terça-feira, 5 de abril de 2011

Será que o senador ficou constrangido?

Constrangido por ser supostamente protagonista de ato de intolerância religiosa em Cachoeiro, desta vez o senador Magno Malta (PR) foi vacilante a ponto de deixar qualquer evangélico cabisbaixo.

Os cargos comissionados são preenchidos mediante a confiança do mandatário e por questões unicamente políticas. Nenhum parlamentar ou chefe de executivo vai nomear uma pessoa que tem ligação com grupos políticos adversários – a não ser que o cidadão seja muito bom naquilo que faz e seja confiável.

A contratação de Cristiane Thomaz Feu Rangel Vieira demonstra apenas que o senador tem fortes vínculos políticos com o jornalista Jackson Rangel, que também é presidente do diretório municipal do PMN. Até aí, nenhum problema.

Em fevereiro, Cristiane foi nomeada diretora geral da Câmara Municipal de Cachoeiro, onde recebe quase R$ 6 mil. Mas, antes de receber a nomeação no legislativo municipal é necessário assinar documento comprovando que não tem vínculo com o Estado e/ou União.

E esse documento foi assinado, sem qualquer averiguação prévia. Imagino que uma breve pesquisada no Portal da Transparência do Senado seria possível para constatar que ela ainda fazia parte dos quadros do Congresso Nacional. Talvez, não houve o interesse em saber ou não cabia à Câmara saber.

Um ponto intrigante é o fato de o senador Magno Malta e sua assessoria não sentirem falta de uma funcionária desde o dia 25 de janeiro, data de quando Cristiane disse ter pedido exoneração. Ou seja, se lhe chegou a solicitação de exoneração, porque Magno não viabilizou a baixa do nome dela para que não continuasse na folha de pagamento do Senado? Vacilante, não?!?

Isso demonstra também que a quantidade de assessores em seu gabinete de apoio é exagerada, já que quando um funcionário não presta mais serviços a sua ausência nem é sentida - o salário só é mantido porque não sai do bolso do parlamentar (e o compromisso com o dinheiro público? Constrangedor, né?). Talvez seja a hora de reaver o número ideal de assessores parlamentar.

Crime eleitoral

O ponto principal dessa questão passou despercebido pela reportagem de A Gazeta. No texto, Cristiane diz o seguinte: "Trabalhava no que me mandavam". "Coisas relacionadas à campanha ou qualquer outra coisa que mandassem. Eu ficava em Cachoeiro mesmo".

Ou seja, ela trabalhou durante o período da campanha eleitoral (entrou em agosto de 2010) e afirmou que fazia “coisas relacionadas à campanha”. Também não há problema nenhum atuar em campanhas políticas, desde, é claro, que a pessoa não seja paga com dinheiro público. Ela recebia salário líquido de R$ 1.457,33 do Senado. O que é isso senador? 

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