sábado, 18 de dezembro de 2010

Prefeito se redime e populariza


Entrando no terceiro ano de seu mandato – ano crucial para qualquer governante – com o pé esquerdo; o prefeito de Cachoeiro, Carlos Casteglione, resolveu dar dois passos para trás. Com isso, ele não só percebeu o quanto seus pés afundavam na lama como também viu o quão longe estava da população, a mesma que o escolheu nas eleições de 2008.

Ainda com a avaliação em baixa, Casteglione teve a coragem de tomar algumas ações de alto grau de impopularidade. Quer o prefeito estender tributo referente à Vigilância Sanitária para empresas e setores, que, com o apoio dos vereadores, estão exalando ódio por onde passam.

Há pouco, o petista resolveu regulamentar o uso do Passe Livre, que é o transporte gratuito do município. Com a alteração, somente utilizaria o serviço quem realmente necessitasse, mediante uma série de critérios para poder se cadastrar. Ficaria de fora os trabalhadores que recebem mensalmente apenas um salário mínimo, e essa é a classe que mais se injuriou.

Na minha opinião, a medida não é incorreta. No entanto, deveria ser adotada no momento de sua criação, o que o fascismo não permitiu. Caso a gratuidade fosse direcionada ao público que realmente precisasse, jamais haveria reclamação. O problema todo é retirar uma gratuidade num momento em que todo mundo a vê como direito adquirido.

Voltando ao assunto, Casteglione conseguiu emplacar duas medidas impopulares num período recorde. Sem dúvida, jamais conseguiria qualquer reação durante 2011 e estaria fadado ao fracasso nas urnas logo após este réveillon.

Como se tivesse enfim sonhado com Maquiavel, o petista conseguiu tirar o pé do acelerador ao perceber que estava rumo ao precipício. Decidiu ampliar – após anunciar a redução - o benefício do Passe Livre aos trabalhadores, que não recebem o suficiente e teriam o preço da passagem como um carrasco de sua renda mensal.

E foi mais longe. Resolveu, estrategicamente, comprar briga grande com a empresa Flecha Branca ao exigir que o preço da passagem seja reduzido de R$ 2,00 para R$ 1,80, num momento em que a concessionária pediu R$ 2,20. Apesar da série de investimentos feita pela Flecha Branca, a imagem dela diante da população não é a das melhoras, ainda mais quando o assunto é monopólio.

Não duvido que haja esse posicionamento político por parte do governo: sair do espaço vago onde orbitava para ficar ao lado da população e lutando a favor dela. A empresa vai gritar com todas as suas forças, até porque, mesmo tendo lucro considerável, ela tem as suas despesas e deixa de ganhar com as diversas gratuidades existentes (idosos, deficientes, policiais e outros). Mas, ao fim, nenhum cachoeirense irá se comover com as lágrimas da viação e pode ainda começar a ver o prefeito com bons olhos. Só falta agora desistir do imposto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário