quinta-feira, 31 de março de 2011

Uma bandeira para relembrar


Não é de se estranhar essa nova bandeira levantada pelo deputado estadual Theodorico Ferraço (DEM) de querer mudar o curso do rio Itapemirim, em Cachoeiro. A intenção dele é acabar com a conhecida ‘Curva do Caixão’, na altura do Baiminas. Ferraço acredita que assim será possível diminuir os prejuízos com as enchentes, pois seria esse trecho o causador da morosidade do fluxo e, por isso, ‘responsável’ pelo rápido aumento do nível do leito.

No campo político, vê-se que a preocupação dele é outra. Ferraço pode estar querendo remeter o pensamento da população local ao passado, para que ela relembre de suas obras de grande impacto. Poderia ter essa estratégia o objetivo de fortalecer o seu, até então, favoritismo para as eleições de 2012.

Se for realmente isso, fica claro que um possível funcionamento do Hospital Materno Infantil não será associado ao deputado. Até porque o imóvel chegou a ser chamado de ‘Elefante Branco’, já que quando ele foi prefeito pela última vez inaugurou um hospital que nunca funcionou e nem estava adequado para sê-lo, conforme laudo de auditoria.

Em recente encontro na Assembleia Legislativa, com a presença do governador Renato Casagrande (PSB), ocorreu um episódio que reforça a desvinculação da abertura do hospital e Ferraço. O também deputado Glauber Coelho (PR) solicitou ao governador que se empenhasse no caso do hospital, atendendo a um pedido de Theodorico. Imediatamente, Casagrande rebateu dizendo que o Hospital Materno Infantil era também um pedido do prefeito Carlos Casteglione e de outras lideranças do sul do estado.

Fica óbvio que o que sobrará politicamente do hospital ao ex-prefeito são os processos gerados, frutos de investigações do Ministério Público Federal. Talvez, por isso, ele busca outra bandeira de maior ou igual porte, já que a do nosocômio caiu.

Essa provocação de reflexão pode fazer com que os cachoeirenses se lembrem da famosa ‘Torre de fazer chover’, uma construção que não serviu para nada. Era como se tivessem quatro pessoas, no alto de um prédio, cada um com uma mangueira na mão, jogando água nos trabalhadores que passavam pela praça Jerônimo Monteiro. Atualmente, a torre virou sucata, teoricamente encostada em algum lugar do Centro de Manutenção Urbana (CMU).

No que diz respeito a prejuízos oriundos das chuvas, vale registrar que obras de drenagem nunca foram o forte do demista. Tanto que, ainda hoje, ao invés de apresentar projeto abrangente de infraestrutura e acionar o apoio do governo, prefere mudar a rota do velho Itapemirim. Sorte que nem todos os pleitos são atendidos por nosso padroeiro, senão a torneira ficaria fechada para não haver problemas.

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