Nos bastidores, acredita-se que o
apoio declarado ao deputado Glauber Coelho (PR) pelo colega de plenário
Theodorico Ferraço (DEM) visando as eleições de Cachoeiro de Itapemirim pode
ter o litoral como moeda de troca.
Embora tenha sido derrotado nas
urnas em 2008, não duvido que Ferraço tenha a vontade de ser prefeito
novamente, até mesmo pelo amor que anuncia pela cidade. Mas, querer não é
poder.
A cada dia que passa, fica mais
clara a polarização entre Glauber e o prefeito Carlos Casteglione (PT). Uma disputa
entre os três em Cachoeiro pode prejudicar o próprio Ferraço, na chamada ‘transferência
de votos’ ou ‘voto útil’.
Tal ‘fenômeno’ aconteceu no
município em 2004 entre Roberto Valadão (PMDB) e Jathir Moreira. Os eleitores,
inclusive os que tinham simpatia por Casteglione, votaram em Valadão para que o
candidato de Ferraço (Jathir) não vencesse. Em 2008, muitos que votaram em
Valadão em 2004 destinaram sua preferência a Casteglione para que Ferraço não
somasse seu sexto mandato.
Os mais atentos aos números
coletados junto aos eleitores afirmam que Glauber é o político que herda os
votos de Theodorico; estando os dois na mesma eleição, pode haver uma sangria
que prejudique o demista.
O PR, também na figura do seu presidente
regional, senador Magno Malta, vem costurando o apoio ferracista em Cachoeiro. É
possível que nos próximos encontros, Ferraço negocie a prefeitura de
Itapemirim, onde sua esposa governa. A negociação seria a seguinte: em troca do
apoio em Cachoeiro, o PR retiraria a pré-candidatura de Caprini (liderança
forte); ou então, fortaleceria o grupo governista com a adesão de Caprini.
Mas, colocando uma lupa no
cenário político de Itapemirim, é possível ver que tanto a administração quanto
o deputado não estão com a força necessária. O grupo governista é formado
apenas por quatro partidos (DEM, PTB, PSD e PMDB), sendo que os três primeiros têm
influência direta de Ferraço.
A oposição reúne quase duas
dezenas de siglas, sendo que todas nutrem aversão ao governo. Além disso,
prefeitura e o deputado, que teve queda em sua votação de uma eleição para
outra no município, amargam a rejeição – por hora, peculiar ao tempo exercido.
Contudo, percebe-se que o projeto
ferracista em Itapemirim está em pleno isolamento e sem a musculatura devida
para enfrentar um batalhão de partidos que levanta a bandeira popular de dar um
basta às pessoas de outras cidades apontando o caminho que eles devem seguir.
Resumindo, Ferraço não tem ‘moeda’
para uma negociação política entre Itapemirim e Cachoeiro. O PR, através de
Caprini, conta com a simpatia das siglas da oposição; o que quer dizer que os
republicanos têm a gritante possibilidade de vencer as eleições no litoral, sem
precisar comprar a lua.
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