segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Aumento de vereadores está longe da representatividade


Antes do recesso parlamentar, tratei sobre o aumento de vereadores e o salário dos edis aqui neste espaço. Como o assunto esquentou a primeira sessão da Câmara Municipal de Cachoeiro após o recesso, também retornarei com o tema, tentando focar a sua verdadeira essência.

Em primeiro lugar, não há porque acreditar que o aumento de vereadores é para representar melhor a população de Cachoeiro. Não é. A representatividade está muito mais atrelada à qualidade do que à quantidade.

Diante da matéria, existem duas verdades: a do vereador e a dos partidos. Um vereador só será contra a um maior número de edis na Casa de Leis se ele tiver a certeza de que será reeleito. Para esse parlamentar não importa se a partir de 2013 o legislativo permanecerá com 13 edis ou com 17, 19 ou 21. Mas, se a situação não for das melhores, ele apelará para o aumento.

No caso dos partidos, não há condições a serem analisadas. É uma linha só: a majoração do número de vereadores. Pois mesmo que um partido tenha na Casa um vereador que certamente será reeleito, como sigla ela tem a ambição natural de eleger mais um ou mais dois. Para isso, se passar de 13 para 21 parlamentares a possibilidade será maior, é claro.

Só que existe uma verdade que nenhum vereador ou partido parece quererem consultar: a da população. É somente o povo – eleitores ou não – é que pode, na sua condição de representado, manifestar a sua satisfação diante da quantidade e também da qualidade dos vereadores.

Há políticos que temem o crivo popular acreditando em decisões de total malefício à classe, justamente por conta da imagem negativa que os parlamentares têm no Brasil. Porém, se não houver a conversa justa e nem for dado o devido respeito à população – não o privando de deliberações importantes – jamais os parlamentares conquistarão a credibilidade.

Esse ‘medo’ (não sei se é esse o sentimento) joga os eleitores para escanteio e o mandato transforma o vereador no tutor da população, sem o seu consentimento. No entanto, no período da campanha eleitoral, o eleitor é o ser mais importante do mundo, a ponto de ser agraciado com inúmeras benesses em troca do ‘esforço’ do voto.

Como cidadão, sou a favor de audiências públicas regionais (nas microrregiões), em horários próprios, com ampla divulgação, para atingir o maior número de pessoas possível. Já passou da hora de assumir que o mandato não é propriedade do político; se é para ser representante que faça exatamente aquilo que o seu representado quer. Se não for pra ser assim, que pendure o paletó.

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