quarta-feira, 12 de junho de 2013

Nove anos do hospital que não é hospital

Parece um filme de terror, mas é verdade. No próximo ano, completará 10 anos que o 'Hospital do Aquidaban' foi inaugurado, sem equipamentos, e, por isso, nunca funcionou. De lá pra cá, o que vimos foram políticos tirando dividendos eleitorais daquele prédio, que chegou a ser apelidado de ‘Elefante Branco’.

O tema voltou à tona no ano passado, quando tivemos eleições municipais. Neste ano, véspera de eleições gerais, retorna o debate. O mesmo aconteceu em 2010 e em anos anteriores, até o estourar dos foguetes na inauguração durante o pleito municipal de 2004.

A necessidade da construção do hospital, obviamente, já existia naquela época. Hoje, quase uma década depois, a carência é ainda muito maior para atender à demanda de trauma como materno infantil.

Há muito fico pensando naquela obra feita pelo então prefeito Theodorico Ferraço (DEM), tentando identificar uma razão. O que lampeja é que ele ergueu o prédio com a finalidade de torná-lo em um hospital – o que é competência do Estado – e tentou empurrar para o governo quase que exigindo que o executivo assumisse o nosocômio, sem se importar se havia o interesse ou recursos para tal. Talvez, com o dinheiro, poderia ser fortalecido o atendimento básico, mas...

Lembro que na época circulou nos noticiários que o secretário estadual de Fazenda chegou a assinar a doação do hospital para o Estado, sem o consentimento do governador Paulo Hartung, que logo desfez o ato.

E não há como pensar outra coisa a não ser que o ‘hospital’ construído por Ferraço foi um ‘presente de grego’ naquela época e, talvez, também seja agora, uma vez que, até hoje, o executivo não pôs em prática o seu interesse, além do desinteresse. O que há são os já conhecidos debates.

Na eleição de 2012, Glauber Coelho (PR) e Casteglione (PT) divergiam sobre a destinação do ‘Elefante Branco’: materno infantil ou trauma. Pois bem, as duas áreas pedem socorro.

Em minha opinião, é preciso respeitar a decisão do dono do terreno, que foi comprado por valor irrisório. E depois torcer para que o imóvel do Hifa, no bairro Sumaré, sirva de extensão para o atendimento de trauma feito pela Santa Casa, após entendimento entre os hospitais, é claro, até porque o Hifa tem planos de adquirir o estádio do Estrela. 

O que não pode é esperarmos, com demanda reprimida, por mais 10 anos pela resolução deste grave entrave na saúde cachoeirense e, por que não, sulina.



Nenhum comentário:

Postar um comentário