Parece mesmo que os brasileiros
estão acordando para a politização. A velha dormência, que não deixava ninguém sentir
o suor e seus frutos serem arrancados covardemente, perde o efeito. Só que é
preciso muito mais.
As pessoas precisam entender que o
mandato é um contrato que o político assina com o povo no momento de sua posse.
E os eleitores contrataram o político, através do voto, a partir do plano de
governo que ele apresenta. Após a posse, a população deve cobrar a execução do
contrato.
E mais ainda: além da
transparência com as contas públicas (a Lei da Transparência já cobrou isso), é
preciso cobrar transparência no interesse político, pois não adianta ter
dinheiro em caixa e não existir a vontade de fazer.
Basta ver uma coisa: a União
construiu e reformou estádios em tempo recorde para a Copa das Confederações
porque havia dinheiro e interesse (s); será que boa parte do problema na saúde,
por exemplo, não seria resolvida caso houvesse a mesma vontade política? O país
é rico.
Muitos governos não se abrem ao
diálogo, somente fingem gestões participativas, abrindo espaço aos cidadãos somente
nos assuntos escolhidos por eles. Em São Paulo, por exemplo, do tucano Alckimin,
ele optou por negociar somente após dias de manifestações.
É sabido que o reajuste de tarifa
de ônibus é anual, mesmo assim dolorosa a quem depende do serviço. Mas, a
negociação da nova tarifa deve ter amplitude e não ocorrer apenas entre os
representantes da empresa, governo e agência reguladora, que, por vezes, faz o
jogo da administração – já saí do exemplo de São Paulo.
Com diálogo uma manifestação só ocorreria
se houvesse o descumprimento daquilo que foi acordado entre político e
eleitores através do plano de governo contratado. Fora isso, os protestos se
dão em regimes ditatoriais. Será que é o caso?
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