Claro que esta não é uma afirmação do
ex-governador Paulo Hartung (PMDB). Mas, nem é necessária uma manifestação dele
neste sentido; suas ações foram na direção de se manter próximo às lideranças
de todo o estado, além de demarcar território durante as eleições de 2012.
Ainda antes de entregar a chave do palácio
Anchieta a Renato Casagrande (PSB), Hartung dizia que prestaria consultoria aos
prefeitos, além de ministrar palestras – quando solicitado -, no intuito de
dividir seu conhecimento com o estado.
Politicamente, em minha opinião, esta foi a
forma de se fazer presente no cenário político e participar do dia a dia dos
prefeitos. O diálogo se manteve nesses quatro anos, e se mantêm. Nas eleições
municipais, o ex-governador foi às ruas apoiar os candidatos de seu partido e, também,
alguns do PT.
Com a fama de sempre ficar em cima do muro,
principalmente durante seus dois últimos mandatos, Hartung trabalhou diferente
nos últimos quatro anos. Posicionou-se no pleito de 2012 (resguardando a
possibilidade de ser candidato), o partido entregou cargos ao governo em 2013,
iniciou campanha para candidatura própria e ele pôs seu nome como
pré-candidato. Não houve diferença?
Sem dúvida, ele trabalhou para manter vivo o
seu capital político, no período sem a ‘caneta’, e estar pronto para um
possível embate eleitoral. E essa disputa é afirmada e reafirmada pelo PMDB,
através de seu presidente estadual, deputado Lelo Coimbra. O anúncio oficial do posicionamento do partido está marcado para este dia 30/04.
Continuidade
Essa história de continuidade na política
mostrou mais uma vez que é fadada ao fracasso. Quem assume o posto jamais irá
perpetuar a imagem do antecessor em detrimento de empregar a sua marca e a sua
forma de trabalhar. E o que entrega o poder não acredita que o sucessor dará a
continuidade a contento. E olha que Casagrande até tentou; o peemedebista se
articulou.
Vejo que a disputa é o melhor para o Espírito
Santo, cuja democracia precisa ser oxigenada através da escolha dos eleitores,
e não nomeação. E é provável que o senador Magno Malta (PR) surja neste cenário
eleitoral. E, com base em sua experiência, vai aproveitar a tentativa de
reaproximação do PSB com o PMDB para polarizar com Hartung. Mas, isso é
conversa para outro artigo.