terça-feira, 17 de agosto de 2010

Deve ficar uma frustração

A competência e a inteligência de gestão do candidato ao governo do Estado, Luiz Paulo Velloso Lucas (PSDB), são indiscutíveis. No entanto, seu capital político não foi o suficiente para fazê-lo emplacar em dois de seus projetos. Na verdade, em um; o outro, embora esteja perdendo a galopes, ainda está em processo.

Eu estava revirando/acessando algumas notícias antigas e achei uma fala de Luiz Paulo que retrara uma esperança que se repete neste ano. Trata-se de uma entrevista dada em 26 de junho de 2006 à Tv tribuna.

“Como candidato a senador, quero ser o sucessor do governador Paulo Hartung pela segunda vez. A primeira foi na prefeitura de Vitória e a segunda é a vaga ao Senado que será disputada nestas eleições, que Paulo Hartung deixou para disputar o governo do Estado”, disse à época.

Já é sabido que tanto Luiz Paulo quanto o senador Renato Casagrande (PSB) discursam e se apresentam como a continuidade de Hartung. Embora os dois digam, Hartung escolheu Casagrande. Ainda assim, o tucano adota a mesma estratégia de 2006: ser novamente o sucessor do governador.

Em 2006, os fins eleitorais eram diferentes, mas a disputa era a mesma. Hartung desistia de uma eleição ao Senado para cuidar de sua reeleição. Luiz Paulo e Casagrande focavam a única vaga majoritária disponível, a ser deixada pelo governador, uma vez que o peemedebista também tinha reais condições de se eleger, como aconteceu em 2010.

Logo que Hartung afirmou ser candidato à reeleição, ele solicitou que um (PSB ou PSDB) abandonasse a disputa ao Senado, em nome da unidade política. E quem saiu do páreo foi Luiz Paulo, deixando o espaço livre para Casagrande, que se elegeu com mais de 1 milhão de votos e se cacifou para ser o sucessor de Hartung em 2010. Luiz se reelegeu deputado federal.

Aos trancos e barrancos, Casagrande conseguiu neste ano ser o candidato de Hartung e lidera as pesquisas confortavelmente, a ponto de definir as eleições em primeiro turno. Em algum momento, até o prazo final de desincompatibilização, Luiz Paulo pode ter imaginado que teria o apoio do governador; principalmente quando ele decidiu não concorrer ao Senado.

“Sou competitivo, mas sei reconhecer as qualidades do concorrente. Não tenho dúvidas de que o governador torce pela minha candidatura e com certeza terei a maioria dos votos”, falou Luiz Paulo em 2006. Enfim, a referida torcida/apoio não aconteceu na época e nem agora, que traz uma diferença: o tucano pode ficar sem mandato. Deve ficar mais uma frustração.

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