terça-feira, 27 de março de 2012

Uma bomba embrulhada para presente


Um dos fatos políticos marcantes deste mês de março foi a conversa entre o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Theodorico Ferraço (DEM), e o deputado estadual Rodrigo Coelho (PT). O diálogo teve como foco as eleições municipais em Cachoeiro.
 
 
A informação é de que Ferraço teria perguntado a Rodrigo se ele votava em Cachoeiro ou em Bom Jesus do Norte. Ao saber que o domicílio eleitoral é cachoeirense, o demista teria dito que poderia avisar ao governador Renato Casagrande (PSB) que já haveria um nome para resolver a questão eleitoral no município.

A proposta ferracista seria irrecusável, caso ele não alimentasse uma aversão ao PT. Desde que perdeu as eleições para o prefeito Carlos Casteglione (PT) em 2008, o presidente da Ales mantém duas ações na justiça contra o petista.

Por essas e outras, não é difícil imaginar o que pretende Ferraço em deixar subentendido que abre mão de disputar a prefeitura caso Rodrigo seja o candidato. Coelho retornará ao primeiro escalão de Casagrande nos próximos dias para dar continuidade ao projeto mais importante da administração (combate à miséria), trabalho este que já foi alvo de elogios por parte do governo federal.

Quem acompanha a trajetória de Rodrigo sabe que ele tem tudo para se tornar uma grande liderança estadual. É sem dúvida um dos maiores nomes do PT local e caminha para se tornar um grande trunfo da estadual para os pleitos futuros.

Não causaria estranheza Ferraço ter o desejo de interromper o sucesso do jovem petista. A proposta faria com que Rodrigo vestisse um rótulo municipal e causasse grande guerra dentro do PT de Cachoeiro, que tem a missão de viabilizar a reeleição de Casteglione.

O apoio de Ferraço tem o seu peso, mas não é vital para quem pretende ser prefeito; vide a derrota de Jathir Moreira, em 2004, quando teve o apoio de Theodorico e perdeu por uma diferença de quase 15 mil votos para o ex-prefeito Roberto Valadão (PMDB).

Além disso, não é de toda a certeza a participação de Ferraço nestas eleições, por dois motivos: primeiro, por conta da lei da Ficha Limpa – uma vez que ele foi condenado por improbidade administrativa pela 2ª Câmara Civil; segundo pelo cargo de presidente da Ales, o que o força a abrir mão de algo, que pode ser o pleito cachoeirense. Ou seja, Ferraço pode estar tentando negociar com o que não tem.

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