quarta-feira, 20 de junho de 2012

Difícil para negociar


Nos bastidores, acredita-se que o apoio declarado ao deputado Glauber Coelho (PR) pelo colega de plenário Theodorico Ferraço (DEM) visando as eleições de Cachoeiro de Itapemirim pode ter o litoral como moeda de troca.

Embora tenha sido derrotado nas urnas em 2008, não duvido que Ferraço tenha a vontade de ser prefeito novamente, até mesmo pelo amor que anuncia pela cidade. Mas, querer não é poder.

A cada dia que passa, fica mais clara a polarização entre Glauber e o prefeito Carlos Casteglione (PT). Uma disputa entre os três em Cachoeiro pode prejudicar o próprio Ferraço, na chamada ‘transferência de votos’ ou ‘voto útil’.

Tal ‘fenômeno’ aconteceu no município em 2004 entre Roberto Valadão (PMDB) e Jathir Moreira. Os eleitores, inclusive os que tinham simpatia por Casteglione, votaram em Valadão para que o candidato de Ferraço (Jathir) não vencesse. Em 2008, muitos que votaram em Valadão em 2004 destinaram sua preferência a Casteglione para que Ferraço não somasse seu sexto mandato.

Os mais atentos aos números coletados junto aos eleitores afirmam que Glauber é o político que herda os votos de Theodorico; estando os dois na mesma eleição, pode haver uma sangria que prejudique o demista.

O PR, também na figura do seu presidente regional, senador Magno Malta, vem costurando o apoio ferracista em Cachoeiro. É possível que nos próximos encontros, Ferraço negocie a prefeitura de Itapemirim, onde sua esposa governa. A negociação seria a seguinte: em troca do apoio em Cachoeiro, o PR retiraria a pré-candidatura de Caprini (liderança forte); ou então, fortaleceria o grupo governista com a adesão de Caprini.

Mas, colocando uma lupa no cenário político de Itapemirim, é possível ver que tanto a administração quanto o deputado não estão com a força necessária. O grupo governista é formado apenas por quatro partidos (DEM, PTB, PSD e PMDB), sendo que os três primeiros têm influência direta de Ferraço.

A oposição reúne quase duas dezenas de siglas, sendo que todas nutrem aversão ao governo. Além disso, prefeitura e o deputado, que teve queda em sua votação de uma eleição para outra no município, amargam a rejeição – por hora, peculiar ao tempo exercido.

Contudo, percebe-se que o projeto ferracista em Itapemirim está em pleno isolamento e sem a musculatura devida para enfrentar um batalhão de partidos que levanta a bandeira popular de dar um basta às pessoas de outras cidades apontando o caminho que eles devem seguir.

Resumindo, Ferraço não tem ‘moeda’ para uma negociação política entre Itapemirim e Cachoeiro. O PR, através de Caprini, conta com a simpatia das siglas da oposição; o que quer dizer que os republicanos têm a gritante possibilidade de vencer as eleições no litoral, sem precisar comprar a lua. 

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