terça-feira, 21 de setembro de 2010

Desafios políticos de Casagrande


Considerando a vitória de Renato Casagrande PSB), baseado na ampla vantagem que tem diante de seu adversário na disputa pelo governo estadual, é certo saber que ele terá grandes desafios políticos pela frente. A primeira será com o conglomerado de partidos que compõe a sua coligação – 15 -, depois com a Assembleia Legislativa, com os pontos fracos do governo Hartung e também com tudo que é positivo na atual gestão.

A primeira dificuldade a ser encontrada por Casagrande será com a sua própria caneta e o Diário Oficial. Não será tarefa simples acomodar integrantes dos 15 partidos no governo. Embora ele diga que não tenha compromisso com os partidos na composição de sua possível equipe de governo, pode ter certeza que as siglas já se encontram no direito de participar efetivamente da administração.

E esse será um problema que pode gerar grande desgaste ainda no início de seu governo, caso seja eleito neste outubro. É importante considerar que todos os partidos de sua coligação não apoiam Casagrande por acreditar em seu projeto e suas propostas, afinal eles já estavam ali apoiando o nome de Ricardo Ferraço (PMDB) para o governo; o socialista chegou depois. O grupo político é do governador Paulo Hartung (PMDB).

Mesmo tendo lutado sozinho para manter sua pré-candidatura e ter chegado ao posto que ocupa hoje por perseverança, será difícil Casagrande ter independência na montagem de sua equipe. Com o espólio político herdado, ele não vai querer arruinar o grupo e fazer inúmeros inimigos, sendo que pode, um dia, ser o novo mentor desse agrupamento.

Resumindo: se Casagrande não atender às vontades das siglas que estão hoje em sua coligação ele terá dificuldades para governar; caso atenda, terá dificuldades para acomodar a todos. Será uma administração paralela para satisfazer uma demanda realmente exigente.

Uma possível insatisfação desse grupo refletirá na Assembleia Legislativa, sem contar nos adversários de peso que ele terá na Casa de Leis, tais como Theodorico Ferraço (DEM) e Max Mauro (PTB). São políticos que fazem oposição com a facilidade que Lampião caminhava pela mata escura para fazer as suas vítimas.

Outro ponto é a sombra do governo Hartung que sempre acompanhará a gestão de Casagrande. Como nesta campanha ele ‘pegou para si’ as realizações do governador, cairá sobre ele o que há de negativo nesta administração, como as mazelas nas áreas de Saúde e Segurança. Como a pressão pode ser grande, o trabalho deverá ser focado para resultados a curto prazo. Isso se a sua administração não for completamente marcada por essas exigências.

Do outro lado, o que está bom terá que ficar, no mínimo, melhor. O seu discurso de ‘casa arrumada’ o compromete a fazer um governo impecável. Qualquer imprevisto se transformará em incompetência e, automaticamente, Casagrande alimentará uma saudade coletiva de Hartung e uma ansiedade geral para o término de sua gestão. Enfim, governar não será tão fácil como está sendo se tornar governador.

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