sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A mão que afaga...


Após o pandemônio político que elegeu o vereador Júlio Ferrari (PV) o presidente da câmara de Cachoeiro, tudo começa a mudar de figura e ele pode nem chegar a sentar na cadeira mais alta da Mesa Diretora. O PMN, na pessoa do edil Marcos Coelho, encabeçou ação judicial para anular o referido pleito e realizar outro. Obviamente, o pevista não será o candidato do grupo.

Integrantes do mesmo grupo que levantou o nome de Julio Ferrari para ser o presidente, concorrendo contra José Carlos Amaral (DEM) e o então candidato à reeleição David Loss (PDT), são os que reforçaram a ação judicial. Desses, estão Marcos, Glauber Coelho (PR) e Roberto Bastos (PMN).

A alegação é de que o resultado da eleição fere o que determina o regimento interno da Casa de Leis, no que diz respeito ao impedimento de haver mais de um membro do mesmo partido ocupando a Mesa Diretora. Nesse caso, o vereador Tenente Moulon (PV) não poderia ser o segundo secretário.

Olhando mais a fundo, surge a hipótese da participação do governo nesta jogada em comum acordo com os vereadores/partidos que contrariaram a administração na época da eleição. Isso porque parlamentares governistas também abraçaram a ação, entre eles o próprio lider palaciano Wilson Dillen (PRB).

Caso haja veracidade nesta suposição, a derrubada da eleição pode dar início à retomada de uma ‘boa relação’ entre o governo e os partidos atingidos pela ruptura (PV e PMN). Vale ressaltar que o nome de Julio surgiu do grupo oposicionista (camuflado, na época), já que o palácio queria David; tudo para contrariar. Ou seja, se agora querem voltar atrás, talvez a tática é agradar a prefeitura e ter de volta o que tiveram um dia. Vai saber!?!

Enquanto a Julio, restará segurar as lágrimas caso a justiça acate o conteúdo da ação. Poderá presenciar novamente um desejo ser adiado para longe (ou para nunca), como já aconteceu nas vezes que tentou emplacar o seu projeto sobre o bloqueador de ar, em sua interminável guerra contra a Foz do Brasil.

E o pior: poderá nem sentir a maciez da cadeira de presidente por iniciativa do mesmo grupo que lhe deu a oportunidade. Perfeitas para Ferrari são as frases do poeta Augusto dos Anjos, em Versos Íntimos: “O beijo, amigo, é a véspera do escarro,/ A mão que afaga é a mesma que apedreja”.


Crédito da foto: CMCI

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