue normal, já que Ricardo é candidato de Hartung. No entanto, o senador Renato Casagrande (PSB) também é seu candidato, à sua sucessão inclusive. Nem por isso, Hartung apareceu nas telas para pedir votos ao socialista, que, no momento, aguarda o tempo para vencer as eleições no primeiro turno. Nem há previsão de Hartung gravar depoimento para a propaganda eleitoral de Casagrande.

O apoio de Hartung pode ter três motivos. Um seria compensar ao seu vice todo constrangimento passado em maio deste ano, ao substituí-lo por Casagrande na disputa pelo Palácio Anchieta. Sem dúvida, ruíram na frente de Ricardo quase oito anos de construção para torná-lo governador.

Outra hipótese é a retomada da chamada chapa clandestina, que sustentaria a candidata ao Senado, Rita Camata (PSDB), e desidrataria a reeleição do senador Magno Malta (PMDB). Para isso, Hartung fortaleceria Ricardo para que o crescimento de Rita mirasse a queda de Magno. Não duvido que venha chumbo grosso contra Malta na reta final das eleições. No momento, já plantam que Rita estaria empatada tecnicamente com o republicano.

O terceiro motivo pode ser o tiro pela culatra dado por Hartung. Ou seja, ao tentar sangrar Magno acabou por devolver e intensificar o chamado ‘abril sangrento’ chorado por Ricardo e colocar a vitória de seu vice em risco. Entende-se que o apoio atende ao chamado de quem precisa de ajuda.





Casteglione pode perder apoio do PMDB

O PMDB perdeu as eleições municipais para Carlos Casteglione em 2008. Além da derrota, os peemedebistas cachoeirenses não fazem parte do governo ocupando secretarias, diretorias, nem gerências. Nem mesmo um pedido para fazer o ex-vereador Fabinho (PMDB) retornar à Câmara Municipal foi atendido pelos petistas. Mas, há um apoio muito importante que parece não ter sido correspondido.

Não há dúvida que existem integrantes do PMDB que não comungam com a ideologia petista. Porém, o presidente municipal do partido, o deputado Camilo Cola, fez essa ponte com a prefeitura e contribuiu como se fosse um petista na Câmara dos Deputados.

Camilo Cola destinou ao município cerca de R$ 9 milhões. Contudo, para esses recursos virarem obras é necessária a confecção de projetos por parte da prefeitura. Ou seja, se não tem obras advindas dos recursos das emendas individuais de Camilo é porque o governo Casteglione não fez os projetos.

Foi em Cachoeiro que Camilo Cola teve a sua maior votação em 2006. Nunca negou que, sendo eleito, trabalharia para os municípios do sul do estado, que sofrem com a falta de representação política. Os cachoeirenses aguardam o empenho do deputado, mas sem saber o que de fato acontece.

Por conta da inércia da prefeitura de Cachoeiro, a população local acredita que Camilo nada fez em benefício da cidade. E olha que tem dinheiro para a construção de escadarias, passarela, viaduto, drenagem, reconstrução do distrito de São Vicente entre outras intervenções.

É difícil imaginar que Casteglione não saiba que deixando de aplicar a verba destinada por Camilo enfraqueceria o deputado eleitoralmente no município. É difícil acreditar que, com todas as dificuldades financeiras já ‘choradas’ pelo prefeito, Casteglione não teve o interesse de aproveitar esses recursos em benefício dos moradores locais. É difícil até justificar o porquê, a não ser confessando uma possível morosidade.

Já ouvi de petistas que o trânsito em Brasília é livre e fácil através de contato com Camilo Cola. Já ouvi o próprio prefeito falar que Camilo merece ser reeleito por conta de sua dedicação a Cachoeiro. Só que tudo, até agora, ficou somente na ‘falação’.

Caso a votação do deputado reduza nas urnas cachoeirenses, o motivo já está posto. Findadas as eleições, surge a reta final do atual mandato municipal. A dificuldade de alianças partidárias já foi antecipada, mediante a avaliação do governo. O PMDB é o maior partido do município e tem a sua importância evidenciada no cenário político. Não duvido que a sigla rubro-negra possa retomar seus motivos que a fazem desgostar do PT e foque sua força em 2012, trabalhando um nem tão novo nome (mas, surpreendente).

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Ela pegou a boia

Dificilmente, a cúpula do PMDB irá se incomodar com tal apoio, considerando a suposta intenção do governador Paulo Hartung em inviabilizar a reeleição do senador Magno Malta (PR). O problema é o tiro no pé que pode acontecer entre os peemedebistas, ao correrem o risco de emplacar uma tucana e um republicano, deixando Ricardo sem mandato. Enfim, segue a imagem para complementar o texto anterior.


terça-feira, 24 de agosto de 2010

Camata joga boia salva-vidas

De acordo com informações de bastidores, o senador Gerson Camata (PMDB) entrou com força total na campanha de sua esposa Rita Camata (PSDB), que disputa vaga no Senado. Gerson não é candidato e também não pode expor esse apoio já que seu partido pertence à coligação diferente de Rita.

O senador já realiza contatos com lideranças do estado pedindo colaboração para dar musculatura à campanha de Rita. Ela segue em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto, com uma diferença de aproximadamente 20 pontos do segundo, que é o vice-governador Ricardo Ferraço (PMDB).

Acredita-se que o eleitorado de Rita tem perfil semelhante ao de Ricardo, ou seja, uma alavancada da tucana poderia atrapalhar os planos do peemedebista. No entanto, sabe-se também que uma melhora de Rita não é tão simples assim. Em meio a propaganda eleitoral nos veículos de massa, somente um fato novo poderia alterar o atual ranking. Resta saber se o engajamento do senador Gerson Camata possa ser esse fato novo.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Velha águia

O ex-prefeito Theodorico Ferraço (DEM) é um dos nomes que podem ter a sua reeleição na Assembleia Legislativa garantida. Afirmam que nas pequisas locais (Cachoeiro e sul do estado) seu nome lidera nas intenções de voto, seguido de Glauber Coelho, Marcos Mansur e Rodrigo Coelho.

Em Cachoeiro, Ferraço pode até repetir votação expressiva (ele teve 29.186 votos em 2006). No entanto, a derrota em 2008 nas eleições municipais para Casteglione (PT), a transferência de empenho parlamentar para Itapemirim, onde sua esposa é prefeita, e o surgimento de novos nomes podem fazer com que seus sufrágios reduzam por aqui.

Talvez, imaginando essa queda de votos em Cachoeiro, Ferraço trabalha de forma astuciosa. Ao contrário de 2008, começou a trabalhar cedo e abandonou o clima de ‘já ganhou’, que sobressaiu diante de qualquer humildade nas eleições para prefeito.

E tem outra: segundo pessoas próximas, o demista colou seu nome em dois candidatos a deputado federal do sul. Em Cachoeiro, ele estaria pedindo votos para o médico Abel Santana (PV). Em Guarapari, onde Camilo Cola está em pleno crescimento eleitoral, Ferraço pegaria carona no sucesso do megaempresário.

Nesses casamentos rentosos, Ferraço vai se adequando à vontade do eleitorado e garantindo a sua reeleição. E essa aproximação, obviamente, é feita a partir de números. Sinal que em terras da capital secreta o candidato verde tem o seu valor.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Tem gente aterrorizada com Gratz


Obviamente é indefensável a ameaça de agressão feita pelo ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Carlos Gratz (PSL), ao governador Paulo Hartung (PMDB). Golpe baixo e demostração clara de falta de equilíbrio e, até, de escrúpulos. No entanto, as outras ameaças de dar nomes e endereços de pessoas com o 'pé na lama' estão deixando algumas pessoas, que ainda estão na ativa, aterrorizadas.

Chega a informação que durante passeio em um shopping da capital, Gratz foi abordado por um figurão do Judiciário capixaba. Dizem que o Dr. implorou silêncio, temendo ser atingido pelo tsunami que combate o crime organizado no estado e cair na palmatória da imprensa e da opinião pública.

A culpa de Gratz no cartório é conhecida por todos. Mas, no momento, ele está solto e ainda é candidato. O que acontece com ele não é diferente do que ocorre com os demais ex-detentos: saem da cadeia cheios de ódio e sede de vingança.

Alguém duvida que existe mais gente que fazia parte do sistema obscuro da ‘Era Gratz’ posando de bom moço por aí? Certamente, se Gratz colocar a boca no trombone, como promete, este período eleitoral vai servir para derrubar algumas máscaras ou, pelo menos, deixar personagens na corda bamba. É esperar pra ver.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Apesar de poucas, David tem seus méritos para prosseguir

As eleições para a Mesa Diretora da Câmara Municipal de Cachoeiro vai acontecer no fim deste mês. E, pela movimentação, tudo indica que o vereador Professor David (PDT) será reeleito. Quem concorre diretamente com ele é o edil José Carlos Amaral (DEM).

Vejo que os dois têm condições para orquestrar os trabalhos da Casa. Amaral tem quase 30 anos que ocupa uma cadeira no legislativo e conhece o Regime Interno ‘de cabo a rabo’. É ele que, por muitas vezes, já corrigiu projetos enviados pela prefeitura (não apenas nesta administração) para que pudessem ir à apreciação em plenário. Como oposição, poderia não se manifestar e deixar a matéria em transição emperrada nas comissões permanentes. Ou seja, age com responsabilidade.

Na sessão de terça (17), Amaral disse que quer deixar a sua marca na câmara no alto de seus seis mandatos como vereador. Essa marca seria cumprindo um biênio como presidente. Neste caso, faço coro ao edil Wilson Dillen (PR): Amaral já deixou sua marca como vereador em Cachoeiro.

Não estou concordando com o Wilson por não querer que Amaral seja o presidente. Concordo pelo fato de o resultado das eleições nem sempre agradar a quem concorre, e seria injusto Amaral pensar que não foi eleito por não merecer deixar a sua marca.

Pois bem. Do outro lado, temos o atual presidente. David, sem dúvida, faz um execelente trabalho como gestor daquela Casa. Sei que parte do título (“Apesar de poucas..”) deste texto deva ter chamado a atenção e vou explicar o porquê dele. (em tempo: poucas, obviamente, não se refere ao seus méritos – seria até falta de concordância).

No escândalo que envolveu a vereadora Arlete Brito (PT), que teve o mandato cassado sob acusação de prática de rachid, foi revelado algo que poucos se atentaram. Arlete empregou uma pessoa (que era cabo-eleitoral) na câmara, sem a devida qualificação, em um setor que deveria ser ocupado por efetivo, e tudo isso com o consentimento do presidente.

Essa liberação de indicações de vereadores é algo que acontece em todo o país e muitos fazem para manter o bom relacionamento e evitar arestas. Só que para uma pessoa que foi eleita pregando a moralidade e ter essa qualidade erradiada pelo seu nome e imagem pega muito mal. Faz-nos pensar se não há mais casos do tipo na câmara e, por que não (?), na prefeitura. Não cai bem vícios antigos em político novo.

Apesar disso, as qualidades da gestão de David sobressaem. A Câmara Municipal hoje, sem querer fazer comparações com o passado, tem mais de R$ 1 milhão em caixa. Em breve, esse recurso será devolvido para a prefeitura e os vereadores irão indicar a obra a ser feita com ele.

David trouxe para a responsabilidade da Casa o pagamento de despesas, que antes a prefetiura arcava (se não me engano, a conta de energia). Ele escalonou as dívidas e organizou as finanças. Há economia e a sua pessoa repassa à população credibilidade. Sua competência e sabedoria são indiscutíveis. Por esses e outros atenuantes é que muitos vereadores o querem de volta. E o melhor é saber que bons nomes estão colocados para este pleito. Ganha Cachoeiro.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Ascensão só com postura firme de Casteglione

Se tem agentes da prefeitura de Cachoeiro dizendo ao prefeito Carlos Casteglione que tudo está ótimo, pode ter certeza que estão tentando enganá-lo. A má avaliação tornada pública no ano passado permanece, apesar das obras. E se esse sentimento popular vingar neste terceiro ano de gestão (uma vez que 2010 já terminou) será quase impossível reverter no último ano de mandato.

Dois mil e dez foi um ano que não existiu, no que diz respeito a colheita política de frutos satisfatórios. Num momento, a população ficou focada na derrota da seleção de Dunga. Depois, parte dela ainda se concentra nas eleições e nos benefícios advindos dela. Sem contar nos comentários sobre o time de Mano Menezes que vão até o próximo ano intensificados.

Ou seja, esses pontos levantados desviam a avaliação popular diante de qualquer intervenção feita pela prefeitura, o que inviabiliza uma mudança positiva na aceitação do governo. Resta ao prefeito investir num esforço concentrado em 2011.

Sobre a permanência da avaliação negativa, basta perguntar a qualquer candidato que percorre as ruas de Cachoeiro. Estará mentindo aquele que disser que ouve elogios dos moradores. Inclusive em bairros que recebem ou já foram agraciados com obras.

A confirmação do que dizem alguns candidatos virá com a pesquisa que está sendo feita para medir o poder de transferência de votos de Casteglione. Para quem não sabe, há coletores na cidade perguntando se a pessoa votaria em candidato indicado pelo prefeito, o que ela acha do governo etc.

Pois bem. Não há mais tempo para teste. O prefeito precisa urgentemente analisar quais foram as secretarias que atingiram a meta até o momento e substituir os atores que não foram capazes de cumprir com o objetivo. Com o resultado dessa pesquisa – sendo da prefeitura, do PT, ou de quem quer que seja -, se for setorial, Casteglione terá que usar o poder da caneta pelo bem da população, do governo e de sua sobrevivência política no município.

Daqueles que ficarem, principalmente os que ocupam secretarias mediante acordo político, deve ser exigido total comprometimento, a apresentação de uma planilha de trabalho com prazos e ser feito o acompanhamento e a cobrança das realizações.

Esse esforço concentrado deve ser pensado e colocado em prática já, para que possa haver resultados positivos até o segundo semestre de 2011. Caso consiga e melhore sua avaliação, é possível até mesmo desidratar o projeto político dos partidos aliados de tentar a prefeitura em 2012. Se não, verá todos os aliados saindo por portas e janelas do palácio, inclusive os de vertentes diferentes de seu próprio partido.


Crédito da foto: Jornal Fato

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Deve ficar uma frustração

A competência e a inteligência de gestão do candidato ao governo do Estado, Luiz Paulo Velloso Lucas (PSDB), são indiscutíveis. No entanto, seu capital político não foi o suficiente para fazê-lo emplacar em dois de seus projetos. Na verdade, em um; o outro, embora esteja perdendo a galopes, ainda está em processo.

Eu estava revirando/acessando algumas notícias antigas e achei uma fala de Luiz Paulo que retrara uma esperança que se repete neste ano. Trata-se de uma entrevista dada em 26 de junho de 2006 à Tv tribuna.

“Como candidato a senador, quero ser o sucessor do governador Paulo Hartung pela segunda vez. A primeira foi na prefeitura de Vitória e a segunda é a vaga ao Senado que será disputada nestas eleições, que Paulo Hartung deixou para disputar o governo do Estado”, disse à época.

Já é sabido que tanto Luiz Paulo quanto o senador Renato Casagrande (PSB) discursam e se apresentam como a continuidade de Hartung. Embora os dois digam, Hartung escolheu Casagrande. Ainda assim, o tucano adota a mesma estratégia de 2006: ser novamente o sucessor do governador.

Em 2006, os fins eleitorais eram diferentes, mas a disputa era a mesma. Hartung desistia de uma eleição ao Senado para cuidar de sua reeleição. Luiz Paulo e Casagrande focavam a única vaga majoritária disponível, a ser deixada pelo governador, uma vez que o peemedebista também tinha reais condições de se eleger, como aconteceu em 2010.

Logo que Hartung afirmou ser candidato à reeleição, ele solicitou que um (PSB ou PSDB) abandonasse a disputa ao Senado, em nome da unidade política. E quem saiu do páreo foi Luiz Paulo, deixando o espaço livre para Casagrande, que se elegeu com mais de 1 milhão de votos e se cacifou para ser o sucessor de Hartung em 2010. Luiz se reelegeu deputado federal.

Aos trancos e barrancos, Casagrande conseguiu neste ano ser o candidato de Hartung e lidera as pesquisas confortavelmente, a ponto de definir as eleições em primeiro turno. Em algum momento, até o prazo final de desincompatibilização, Luiz Paulo pode ter imaginado que teria o apoio do governador; principalmente quando ele decidiu não concorrer ao Senado.

“Sou competitivo, mas sei reconhecer as qualidades do concorrente. Não tenho dúvidas de que o governador torce pela minha candidatura e com certeza terei a maioria dos votos”, falou Luiz Paulo em 2006. Enfim, a referida torcida/apoio não aconteceu na época e nem agora, que traz uma diferença: o tucano pode ficar sem mandato. Deve ficar mais uma frustração.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Audifax empata com Sueli em Serra

O adversário político de Sérgio Vidigal (foto), Audifax Barcelos, que é candidato a deputado federal, estaria empatado em Serra com a também candidata Sueli Vidigal, segundo algumas pesquisas locais. Por conta disso, Sergio – seu marido – licenciou-se da prefetura na intenção de alterar o quadro eleitoral.

Como o próprio Sérgio disse em entrevista recente, Sueli é a sua ponte para 2014 e, por isso, não pode ter um baixo desempenho nestas eleições. Os santinhos já feitos de Sueli já foram retirados das ‘ruas’ e os próximos terão estampados a foto de Sergio ao lado dela.

Acontece que Sergio, que é prefeito de Serra e presidente estadual do PDT, tem seu nome muito bem avaliado no município. Comparado ao nome de Audifax, a diferença é de 8 por 2. Daí a ‘casadinha’, para que a população de Serra vote em Sueli baseada na popularidade do atual prefeito.

Crédito da foto: Nerter Samora

domingo, 15 de agosto de 2010

Reflexão

Frases do prefeito de Serra, Sérgio Vidigal (PDT), em entrevista concedida ao Século Diário no dia 14/08/10:

“Para os partidos políticos, o que tem mais valor, infelizmente, são os deputados federais, porque isso conta para o fundo partidário, para tempo de televisão, na hora de ocupar um ministério, porque não basta a competência do sujeito, o que vale é o tamanho da bancada, do quantitativo parlamentar que este partido tem.”


“Como a Sueli tem o meu sobrenome, é minha esposa, automaticamente, naquilo que ela avança, me leva junto. Não tenho a menor dúvida disso. E no que ela me ajuda? A Sueli é uma ponte. Na política é muito complexo falar no dia de amanhã. Você pode jogar muita bola hoje, mas a seleção só é convocada de quatro em quatro anos. Se no ano da Copa a sua bola está murcha, não adianta o que você jogou antes. Então você precisa estar preparado para isso e precisa ter uma ponte. Sueli é uma ponte para mim, até para 2014, por ventura.”

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Cachoeirense ausente de verdade

Eis que surge um leve movimento, que será avolumado com a dedicação do presidente estadual do PDT, Sérgio Vidigal. A intenção é resgatar a votação de Suely Vidigal, retirada em parte significativa pelo adversário Audifax Barcelos. Para isso, vale até criar um amor para sugar apenas o que a relação tem de melhor; no caso, o voto.

Aqui na capital secreta, sabemos de vários cachoeirenses que, mesmo fora da cidade, se destacam e jamais esquecem de suas raízes. São personagens que têm orgulho em ser de Cachoeiro. Tanto que, para eles, o também ilustre escritor Newton Braga criou o título de Cachoeirense Ausente para homenagear aqueles que elevam o nome do município além de nossas fronteiras.

Porém, é de entristecer ver um cachoeirense querendo vir à cidade somente para atender seus interesses eleitorais e depois voltar para sua terra-escolhida, estampando as costas para o curso do rio Itapemirim.

Isso é exatamente o que acontece com a deputada federal Suely Vidigal, de Serra. Como a região sul do estado moribunda economicamente no leito da ausência de representação política no cenário estadual e nacional, foi criado o movimento Voto Sul. O objetivo é quem os eleitores da região votem em candidatos da região e que sejam comprometidos com os anseios daqui.

A razão é que os políticos de outros pontos do estado veem ao município, recolhem votos, elegem-se e só retornam quatro anos depois, sem nenhum empenho ou benefício direto nesse vácuo de 48 meses. Muitos deputados no país atuam eleitoralmente durante todo o seu mandato, ou seja, destinam o maior volume de recursos de suas emendas parlamentares ao seus redutos eleitorais – onde têm mais votos.

Essa atitude também tem influência direta do eleitor, uma vez que pode mudar seu voto caso não esteja satisfeito com o trabalho de seu representante. E as duas questões colocadas caem como luva para a nobre deputada que tenta se salvar também no eleitorado cachoeirense.

Nas eleições de 2006, Sueli Vidigal foi eleita com a segunda maior votação do estado, tendo 118.127 votos. Até hoje, a cachoeirense só se lembrou de sua terra-natal em 2008, quando conseguiu o pagamento de R$ 365 mil para estruturação da Santa Casa de Misericórdia (dotação inicial era de R$ 700 mil) e conseguiu empenhar R$ 837 mil para o Hospital Infantil, ainda não pago, segundo dados do Portal Orçamento, disponibilizado no sítio do Senado Federal.

Me pergunto: será que, cachoeirense como diz que é, não deveria se empenhar mais contribuindo com a cidade onde nasceu? Será que ela colaborou tão pouco porque teve apenas 346 votos em Cachoeiro? Será que ela só teve 0,3% de sua votação total em Cachoeiro porque não teve a satisfação do eleitor local quando era deputada estadual? E por que teria votos agora? Qual argumento ela vai utilizar? Dirá que será mais cachoeirense como deputada?

Olha como as coisas são. Para o município de Serra, onde seu marido é prefeito, Sueli dedicou cerca de R$ 10 milhões de suas emendas. Será que todo esse empenho é porque a sua família está instalada lá? Ou será que ela beneficiou tanto a cidade de Serra porque teve 68.245 votos por lá? Já começa a clarear em minha mente o porquê de nem existir a palavra Cachoeiro no site da deputada. O berço de Rubem Braga, Roberto Carlos, Sérgio Sampaio e todos nós só está registrado na agenda de campanha – como estratégia desesperada para compensar o que se perde por lá. No próximo post, o motivo de Sergio Vidigal se licenciar da prefeitura.

Cá entre nós

Para Marina só faltou apoio de Lula



Não há dúvida que, pelo menos politicamente, Marina Silva (PV) é muito superior à Dilma Rousseff (PT). Caso a candidata verde tivesse o seu prestígio eleitoral - em torno de 10% das intenções de voto - acrescentado pela transferência do presidente Lula (PT) até o momento - cerca de 40% do eleitorado brasileiro -, Marina estaria eleita ainda no primeiro turno.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Glauber ainda colhe frutos do governo Valadão

Assim como outros políticos, o vereador de Cachoeiro de Itapemirim, Glauber Coelho (PR), tem o seu eleitorado fiel. Mas, nos últimos três anos, talvez seja ele o que mais aumentou o seu eleitorado. E esse acréscimo aconteceu justamente durante o governo de Roberto Valadão (2005/08), quando Glauber chefiou a Secretaria de Saúde.

Politicamente, Glauber Coelho tirou ‘leite de pedra’. Digo isso, porque, apesar de importantes realizações, a gestão de Valadão foi mal avaliada pelos cachoeirenses, que provaram a insatisfação na hora do voto em 2008. Pouco mais de sete mil pessoas votaram a favor da reeleição.

Já Glauber retirou daquele governo todo o prestígio que o prefeito não conseguiu. Com todas as condições de trabalho, ele realizou um trabalho amplo e de benefícios imediatos à população do município. Inovou no modelo de gestão e ampliou e reestruturou a rede pública de atendimento.

Outro ponto positivo a seu favor foi a ausência de ciúme político. Em outras épocas, Glauber já sofreu com interferências quando ameaçava decolar com um bom trabalho no comando de alguma secretaria. Em eventos realizados pela gestão passada, o republicano chegou a registrar essa questão em seu discurso, antes de agradecer o total apoio que recebeu do governo peemedebista.

Hoje, como candidato a deputado estadual, Glauber recebe abraços pelos bairros de Cachoeiro acompanhados de agradecimentos pelo o que fez à frente da Secretaria de Saúde. Esse mesmo povo agradecido é o que mais que duplicou a sua votação. Em 2004, Glauber teve 2.011 votos e, em 2008, foi o vereador mais votado com 4.060.

Os números provam que além da satisfação com o vereador é maior o contentamento com o secretário Glauber. Certamente, esses eleitores recém chegados também o ajudarão na caminhada para assegurar uma cadeira na Assembleia Legislativa. E, dependendo do trabalho que realizar como deputado, caso eleito, pode repetir e ampliar o apoio para 2012.

Números

De acordo com algumas pesquisas internas, Glauber aparece em segundo lugar tanto em Cachoeiro como no sul do estado nas intenções de voto para deputado estadual. Quem lidera é o deputado Theodorico Ferraço (DEM). Em terceiro, segue o vereador Marcos Mansur (PSDB) e depois o ex-secretário de Governo, Rodrigo Coelho (PT).

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Só quatro cachoeirenses declaram gastos


A campanha eleitoral só será sentida mesmo neste fim de agosto e início de setembro. Algumas gráficas da cidade já trabalham na confecção de santinhos e demais materiais. No entanto, vê-se pouco na ruas esses instrumentos de divulgação de candidatos. A maioria prefere investir na reta final, até mesmo como forma de poupar dinheiro.

Pelas ruas cachoeirenses é possível ver alguns veículos adesivados com nome e imagem de Glauber Coelho e Braz Barros (PR), Marcos Mansur (PSDB), Rodrigo Coelho (PT), Alexandre Maitan (PDT), Camilo Cola (PMDB), Ary Correa (PTB) e Alexandre Bastos (PSB). Glauber também tem carro de som.

Na prestação de contas parcial junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), apenas quatro candidatos informaram despesa até o momento neste início de campanha eleitoral.

Ary Correa declarou que investiu R$ 350,00 em publicidade por materiais impressos de R$ 400,00 oriundos de recursos próprios. Alexandre Bastos informou gastos de R$ 3.225,00 com placas, estandartes e faixas e R$ 860,00 de materiais impressos, num total de R$ 4.085,00 diante de receita declarada de R$ 8 mil - recursos próprios. Alexandre foi o que mais investiu, conforme o TSE.

Entre os candidatos à Câmara dos Deputados apenas dois apresentaram despesas. O deputado Camilo Cola investiu R$ 3,2 mil com materiais impressos e tem receita de R$ 20 mil provenientes de pessoas jurídicas.

O outro é o candidato socialista Lazaro Costalonga, que declarou receita de R$ 1,2 mil – recursos de pessoas físicas – e despesa de R$ 1,2 mil com locação/cessão de bens imóveis.

Outros candidatos só apresentaram a receita. São eles Rodrigo Coelho (R$ 11,5 mil – de pessoas físicas), Marcos Mansur (R$ 2,7 mil – recursos próprios) e Alexandre Maitan (R$ 3 mil – recursos próprios)

E tem aqueles que não arrecadaram ainda e, por isso, não gastaram – pelo menos não foi declarado na prestação de contas parcial. Entre esses estão os candidatos a deputado estadual Glauber Coelho, Theodorico Ferraço (DEM), José Tasso (PSDC); e o candidato à federal Braz Barros da Silva.

Na última categoria, há os candidatos que ainda não entregaram a sua prestação de contas. São eles o candidato a federal Abel Sant’anna Junior (PV) e os estaduais Roberto Valadão (PMDB), Gilberto Mantuan (PMN) e Humberto Simões Gonçalvez (PRP).

Divulgação

O período para a entrega dos relatórios parciais foi de 28 de julho a 3 de agosto, relativo à 1ª parcela e no período de 28 de agosto a 03 de setembro, relativo à 2ª parcela. A divulgação dos relatórios teve início no dia 6 de agosto. A partir de 6 de setembro será relativo à 2ª parcial. Os dados são encontrados no saite do Tribunal Superior Eleitoral.



Foto: Alexandre Bastos, candidato a deputado estadual pelo PSB, é o que mais investiu até o momento entre os cachoeirenses, conforme dados do TSE

Crédito: CMCI

sábado, 7 de agosto de 2010

Ampulheta vira novamente


Desta vez, o prefeito de Cachoeiro, Carlos Casteglione (PT), não terá mais desculpas e nem oportunidades para transferir o ônus de manter comissionados ilegalmente no quadro de funcionários da prefeitura. Após a decisão da Vara dos Feitos da Fazenda Municipal de exonerar 181 servidores em cargo de comissão, ele conseguiu empurar a origem das consequências negativas das demissões para o Ministério Público local. Agora, é Casteglione x a lei.

O caso está sendo averiguado pelo Tribunal de Justiça, que concedeu liminar permitindo que o prefeito mantenha os comissionados – tudo em nome da não paralisação de atendimentos e oferecendo mais um prazo para que ele conclua a reforma administrativa e a coloque em prática.

O prazo a mais é explicado pelo fato de Casteglione ter desfrutado deste tempo excedente por algumas vezes. Ao assumir a prefeitura, ele mesmo anunciou que faria a reforma em agosto de 2009. Não fez. Em maio do mesmo ano, o MP deu prazo de 90 dias para adequação. O prefeito não cumpriu.

Em outubro, também de 2009, o MP tentou outro acordo por meio de minuta de ajuste de conduta. Casteglione não acordou e explicou, recentemente, que não tem costume de assinar minutas. Logo, anunciou a reforma para o fim de março de 2010. Também não fez.

Uma explicação dele sobre todo esse atraso chama a atenção. Em um ponto, o prefeito diz que as chuvas do início de 2009 resultaram em muito trabalho, o que teria vencido o ranking de prioridades e o levou a se dedicar à reconstrução do distrito de São Vicente. O curioso é que qualquer pessoa que for ao distrito ouvirá que a Associação de Moradores de lá fez muito mais do que a prefeitura. Com a palavra os moradores de São Vicente.

Além disso, será que os profissionais responsáveis pela reforma administrativa também estavam empenhados na reestruturação do distrito? Toda a prefeitura se debruçou sobre São Vicente? Não restou ninguém para cumprir com aquilo que o prefeito prometeu em respeito à lei? Enfim. Já a queda da receita – outra justificativa – deveria servir de incentivo para a reforma.

Esse inchaço de comissionados não é um problema só de Cachoeiro. Em alguns municípios do sul do estado, a situação chega a ser pior. Em São José do Calçado, por exemplo, a prefeitura se desdobrou para que a câmara aprovasse projeto para a contratação de funcionários para a Educação, sob o risco do ano letivo não começar. Motivo: o número de efetivos na Secretaria de Educação era pífio. E o prefeito nem comenta sobre concurso público.

Voltando a Cachoeiro, Casteglione terá que recolocar a reforma administrativa entre as suas prioridades. Já deu para sentir o tamanho do problema e a dor de cabeça que traz o número acima do permitido de comissionados. Até o momento, o céu se abriu para o prefeito. Mas, para o tempo fechar novamente e deixá-lo sem chances de se proteger, não custa nada.

Câmara

Caso Casteglione cumpra desta vez com o que falou, a reforma administrativa deve ir para a apreciação dos vereadores ainda em agosto. Lá, ele deve tentar a aprovação de regime de urgência, para que a matéria não tramite lentamente pelas comissões da casa e, por isso, seja surpreendido com a queda da liminar.

E tem outro agravante: os vereadores podem não aprovar a estrutura apresentada e ampliarem o prazo da resolução deste problema. No entanto, e pelo menos teoricamente, a prefeitura parece ter a maioria na câmara. Seriam oito edis: Alexandre Bastos (PSB), Professor David (PDT), Júlio Ferrari e Tenente Moulon (PV), Wilson Dillen (PR), Professor Leo (PT) e agora Marcos Coelho e Roberto Bastos (PMN). Repito: teoricamente.

Reflexão

"Tanta plástica no rosto, no seio, na bunda e ninguém ai pra inventar uma plástica no caráter."


Millor Fernandes

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Em nome da herança


Duas famílias diferentes unidas pelo mesmo patriarca. Assim parecem as eleições ao governo do Espírito Santo deste 2010. De um lado, Luiz Paulo Velloso Lucas (PSDB), amigo de longa data do governador Paulo Hartung (PMDB) – o patriarca ; do outro, Renato Casagrande (PSB), que entrou para a família recentemente, após ter o seu DNA reconhecido à força.

A única coisa incomum entre os dois candidatos ao governo é o amor declarado ao ‘grande pai’. Ambos já foram vítimas de crueis castigos, mas não se opoem, pois sabem que foi um método de educação para se alinharem à trilha correta da ‘política democrática’.

Mesmo com marcas pelo corpo (em especial no pescoço – sofreram asfixia paterna), exaltam o pai e o colocam no altar dos educadores renomados. Santuário também onde repousam em graça todos aqueles que só erraram quando pensaram estar errados.

Qualquer desatenção grave, que tenha o mundo inteiro visto e criticado, os dois candidatos consideram que faltou tempo para promover o benefício pleno. Por isso, pedras ao chão e a ‘cara na reta’ para assumir os não-problemas em fase avançada e planejada de resolução.

Quando há um candidato do governo, o adversário levanta os pontos fracos da gestão atuante para mostrar ao eleitorado porque se faz necessária uma mudança. Mas, quando os dois principais candidatos lutam para ser a imagem e semelhança da continuidade, o debate enfraquece e cega e emburrece quem mais precisa saber do que realmente acontece: a população.

Em 2009, Casagrande e Luiz Paulo – na condição de excluídos do ‘testamento’ do patriarca; já que o querido era Ricardo Ferraço (PMDB) – foram contundentes ao dizer que não haveria nomeação para governador do Estado. Só porque disputam entre si, será mesmo que não terá a nomeação?

Penso que não haveria a tal nomeação quando Ricardo era o candidato ao governo. Contra o vice-governador haveria Luiz Paulo, por motivos políticos e partidários; e Casagrande, por razões de projeto político, que, naquele momento, enfrentava de frente até mesmo o patriarca.

Com a saída de Ricardo, os dois polarizados neste pleito são de ‘casa’, sendo assim quem vencer representará uma vitória de Paulo Hartung. Enquanto lutavam contra a tal nomeação, ela se deu com uma simples mexida no tabuleiro pelo patriarca.

E a verdade é que tucano e pombo estão de olho na gorda herança política e administrativa deste governo. Com a ausência do patriarca, o ‘filho’ que se destacar nas urnas não ganhará apenas a chave do Palácio Anchieta, mas o código do cofre que acalenta mais de R$ 1 bilhão em investimentos; a avaliação positiva inicial; receberá o cajado que pastoreia partidos políticos de todas as estirpes (lê-se também Assembleia Legislativa), órgãos fiscalizadores e ainda ganhará a vista grossa de quem não deveria ter.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Política capixaba sem oxigenação

Por conta do filme queimado da classe política, ainda tem muita gente que não quer ouvir falar sobre ela e nem sobre quem a pratica. Essa bola de neve, produzida pelos próprios corruptos, é responsável pelo distanciamento dos jovens do gosto pela política, que, já dizia Bertold Brecht, é a origem do preço de (quase) tudo o que nos é essencial na vida.

Os números apresentados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram o desinteresse da juventude e deixam claro também que não haverá oxigenação na política capixaba, pelo menos após estas eleições.

Os jovens que estão na fase do voto facultativo fazem parte da menor percentagem do eleitorado capixaba. Os que decidiram votar neste pleito e tem 17 anos representa 0,913% os que têm 16 anos equivalem a 0,519% de todos os votantes. Em contraponto, há mais eleitores de 60 a 69 anos (7,842%), 70 a 79 anos (4,262) e acima de 79 (2%).

Os que atingem a idade do voto obrigatório representam 6,239% (entre 18 e 20 anos), em quinto lugar no ranking composto por 10 categorias. A faixa etária que lidera o ranking está entre 25 e 34 anos (24,651%), seguida da 45 a 59 anos (23,7%). O total de eleitores é de 2.523.185.

Oxigenação

Como já escrevi, os números mostram que não haverá oxigenação na política após o dia 1º de janeiro de 2011, uma vez que poucos políticos jovens disputam as eleições deste ano. O levantamento foi feito com base nos candidatos já considerados aptos pelo TRE, com dados atualisados até o dia 4 dem agosto.

Dos 292 políticos que tiveram o pedido de registro de candidatura deferido pela Justiça Eleitoral, os que se encontram na faixa etária de 45 a 59 anos são os que lideram o ranking com 46,575%. Em segundo lugar, vem a faixa entre 35 a 44 anos representando 30,822%.

Já a terceira colocada é uma faixa etária mais jovem. Equivalem a 10,616% os candidatos aptos com idade entre 25 e 34 anos. Porém, os que têm entre 21 e 24 anos são 0,685%. Vale ressaltar que o ingresso de políticos jovens não significa, necessariamente, uma renovação positiva; até porque há muitos agentes novos com vícios de rapozas.

Em Cachoeiro, o número é menor

Pouquíssimos jovens irão escolher os seus representantes nestas eleições em Cachoeiro de Itapemirim. Num eleitorado de 127.813 mil pessoas, apenas 0,362% (16 anos) dos eleitores e 0,816% (17 anos) optaram por votar neste pleito.

No grupo de jovens eleitores entre 18 e 20 anos, terão acesso à urna eletrônica somente 7,4 mil pessoas. Os que estão na faixa de 21 a 24 anos representam 9,631% dos eleitores – 12.310 cidadãos.

A faixa etária que tem o maior número de eleitores é a que está entre 45 e 59 anos, com 32.102 pessoas, o equivalente a 25,116% do eleitorado. A segunda está na faixa entre 25 e 34 anos, com 30.530 pessoas (23,886%), público esse que já votou pelo menos cinco vezes, a contar da idade da qual o voto já obrigatório.

Petistas e as alianças de festim

Como advertência e para intimidar o miliante, alguns agentes de segurança utilizam primeiro o tiro de festim – ou dispara para o alto. Caso não consiga o resultado pretendido, ele já tem na agulha a bala verdadeira e age em sua defesa e em favor da integridade das pessoas de bem.

Já no governo petista em Cachoeiro de Itapemirim, a estratégia é diferente. Os adversários têm sempre o melhor tratamento e no 'tambor' do governo só tem munição de festim. Os inimigos políticos gozam de privilégios, mesmo que essa ação contrarie a ideologia partidária, o bom senso e que seja para atender aos interesses imediatos.

Se esquecem os petistas que o pagamento de seus interesses prioritários, que duram até o dia 3 de outubro, está escalonado até o fim do mandato. E quando chegar nas eleições de 2012, acontecerá o natural, que já foi visto em outra gestão: os adversários se afastarão para cuidar de seus candidatos e os aliados não o serão mais, em recíproca verdadeira ao que recebeu durante a administração.

O primeiro partido a se rebelar foi o PR. O senador Magno Malta, que caminhou com o candidato petista pelas ruas de Cachoeiro, soltou ‘cobras e lagartos’ contra o governo Casteglione. Até hoje não é mais parceiro da prefeitura.

Talvez, tenha sido melhor assim, já que não tem que dar nada em troca. Sendo adversário, o PR tem um vice-prefeito atuante no governo e que o tem como vitrine para enrijecer a sua candidatura a deputado federal. Os republicanos ainda têm secretarias e integrantes inseridos na folha de pagamento do executivo municipal.

E, de quebra, já trabalha 2012 atacando o atual governo na Câmara Municipal. De acordo com as pesquisas, o edil Glauber Coelho só perde as eleições para deputado estadual por uma eventual infelicidade. E, daqui há dois anos, o partido e a sua influência de parlamentar o ajudarão a vencer a sua maior dificuldade para tentar as chaves do palácio Bernardino Monteiro: formar um grupo.

O PV teve boa parte do que quis e foi outro que se recusou a ler a cartilha do PT. Os verdes também gozam de indicações na prefeitura, mas não fez o jogo dos petistas. Primeiro, para atender a um pedido cativo do PMDB, os articuladores políticos palacianos não conseguiram que um dos dois vereadores pevistas aceitasse uma secretaria para retornar com Fabinho para a Casa de Leis.

Depois, também fracassaram para conseguir apoio para Rodrigo Coelho, que é candidato a deputado estadual pelo PT. O PV lançou o vereador Tenente Moulon. E ainda tem Júlio Ferrari que ataca diariamente a Foz do Brasil – estratégia que põe em cheque a atuação da Agersa, presidida pelo ex-presidente do PT municipal.

Eis que surge o PMN. Começou participando timidamente do governo, mas logo optou por posicionar seus dois vereadores contra o governo Casteglione. E a justificativa era a reivindicação de ter seus pleitos atendidos pela administração. Leia-se cargos e secretarias.

Após a mudança na presidência do PMN, a sigla conseguiu o que queria (não se sabe se é tudo): o Procon e a Secretaria de Serviços Urbanos. Ainda não é sabido o prazer que Casteglione terá dormindo com os inimigos; porém, o previsível é que quando abrir os olhos estará fora de casa e sem o seu nome registrado na escritura. Desse jeito, parece que a artilharia política do PT é de festim.