quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Ricardo soletra a obviedade

Desde quando retornou ao PMDB, após deixar o PSB, onde se elegeu governador em 2002, o ex-governador Paulo Hartung dá as coordenadas aos peemedebistas. Os históricos, por vezes contrariados, acabam por seguir a maré, pois quem os tem navegado é o ‘mar’.

Na última semana, o senador Ricardo Ferraço (PMDB) chorou mais cedo o ‘abril sangrento’ –versão 2014 – deixando no ar uma espécie de cobrança de posicionamento por parte de Hartung, diante das eleições majoritárias deste ano, em artigo publicado no Valor Econômico.

Assim como em 2010, Ricardo se predispõe a ser o pré-candidato do partido e, mais uma vez, sob a sombra de Paulo Hartung, que pode inviabilizar ou não projeto. A “dissimulação” no trabalho da costura política é a marca do ex-governador, que, provavelmente, pode ter aprendido com o próprio pai do senador, o deputado Theodorico Ferraço (DEM), com quem já trabalhou.

Evidenciar o jeito de fazer política de Hartung é o mesmo que ‘chover no molhado’, ele é de se posicionar no último minuto para o registro de candidaturas, fazendo com que outras lideranças fiquem dependentes dele para se coligarem.

O que Ricardo deve cobrar é uma posição efetiva do PMDB – ainda o maior partido do país. Levantar a bandeira da antecipação das convenções no estado e definir se a sigla caminhará com o governador Renato Casagrande (PSB) ou em projeto paralelo, já que depende desta certeza (mesmo que embrionária).

Quem vê de fora tem a leve impressão que o PMDB preserva a imagem de Hartung ao apresentar outro alvo aos adversários, neste caso uma pré-candidatura de Ricardo. O artigo do senador, de certa forma, serviu somente para reafirmar quem dá as cartas no partido.

Nenhum comentário:

Postar um comentário