sexta-feira, 19 de abril de 2013

Frente à imprevisibilidade


Uma das principais lideranças do novo cenário da política cachoeirense, o deputado estadual Glauber Coelho (PR) certamente está contente com a dimensão eleitoral que atingiu após o pleito passado e com a grande possibilidade de se reeleger na Assembleia Legislativa. Porém, o mesmo sentimento não se repete quando o assunto é o PR.

O que acontece dentro do partido ele prefere não expor. Porém, do lado de fora é possível ver os clarões do clima tempestivo dentro do céu republicano, cujo São Pedro seria o senador Magno Malta, presidente estadual do PR.

Nem precisava ser muito observador para captar a aspereza na relação entre Magno e Glauber - já há algum tempo. Uma delas foi em outubro de 2011 durante protesto contra a proposta de mudança na divisão dos royalties. A BR 101 foi fechada em Mimoso do Sul; assim que Glauber chegou, Malta esbravejou por conta do horário.

No ano seguinte, na convenção do PR, em Vitória, o clima de antipatia imperou contra Coelho, que não compareceu ao evento. Naquela ocasião, Magno Malta disse que o PR teria candidato a prefeito em Cachoeiro, independentemente de quem fosse. A revolta deste dia era direcionada ao apoio do deputado ao governo do Estado em detrimento de posicionamentos do partido.

O que dizer então do lançamento da candidatura a prefeito do republicano; em nenhum momento, em seu discurso, Magno falou da pretensão eleitoral de Glauber que se consolidava naquela noite. Muito menos houve o tradicional levantar de braços, com as mãos dadas.

Hostil? A meu ver é. Se publicamente é assim, imagina dentro das ‘quatro paredes ‘ideológicas’’ do partido?

A verdade é que a saída de Glauber Coelho do PR é inevitável. Pesa contra o deputado somente a possibilidade de perda do mandato, por causa da fidelidade partidária. Pela imprevisibilidade de seu presidente, não há como Glauber ter a certeza de uma saída consentida pela sigla, o que lhe garantiria o mandato.

Outro caminho é se filiar no recém-fundado PMD, dentro de 30 dias a contar de seu registro no TSE. Mas, caso arrisque o mandato por um clima partidário melhor (neste caso, ele teria mais de um ano para fazer campanha), é muito provável que Glauber assine a ficha no PSB, abonada pelo governador Renato Casagrande. O convite já foi feito. 

2 comentários:

  1. Se fosse Glauber aceitaria o convite do Governador e assumiria uma secretaria. Sempre antenado, Leandro!

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  2. Rapaz, anos atrás eu já havia avisado que se aproximar desse tal de Magno seria um péssimo negócio para o Glauber. Ele teria crescido o mesmo tanto sem esse sujeito. O cara que quer ser um político decente precisa ter um partido decente. Embora ele não tenha afinidades ideológicos com o socialismo, ao menos no PSB ele poderá se consolidar como uma liderança regional longe desses encostos. Ele merece essa dignidade.

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