quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

“Usuário de crack não tem condições de decidir”


Este articulista conversou, via telefone nesta quinta (21/02), com o deputado estadual Marcos Mansur (PSDB) para que ele explicasse o porquê de defender a implantação do programa de internação compulsória dos usuários de crack no Espírito Santo, seguindo o modelo em execução em São Paulo e Rio de Janeiro.

Para o tucano, “o usuário de crack não tem consciência do que está fazendo, não tem condições de decidir”. A internação contra a sua própria vontade, para o deputado, seria uma forma de preservar a própria vida do cidadão (viciado), de sua família e da sociedade.

Por outro lado, é de conhecimento geral que o primeiro passo para um viciado em drogas se recuperar é ele querer. Portanto, uma internação forçada vai contra essa lógica e, perdendo a finalidade, esta ação pode parecer uma ‘limpeza social’, como apontado pelo socialista Marco Aurélio no tópico do facebook.

No entanto, o deputado Marcos Mansur revelou já ter avaliado esses pontos e insiste que os viciados (semelhantes aos que ocupam as ‘cracolândias’ Brasil afora) devem ser tirados de circulação.

“Se o viciado tivesse algum tipo de controle, não estaria usando a droga. É comprovado que após o tratamento, (iniciado de forma compulsória) a maioria prefere dar continuidade. No caso da ‘limpeza social’, ela só se caracteriza se o viciado for retirado das ruas e ‘jogado’ em qualquer lugar. É necessário um tratamento sério: um centro de tratamento com médicos e psicólogos, inclusive este último profissional disponível para a família dos usuários”.

Certo. Mas, este colunista quis saber se o parlamentar cachoeirense chegou a consultar a estrutura voltada para este tipo de tratamento no estado antes de defender o programa.

“O Espírito Santo está dando os primeiros passos neste sentido. O Estado comprou 500 vagas em clínicas particulares; é o início. Ainda não é um trabalho efetivo, primeiro vem a triagem. Diferentemente de São Paulo, ainda não há um centro permanente para atender a demanda”.




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