quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

O peso das pedras


A resistência parece imperar no PMDB quando o assunto é entrar no governo de Carlos Casteglione (PT). Não é de hoje que peemedebistas de Cachoeiro têm aversão à ‘filosofia’ petista. Porém, quando as duas siglas sentaram à mesa para dialogar a possibilidade de caminharem juntos, pareceu que o PMDB daria um passo atrás, deixaria de lado o sentimento e entraria sem mágoas no palácio Bernardino Monteiro. Só que nada será tão fácil assim.

Como postado neste blog no dia 18 de janeiro, o PT encontraria sérias resistências dentro do PMDB para conseguir a coalizão. Ao assumir, Casteglione jogou muitas pedras em direção ao governo anterior, gerido por Roberto Valadão (PMDB).

O atual prefeito acusou ter recebido uma ‘casa desarrumada’, mesmo inaugurando diversas escolas no primeiro ano; acentuou graves suspeitas de corrupção diante dos recursos oriundos do PAC; afirmou que Cachoeiro era uma ‘pedra no sapato’ do sul do estado, por obstacular o desenvolvimento regional; e, ainda na campanha eleitoral, afiançou que o governo peemedebista não havia conseguido recursos do PAC para obras em nove bairros, e sim do projeto Nosso Bairro. Hoje, num toque de mágica, só se fala em PAC no palácio.

A operação da Polícia Federal (PF) em Cachoeiro, chamada de João de Barro, ainda rende inúmeras suspeitas entre os peemedebistas. Naquela época, houve quem confirmasse, junto à PF, que Cachoeiro não estava no roteiro da intervenção policial. E, ainda hoje, há quem esteja ‘munido de certeza’ que a ação teve influência petista.

No processo eleitoral, não foi apenas o candidato Theodorico Ferraço (DEM) que se revoltou contra algumas supostas negociações. Na casa peemedebista, a palavra que infestou o ar, talvez, foi a ‘decepção’. Afinal, aliados do então candidato à reeleição foram se distanciando e conversando com os eleitores baseados em discursos contrários. Assim, a coligação foi aos poucos se esvaziando, de forma não oficial. Sabe-se lá o que aconteceu... mas, há no PMDB quem desconfie.

Dois anos depois, um conflito  surge com a figura de honra do PMDB, o deputado Camilo Cola. Enquanto todo o partido repugnava o PT, Camilo se colocou como primeiro parceiro do governo Casteglione e lutou, até convidando outros parlamentares, em favor de Cachoeiro. O retorno desse apoio (ou a falta dele) já foi motivo de ‘guerra’. E há quem não desfaça a opinião de que Cola perdeu as eleições por não ter recebido a visibilidade necessária da administração local.

Enfim, para um grupo majoritário do PMDB o que foi praticado pelos petistas foi desleal. E no quesito lealdade, o mesmo grupo acredita que ela não existiria, por parte do PMDB, caso o partido caminhe lado a lado com Casteglione; uma vez que a reeleição não é o caminhão da redenção peemedebista. 

Crédito da foto: AFP

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