sexta-feira, 20 de julho de 2012

Cuidados com a comparação e a supervalorização


Para se manter no poder em Cachoeiro de Itapemirim, o PT deve ficar atento aos abusos em sua campanha eleitoral. Não pode confundir a regra com a exceção da regra e deve readequar o foco do embate.

Antes do registro das candidaturas, o prefeito Carlos Casteglione e o seu partido se preparavam para o confronto com o deputado Theodorico Ferraço (DEM). Contra ele, a estratégia seria uma campanha de comparação, já que os petistas acreditam que fizeram mais em três anos e meio do que ele em 20 anos.

Acontece que o adversário é o deputado Glauber Coelho (PR), que nunca foi prefeito. Por isso, a comparação anterior não se aplica mais e é preciso analisar com rigor as provocações vindas dos ex-prefeitos que apoiam o republicano. Caso contrário, a campanha petista pode perder o foco e cair em trocas de acusações com quem não está disputando a prefeitura.

Outro ponto importante a ser avaliado é como as ações de governo serão apresentadas na campanha. Sem dúvida, ele tem que mostrar as obras que fez neste mandato. Porém, muitas pompas à espera de ovação em praça pública podem levar Casteglione a uma sensação ilusória.

Não se pode esquecer que, como prefeito, ele tem a obrigação de intervir em benefício da população. Além disso, o que foi feito – e ainda há por fazer, mesmo que pouco (ele afirmou ter executado mais de 80% do plano) – estava como promessa em seu plano de governo nas eleições de 2008. Por isso: pé no chão.

Um dos caminhos pode ser não apresentar as obras em si, frias em seus concretos e ferragens, mas a dignidade e o fim da degradação social que, por acaso, elas garantiram. O discurso tem que estar afinado com o sentimento dos cachoeirenses beneficiados com as ações do governo e também com o daqueles que esperam posicionamento do tipo de um governante.

O pé no chão é fundamental. Há quem acredite que esta eleição seja menos difícil do que a última, quando Casteglione venceu Ferraço, pelo fato de hoje o PT estar no comando da máquina.

Vejo o contrário; afinal, os 49.698 mil votos alcançados em outrora não foram frutos da militância petista, quem engordou a votação foram os insatisfeitos com o seu principal adversário da época.

A média de votos de Casteglione em Cachoeiro, considerando as eleições de 2004 e 2006, é de pouco mais de 15 mil votos. Em 2004, ele obteve 18.980 sufrágios para prefeito; e 11.443 para deputado estadual em 2006, no município.

Em sendo assim, cerca de 30 mil pessoas que têm direito ao voto analisam criticamente a atual gestão desde a posse. Desta vez, se esses eleitores não forem convencidos, podem fazer crescer os votos ‘brancos’ e ‘nulos’ ou beneficiarem o atual concorrente, Glauber Coelho.

Nulos e brancos
Em 2008, 5.574 cidadãos votaram branco e/ou nulo e 17.004 se abstiveram em um universo de 122.766 eleitores. 

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