O plenário da Câmara Municipal estava cheio na noite desta quinta (31/05)
e o motivo não era a última reunião do grupo suprapartidário: todos queriam
saber e ver se o deputado Theodorico Ferraço (DEM) iria dizer se ia ou não
disputar a prefeitura de Cachoeiro. E aconteceu o que o gaguejar da história
sempre tentou expressar.
Num olhar mais atento (mesmo que equivocado), deu para perceber que
Ferraço não quer uma segunda derrota consecutiva em seu currículo político.
Como o próprio falou, da tribuna da Câmara, ele lutou para vencer as eleições
de 2008, mas foi derrotado pelo atual prefeito Carlos Casteglione (PT).
Ainda no foco, Ferraço agiu dentro da mesma velha prudência: tenta
limpar o caminho preenchido por outros figurões, aguarda a definição dos demais
partidos do grupo e fica escondido na loca até ver que não há perigo em colocar
a cabeça para fora.
No encontro desta quinta, seu primeiro movimento foi limpar o seu
caminho. E isso ele fez 'detonando' o ex-deputado federal Camilo Cola (PMDB). O
responsabilizou de ter colaborado a colocar no poder seu arquirrival
Casteglione; deixou subentendido que Camilo não tem um posicionamento político
fiel, já que apoiou o petista, em detrimento do ex-prefeito Roberto Valadão, de
seu partido; revelou que Cola ofereceu apoio a ele; depois indicou o médico
Abel Santana (PV); depois se lançou como pré-candidato; e depois... depois...
Enfim, dentro do PMDB, o principal nome que teria força para ser
pré-candidato era o de Camilo. Por isso, a artilharia ferracista. O deputado,
em outras palavras, quis dizer: "peemedebistas, como vocês irão escolher
uma pessoa que os traiu em 2008; ofereceu apoio a mim, que sempre fui inimigo
de vocês, e depois perambulou em inúmeros projetos incompatíveis aos do
PMDB?".
Com Camilo fora, o outro a retirar de seu caminho é o ex-prefeito Zé
Tasso (PMDB), que também quer ser o candidato a prefeito do partido. Mas, este,
ele estaria cuidando na surdina, conforme os bastidores.
Ferraço não deixou claro seu posicionamento. Pelo contrário: às claras,
disse que irá lançar o nome de Vera Maia na convenção do DEM que ocorrerá no
próximo dia 10. Não há dúvida que o que ele quer é aguardar a definição de
todos os partidos do grupo, para depois saber onde pisar. Enquanto isso, ele
fica na sombra de Vera, coordenando o jogo e aguardando a hora certa da
substituição.
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