segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Tem que identificar a crise


Caso o prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, Carlos Casteglione (PT), não tenha mudado de opinião, o resultado da avaliação de seu governo foi satisfatório. Em 2010, diante de uma reprovação de 38% da população local, ele considerou que 62% aprovaram. Na avaliação do ano passado, havia grande percentual na faixa do ‘regular’, a qual Casteglione via como positivo por ser um ponto de partida para o ‘bom’ e ‘ótimo’. Neste ano, a reprovação foi de 39%, apenas 1% de diferença, dentro da margem de erro de 4,9 pontos percentuais.

Pelas declarações de Casteglione, nem ele acredita mais naquela forma de leitura. Até porque preferiu jogar pedras para trás e culpou seu antecessor pela má avaliação. Mesma má avaliação não assumida no ano passado. E, pela falta de humildade, nunca vinculará resultados ruins às suas atitudes e gestão.

O que fica claro na pesquisa é que os índices foram mantidos em relação ao resultado do ano anterior. Não houve melhoras; pelo contrário: nem após a crise financeira, que assolou diversos municípios, o governo teve ascensão aos olhos dos cachoeirenses.

Cresceu o número de entrevistados que consideram a gestão de Casteglione igual ou pior que a de Roberto Valadão (PMDB). Vale ressaltar que, na tentativa de reeleição, o peemedebista obteve míseros 7 mil votos.
Também é alta a quantidade de pessoas, participantes da pesquisa, que avalia que o petista não cumpre o que promete e que ele não está preocupado com o povo. Casteglione continua sendo o prefeito pior avaliado do estado.

Pois bem. Não há mais crise financeira e/ou econômica. Ainda assim, continua existindo uma crise na prefeitura a qual o prefeito deve identificar urgentemente. Claro que o primeiro passo é Casteglione reconhecer que esses números negativos são seus, frutos de sua gestão. A esta altura não cabe mais associar mazelas próprias ao gestor que o entregou as chaves do palácio. (Na verdade, o prefeito deveria agradecer pelos projetos deixados, processos próximos da ordem de serviço e obras para inaugurar. Se não os fossem, o resultado poderia ser ainda pior.)

Deve o prefeito ouvir quem está disposto a lhe dizer a verdade e compreender que a verdade nem sempre é agradável de ouvir. Tem que analisar a produção de cada secretário nestes dois anos e trocar aquele que não atendeu as expectativas. A alteração no secretariado é algo natural e que deve haver para oxigenar o governo. Nem sempre quer dizer incompetência ou inimizade. E por fim os petistas precisam reencontrar as suas raízes, remetendo-se à vitória de 2008.

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