sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Excessos e equívocos

Neste embate entre a prefeitura de Cachoeiro e o Sindimunicipal é fácil perceber que nem tudo está nos trilhos. É legítimo a categoria reivindicar melhorias salariais, não só por merecimento, mas por direito. Porém, quando não há dinheiro, findam-se as possibilidades de benefícios.

Em abril, o prefeito Casteglione anunciou, naquele ‘pacote de péssimas notícias’, que o município não tinha condições de conceder reajuste por conta da queda na arrecadação e em respeito à Lei de Responsabilidade Fiscal.

Foi justamente no mês da data-base. Lembro que o presidente do Sindimunicipal, Jonathan Willian, compreendeu o momento de crise da prefeitura e não pôs ‘fogo na fogueira’. Estranho.

Meses depois, começou no país a onda de manifestações, na qual Cachoeiro também surfou. Todos nas ruas, com exceção do Sindimunicipal. O silêncio soou estranho, pelo menos para mim, acostumado a ver e ouvir os protestos do sindicato contra o atual governo e o anterior.

E o Sindimunicipal só foi às ruas no momento final das manifestações, quando o movimento já perdia adesão. O silêncio foi incompreensível, até porque seria um ‘prato cheio’ para os sindicalistas. Enfim. Na minha avaliação, o Sindimunicipal pecou e nunca confessou as suas razões para a inércia.

E outra: já que compreendeu o momento de crise da prefeitura, que continua levando ‘capotes’ da ‘marolinha’ econômica, por qual motivo a compreensão acabou? Por que antes o governo não tinha condições de conceder melhorias aos servidores e agora tem?

A prefeitura, mais uma vez em sua comunicação, também falhou. O documento no qual o Tribunal de Contas alerta sobre a impossibilidade de concessão de benefícios foi recebido no dia 26 de julho.

De lá pra cá, ao invés de tornar pública a notificação, guardou a sete chaves e comunicou somente à comissão que representava os funcionários, talvez acreditando que o sindicato defenderia o seu argumento junto aos servidores.  

Excessos

Equívocos à parte, o que se vê agora é um desvio de foco por parte dos sindicalistas. Querem pressionar os vereadores a abrir uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) com a finalidade única de afastar Casteglione do cargo de prefeito.

Fica evidente o excesso, uma vez que os 15 itens que constam na pauta de reivindicação dos servidores públicos, que almejam dignidade, não têm relação com a movimentação política paralela que se desenha. Está claro que o movimento grevista começa a produzir joio e trigo.

Por outro lado, alguém precisa informar a prefeitura que, com os índices da LRF extrapolados, não se pode dar reajuste salarial e, muito menos, fazer novas contratações – o que foi publicado no Diário Oficial desta segunda-feira (5).



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