sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Concurso é a cruz de David Loss


A adequação de cargos comissionados perante à lei e a realização de concurso público são obrigações do poder público. O Ministério Público recomenda o cumprimento da legislação em todo o Brasil, e em Cachoeiro não é diferente. O que acontece é que nem todo agente político quer perder a ‘mamata’ de poder empregar seus cabos eleitorais ou futuros eleitores.

A rejeição que o presidente da Câmara Municipal, David Loss (PDT), tem na Casa é estreitamente associada à viabilidade do concurso público. Há vereadores que não querem perder seus cargos e chegam a justificar, sem pudor, que concurso impede a evolução do serviço público; como se somente profissionais despreparados fossem conseguir a aprovação no certame.

E há parlamentares que não se opõem somente ao concurso da Câmara, mas também ao da prefeitura. Quando o prefeito Carlos Casteglione (PT) foi ao legislativo municipal se explicar sobre a determinação da justiça de exonerar quase 300 servidores comissionados, certamente ele já imaginava que teria o apoio da maioria. Afinal, no cabide do Palácio Bernardino Monteiro tinha empregados com o carimbo de vereadores.

O apoio obtido por Casteglione foi surreal, se séria fosse tratada a Constituição. Aliás, o documento que rege juridicamente o país foi rasgado numa encenação deplorável, onde gregos e troianos se uniram para formar uma nuvem de maldade sobre o Ministério Público, quando na verdade a situação era fruto de desleixo e irresponsabilidade com a coisa pública, a qual querem ter a autoridade perpétua de manipular livremente.

Depois de não reelegerem David, querem agora desmoraliza-lo utilizando contra ele a atitude correta. Uma inimaginável inversão de valores. Alegam que não houve transparência na condução da contratação da empresa que realizará o concurso, nem a devida publicidade entre os vereadores. Até onde eu acompanhei, todo o processo foi claro e divulgado (com exceção do investimento que é de R$ 170 mil). Caso um vereador não tenha participado da discussão, de repente faltou-lhe interesse.

O que me preocupa também é ver o presidente eleito, Júlio Ferrari (PV), alimentando o discurso opositor, dando a entender que pode obstruir o andamento do concurso, em nome de um amplo debate entre os edis. Fazendo isso, ele estará ceifando a oportunidade da população ingressar no serviço público e tomará para si o rigor da lei.

Resta a David se indignar. Soltar da garganta tudo o que preferiu engolir para manter a paz na câmara. O cheiro no ar é de guerra, e de forma covarde. O presidente precisa enxergar que é o seu nome e a sua biografia que tentam manchar. Caso ele levante e torne públicas as mazelas (se é que existem) locais, duvido que a sociedade cachoeirense fará oposição a David, mesmo que caia contra ele uma nuvem de munições. Será também uma defesa à ética na política cachoeirense. Não acredito que David quis entrar na vida pública para se calar diante de situações desastrosas.

Um comentário:

  1. Leandro,
    parabéns pelo post. Tenho certeza que expressa tudo que qualquer cidadão cachoeirense consciente pensa. Existe uma campanha explícita do "jornalista" Jackson Rangel para desmoralizar o Prof. David e adiar o Concurso, que assim ficaria nas mãos do novo Presidente que, como se sabe, é altamente influenciado por ele.
    Isto já era esperado. Sempre que alguém tenta colocar ordem na Casa, como o Prof. David vem fazendo, sofre duras consequências de quem tem interesses outros que não a coletividade.
    Acho que agindo como fez, moralizando a Câmara, realizando o Concurso, pagando as dívidas antigas e ainda devolvendo dinheiro a Prefeitura, o Prof. David infelizmente sepultou sua carreira política, pois isto dificilmente chega aos ouvidos do grande público. Entretanto, acho que isto foi uma manobra calculada por ele, que não é político de carreira e só esteve interessado em administrar sem fazer concessões.
    O que eu sinto falta neste momento é da sociedade civil, do Ministério Público, da OAB, enfim, das diversas entidades que conhecem o caráter do Professor virem a público para simplesmente atestarem o comprometimento dele com a causa pública. Senão fica uma luta muito árdua, pois o pseudo jornalista tem um meio de propalar suas inverdades e o Professor não.
    Mais uma vez, parabéns pelo post e obrigado por abrir este espaço para comentários.
    Abs.
    Robson

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