Parece um filme de terror, mas é
verdade. No próximo ano, completará 10 anos que o 'Hospital do Aquidaban' foi
inaugurado, sem equipamentos, e, por isso, nunca funcionou. De lá pra cá, o que
vimos foram políticos tirando dividendos eleitorais daquele prédio, que
chegou a ser apelidado de ‘Elefante Branco’.
O tema voltou à tona no ano
passado, quando tivemos eleições municipais. Neste ano, véspera de eleições
gerais, retorna o debate. O mesmo aconteceu em 2010 e em anos anteriores, até o
estourar dos foguetes na inauguração durante o pleito municipal de 2004.
A necessidade da construção do
hospital, obviamente, já existia naquela época. Hoje, quase uma década depois,
a carência é ainda muito maior para atender à demanda de trauma como materno
infantil.
Há muito fico pensando naquela
obra feita pelo então prefeito Theodorico Ferraço (DEM), tentando identificar uma razão. O que
lampeja é que ele ergueu o prédio com a finalidade de torná-lo em um hospital – o que
é competência do Estado – e tentou empurrar para o governo quase que
exigindo que o executivo assumisse o nosocômio, sem se importar se havia o
interesse ou recursos para tal. Talvez, com o dinheiro, poderia ser fortalecido o atendimento básico, mas...
Lembro que na época circulou nos
noticiários que o secretário estadual de Fazenda chegou a assinar a doação do
hospital para o Estado, sem o consentimento do governador Paulo Hartung, que
logo desfez o ato.
E não há como pensar outra coisa
a não ser que o ‘hospital’ construído por Ferraço foi um ‘presente de grego’ naquela época e, talvez, também seja agora,
uma vez que, até hoje, o executivo não pôs em prática o seu interesse, além do
desinteresse. O que há são os já conhecidos debates.
Na eleição de 2012, Glauber
Coelho (PR) e Casteglione (PT) divergiam sobre a destinação do ‘Elefante Branco’:
materno infantil ou trauma. Pois bem, as duas áreas pedem socorro.
Em minha opinião, é preciso respeitar
a decisão do dono do terreno, que foi comprado por valor irrisório. E depois torcer
para que o imóvel do Hifa, no bairro Sumaré, sirva de extensão para o
atendimento de trauma feito pela Santa Casa, após entendimento entre os
hospitais, é claro, até porque o Hifa tem planos de adquirir o estádio do Estrela.
O que não pode é esperarmos, com
demanda reprimida, por mais 10 anos pela resolução deste grave entrave na saúde
cachoeirense e, por que não, sulina.
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