quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Petistas e as alianças de festim

Como advertência e para intimidar o miliante, alguns agentes de segurança utilizam primeiro o tiro de festim – ou dispara para o alto. Caso não consiga o resultado pretendido, ele já tem na agulha a bala verdadeira e age em sua defesa e em favor da integridade das pessoas de bem.

Já no governo petista em Cachoeiro de Itapemirim, a estratégia é diferente. Os adversários têm sempre o melhor tratamento e no 'tambor' do governo só tem munição de festim. Os inimigos políticos gozam de privilégios, mesmo que essa ação contrarie a ideologia partidária, o bom senso e que seja para atender aos interesses imediatos.

Se esquecem os petistas que o pagamento de seus interesses prioritários, que duram até o dia 3 de outubro, está escalonado até o fim do mandato. E quando chegar nas eleições de 2012, acontecerá o natural, que já foi visto em outra gestão: os adversários se afastarão para cuidar de seus candidatos e os aliados não o serão mais, em recíproca verdadeira ao que recebeu durante a administração.

O primeiro partido a se rebelar foi o PR. O senador Magno Malta, que caminhou com o candidato petista pelas ruas de Cachoeiro, soltou ‘cobras e lagartos’ contra o governo Casteglione. Até hoje não é mais parceiro da prefeitura.

Talvez, tenha sido melhor assim, já que não tem que dar nada em troca. Sendo adversário, o PR tem um vice-prefeito atuante no governo e que o tem como vitrine para enrijecer a sua candidatura a deputado federal. Os republicanos ainda têm secretarias e integrantes inseridos na folha de pagamento do executivo municipal.

E, de quebra, já trabalha 2012 atacando o atual governo na Câmara Municipal. De acordo com as pesquisas, o edil Glauber Coelho só perde as eleições para deputado estadual por uma eventual infelicidade. E, daqui há dois anos, o partido e a sua influência de parlamentar o ajudarão a vencer a sua maior dificuldade para tentar as chaves do palácio Bernardino Monteiro: formar um grupo.

O PV teve boa parte do que quis e foi outro que se recusou a ler a cartilha do PT. Os verdes também gozam de indicações na prefeitura, mas não fez o jogo dos petistas. Primeiro, para atender a um pedido cativo do PMDB, os articuladores políticos palacianos não conseguiram que um dos dois vereadores pevistas aceitasse uma secretaria para retornar com Fabinho para a Casa de Leis.

Depois, também fracassaram para conseguir apoio para Rodrigo Coelho, que é candidato a deputado estadual pelo PT. O PV lançou o vereador Tenente Moulon. E ainda tem Júlio Ferrari que ataca diariamente a Foz do Brasil – estratégia que põe em cheque a atuação da Agersa, presidida pelo ex-presidente do PT municipal.

Eis que surge o PMN. Começou participando timidamente do governo, mas logo optou por posicionar seus dois vereadores contra o governo Casteglione. E a justificativa era a reivindicação de ter seus pleitos atendidos pela administração. Leia-se cargos e secretarias.

Após a mudança na presidência do PMN, a sigla conseguiu o que queria (não se sabe se é tudo): o Procon e a Secretaria de Serviços Urbanos. Ainda não é sabido o prazer que Casteglione terá dormindo com os inimigos; porém, o previsível é que quando abrir os olhos estará fora de casa e sem o seu nome registrado na escritura. Desse jeito, parece que a artilharia política do PT é de festim.

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