A Câmara Municipal de Cachoeiro
de Itapemirim pretende convidar o superintendente do Hospital Evangélico (Heci),
Vagner Medeiros, no intuito de entender o porquê desta casa de saúde ser
contemplada com mais recursos que os outros dois filantrópicos locais pelo
governo do Estado.
Sem dúvida, somente a
apresentação ao Estado de tudo aquilo que não foi repassado para quitar as
despesas inerentes ao Sistema Único de Saúde (SUS) não é suficiente; até
porque, ainda assim a contratualização com os hospitais jamais atinge o valor
ideal.
Para complementar e sair do
vermelho, os hospitais dependem de apoio político para sensibilizar não apenas o
secretário estadual de Saúde, mas principalmente o governador. Paralelamente,
recorrem aos deputados estaduais e federais para conseguir recursos através das
emendas parlamentares.
Realmente, o Heci é o que mais
recebe verba do governo do Estado, mesmo sendo a Santa Casa Cachoeiro
referência comum no atendimento de saúde.
E tão é verdade que em 2010, na
administração de Paulo Hartung (PMDB), dos R$ 90 milhões destinados aos
hospitais cachoeirenses, R$ 46,6 milhões foram para o Heci; R$ 30,6 milhões
para a Santa Casa e R$ 9,21 milhões para o Hifa.
Neste ano, com Renato Casagrande
(PSB), a diferença permaneceu e aumentou: R$ 71,7 milhões para o Heci, R$ 40,8
milhões para a Santa Casa e R$ 13,8 milhões para o Hifa.
Os hospitais, que adoecem para
conseguir recursos, fazem o seu papel para continuar atendendo a demanda. Todos
com o pires na mão.
Por isso, pode ser constrangedor querer
tirar de um hospital a informação que só pode ser repassada pelo próprio Estado,
mediante seus critérios de distribuição de dinheiro via contratos.
Acredito que seria melhor os vereadores,
em bloco, exigirem do governo do Estado não uma explicação diante da verba
recebida pelo Heci, mas sim uma equivalência no valor dos contratos ou então,
apenas que o Estado pague aos hospitais aquilo que é executado por meio do SUS.
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