terça-feira, 7 de junho de 2011

Debater é preciso, sempre!

Excelente a realização de audiência pública para debater o projeto de lei que reformula a estrutura da Agersa, em Cachoeiro. Apesar de o diretor já ter ido uma vez à Câmara Municipal para explicar a proposta – quando muitos vereadores estavam distantes de suas cadeiras -, é sempre importante discutir todos os detalhes para ‘digerir’ melhor o que se pretende alcançar e, por fim, todos os parlamentares terem a certeza daquilo que estão votando.

E não é apenas o projeto da Agersa que deve ser discutido; existem outros temas a se debater e muitos que não chegaram ao conhecimento público. Há pouco tempo, levantei a questão do aumento do número de vereadores de 13 para 21. Para não ser uma alteração apenas de interesse partidário para emplacar mais filiados ou garantir a reeleição, vamos também convidar a sociedade para audiência pública e ver se ela quer mais representantes na Câmara.

No próximo ano, os vereadores, certamente, votarão o reajuste salarial dos edis. A remuneração passará para vultuosos R$ 10 mil. Certo que a alteração salarial é juridicamente legal, por acompanhar proporcionalmente o salário dos deputados estaduais; porém, em audiência pública, a população pode considerar imoral ou apontar essa diferença para outros fins.

Será que a população aceitará o aumento salarial dos vereadores? Por que esse tipo de projeto só é votado em dezembro ou fevereiro? Como representantes do povo, o cidadão cachoeirense não pode ser privado desse debater.

A Câmara Municipal tem que estar mais perto dos cachoeirenses, que pouco conhecem os trabalhos da Casa de Leis. E isso se faz também com debates. Caso contrário, pode parecer o que sempre dizem por aí, que vereador e partidos só pensam em cargos.

Um exemplo que sustenta esse tipo de comentário foi a cobrança do Ministério Público, em 2010, para a prefeitura local exonerar centenas de comissionados e preencher as vagas através de concurso público. Quando muitos pensaram que a câmara faria coro com o MP, o que se viu foi exatamente o contrário: até oposicionista se dispôs a ajudar o prefeito Carlos Casteglione (PT). Fica subtendida apenas uma coisa: edis iriam perder seus indicados no governo.

Para que esse tipo de mentira não seja dito mil vezes e acabe por se tornar verdade, vamos debater todos os projetos do executivo e da Casa, se possível junto com a população. E não somente aqueles que também dispõem sobre a criação de cargos.


(Texto publicado no jornal Aqui Notícias na edição desta terça-feira (7)

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