O senador Magno Malta (PR) sempre foi visto
como uma ameaça para a unidade política construída no Espírito Santo. Há quem
acredite que o movimento que rui esta unidade sirva para mostrar que não sobra
sustentação para um projeto majoritário, no estado, para o republicano. E a
pesquisa publicada pelo Instituto Futura, no jornal A Gazeta, no último dia 3,
apresenta um Malta com ascensão limitada.
Na pesquisa estimulada (a que se assemelha com
a urna), o senador Magno Malta aparece em terceiro lugar, com 15,2% das
intenções de voto, enquanto o ex-governador Paulo Hartung (PMDB) tem 34,1% e, o
atual, Renato Casagrande (PSB), com 30%. A limitação existe a partir da
rejeição mostrada: a maior entre os prováveis candidatos - 27,9%.
Outro dado curioso é o cenário sem o senador
Magno na disputa. Os votos dele são praticamente distribuídos entre Casagrande
(35%) e Hartung (39,4%). Se o votos de Magno fossem realmente dele deveriam
acrescer, consideravelmente, as opção de branco/nulo ou, até mesmo, a de
indecisos. Ou ainda reforçar um pré-candidato que simbolize oposição ao atual
projeto, no caso Guerino Balestrassi.
É como se alguém dissesse: “o seu apoio é
melhor para nós dois”. Afinal, para medir o que Malta representa no contexto
eleitoral seria necessário um cenário sem Hartung, para identificar quem
herdaria esses votos.
Magno já disse que não caminhará junto com o
PMDB. Tem Hartung como inimigo e virou as costas para o PT. Não se esquece das
eleições de 2010, quando esteve no palanque da unidade: enquanto pedia votos
para Ricardo Ferraço (PMDB) para o Senado; pediam para Rita Camata (PSDB), em
seu detrimento.
O senador também sustenta resistência por
Casagrande, por este ter estabelecido um governo de continuidade ao invés de
carimbar sua própria marca. Porém, nada irreversível como é com os
peemedebistas.
Atualmente, Malta se diz presidenciável. Não é
difícil imaginar que negociará a tranquilidade para o PR nacional, que é da
base aliada à presidente Dilma Rousseff (PT), pela livre condução da sigla no
estado.
Conseguindo, pode trabalhar a adesão dos
partidos pequenos e tentar um enfrentamento. A tarefa é difícil, mas duvidar de
Magno é besteira – basta ver seu currículo eleitoral. E outra: um discurso seu
atinge Hartung e Casagrande, ou seja, o que começou e aquele que continuou. Não
o temem atoa.
Na frente
A matéria no jornal A Gazeta discorda dos
números. O texto diz que há empate técnico entre Casagrande (30%) e Hartung
(34,1%). Ora, se a margem de erro é de 2,6 pontos percentuais, os números
indicam que o ex-governador está na frente. A Futura ouviu 1,4 mil eleitores
entre 22 e 28 de abril.