Dez mandados de prisão e apenas
um preso acusado de um desvio estimado em R$ 1,2 milhão – somente em um ano -,
oriundo dos cofres da Câmara Municipal de Cachoeiro de Itapemirim.
É de
suspeitar que uma única pessoa, por mais sapiente que seja, consiga obter êxito
em uma engenharia fraudulenta de tal vulto, principalmente no serviço público, pesado
pela burocracia.
O caso, que deflagrou a operação
Parlamento Rosa, tem a sua gravidade retratada na velocidade da resposta das
autoridades. No dia 23 de setembro, a gerência da Caixa Econômica Federal
informou a existência de cheques rasurados ao presidente da Câmara, Julio
Ferrare (PV).
No dia seguinte, o vereador
denunciou ao Ministério Público, que impetrou ação solicitando o afastamento
dos servidores. No dia 26, a justiça expediu a liminar que afastou os seis
servidores de suas funções.
Há informação de que tem cheques que
tiveram a sua destinação rabiscada, de forma grotesca. Aí me pergunto: como um
profissional bancário autoriza a compensação de um cheque nesta situação?
E o esquema identificado pelo MP
pode estar acontecendo há muito mais tempo. É difícil compreender como a
indução ao erro ou a falta de percepção possam ocorrer corriqueiramente, quase
que religiosamente.
Enfim, o que nos resta é aguardar
a conclusão dos trabalhos investigativos do Ministério Público para saber se
haverá desdobramentos ou se é o contador Hélio Grecchi Rosa o criminoso
solitário.
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