quinta-feira, 2 de setembro de 2010

A prova de fogo da base aliada

Em breve, o assunto que perdurará na mídia local será a apreciação do Orçamento Municipal pelos vereadores cachoeirenses e, principalmente, o limite de remanejamento que o prefeito Casteglione poderá fazer na peça orçamentária. Já que a prefeitura tem uma base aliada ampla na Câmara, teoricamente não terá dificuldades em conseguir folga para as suplementações que podem ser necessárias em 2011.

Assim que assumiu em 2009, Casteglione trabalhou com o orçamento elaborado pela gestão anterior, porém teve da Câmara a autorização para remanejar livremente (100%). Para 2010, só foi liberado a alocar 10% daquilo que estava fixado no orçamento, numa época em que também acreditava ter a maioria na Casa. Veja bem, de 100% para 10%.

O orçamento é uma peça fictícia, onde são fixadas as despesas que o município terá durante o ano, baseado numa arrecadação prevista. O poder executivo pode não ter a receita que imaginou e, por isso, ficar impossibilitado de gastar o que planejou. Por conta disso e de outros imprevistos, é preciso retirar recursos de uma secretaria em benefício de outra. Quando o limite para remanejar concedido pelos vereadores se encerra, esse manuseio no orçamento só poderá ser feito com a permissão da Câmara.

Neste ano, após uma ‘vitória da base aliada’ na eleição para a presidência do legislativo, Casteglione poderia enviar projeto pedindo 100%. Por que não? São oito vereadores sustentando os interesses da prefeitura na Câmara. Sem contar que pode ter mais dois: David Loss (PDT), que perdeu o pleito, mas era o candidato do governo; e Wilson Dillen, que é líder do governo na Casa e já fez parte do primeiro escalão palaciano. É ainda melhor: a prefeitura tem 10 de 13 edis, não há como perder.

Imagine o Casagrande perdendo estas eleições para o governo do Estado com mais de 40% à frente do adversário. Pense também na Dilma sofrendo uma virada de José Serra, que perde em todos os estados, inclusive em São Paulo, onde foi governador. Ora, Casteglione tem 77% do apoio que o plenário pode disponibilizar, uma derrota seria vexatória. A não ser que a base não seja tão aliada assim.



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