quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Rodrigo é prioridade para o governo


A eleição de Rodrigo Coelho à Assembleia Legislativa é uma questão de sobrevivência do PT em Cachoeiro. A sua vitória pode contribuir até mesmo para a melhoria da imagem do governo, pois mostrará que o prefeito Carlos Casteglione teve força para eleger um deputado, embora não seja a verdade absoluta.

Digo isso porque com o Orçamento Participativo (OP), Rodrigo Coelho conquistou moradores e lideranças que, após sua candidatura, tornaram-se seus eleitores. E desconsiderando a militância petista, não é todo mundo que votou em Casteglione para deputado estadual que também votará em Rodrigo. Muito menos a legião que está insatisfeita com o prefeito.

Sem contar também que o Orçamento Participativo teve a participação popular triplicada neste ano, quando Rodrigo já tinha se desincompatibilizado do governo para ser candidato. E ainda deve ser levada em conta a indignação de cidadãos com a marcha lenta das obras do OP. Se há mais público hoje no citado programa, não há a celeridade e a habilidade com que Rodrigo o conduzia.

Rodrigo Coelho está muito bem cotado nos municípios do Caparaó, liderando, principalmente, em Bom Jesus do Norte. Em Cachoeiro, maior colégio eleitoral do sul, ele disputa a terceira colocação com os vereadores Marcos Mansur (PSDB) e Alexandre Bastos (PSB), que também disputam vaga na Assembleia. À frente, estão Theodorico Ferraço (DEM) e Glauber Coelho (PR).

O governo Casteglione precisa da vitória de Rodrigo por questões políticas e administrativas. Política pela a sensação de força que repassará à administração petista e o nascimento da possibilidade dele reverter o quadro e chegar resistente em 2012.

A importância administrativa é o por causa do quadro político que se formará. Na Assembleia, estão muito bem cotados para se eleger Ferraço e Glauber, ambos são opositores ao governo Casteglione. Ou seja, mesmo elegendo mais um do sul, certamente as verbas de emendas parlamentares passarão longe dos cofres da prefeitura.

Na Câmara dos Deputados, Camilo Cola (PMDB) já anunciou que repassará os recursos direto aos hospitais do município e não mais para a prefeitura, que não utilizou as emendas destinadas pelo peemedebista. Tudo isso erradica o prestígio de um prefeito, pois dá a impressão de que ele não sabe utilizar os recursos; isso se a população não pensar mais coisas. É como, por exemplo, não deixar remédios, solventes ou objetos ponteagudos ao alcance de crianças.

E o pior: a deputado federal Iriny Lopes (PT) corre o sério risco de não se eleger. Uma vertente do PT, principalmente de Colatina, decidiu apoiar o candidato do governador Paulo Hartung (PMDB), o deputado Lelo Coimbra (PMDB). Outra remessa petista, um pouco menor, pede votos para Guilherme Lacerda (PT).

Por dois anos, na área legislativa, caso Rodrigo não se eleja, Casteglione vai contar somente (e olhe lá) com o apoio da senadora (suplente) Ana Rita Esgario, que tem a Grande Vitória como reduto eleitoral, e do deputado estadual (caso for reeleito) Claudio Vereza (PT). De outros partidos, é claro que o prefeito pode conseguir algo, mas vai ter que chegar com o pires na mão e entrar na fila. Magno Malta (PR), nem pensar; Ricardo Ferraço (PMDB), quem sabe.

Diante do novo governo do Estado, com Renato Casagrande (PSB) governador e Givaldo Vieira (PT) vice – se o resultado for o que dizem as pesquisas -, Casteglione tem que correr agora, antes da definição do Orçamento 2011 que é elaborado ainda por Hartung.

Com um petista na vice-governadoria, o prefeito de Cachoeiro pode utilizá-lo como porta de entrada para conseguir os recursos que precisa. Porém, a confecção do Orçamento 2012, esse feito por Casagrande, pode não ter tudo aquilo que se espera por aqui, considerando um possível interesse do PSB ter pretensões para 2012. Afinal, se Rodrigo disputa a terceira colocação no ranking de votos com Alexandre Bastos, é sinal que o socialista também sairá cacifado para as eleições municipais.

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