segunda-feira, 30 de maio de 2011

Diferente da campanha

O ano de 2010 foi extremamente vitorioso para o PSB e para o governador eleito Renato Casagrande. Os socialistas travaram uma luta desigual e, apesar de tudo, saíram do isolamento direto ao apoio de uma estrutura montada com 16 partidos. Detalhe: base política essa que não era deles.

O fim de 2009 e boa parte do primeiro semestre de 2010 foi um período onde o PSB estadual mostrou a sua garra e perseverança ao desafiar a maior liderança do Espírito Santo: o governador Paulo Hartung (PMDB), que tinha seu vice Ricardo Ferraço (PMDB) como seu sucessor.

Graças a uma intervenção vertical – muitos creditam ao governo petista -, Casagrande ocupou o lugar de Ferraço e obteve o êxito que naturalmente o bloco partidário garantia. Acontece que para 2014 não há possibilidade nenhuma de outra reviravolta do tipo em favor do PSB.

O adversário é o mesmo que tentou sufocar a pré-candidatura socialista nas eleições passadas. Agora, esse adversário, embora sem mandato, tem mais tempo para fazer a manutenção do grupo criado por ele e para arquitetar o seu retorno.

O PSB já apresentou a sua estratégia, que é pintar de vermelho – no tom socialista – todo o estado. Ou seja, quer disputar todas as prefeituras com o objetivo de ter uma base forte para tentar a reeleição em 2014. Atualmente, os socialistas têm 14 prefeitos e 70 vereadores.

No entanto, vejo que a missão do PSB é individualista e pode gerar desgastes irreversíveis, principalmente num grupo tão numeroso e heterogêneo. Parece que os socialistas agem como na época em que estavam no isolamento, tentando consolidar uma candidatura a ferro e fogo.

Talvez, fosse mais produtivo identificar a forma mais adequada para se tornar o líder deste bloco, a ponto de ser respeitado, e não apenas temido. Sozinho não há construção de liderança. E pode chegar o momento em que os 16 partidos também enxerguem como no período do isolamento. A receita para a reeleição pode não ser a mesma utilizada para ser o sucessor de Hartung.

As eleições de 2010 não foram o ‘tudo ou nada’ para o PSB. Casagrande tinha mais quatro anos como senador e um invejável capital político. Claro que aquele era o momento, devido aos acordos sucessórios que corriam com o carimbo do Palácio Anchieta para os pleitos seguintes. Porém, equiparado a 2014, este sim será o ‘tudo ou nada’.

A musculatura política de Casagrande está em construção, da forma isolada como traçou o partido. Sendo assim, o resultado do próximo pleito vai ser a prévia de 2014. Caso o PSB aumente os números atuais de mandatos municipais, as demais siglas terão de tolerar; do contrário, poderão surgir numerosos oposicionistas.

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