Para se manter no poder em
Cachoeiro de Itapemirim, o PT deve ficar atento aos abusos em sua campanha
eleitoral. Não pode confundir a regra com a exceção da regra e deve readequar o
foco do embate.
Antes do registro das
candidaturas, o prefeito Carlos Casteglione e o seu partido se preparavam para
o confronto com o deputado Theodorico Ferraço (DEM). Contra ele, a estratégia
seria uma campanha de comparação, já que os petistas acreditam que fizeram mais
em três anos e meio do que ele em 20 anos.
Acontece que o adversário é o
deputado Glauber Coelho (PR), que nunca foi prefeito. Por isso, a comparação
anterior não se aplica mais e é preciso analisar com rigor as provocações
vindas dos ex-prefeitos que apoiam o republicano. Caso contrário, a campanha
petista pode perder o foco e cair em trocas de acusações com quem não está
disputando a prefeitura.
Outro ponto importante a ser
avaliado é como as ações de governo serão apresentadas na campanha. Sem dúvida,
ele tem que mostrar as obras que fez neste mandato. Porém, muitas pompas à
espera de ovação em praça pública podem levar Casteglione a uma sensação
ilusória.
Não se pode esquecer que, como
prefeito, ele tem a obrigação de intervir em benefício da população. Além disso,
o que foi feito – e ainda há por fazer, mesmo que pouco (ele afirmou ter
executado mais de 80% do plano) – estava como promessa em seu plano de governo
nas eleições de 2008. Por isso: pé no chão.
Um dos caminhos pode ser não
apresentar as obras em si, frias em seus concretos e ferragens, mas a dignidade
e o fim da degradação social que, por acaso, elas garantiram. O discurso tem
que estar afinado com o sentimento dos cachoeirenses beneficiados com as ações
do governo e também com o daqueles que esperam posicionamento do tipo de um
governante.
O pé no chão é fundamental. Há quem
acredite que esta eleição seja menos difícil do que a última, quando
Casteglione venceu Ferraço, pelo fato de hoje o PT estar no comando da máquina.
Vejo o contrário; afinal, os 49.698
mil votos alcançados em outrora não foram frutos da militância petista, quem
engordou a votação foram os insatisfeitos com o seu principal adversário da
época.
A média de votos de Casteglione
em Cachoeiro, considerando as eleições de 2004 e 2006, é de pouco mais de 15
mil votos. Em 2004, ele obteve 18.980 sufrágios para prefeito; e 11.443 para
deputado estadual em 2006, no município.
Em sendo assim, cerca de 30 mil pessoas
que têm direito ao voto analisam criticamente a atual gestão desde a posse. Desta
vez, se esses eleitores não forem convencidos, podem fazer crescer os votos ‘brancos’
e ‘nulos’ ou beneficiarem o atual concorrente, Glauber Coelho.
Nulos e brancos
Em 2008, 5.574 cidadãos votaram
branco e/ou nulo e 17.004 se abstiveram em um universo de 122.766 eleitores.
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