terça-feira, 26 de novembro de 2013

Sem candidato, PT tem que consolidar projeto

 
PMDB, PSB e PR têm nomes para disputar o governo do Estado e, com isso, a tarefa principal é agregar aliados em torno deste projeto. A realidade do PT é proporcionalmente inversa, já que não tem em seus quadros um nome competitivo para disputar o pleito majoritário.
O valor agregado do PT na eleição vindouro é algo a se avaliar, já que o partido é protagonista somente na esfera nacional; no estado, é coadjuvante.
O esforço do governador Renato Casagrande (PSB) em manter o partido em sua base aliada, a meu ver, tem caráter estritamente administrativo. Afinal, ele depende do governo federal para entregar obras à população capixaba, o que sustentará o seu currículo como gestor a ser apresentado durante campanha eleitoral.
Se não fosse por isso, imagino que Casagrande já teria abraçado a pré-candidatura do pernambucano Eduardo Campos (PSB) e oferecido a porta de saída ao PT como serventia do Palácio Anchieta - na mesma linha do racha nacional.
O PMDB ensaia uma dobradinha com o PT, que encara a parceria como o melhor caminho para garantir um bom palanque para a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT). Porém, não querem Ricardo Ferraço (PMDB) como cabeça de chapa, e sim o ex-governador Paulo Hartung (PMDB).
E a preferência petista se dá por dois motivos: uma, por acreditarem que Hartung tem mais capital político; outra, porque Hartung como candidato ao governo deixa a única vaga do Senado aberta ao prefeito de Vitória, João Coser (PT).
Existe ainda outra possibilidade: o PMDB apontar um vice para Casagrande, deixando o PT a ver navios, e, uma vez à deriva, coligar-se com Magno Malta (PR). Lembrando que uma possível candidatura de Malta não é algo a se desprezar.
Nos bastidores, circula a informação de que o empresariado capixaba já teria sinalizado que não há recursos para patrocinar dois candidatos, no caso, um peemedebista e Casagrande. E a probabilidade de vitória de candidaturas vinculadas a um palanque com Hartung, Casagrande e companhia é grande.
O PT terá de utilizar de muita habilidade política para não perder o que tem e nem deixar de ganhar o que pretende. O jogo está iniciado e, como sempre, não aceita falhas. O ponto positivo é ter um Lula para contribuir no tabuleiro.



 

2 comentários:

  1. Meu amigo,
    As suas análise de conjunturas são muito boas, acompanho sempre. Mas desta vez você (talvez intencionalmente, pois parece que o objetivo era menosprezar o PT) abandonou a História, tratando a aparência do presente como verdade absoluta.
    Por isso ficou tão distante do que de fato nos move em direção a 2014 e nem assim conseguiu desmerecer a o papel do PT no processo como parecia ser inicialmente o objetivo do artigo.

    Abraços

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  2. Caro amigo anônimo.
    Antes de tudo, agradeço o fato de acompanhar os textos aqui postados.
    Pois bem, não menosprezo ninguém, muito menos o faria com o PT, que goza de farta história de lutas.
    O texto faz a leitura do momento, e da forma como eu vejo. Neste caso, relato o fato de o partido não ter um nome para disputar o governo do Estado, o que o deixa como coadjuvante diante do PSB, PMDB e PR.
    E tão é verdade que a própria orientação do Lula ao PT foi aceitar qualquer nome para candidato a governador que o PMDB indicar.
    Não há tentativa de desmerecer.
    Obrigado pela crítica.
    Abraços!

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