terça-feira, 5 de julho de 2011

99% de chances de Ferraço apoiar Camilo

“(...) Se o partido PMDB tem um bom candidato a prefeito, coloca na mesa. Prefiro mil vezes apoiar um bom candidato do PMDB do que eu ser candidato. Não que não seja honroso ser prefeito de Cachoeiro, é que eu ainda tenho mandato de dois anos de deputado estadual. Só seria candidato em última hipótese (...)”
“(...) Se hoje vocês já têm um candidato do PMDB, nós já temos 99% para fazer acordo. Se vocês vão receber outros candidatos para ser candidato do PMDB, aí que só quero me reservar ao direito de ouvir os companheiros, examinar o nome, examinar através de pesquisas se a população de Cachoeiro recebe esse nome (...)

Os dois trechos acima fazem parte do discurso feito pelo deputado estadual Theodorico Ferraço (DEM), no dia 25 de junho, no diretório municipal do PMDB, em Cachoeiro. Sem dúvida, são os dois pontos mais marcantes de sua visita à sede peemedebista.
As afirmações de Ferraço o comprometeram a apoiar um candidato do PMDB. Naquela ocasião, os peemedebistas ainda não tinham um nome definido para apresentar visando o pleito próximo.
Na verdade, a situação do PMDB, em termos de nomes, não era nada positiva tanto diante das eleições majoritárias quanto para as proporcionais. Após a histórica derrota em 2008, quando não reelegeu o prefeito e não manteve nenhuma cadeira na Câmara Municipal, e também em 2010, quando não reelegeu o deputado Camilo Cola, uma nuvem negra estacionou sob o diretório local.
Nos bastidores, os militantes do partido de Ulisses Guimarães foram à luta para conseguir um nome para preencher o projeto já declarado de disputar a prefeitura de Cachoeiro. Tentaram o médico Abel Santana (PV) e o ex-vice-prefeito Jathir Moreira, ainda sem partido. Fracasso nas duas tentativas.
O nome mais recente para ingressar no partido e devolver o poder a ele foi o Ferraço. Talvez, guiado pela ausência de quadros e pela necessidade de fugir do isolamento político que o DEM lhe reserva, Theodorico vestiu a ‘sandália da humildade’ e foi ao encontro do PMDB. A seu favor havia o desejo do sexto mandato, uma ala peemedebista e o seu filho, o senador Ricardo Ferraço (PMDB).
Claro que tudo ainda pode acontecer, afinal reviravolta não é algo que nos surpreende mais. No entanto, como na política não há contrato, o que vale é a palavra. Agora é aguardar os próximos capítulos para ver se Ferraço cumprirá o exercício dos 99% de chances de fechar acordo com a pré-candidatura do PMDB. Vale considerar também que, conforme uma máxima na política, 1% costuma ser o mais provável de acontecer.

(Texto publicado na edição desta terça, 5, no jornal Aqui Notícias)

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