quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Politização deve ser vista com mais importância


Às 8h30 de ontem, eu já estava em Presidente Kennedy. O clima parecia de guerra. Dois grupos rivais eram separados pela tropa de choque da Polícia Militar. Os vereadores estavam prestes a votar a cassação do mandato do prefeito afastado Reginaldo Quinta (PTB).

Não quero aqui entrar no mérito da votação, meu caminho será outro. A maioria das pessoas que protestavam nas ruas, sem dúvida, era pobre financeiramente. As que apoiavam Reginaldo certamente o fizeram pelos benefícios sociais recebidos em seu governo; as do lado de Aluízio Correa (PTB) devem se basear naquilo que ele se propõe a fazer. Verdade seja dita.

Deixando de lado as frases apaixonadas, as provocações entre eles, os xingamentos e o amor declarado a seus candidatos, era gritante o sofrimento nos olhos de cada um ali presente. Toda a verve demonstrada naquela rua, que virou uma arena, era motivada por necessidades básicas que ameaçam a dignidade daqueles cidadãos.

A interpretação do protesto não deve ser vista como sendo a favor de Reginaldo ou de Aluízio, ou de quem quer que seja, é unicamente pela decência, pela utilização correta do dinheiro público, pelos investimentos à atenção básica, à profissionalização, à educação, principalmente.

Diversos municípios com arrecadação pífia lutam para conseguir recursos e apoio de outras esferas do governo, e até da iniciativa privada, para implantar projetos em benefício da população. Programas cujo assistencialismo é responsável, a ponto de demarcarem quem realmente precisa de ajuda, e garantem instrumentos voltados para retirar a pessoa da situação onde ela está, através da própria capacitação.

Um bom governo deve ser medido pelos esforços de seu gestor e também por sua visão administrativa, sabendo fazer muito com pouco. Sem querer comparar, mas já comparando, um administrador deste tipo teria feito, no mínimo, três vezes mais do que foi executado até hoje em Presidente Kennedy.

No caixa da prefeitura kennedense, existem mais de R$ 300 milhões repousando, enquanto poderiam ter sido utilizados para ‘enxugar’ as lágrimas da população local, que tem que se humilhar nas ruas, brigando com os próprios conterrâneos, em troca de inúmeras gratuidades.

Todos de lá deveriam se juntar para cobrar tudo o que a Constituição Federal garante ao povo brasileiro. Devem brigar por seus direitos e não por aqueles que os fazem brigar por eles. Município milionário não pode ter povo pobre. 

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