Este articulista conversou, via
telefone nesta quinta (21/02), com o deputado estadual Marcos Mansur (PSDB)
para que ele explicasse o porquê de defender a implantação do programa de
internação compulsória dos usuários de crack no Espírito Santo, seguindo o
modelo em execução em São Paulo e Rio de Janeiro.
Para o tucano, “o usuário de
crack não tem consciência do que está fazendo, não tem condições de decidir”. A
internação contra a sua própria vontade, para o deputado, seria uma forma de
preservar a própria vida do cidadão (viciado), de sua família e da sociedade.
Por outro lado, é de conhecimento
geral que o primeiro passo para um viciado em drogas se recuperar é ele querer.
Portanto, uma internação forçada vai contra essa lógica e, perdendo a
finalidade, esta ação pode parecer uma ‘limpeza social’, como apontado pelo
socialista Marco Aurélio no tópico do facebook.
No entanto, o deputado Marcos
Mansur revelou já ter avaliado esses pontos e insiste que os viciados
(semelhantes aos que ocupam as ‘cracolândias’ Brasil afora) devem ser tirados
de circulação.
“Se o viciado tivesse algum tipo
de controle, não estaria usando a droga. É comprovado que após o tratamento,
(iniciado de forma compulsória) a maioria prefere dar continuidade. No caso da
‘limpeza social’, ela só se caracteriza se o viciado for retirado das ruas e
‘jogado’ em qualquer lugar. É necessário um tratamento sério: um centro de
tratamento com médicos e psicólogos, inclusive este último profissional
disponível para a família dos usuários”.
Certo. Mas, este colunista quis
saber se o parlamentar cachoeirense chegou a consultar a estrutura voltada para
este tipo de tratamento no estado antes de defender o programa.
“O Espírito Santo está dando os
primeiros passos neste sentido. O Estado comprou 500 vagas em clínicas
particulares; é o início. Ainda não é um trabalho efetivo, primeiro vem a
triagem. Diferentemente de São Paulo, ainda não há um centro permanente para
atender a demanda”.
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