quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Consciência multirracial

Desde a fuga dos negros das grandes fazendas, na época da escravidão no Brasil, também sob a liderança de Zumbi, que os 'quilombos' cresceram no país. A diferença é que esses 'quilombos' se tornaram bairros e não apenas os negros carregam dentro de si o banzo, como pessoas de outras raças são chicoteadas pelo preconceito - hoje diverso e fortalecido.

Certo que por pior que seja a realidade, jamais poderá ser comparada aos crimes sofridos pelos negros da época durante cerca de 400 anos tanto no Brasil quanto em alguns países da África.

Hoje uma família pobre não corre o risco de sequestro. É inimaginável que um grupo de homens entraria em uma humilde residência para acorrentar o marido, a mulher e as crianças para levá-los a destinos diferentes, suportando (ou não) meses de viagens mar adentro, em condições sub-humanas.

Um pobre não é obrigado a trabalhar e nem é torturado caso não suporte a carga da labuta inglória. As mães negras não precisam mais deixar de cuidar de seus fihos para amamentarem as crianças da corte; e nem enfrentar o risco constante de estupro.

Um trabalhador não precisa mais engolir o ouro/dinheiro para que o patrão deixe de pagar caro pelo quinto/imposto e depois ter a barriga rasgada para a devolução do valor. Enfim, é uma série de crueldades que deixaria ex-torturadores de qualquer didatura perplexos.

É um tempo marcado pelo desrespeito ao ser humano. Tempo marcado pela demoníaca utilização do nome de Deus. É um tempo de exclusão que jamais queremos de volta, nem em desfavor aos carrascos.

As origens e peculiaridades humanas devem ser respeitadas e apreciadas em todo o mundo e não serem estampas para a segregação. A evolução ou reversão do ódio são exercícios disponíveis aos sustentadores das afirmações sem o alicerce do conceito formado.

Diante de tanto sofrimento dos ancestrais negros, sabemos, pelo menos minimamente, a dosagem ideal de amor a doar. Talvez, seja daí a fonte do sorriso que contamina o samba, que enche de esperança o reggae, de elegância o jazz, de emoção o blues. Alegria esta compartilhada e alimentada pela raça humana.

Reverência

Sendo o Dia da Consciência Negra, destaco aqui os saudosos Marcus Garvey e Abdias do Nascimento; e o líder Rastafari, Jorge Makandal, e o jornalista e advogado cachoeirense José Paineiras. Saravá!

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