Os deputados estaduais aprovaram,
por unanimidade e em sessão extraordinária, os projetos de lei referentes à
reestruturação do Ministério Público. Dentre as matérias, está a PL 54/3013,
que propõe revisão do valor do subsídio do cargo de procurador de justiça,
sendo reajuste de 15%, parcelado em três anos.
No meio político e de diversos
setores da sociedade, este ‘pacotão’ de projetos do Ministério Público foi
visto com maus olhos. Isto porque alguns associaram uma possível aprovação do
projeto com o comportamento do MP diante da operação Derrama.
Acontece que as investigações do Núcleo
de Repressão às Organizações Criminosas (Nuroc) da Polícia Civil apontaram
suposta participação do deputado Theodorico Ferraço (DEM), sua esposa Norma Ayub
(DEM) - ex-prefeita de Itapemirim, e outros nove ex-prefeitos em suposto
esquema de corrupção envolvendo empresa de consultoria fiscal.
À época Norma foi presa; Ferraço
pretendia se reeleger presidente da Assembleia Legislativa, porém a situação
caótica estremeceu suas pretensões. Até que, após intervenção do
procurador-geral de Justiça, Eder Pontes, Ayub saiu da cadeia e a sensação
criada foi de ‘injustiça’ contra a família Ferraço.
O resultado disso foi a reeleição
do demista na Assembleia, por unanimidade dos votos. E nesta quarta-feira
(27/02), a mesma unanimidade aprovou o pacotão de projetos encaminhado pelo
Ministério Público à Douta Casa.
As desconfianças de uma possível
associação destes fatos podem se consolidar caso o procurador de justiça arquive
as acusações que sustentam a operação Derrama. Com isso, o trabalho da Nuroc
será desqualificado e Ferraço reinará aliviado até o fim deste mandato.
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