quarta-feira, 28 de maio de 2014

Hartung reúne lideranças em visita a Cachoeiro


O ex-governador Paulo Hartung (PMDB) estará nesta quinta em Cachoeiro de Itapemirim para a realização de mais uma palestra de economia. No entanto, a proximidade das convenções partidárias arranca as cortinas do evento, mostrando um cenário político-eleitoral mais uma vez exótico no município: ex-prefeito Roberto Valadão (PMDB), o deputado Theodorico Ferraço (DEM) e o prefeito Carlos Casteglione (PT) juntos.

A última vez em que os cachoeirenses viram políticos rivais unidos pela mesma causa foi na última eleição municipal, na qual Valadão e Ferraço apoiaram a candidatura derrotada do atual deputado estadual Glauber Coelho (PSB). Nesta coligação também havia o ex-deputado José Tasso (PPS).

Até então, a ‘fumaça’ de candidatura de Hartung ao governo do Estado une não só Valadão e Ferraço, como também o prefeito Casteglione – alvo da união dos ‘figurões’ em 2012. Existe a possibilidade de o PT firmar aliança com o PMDB.

Paulo Hartung estará às 17h00 no salão do Belas Artes, no Centro, onde ocorrerá a palestra sobre economia; antes, às 16h00, ele realizará uma visita à Cooperativa de Laticínios Selita.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Agersa: prefeito responde que o presidente não regula

Em resposta ao último texto postado neste blog, o prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, Carlos Casteglione (PT), disse a este blogueiro que a Lei Orgânica do município permite que ele assuma a direção da Agersa, temporariamente, já que não é o presidente da autarquia que regula os serviços concedidos pelo poder público.

De acordo com Casteglione, a regulação é feita pelos técnicos da agência, e não pelo diretor presidente – cargo que passou a ocupar hoje mediante publicação de decreto que também exonerou o diretor Luiz Carlos Oliveira, afastado há dois meses, e o interino, Paulo Cesar.


Ele revelou que estuda quatro nomes, dos quadros da prefeitura, para apresentar o currículo à Justiça, que avaliará o conhecimento técnico na área antes de permitir a nomeação. 

Prefeito vai fiscalizar os serviços que ele concede

No mínimo, surreal. Certo que o prefeito Carlos Casteglione ainda tem prazo para cumprir a decisão judicial. Porém, a antecipação em se colocar como gestor da Agersa ultrapassa a linha da coerência, uma vez que o petista passa a fiscalizar as concessões autorizadas por ele. Ou seja, o prefeito vai, praticamente, fiscalizar-se e se regulamentar.

Sem dúvida, também não entendo o fato da Justiça querer bater o martelo sobre o novo nome a dirigir a Agersa em detrimento do poder discricionário do prefeito e do crivo da Câmara Municipal, a quem cabe a sabatina.

Pela decisão do juiz Robson Louzada, qualquer nome que o prefeito nomeasse até o prazo determinado (dia 29) seria de forma interina. Ainda assim, o personagem não teria perfil que soasse contrariedade entre executor e o fiscalizador.

Um exemplo disso ocorreu na Câmara Municipal nos últimos anos, exceto em poucos períodos. O contador Hélio Grecchi, que está preso e prestes a ser exonerado, era quem cuidava da contabilidade e dos pagamentos da Casa de Leis. Como bem disse, recentemente, o vereador David Loss (PDT), os profissionais destes dois postos deveriam ser inimigos, de preferência.


Mas, como tem data marcada – não acredito que o prefeito descumprirá a decisão judicial -, a dupla (e confrontante) função não se estenderá. 

quinta-feira, 15 de maio de 2014

O telefone e a confissão

Uma vez afastado do cargo de diretor da Agersa, com direito a remuneração, agora Luiz Carlos de Oliveira será exonerado definitivamente. Junto com ele irá o diretor interino Paulo Cesar da Silva Torres. A decisão é da Justiça e o prefeito Carlos Casteglione tem 10 dias para cumprir.

De acordo com o Ministério Público, que ajuizou a ação, Luiz continuava gerenciando a Agersa através de Paulo Cesar, que era o seu indicado.

Além disso, o diretor afastado teria orientado o depoimento de testemunhas vinculadas ao processo em seu desfavor, no qual é acusado de abastecer veículos particulares com o dinheiro da Agersa.

Luiz Carlos dava as diretrizes a Paulo na condução da autarquia, decidia e também era consultado sobre o que fazer. Antes disso, Luiz noticiou a Paulo que este seria o seu sucessor interino na Agersa, ou seja, mostrando sua influência junto ao governo municipal.

E como tudo isso foi descoberto? Simples: pelo telefone. Desde quando Luiz foi afastado do cargo, todas as ligações da Agersa eram gravadas, após interceptação telefônica autorizada pela Justiça.


Se Luiz é de fato culpado na acusação do combustível comprado com dinheiro público em benefício particular ainda é algo que está em apuração. Mas, sobre a sua influência direta na condução da Agersa, mesmo afastado do cargo – justamente para que isso não ocorresse -, ele mesmo fez questão de dizer.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

“Câmara está de quatro para o Executivo”

Minutos após debaterem meios para reconstruir a imagem da Câmara Municipal, os vereadores votaram projeto da prefeitura de Cachoeiro que tinha acabado de chegar na Casa de Leis, ou seja, sem o parecer da Comissão da Justiça e sem o conhecimento pleno dos edis.

Isso foi o suficiente para o vereador Alexandre Maitan (PDT) ‘incendiar’ uma sessão até então, monótona. Segundo ele, a Câmara está “de quatro para o Executivo” e atacou também os integrantes da Comissão de Justiça que estariam se “desvalorizando”, por não exigir o parecer antes de pôr o projeto em votação.

O ingresso da matéria na ordem do dia foi solicitado pelo edil Elias do PT, sob a justificativa de urgência, por ser uma verba para a Secretaria de Educação, para a instalação de câmeras de videomonitoramento.

O vereador Braz Zagotto (SDD), integrante da Comissão de Justiça, disse que votou, mas que não repetiria o ato em oportunidades vindouras. “Votei porque me garantiram que é um projeto importante e que precisava de urgência”.

O presidente da Casa de Leis, Júlio Ferrare (PV), se opôs às declarações de Maitan e disse que o pedetista poderia ter pedido vistas ao projeto – solicitação que seria acatada por ele.


Mas, cá para nós: se existem as comissões permanentes, elas devem ser atuantes. Já que o projeto tinha urgência, caberia à prefeitura se antecipar na sua confecção e envio à Câmara Municipal, em respeito aos prazos regimentais de análise do legislativo. 

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Pesquisa mostra um Magno Malta sem força

O senador Magno Malta (PR) sempre foi visto como uma ameaça para a unidade política construída no Espírito Santo. Há quem acredite que o movimento que rui esta unidade sirva para mostrar que não sobra sustentação para um projeto majoritário, no estado, para o republicano. E a pesquisa publicada pelo Instituto Futura, no jornal A Gazeta, no último dia 3, apresenta um Malta com ascensão limitada.

Na pesquisa estimulada (a que se assemelha com a urna), o senador Magno Malta aparece em terceiro lugar, com 15,2% das intenções de voto, enquanto o ex-governador Paulo Hartung (PMDB) tem 34,1% e, o atual, Renato Casagrande (PSB), com 30%. A limitação existe a partir da rejeição mostrada: a maior entre os prováveis candidatos - 27,9%.

Outro dado curioso é o cenário sem o senador Magno na disputa. Os votos dele são praticamente distribuídos entre Casagrande (35%) e Hartung (39,4%). Se o votos de Magno fossem realmente dele deveriam acrescer, consideravelmente, as opção de branco/nulo ou, até mesmo, a de indecisos. Ou ainda reforçar um pré-candidato que simbolize oposição ao atual projeto, no caso Guerino Balestrassi.

É como se alguém dissesse: “o seu apoio é melhor para nós dois”. Afinal, para medir o que Malta representa no contexto eleitoral seria necessário um cenário sem Hartung, para identificar quem herdaria esses votos.

Magno já disse que não caminhará junto com o PMDB. Tem Hartung como inimigo e virou as costas para o PT. Não se esquece das eleições de 2010, quando esteve no palanque da unidade: enquanto pedia votos para Ricardo Ferraço (PMDB) para o Senado; pediam para Rita Camata (PSDB), em seu detrimento.

O senador também sustenta resistência por Casagrande, por este ter estabelecido um governo de continuidade ao invés de carimbar sua própria marca. Porém, nada irreversível como é com os peemedebistas.

Atualmente, Malta se diz presidenciável. Não é difícil imaginar que negociará a tranquilidade para o PR nacional, que é da base aliada à presidente Dilma Rousseff (PT), pela livre condução da sigla no estado.

Conseguindo, pode trabalhar a adesão dos partidos pequenos e tentar um enfrentamento. A tarefa é difícil, mas duvidar de Magno é besteira – basta ver seu currículo eleitoral. E outra: um discurso seu atinge Hartung e Casagrande, ou seja, o que começou e aquele que continuou. Não o temem atoa.

Na frente

A matéria no jornal A Gazeta discorda dos números. O texto diz que há empate técnico entre Casagrande (30%) e Hartung (34,1%). Ora, se a margem de erro é de 2,6 pontos percentuais, os números indicam que o ex-governador está na frente. A Futura ouviu 1,4 mil eleitores entre 22 e 28 de abril.